Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #496 em: Abril 11, 2014, 05:19:19 pm »
http://en.itar-tass.com/russia/727470

Foreign Minister: Russia has no intention to incorporate south-eastern regions of Ukraine

Russia  April 11, 19:11 UTC+4

“We don’t have either our servicemen or our agents there,” Foreign Minister Sergei Lavrov says

PETROPAVLOVSK KAMCHATSKY, April 11. /ITAR-TASS/. Russia has no intention to incorporate south-eastern regions of Ukraine, Foreign Minister Sergey Lavrov said.
“We can have no such intentions. This would run counter to the vital interests of Russia,” he said in a special issue of Vladimir Solovyov’s show on the Rossiya 1 television channel.
Lavrov also thinks that there is no need to deploy peacekeepers in Ukraine. “I don’t think we should talk about peacekeepers or UN Security Council decisions for that matter,” the minister said.
He believes that “the present Ukrainian authorities should realise their responsibility for their country and invite all regions, without exception, to start a dialogue,” he said.
Russia doesn't have any servicemen in southern Ukraine
There are neither Russian troops nor agents of Russian secret services in southeastern Ukraine, Foreign Minister Sergei Lavrov said.

“We don’t have either our servicemen or our agents there,” Lavrov said. “There are Russian citizens there and some of them have been shown in a chain of newscasts and programs. A guy who came from (the southern Russian city of) Volgograd, for instance, and some other people who came from other places, but I see no surprise in it.”
“If you recall the Maidan (Kiev’s notorious Independence Square that was the epicenter of amassed oppositionist protests and violent street actions from the end of last November through to March - ITAR-TASS), you could see all sorts of creatures there, even some obscure Swedish extremists but nothing of the kind is happening in the southeast of Ukraine,” Lavrov added.
“We’re accused of having placed some secret agents there but we didn’t place anyone and there are no Russian servicemen there either by convention,” Lavrov said. “Still, there are people who were driven to the point of despair. When they hoisted Russian flags and crying out ‘Putin please save us from the fascists,’ this was the guilt of those in Kiev who had declared themselves a government.”
“You just can’t shirk communications with people,” he said.
“As the call, so the echo”
 Russian Foreign Minister Sergei Lavrov has recommended Russia’s Western partners to finally realize that international relations should be based on reciprocity and that “as the call, so the echo.”

“What we are having now, and we know it only too well, that ahead of voting at the United Nations General Assembly on the resolution in support of the so-to-say sovereignty of Ukraine, including Crimea, is an anti-Russian step,” he told the special issue of the Sunday Evening With Vladimir Solovyov programme on Russia 1 television channel on Friday. “US ambassadors skipped no capital city and in each of these cities they used to say in a rather insolent manner: ‘You must vote in favour of this resolution!’ And threatened and blackmailed those who said they did not share this point of view - we are aware of that. I cannot list the countries and furnish the names, but it is what is going on.”

“But now, there are visible and invisible sanctions bordering on absurd, when journalists are banned to do their jobs,” Lavrov went on to say. “Apart from what is seen on the surface, we know that envoys have been commissioned to every corner of the world and that American and European ambassadors have been tasked to force various countries to freeze normal every-day working contacts with our representatives. Here, in Moscow, EU and US ambassadors also seem to have agreed to reduce communication with us on the issues they think are of interest for us and proceeding from the fact that they are sure to communicate with us on issues of interest for them.”
The minister called to “realize a very simple thing that international relations are based on reciprocity and that as the call, so the echo.” “We are not going to take revenge on anyone, to do anything to spite anyone, we will simply be showing balanced approaches to the concrete situation that emerge,” he added.

“By the way, when arrogant statements are made about some new sanctions against us, it is often funny to hear what follows them,” he noted. “For instance, NATO announced the freezing of the majority of practical projects, including the helicopter project for Afghanistan. But this is the project that is geared to jointly ensure the servicing of Soviet and Russian rotorcraft, spare part deliveries and training of pilots and maintenance personnel. But after announcing these sanctions, one of the NATO secretary general’s deputies told a journalist that the alliance was aware that this was a very important sphere in terms of practical results and that the alliance would try to find ways to continue cooperation in this sphere in other formats.”
“It means that the Russia-NATO Council would stay away from this project, whereas NATO member countries would have to look for ways to continue such projects under another umbrella,” he explained. “It only proves the groundlessness of such approaches, their ‘cut- off-your-nose-to-spite-your-face’ logic.
"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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mafarrico

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Lusitano89

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #498 em: Abril 12, 2014, 11:57:44 am »
Ucrânia. Zona de influência russa?
Alexandre Reis Rodrigues



Pelos sinais que nos chegam da crise ucraniana, em especial da parte dos dois protagonistas externos - EUA e Rússia -, já se tornou claro que nem nem outro querem que a situação se agrave. Isso não vai evitar, porém, que a crise se prolongue, entre altos e baixos que se irão alternando ao longo do tempo, mas sem alterações relevantes, muito menos no curto prazo.

