Resposta curta e direta: com apenas 13M de euros, o programa VCI-L será quase certamente limitado a estudos, definição de requisitos, testes/leasing de protótipos e trabalho de negociação inicial — e não à compra de uma frota operacional de veículos de combate de infantaria de lagartas. Se Portugal (através da LPM) libertar posteriormente um financiamento substancialmente maior, um veículo como o Rheinmetall Lynx (que foi mostrado ao público português) poderá ser um concorrente — mas comprar dezenas de Lynx ou equivalentes custará centenas de milhões a mais de mil milhões de euros, dependendo da quantidade e das opções.
As possibilidades realistas, as probabilidades, as razões e os próximos passos práticos que Portugal pode dar para transformar um arranque de 13 milhões de euros numa capacidade real em campo.
1) O que 13 milhões de euros lhe proporcionam realisticamente (muito provável — ~85% de probabilidade)
Fase de Conceito e Requisitos (estudos de contratação, requisitos operacionais, trabalho de TOE).
Competição e Testes (testes pagos, aluguer/empréstimo de veículos de demonstração dos OEM para testes-piloto, viagens, testes de campo, instrumentação).
Trabalho inicial de engenharia/projeto de aquisição (elaboração de RFI/RFP, análise jurídica, custos logísticos).
Pequeno trabalho de protótipo ou um pagamento inicial simbólico (talvez um único veículo de demonstração ou alguns veículos renovados para avaliação).
Porquê: a aquisição de veículos de demonstração de produção custa milhões por veículo (os veículos de demonstração de produção modernos típicos custam geralmente entre 6 e 12 milhões de euros cada, dependendo da variante e da escala), pelo que 13 milhões de euros é um erro de arredondamento em relação à compra de dezenas.
Ou seja: 13M dá para financiar vários GT com bons almoços, bem regados, durante uma década..
