Isto está tudo bem, desde que claro, os americanos estejam de acordo.
A única razão porque eu acho que uma aeronave de asa fixa do tipo do Super Tucano não é adequada, é por causa do seu raio de acção e numero de horas em que consegue operar.
Uma aeronave como o ST não é adequada, no caso nacional, porque não temos pilotos nem pessoal de terra excedentário, para andar a esbanjar numa esquadra cuja aeronave tem limitações em tudo o que é cenário que não seja de baixa intensidade. O simples processo de comprar os ST, com a ideia de enviar 3 ou 4 para África, já exige um reforço da dotação de pessoal da esquadra (para viabilizar um destacamento), e gastar vários milhões a certificar e treinar pilotos para aquele tipo de missão.
Uma aeronave com capacidade para fazer um ataque com um torpedo anti-submarino, não é novidade nenhuma. Já os drones de ataque, são novidades e até ao momento o que vimos e que podemos ter como referência foi na Ucrânia. Num mar que é praticamente um grande lago salgado.
Os drones operaram contra navios junto à costa.
A palavra "drone" é uma generalização, que não especifica se se está a falar de UAVs, USVs, UUVs ou UGVs.
Neste caso, a utilização de um drone VTOL capaz de lançar pelo menos 1 torpedo, é a opção mais racional para dar a um NPO capacidade de atacar submarinos a distância "segura". Outra alternativa, é um módulo para VL ASROC ou similar, no próprio NPO, no entanto esta solução é capaz de ser mais dispendiosa. Idealmente, cada NPO teria acesso a um Lynx, mas já sabemos que isto nunca iria acontecer.
Os ucranianos desenvolveram drones para guerra na superfície do mar. O que eu estou a falar é em guerra anti-submarina. Utilizar sonares para detetar os submarinos e rapidamente agir contra eles, enquanto o navio que reboca o sonar foge.
Novamente, é mais rápido o NPO usar o seu próprio meio orgânico (neste caso UAV VTOL) capaz de lançar um torpedo, do que estar à espera que venha um ST de uma das ilhas, ou ter um ST "on station" a mamar combustível e a empastelar um piloto, só porque se ignorou alternativas.
Os USVs que falo, são USVs relativamente pequenos para detecção de submarinos, "espalhados" pela ZEE. Existe esse projecto.
A patrulha armada é algo que demora tempo e consome muito combustível. Neste caso, os F-16 tornam-se demasiado caros. A sua vantagem seria a velocidade, mas ainda assim, não resolveriam o problema como as aeronaves de asa fixa.
Patrulha armada com F-16? Mas ninguém falou disso. O F-16 é suposto ser um vector de ataque. F-16 com Harpoon, permitiam ter uma plataforma "de reacção rápida" contra ameaças de superfície, e em maior número que qualquer outro meio aéreo em Portugal.
Eu estou a pensar no que temos disponível e no que podemos utilizar se houver problemas com o fornecimento de peças para os P-3 que afinal são um produto da Lockeed Martin.
Se houver problemas no fornecimento de peças para P-3 e F-16, não são os ST que vão fazer a diferença. Também não existiriam nesse caso garantias de fornecimento de peças para os ST, não só porque os motores são americanos, como o ST é um avião brasileiro, país do BRICS, que por várias vezes se alinhou com a Rússia.
Isto num cenário a curto prazo, já num cenário em que se investe a sério na Defesa e a médio prazo, o EuroDrone seria europeu, e o MPA da Airbus idem, tal como o C-295 o é.
Hoje, caso haja receio de ficarmos com os P-3 inoperacionais, a solução óbvia é usar os VIMAR como solução de recursos para ASW - e para isso precisariam de modernização.
É evidente que estamos a nadar literalmente na manteiga, mas em tese, a possibilidade não me parece assim tão estranha.
Além disso, eu tenho a impressão de que a formação de pilotos para os habilitar a voar numa avioneta subsónica, é capaz de ser muito diferente do treino num caça. Evidentemente que não podemos em circunstância alguma pensar em transferir pilotos dos F-16 para Tucanos isso sim seria absurdo. Precisamos de mais pilotos, e sem assumir isto como uma urgência, é suicídio.