Mesmo que Moscovo esteja a ser verdadeiro nas declarações que faz sobre não ter intenções de invadir de novo a Ucrânia, não é provável que decida brevemente a retirada dos 40.000 efetivos militares russos, colocados ao longo da fronteira leste. É um elemento de pressão de que Moscovo não quererá prescindir enquanto não tiver garantido os seus objetivos principais, particularmente agora que os EUA aumentaram a sua presença naval no Mar Negro.
 
A única certeza que podemos ter de momento é que a Crimeia não voltará a ser território ucraniano mas este ponto também já só é motivo de preocupação para a comunidade dos tártaros que, por muitas boas razões, não quer voltar a ficar sob a administração russa. Apesar da condenação que a anexação da península suscitou,como flagrante violação do Direito Internacional, assume-se como um facto consumado que não vai dar origem a uma resposta militar, seja da Ucrânia, seja do Ocidente.

Neste momento, não obstante os tons escuros em que a situação se mantêm, ter-se-á entrado na fase de identificar o que cada lado exige da outra parte para resolver o diferendo. Há dois pontos a clarificar - as ligações da Ucrânia com a NATO e a União Europeia - mas o âmago do problema, o que está na base desses dois assuntos, é a questão da "esfera de influência", que Moscovo procura recuperar, ou pelo menos, não deixar reduzir mais.

É uma questão típica de relações internacionais que, ao contrário do que alguns pretendem, não terminou com o fim da Guerra Fria. Continua a fazer parte das disputas entre grandes potências mas, no caso em apreço com uma particularidade que a torna especialmente complexa. A disputa começa dentro do País em causa, com a população dividida, em termos muito semelhantes, entre a opção de se associar à esfera ocidental ou à esfera russa. Se a vontade da população prevalecer, então o País corre o risco de acabar partilhado entre duas esferas de influência. Por isso se tem falado, com alguma insistência, para uma solução federal, mas, para tornar isso possível, os extremos teriam que se aproximar.

Em 2008, a propósito da crise na Geórgia, Kissinger lembrava que o facto de não advogar o apressar da entrada da Geórgia e da Ucrânia na NATO não deveria ser
interpretado como apoio ao reconhecimento de uma zona de influência russa na Europa do Leste. Naturalmente, os EUA poderão sempre disputar essa influência,
como recomendava Kissinger, mas isso não evita que – goste-se ou não – a influência exista e, por vezes, de forma determinante.

No entanto, no período que se seguiu imediatamente ao fim da Guerra Fria, os EUA nem precisaram de disputar o que quer que fosse. Limitaram-se a ocupar o vazio deixado pela implosão da União Soviética na sua antiga área de influência, aliás, em resposta às aspirações dos respetivos Países que, cansados do domínio
soviético, queriam passar para a esfera ocidental. Os EUA fizeram exatamente aquilo que se esperava de uma grande potência com interesses globais.

O caso da Ucrânia, porém, é diferente, como se referiu atrás. Na sua metade leste, a estreita proximidade política, económica e cultural que existe com a Rússia contraria qualquer solução política de associação ao Ocidente. Infelizmente, a forma como o País se encontra dividido sobre este tema não tem sido devidamente tida em conta mesmo internamente, quer pelas lideranças ucranianas que queriam ver

o País alinhado com o Ocidente (Yuschenko), quer pelos que favoreciam o desfecho contrário (Yanukovich). Externamente, esta particularidade da Ucrânia também não foi reconhecida, quer pela NATO, quer pela União Europeia, que foram sempre avançando com os seus projetos, malgrado estarem a contribuir para uma acentuação da divisão interna do País.

