A opinião que aqui é expressa é interessante para a renovação dos meios da marinha. O artigo discute os méritos de adquirir uma versão "light" das FDI para a marinha grega. Refere os méritos de adquirir cascos de maior dimensão face aos meios que estão a ser considerados (corvetas), o potêncial para modernização no futuro e analisa as poupanças com as alterações de sensores e armamentos. Parece-me uma variante interessante para Portugal. Se uma FDI "full" custa ao redor de 420 milhões de euros, esta configutação permitiria poupar entre 100 a 120 milhões, pelo que percebi do artigo. Portanto, uma FDI por 300 milhões, concorrendo directamente com Type 31, TKMS A200, etc.
https://www.navalanalyses.com/2024/04/fdi-light-logical-choice-for-powerful.html
Atenção que esses valores serão no máximo referentes à construção dos navios, e não ao navio completo com todos os sensores e armamento.
Depois, nós temos 3 opções, ou ficamos reduzidos a 4/5 fragatas bem equipadas, ou aumentamos este número optando por fragatas "Light", ou escolhemos uma solução intermédia "hi-low".
Não podemos falar de fragatas sem mencionar o "elefante na sala": modernização das VdG. Tentar poupar uns tostões aqui e ali na escolha da fragata nova, mas ao mesmo tempo desperdiçar dinheiro numa modernização reles das VdG, é contraproducente.
O primeiro passo seria sempre cancelar esta modernização, e canalizar a verba para um programa de fragatas novas.
O segundo passo passaria por perceber como fica a história do Alfeite.
Se a Naval Group ficar a gerir o estaleiro, então faz sentido que as futuras fragatas sejam desta empresa e fabricadas parcialmente ou totalmente em Portugal. Da Naval Group, temos opções como as FDI, Gowind2500, Gowind 3100 e EPC. Podíamos optar por:
-4/5 FDI "Full"
-2/3 FDI "Full" + 3/4 EPC ou Gowind 3100
-4 FDI "Full" + 3 Gowind 2500 (substituindo os 4 NPO originais)
Se a Naval Group e o AA não tiverem qualquer tipo de ligação, então abre-se concurso para fragatas novas, com possibilidade de envolver um estaleiro nacional.
Neste concurso/concursos as possibilidades são imensas. O importante era definir que pelo menos parte dos navios teria que ter 32 VLS "strike length", e incluir capacidade AAW de longo alcance. De resto a lógica seria a mesma do exemplo acima, 4/5 fragatas boas, ou um misto "hi-low".
O outro elefante na sala, é que as propostas francesas não usam o ESSM Block II. Nós supostamente fazemos parte do consórcio, logo não faz sentido abdicar deste míssil. Das três uma:
-ou procuramos integrar o míssil em todos os navios da Naval Group que obtivéssemos;
-ou, numa solução hi-low, as FDI ficariam com CAMM/CAMM-ER (quad-packed) + Aster 30 e umas Gowind/EPC ficariam com Mk-41 e ESSM Block II;
-ou abdica-se do ESSM nas fragatas, e este míssil passa a equipar outros tipos de navios (NPOs modernizados, navio anfíbio, USVs grandes com módulos contentorizados...).