O problema é mesmo este. A probabilidade de, ao dar à esquadra de STs, missões de combate, seja necessário canalizar mais pessoal para ela. Como não tens falta de pessoal nas esquadras de F-16, na de P-3, de Merlin, etc, porque carga de água é que se criou a expectativa que de repente se consegue arranjar mais pessoal, não só para estas esquadras, como para a de ST?
Supostamente, os STs virão substituir os TB-30, numa esquadra que não tem qualquer vertente de combate. Será impossível manter os números originais de pessoal da esquadra, e querer que o novo avião faça várias missões adicionais, incluindo de combate.
A minha pergunta desde o início é: onde é que vão arranjar pessoal?
Uma deriva para os países do norte de África só ocorreria com a Argélia. Marrocos dificilmente cairá para já no "eixo do mal" e eu não estou a ver os argelinos a tomarem posições no Atlântico.
Dos países que têm capacidade militar, sim, realisticamente só a Argélia. Mas a Rússia continua empenhada em ter maior influência em África, e inclusive ter acesso a infraestrutura que lhes pode ser útil para projecção de força. É um erro grave achar que os russos nunca tentariam colocar meios aéreos, navais e até terrestres no continente africano, para ter outro vector de ataque contra a Europa.
Não é de forma alguma descabido que a Rússia tentasse usar um desses países como base de apoio para uma frota naval, e/ou para submarinos.
A verdade é que a Russia está sozinha. Nenhum país africano vai assumir posições frontais contra a Europa, porque isto da independência é tudo muito bonito, mas mais tarde ou mais cedo vão aparecer em Bruxelas de mão estendida. A Europa da NATO, é catorze vezes mais rica que a Russia.
Sozinha até pode estar no papel. Mas nós sabemos que o Eixo do Mal tem-se erguido, e que têm o apoio dos vários ditadores deste mundo. No caso de países africanos, basta países tipo Mauritânia e Niger permitirem (ou serem obrigados a permitir) a utilização de aeroportos, noutros casos, podem ceder "carne para canhão". Isto não é descabido.
Também não é descabido os russos, antes de iniciarem qualquer conflito com o resto da Europa, transitarem 2 Kirov, 1 Slava, 2 Udaloy, 2 Gorshkov e meia dúzia de submarinos e 2 navios de desembarque (e 1 ou 2 AOR), até ao Atlântico Sul. Usarem um porto amigo para reabastecer os seus navios. Decidirem invadir Cabo Verde, ou atacar directamente a Europa.
Achar que isto é "impossível", é um erro estratégico grave.
Mas em termos de armamento são iguais ou até superiores as VG e BD
Qualquer fragata que se compre para a Marinha, terá forçosamente que ter armamento superior às actuais (também não é difícil).
1- os NPO não foram construidos a pensar em guerra, 2- Os novos vão levar até 4 contentores mas vão sempre um apoio a um navio. Msm esses 4 contentores devido a sua localização no navio não vão poder tudo ser armas... Qual é a saturação de um npo para um ataque 10-20 maguras v5, quantos impactos aguentava?
Até radares bons têm dificuldades com eles...
Não importa em que é que os NPOs foram pensados. Uma Marinha que só tem 4 navios de guerra de superfície (ainda por cima fraquinhos), perante um conflito, não vai limitar-se à utilização destes.
Estes navios ou serão usados em combate, que é como quem diz, vigilância das nossas águas e tentar lidar com algumas ameaças que surjam, ou serão destruídos enquanto estão arrumados no Alfeite.
4 contentores de missão, não vão dar para tudo, obviamente. Mas a ideia nunca seria essa. Seria ter um determinado conjunto de equipamentos "fixos" (radar militar, Marlin + 2 RWS, provisões para mísseis AA de curto alcance, ECM/ESM, engodos, chaffs, flares), e depois outros equipamentos modulares que podiam ser trocados consoante o tipo de missão.
Os nossos NPOs, teriam que se preocupar muito mais com torpedos e mísseis anti-navio, do que com USVs suicidas, tendo em conta que o seu uso mais provável durante um conflito, seria defesa da nossa ZEE, e no meio do Atlântico, a probabilidade de um USV desses encontrar o nosso NPO, é praticamente nula.
Existiria potencial para os usar numa força tarefa nacional, sim, mas em cenários permissivos, e com uma configuração específica para a missão que é suposto desempenhar nessa força.