Hoje, porém, há um facto novo em cima da mesa: as declarações do presidente Obama afirmando que a Ucrânia não é membro da NATO devido à sua estreita e complexa relação histórica de Kiev com Moscovo. Com estas declarações, Obama está a admitir que existe uma esfera de influência russa mas falta saber, como irá, na prática, este novo posicionamento dos EUA repercutir-se sobre a postura da NATO e como se ajustará a União Europeia.

Vai demorar algum tempo a perceber o desfecho desta nova situação. Os discursos políticos, quer no campo da Aliança e europeu, quer no campo russo, vão evitar deixar transparecer as cedências que acabarão por ter que ser feitas de parte a parte, para se sair do atual impasse. Na última cimeira de ministros de Negócios Estrangeiros da NATO (1 de abril), ficou acordado que seriam tomadas medidas para reforçar as capacidades de ucranianas de garantir a sua própria segurança e decidiu-se reforçar o Gabinete de ligação da NATO em Kiev. A União Europeia também não perdeu tempo a assinar, em termos políticos, um novo Acordo de
Associação com o Governo provisório da Ucrânia.

Parece que nada se alterou, à exceção da situação na Crimeia. No entanto, não será só aí que nada vai ficar como anteriormente. Só não se sabe os seus futuros contornos. Vamos ter que aguardar pela Cimeira NATO de setembro no País de Gales e pelo desfecho das eleições presidenciais de maio na Ucrânia que determinarão o seguimento do acordo com a UE.

Jornal Defesa
 

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #500 em: Abril 13, 2014, 02:38:25 am »
ponto da situação da insurreição no leste da ucrania

http://rt.com/news/rally-donetsk-slavyansk-ukraine-160/

destaco estes dois videos

berkut, humilhados pelos nazistas de kiev recebidos acalorosamente em Donetsk


inicio do assalto a estação de policia em  kramatorsk 12 de abril 2014

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #502 em: Abril 14, 2014, 09:03:00 pm »
A situação na Ucrânia esta cada vez mais complicada e cada vez é mais provavel que venha a degenerar numa guerra civil, numa invasão Russa ou em ambas.

No mar negro os Russos já fazem voos rentes aos contratorpedeiros americanos como forma de intimidação. por outro lado os EUA equacionam enviar ajuda militar mais do que as simples rações de combate.
 

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #503 em: Abril 14, 2014, 09:31:17 pm »
ontem à noite nas Nações Unidas

posição russa pode ser ouvida no 2º, 3º e 4º video

http://rt.com/news/security-council-ukr ... lence-312/

hoje a confirmação do que fontes russas disseram ontem - director da CIA esteve em Kiev a semana passada,

http://www.reuters.com/article/2014/04/ ... DH20140414

acontecimentos de hoje

http://www.kyivpost.com/content/ukraine ... 43380.html

http://voiceofrussia.com/2014_04_14/Ukr ... ATES-0336/

o factor russo



Gorlovka 14 Abril 2014



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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #504 em: Abril 15, 2014, 09:13:18 am »
http://www.military.com/daily-news/2014/04/14/russian-jet-makes-multiple-passes-by-us-destroyer.html?ESRC=todayinmil.sm

Lá andam os Russos a provocar os americanos (mais uma vez)... :twisted:
Citar
The Russian Jet never flew directly over the Arleigh Burke Class destroyer Donald Cook but at one point made a pass at 500 feet within 1,000 yards of the ship, Pentagon officials said.


Cumprimentos
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #505 em: Abril 15, 2014, 02:13:12 pm »
E uma resumida explicação do porquê de tudo isto.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #506 em: Abril 15, 2014, 07:16:58 pm »
Podemos já falar numa situação de pré guerra civil. Há relatos que Kiev além do exercito está a utilizar milicias do Svoboda e Sector de Direita.

Resumindo... isto não vai correr nada bem para o regime de Kiev
 

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #507 em: Abril 15, 2014, 10:00:18 pm »
Inicio de uma ofensiva ucraniana?

Mais opiniões da população que vale a pena serem ouvidas.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #508 em: Abril 16, 2014, 11:43:01 am »
Parece que os Russos aprenderam algo com a invasão da Crimeia, desta vez não há veiculos com matricula Russa e até mesmo cores russas pintadas. No entanto torna-se obvio que existem forças especiais Russas a actuar na Ucrânia mas que apenas aparecem em momentos e pontos chave e depois desaparecem. Aquele grupo extremamente bem organizado e com AK-47 que apareceram para tomar a esquadra da policia só podia ser Russo.
 

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mafets

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"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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