Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7891 em: Hoje às 02:09:23 pm »
Tornou-se dogma aqui no fórum, não sei d porquê raio de carga d’água, que as FDI são muito superiores em defesa antiaérea, o que não é minimamente verdade. Ia escrever um post sobre isso mesmo, mas o Lampuka antecipou-se. As FREMM são superiores em defesa ABM, provavelmente as melhores fragatas não projetadas especificamente para defesa antiaérea do mundo nessa área. As FDI são superiores em ambientes saturados de litoral, onde as ameaças de enxames de drones, por exemplo, são mais reais. Portanto, como tudo na vida, é preciso ter cuidado com as comparações que se fazem, cada Fragata tem as suas vantagens em cenários AAW.

Pessoalmente, e sabendo as necessidades operacionais e os teatros prováveis de operação de fragatas portuguesas que não estejam incluídas em grupos-tarefa NATO, acho a capacidade ABM bem mais importante… se fosse Sueco e tivesse que operar primariamente no Báltico, já acharia mais interessante a capacidade acrescida contra ameaças em ambiente litoral…
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7892 em: Hoje às 02:18:00 pm »
As Fremm Evo têm mais do que um radar:

As fragatas FREMM EVO (versão Evoluzione para a Marinha Italiana) representam uma evolução significativa em relação às FREMM padrão, especialmente nos sensores radar táticos.

O principal radar tático é o Leonardo Kronos Dual-Band Radar (DBR), um sistema dual-band (banda C e banda X) com antenas AESA de faces fixas (fixed-face). Ele substitui o radar rotativo Kronos Grand Naval das FREMM anteriores.

Configuração: Composto por quatro antenas fixas AESA para o Kronos Quad (banda C, responsável por vigilância de longo alcance, detecção e rastreamento de ameaças aéreas e balísticas, incluindo defesa contra mísseis balísticos táticos - TBM).
Complementado por quatro antenas fixas para o Kronos StarFire (banda X, focado em ameaças de curto alcance, mísseis e detecção precisa).

Esse sistema oferece cobertura de 360 graus, maior capacidade contra ameaças modernas (incluindo mísseis balísticos e drones), e integração avançada com o sistema de gerenciamento de combate SADOC 4.Além disso, as FREMM EVO incluem:Um radar AESA de quatro faces fixas dedicado à suíte anti-drone (C-UAS), posicionado no mastro principal (em processo de seleção, com candidatos como o OMEGA 360 da Fincantieri ou o TMMR da Leonardo).

Radares de controle de fogo NA-30S Mk 2 (dual-band radar/EO).

Radares de navegação GEM Elettronica Gemini X/Ka.

Essas atualizações tornam as FREMM EVO mais preparadas para cenários multi-ameaça, com entregas previstas a partir de 2029.


As ASWF (Thales APAR block 2.0, banda X e o Thales SM400 block 2, banda S) e as F110 (radar Prisma 25 X, banda x e o AN/SPY-7(V)2 , banda S) também têm uma configuração semelhante, já as FDI "só" têm o radar tático Thales SEA FIRE. Haver radares táticos com bandas diferentes permite reduzir o "barulho" e aumentar a qualidade da informação.

Da IA...

https://share.google/aimode/5JhMih8MW7LLMVnrp

As FDI não têm qualquer vantagem a esse nível. Se é mais fácil aceder aos painéis por estarem no mesmo mastro, também é verdade que são mais facilmente danificados por estarem mais concentrados no mesmo local no navio.
« Última modificação: Hoje às 02:23:17 pm por Cabeça de Martelo »
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7893 em: Hoje às 02:28:26 pm »
Tornou-se dogma aqui no fórum, não sei d porquê raio de carga d’água, que as FDI são muito superiores em defesa antiaérea, o que não é minimamente verdade. Ia escrever um post sobre isso mesmo, mas o Lampuka antecipou-se. As FREMM são superiores em defesa ABM, provavelmente as melhores fragatas não projetadas especificamente para defesa antiaérea do mundo nessa área. As FDI são superiores em ambientes saturados de litoral, onde as ameaças de enxames de drones, por exemplo, são mais reais. Portanto, como tudo na vida, é preciso ter cuidado com as comparações que se fazem, cada Fragata tem as suas vantagens em cenários AAW.

Pessoalmente, e sabendo as necessidades operacionais e os teatros prováveis de operação de fragatas portuguesas que não estejam incluídas em grupos-tarefa NATO, acho a capacidade ABM bem mais importante… se fosse Sueco e tivesse que operar primariamente no Báltico, já acharia mais interessante a capacidade acrescida contra ameaças em ambiente litoral…

Mas concordas que por terem sistemas e origem diferentes, serem mais compactas e com menores guarnições, poderiam ser uma boa escolha para complementar as EVO?
Em detrimento dos PPA, por exemplo,  que têm sistemas muito similares às EVO?
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7894 em: Hoje às 02:47:49 pm »
A minha preferência pelas FDI como segunda fragata tem a ver muito com as capacidades/dimensões,  sobretudo na AAW.
Com as novas possibilidades VLS ficariam muito bem apetrechadas nessas funções,  e em conjunto com as EVO, utilizando a partilha de informação,  parece-me um dueto muito equilibrado e capacitado.
João Pereira
 

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7895 em: Hoje às 02:52:35 pm »
Se a tua preocupação é AAW, então as PPA Evo faria muito mais sentido, já que terão o mesmo CMS, radares, etc; que as Fremm Evo. Para além disso terão o dobro das VLS (64 células).
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7896 em: Hoje às 03:00:05 pm »
Tornou-se dogma aqui no fórum, não sei d porquê raio de carga d’água, que as FDI são muito superiores em defesa antiaérea, o que não é minimamente verdade. Ia escrever um post sobre isso mesmo, mas o Lampuka antecipou-se. As FREMM são superiores em defesa ABM, provavelmente as melhores fragatas não projetadas especificamente para defesa antiaérea do mundo nessa área. As FDI são superiores em ambientes saturados de litoral, onde as ameaças de enxames de drones, por exemplo, são mais reais. Portanto, como tudo na vida, é preciso ter cuidado com as comparações que se fazem, cada Fragata tem as suas vantagens em cenários AAW.

