A realidade é dura de aceitar mas é a realidade, com o efectivo que o Exército possui nunca, rpt, nunca, conseguia em seis meses dar como aptos para combate em meio ano 5.000 Praças.
As especialidades são diversas e umas necessitam de mais tempo que outras para preparar devidamente para a guerra os instruendos/recrutas.
A outra variável prende-se com o número de instrutores e monitores necessários para tal volume de recrutas, instalações e viaturas disponiveis para tal.
Meu caro para formares 5000 homens necessitas no minimo de 160/170 instrutores e o mesmo número de monitores, de todo um numero de formadores das areas adstritas às diversas formações, o que é o mesmocque dizer que necessitas de mais uns 300 instrutores, para os cerca de 160/170 Pelotões envolvidos nesta enorme formação simultânea.
Arrisco-me a dizer que com todos os serviços necessários para formar os BI/GI para esta instrução um total de 700/800 efectivos eram necessários para levar a bom porto essa missão inicial, sendo que para estarem aptos para combate nunca menos de dez a doze meses para tal ser conseguido.
Falo com conhecimento de causa fui cmdt de companhia de instrução e formei vários turnos com companhias a oito Pelotões de 30 homens e um staff da companhia a rondar os 35 efectivos !!
A teoria é muito linda mas a experiência ensina-nos e não nos permite inventar pois vai correr muito mal.
Infelizmente neste fórum existem muitos teóricos que opinam sobre todos os temas mas que na realidade nada sabem sobre eles.
Uma "equipa" de formação, neste momento, são 03 pessoas: um oficial, um sargento e um praça, regra geral. Tanto numa incorporação de 03 homens (que já aconteceu), como numa de 25. Material? Se houver. Eu não tive instrução de ML porque na altura que tinha instrutor, as ML da EA estavam indisponíveis, e quando elas estavam disponíveis, os formadores tinham trocado e o sargento também nunca tinha pegado numa ML. Não dei tiro de Walther porque não havia munição (aliás, ela veio, mas o Cmdt da EA gentilmente cedeu-a à GNR para eles poderem dar mais 14 disparos). Faltou formação NBQR porque não havia material, e o que havia era obsoleto, faltou formação de aparelhos de visão noturna e térmica, faltou formação com viaturas, faltou, e faltou e faltou. No entanto, essas instruções foram assinadas como ministradas. No fim de contas, saí um Oficial do Exército, para comandar um Pelotão, quando eu nem tinha metade da formação que devia ter tido - mas para o Exército até armas anticarro disparei, que pelo menos há um papel assinado que diz que sim

Curiosamente, mais tarde descobri que os inquéritos anónimos de controlo de qualidade no Exército são pouco anónimos, que depois de preencher um já como formador, tive direito a ir ao gabinete do Cmdt do Regimento onde estava, levar na cabeça porque fui honesto e critiquei o que havia para criticar
