Só as armas laser são verdadeiramente um problema para os drones. Os outros sistemas podem ser ultrapassados com engenharia extra e os outros demoram muito a recarregar. Quando pensam em drones pensem em mísseis. Na realidade um drone é um míssil que troca velocidade por quantidade.
E atenção que mesmo os lasers podem vir a ser derrotados com novos materiais compósitos (mas essa solução será muito mais cara) que aguentam 3.000ºC ou 4.000ºC como os usados nos sistemas espaciais de reentrada.
Olha que não. Tudo se tornará um problema para os drones, quando cada vez mais sistemas forem desenhados com essa capacidade em mente, e quando cada vez mais meios (navios e veículos por exemplo) tiverem acesso a capacidade de jamming/EW, além do desenvolvimento de outras armas de energia dirigida (armas de micro-ondas por exemplo).
Drones controlados por IA podem resistir a jamming de comunicações, mas poderão não resistir a outros métodos de EW, tal como não vão obviamente resistir ao uso de munições "convencionais". E nem vamos entrar em potenciais limitações do IA, porque são coisas que ainda não se sabe nada.
Os drones serão mais fáceis de abater que mísseis, até pela sua lentidão, o desafio será lidar com a sua quantidade, e é aí que entram os diversos sistemas que estão disponíveis no mercado, e que estão por surgir.
Começamos a olhar para uma simples Braunschweig alemã, com os seus 2 RAM (42 mísseis) + OM 76mm + 2 RWS, e a pergunta que me ocorre, é qual o tamanho do enxame, para que um dos drones aéreos atinja este navio solitário e junto à costa?
Vamos agora fazer o mesmo para uma fragata média, que possua uma 76mm mais moderna (Strales ou Sovraponte) + 2 RAM (42 mísseis) + 16 VLS (64 ESSM) + 2 Marlin WS 30 (com munição airburst + 2 Mistral cada uma). Como era?
Vamos agora dizer que tens uma força tarefa com 2 ou 3 destas fragatas + 2/3 embarcações que contribuem de alguma forma para C-UAS. Qual o tamanho do enxame necessário? Vamos adicionar a variável de cada fragata tem um helicóptero embarcado, e cada helicóptero possui capacidade C-UAS com recurso ao seu armamento (LMM, ATAS, Hellfire, APKWS, o que seja).
O risco que corremos, é tanto foco nos drones, e a malta ignorar a maior ameaça deles: a forma como enxames deste tipo de arma (que é pouco eficaz contra um navio pela reduzida carga explosiva mas que convém serem abatidos na mesma) faz com que os navios gastem as suas munições para os abater, e depois o adversário lança uma salva de mísseis anti-navio, e os navios estão sem defesas.
Daí o futuro da Marinha passar por mais navios de combate, sem abdicar das fragatas pelas suas capacidades de combate "primárias", mas incorporando USVs de maior dimensão e com armamento contentorizado, e armando OPVs/Corvetas, para complementar as fragatas.
Nem me surpreendia que no futuro surgissem "gunboats", com um número "anormal" de canhões para o mundo actual. Um navio do tamanho de um OPV/Corveta, equipado por exemplo com 2/3 76mm Sovraponte, 6 RWS com munição airburst, e lançadores de mísseis de curto alcance, como o Mistral ou outro (ou no caso das RWS serem como a Marlin, acrescentas 2 RWS extra, e equipas todas com os mísseis).
Concordo plenamente achar que mísseis vão dar cabo de enxames de drones é quase tão estranho como ter 50 operadores de drones.
Mesmo o laser, creio que vai demorar um pouco mais a desenvolver um laser rápido do que a desenvolver IA para um operador controlar um enxame de 50 drones.
O que é que impede os mísseis de o fazer?

A única limitação é o preço dos mísseis. E mesmo assim, o preço dos mísseis varia de tal forma, que chega a um ponto em que estamos a supor que drones controlados por IA, com sensores minimamente capazes para que o IA consiga operar com real eficiência, são suficientemente baratos para não justificarem o uso de mísseis contra eles.
Mas se é para ligar o inventómetro, então bora:
-podemos então equacionar que, dependendo da densidade do enxame de drones (proximidade entre si), um míssil com uma ogiva grande, capaz de gerar uma boa explosão e lançar fragmentos num raio consideravelmente grande, seria uma solução bastante eficiente. A mesma teoria aplicar-se-ia a munições de canhões;
-podemos equacionar soluções MIRV, em que usas um míssil com múltiplas ogivas, para conseguir anular o enxame de drones por uma área maior. Quiçá num míssil quase balístico, que larga as ogivas de paraquedas sobre a área onde os drones vão passar, e cria uma chuva de fragmentos.
A realidade é que os drones não são impossíveis de abater, e serão desenvolvidos novos métodos e meios para o fazer. Tal como os drones vão continuar a evoluir, e vão encontrar a sua utilidade no meio das restantes armas de guerra ao dispor dos países.