Pessoalmente, e sabendo as necessidades operacionais e os teatros prováveis de operação de fragatas portuguesas que não estejam incluídas em grupos-tarefa NATO, acho a capacidade ABM bem mais importante… se fosse Sueco e tivesse que operar primariamente no Báltico, já acharia mais interessante a capacidade acrescida contra ameaças em ambiente litoral…

Mas concordas que por terem sistemas e origem diferentes, serem mais compactas e com menores guarnições, poderiam ser uma boa escolha para complementar as EVO?
Em detrimento dos PPA, por exemplo,  que têm sistemas muito similares às EVO?
Percebo o teu ponto, mas não concordo. Dada a nossa situação geográfica e o que é esperado de nós na NATO, para mim, a prioridade é ASW, seguido de mais ASW e ainda mais ASW. As 3 Evo são ideia is para isso, mas não chegam para cobrir as necessidades. Para mim, a solução ideal em termos de custo/qualidade seria adquirir três FREMM usadas para substituir as BD em meados da próxima década. Isso dava-te 6 fragatas  ASW muito semelhantes, três das quais com capacidades acrescidas AAW, o que facilita imenso a logística (“amadores discutem tática, profissionais discutem logística”, certo?) e te permite  ter 4 a 5 operacionais em situações de crise.

Eu acho que multiplicar sistemas de manutenção e logística só pode dar asneira (também não sou grande fã daquela visão de operar uma frota de caças mista para a FAP, por exemplo). Só depois disso contemplaria comprar fragata complementares para missões no litoral, por exemplo. Ai, se são EPC Full, FDI ou PPA já é outra conversa e outro tópico de discussão, já que cada uma terá as suas vantagens e desvantagens.
« Última modificação: Hoje às 03:02:21 pm por JohnM »
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7897 em: Hoje às 03:01:40 pm »
Se a tua preocupação é AAW, então as PPA Evo faria muito mais sentido, já que terão o mesmo CMS, radares, etc; que as Fremm Evo. Para além disso terão o dobro das VLS (64 células).
Exato… e se o custo for um problema, então que se comprem as EPC na versão Full italiana. Mais uma vez, logística, manutenção, treino de tripulações, tudo fica simplificado.
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7898 em: Hoje às 03:27:30 pm »
Mas terás o mesmo fornecedor,  radar, sistemas,  EW...

Acho arriscado. 

Racional, mas mais "previsível"...
João Pereira
 

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7899 em: Hoje às 03:36:59 pm »
é o que toda a gente faz...
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7900 em: Hoje às 03:42:00 pm »
é o que toda a gente faz...
Não há país ocidental nenhum que tenha mais que uma classe de navios AAW ou ASW… podem ter uma de cada, mas não duas do mesmo, e muito menos de países fornecedores diferentes, a não ser que sejam peças de museu, como a Grécia…
 

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LM

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7901 em: Hoje às 03:46:23 pm »
Como eu sou desconfiado e já fico contente com as 3 FREMM Evo... que depois venham 3 MMPC / EPC, que devem ser "Long Range Multipurpose (LRM)" (partindo do principio que têm a mesma capacidade ASW face à versão FCM); custo (e tripulações) vão ser factor mt importante na escolha das substitutas das M.
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7902 em: Hoje às 04:01:34 pm »
Vejo estas e as possíveis "outras" fragatas como meios fundamentais da nossa defesa aérea.
Por outro lado, na Ucrânia, temos percebido que um dos trunfos que os ucranianos têm utilizado na sua defesa aérea é o misto de sistemas que usam, além da quantidade obviamente.
Várias origens, métodos, conceitos, tecnologias... muito mais difíceis de "ultrapassar" do que ter apenas um tipo.
É daí que vem a minha lógica,  se é que tem, de termos "variedade".
Podem responder que essa variedade virá da FAP e EP, mas ainda assim...
João Pereira
 

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7903 em: Hoje às 04:06:47 pm »
Não, não é um trunfo.... ::)
 

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #7904 em: Hoje às 04:07:38 pm »
Na minha opinião, PPA EVO.

Muita coisa parecida, o mesmo estaleiro, economia de escala, enorme economia de formação e manutenção.

Se for fora do SAFE, New Mogami, feitas cá, pelo menos algumas...

Um pouco de whishful thinking...
Caso haja um SAFE 2.0 e haja também a necessária vontade de adquirir mais 2 a 3 Fragatas, quais seriam as ideais?
Continuar com as EVO, simplificando toda a logística e manutenção ou ter um novo tipo de fragata mais especializada em AAW e/ou GP?

Mesmo com SAFE 2.0 o cenário mais provável é que as 3 EVO sejam apenas complementadas pelas futuras corvetas MMPC.
Manpower à parte, uma MdG com 5 a 6 Fragatas modernas, coadjuvadas por umas 3 a 4 MMPC e uns 3 a 4 KSS-III batch 2 e estaríamos perante uma Armada a fazer juz a esse nome.
De volta ao trabalho, que apesar de (ainda) não pagar imposto, isto de sonhar acordado não é producente.
« Última modificação: Hoje às 04:33:03 pm por Bubas »