REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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LM

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3735 em: Junho 26, 2025, 11:58:39 am »
A Tekever - líder e portuguesa - é até fácil de justificar, pois vigilância é algo que o "contribuinte votante" aprecia; daí eu parecer comissionista da Tekever e julgar prioritário sobre meios mais "militarizados" e de outras capacidades - alguns AR5 na FAP deviam permitir, por exemplo, um acompanhamento dos meios navais russos na nossa costa muito interessante (até de "analise eletrónica").

Relembro que o CEO da Tekever sempre disse que os ramos tiveram e têm interesse, nunca tiveram foi orçamento...   
« Última modificação: Junho 27, 2025, 01:35:25 am por LM »
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 
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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3736 em: Junho 26, 2025, 02:48:55 pm »
Eu só exigia mesmo 2% REAIS nas FA.
Não era preciso mais.

Como e vende isto publicamente? Como se vendeu a compra dos KC e dos ST. Retorno para economia, postos de trabalho etc...

Continua a fazer-me muita confusão porque não se investiu mais na Tekever por exemplo

O problema é que o grosso das nossas necessidades não se resolve com produtos nacionais. Existem programas de reequipamento que não teriam qualquer envolvimento nacional, porque o país não vai consegue absorver capacidade industrial de tudo e mais alguma coisa.

Alguns programas podem e devem ser resolvidos com envolvimento da indústria nacional, outros inevitavelmente não terão esse envolvimento.

É preciso é decidir bem que programas fazem sentido ter envolvimento nacional, e que programas devemos remeter-nos a uma simples aquisição.
Depois é preciso justificar bem.

Gastar mais 1000M/ano em Defesa não é nada de outro mundo. É acabarem com fantasias de mega obras públicas e rotundas desnecessárias, e de repente surge o dinheiro. Ao mesmo tempo que se cria uma indústria de Defesa com pés e cabeça, que realmente gera retorno anual que compense estes gastos com a Defesa.

A Tekever - líder e portuguesa - é até fácil de justificar, pois vigilância é algo que o "contribuinte votante" aprecia; daí eu parecer comissionista da Tekever e julgar prioritário sobre meios mais "militarizados" e de outras capacidades - alguns AR5 na FAP deviam permitir, por exemplo, um acompanhamento dos meios navais russos na nossa costa muito interessante (até de "analise eletrotécnica").

Relembro que o CEO da Tekever sempre disse que os ramos tiveram e têm interesse, nunca tiveram foi orçamento...   

Discordo com a parte a negrito. A compra de drones à Tekever, apesar de necessária, não pode ser considerada prioritária face às outras necessidades.

Faz sentido adquirir drones nacionais? Sim. Faz sentido adquirir alguns AR5, quantidades apreciáveis de AR3/AR3 VTOL, incluindo variante EW e variantes munição, faz sentido investir no desenvolvimento dos Ogassa, e nos VTOne, etc? Sim. Faz sentido ignorar as outras lacunas? Não.

Prioridades mesmo, que possam ser executados num prazo relativamente curto, é a sustentação e compra de armamento para as frotas F-16, P-3, Tridente e BD, e pela compra de sistemas VSHORAD e MRAD. Sem isto, tudo o resto nas FA passa a ser peso morto.

Ao mesmo nível de prioridade, estaria a compra de fragata novas, mas com uma probabilidade ainda menor de acontecer.
 

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LM

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3737 em: Junho 26, 2025, 03:09:55 pm »
A prioridade AR5 é por eu ser pessimista e duvidar da capacidade - orçamental e, talvez, contratual da Força Aérea - de ter ambos os projectos em paralelo; e porque - posso estar a ser injusto - julgo que a Força Aérea tem ainda de criar doutrina para uso de drones "a sério" e diminuir possíveis "resistências", desenvolver estruturas, etc (e o AR5 aí permite perceberem a vantagem, a nível de vigilância naval). E, confesso, porque permite entretanto perceber o status do "Eurodrone MALE UAV" e apostar nesse (mesmo atrasando ter essa capacidade).
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Drecas

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3738 em: Junho 26, 2025, 03:21:57 pm »
AR3 faz sentido como prioridade

A nossa artilharia está literalmente "cega"

Os radares estão obsoletos e são demasiado poucos

AR3, a um Pelotão por CAG seria um salto significativo para a artilharia

E um excelente complemento para novos radares de contra bateria
 

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LM

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3739 em: Junho 26, 2025, 03:35:15 pm »
AR3 faz sentido como prioridade

A nossa artilharia está literalmente "cega"

Os radares estão obsoletos e são demasiado poucos

AR3, a um Pelotão por CAG seria um salto significativo para a artilharia

E um excelente complemento para novos radares de contra bateria

O Exército pode sempre verificar o trabalho na Ucrânia => https://www.tekever.com/news/%F0%9F%87%BA%F0%9F%87%A6-tekever-x-ukraine-black-forest-battlefield-case-study/
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Ghidra

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3740 em: Junho 26, 2025, 09:31:09 pm »
Claramente os drones da tekever têm de ser uma prioridade não só para artilharia como também para a marinha vigiar a zee... Até porque o João está quase ai pelo menos uns ar3 para ele
 

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3741 em: Junho 26, 2025, 10:34:23 pm »
A prioridade AR5 é por eu ser pessimista e duvidar da capacidade - orçamental e, talvez, contratual da Força Aérea - de ter ambos os projectos em paralelo; e porque - posso estar a ser injusto - julgo que a Força Aérea tem ainda de criar doutrina para uso de drones "a sério" e diminuir possíveis "resistências", desenvolver estruturas, etc (e o AR5 aí permite perceberem a vantagem, a nível de vigilância naval). E, confesso, porque permite entretanto perceber o status do "Eurodrone MALE UAV" e apostar nesse (mesmo atrasando ter essa capacidade).

Concordo com a necessidade de se comprar alguns AR5. Mas lá está, alguns, por exemplo meia dúzia para patrulha marítima e 3 para testes. Para a MGP é difícil justificar o AR5, pelo menos para já. Vai depender da viabilidade de utilização no PNM. Para o EP, diria que só fazem sentido se o radar SAR for bom para vigilância do campo de batalha. Caso contrário, o AR3 e outros drones desta classe servem perfeitamente.

Depois não esquecer que o AR5 dará lugar ao ARX. Não faz sentido investir assim tanto no AR5, quando pouco tempo depois vai surgir um modelo maior e melhor da mesma empresa.

O AR3 é outra coisa... para unidades de artilharia e morteiros, para unidades de reconhecimento, para operar a partir de navios, e ainda a versão EW, e um evential desenvolvimento de uma versão suicida, tornam o AR3 muito mais interessante para as FA.

Não esquecer ainda as outras duas empresas, com os seus VTOne e Ogassa (o primeiro com mais potencial enquanto munição, e o segundo com um payload maior).


Atenção, que o AR5, e mesmo o ARX, não podem ser vistos como algum tipo de solução stop-gap até uma hipotética compra do EuroDrone. O AR5 está para o EuroDrone, como os Chipmunk estão para os F-16.

Para criar doutrinas para um futuro UCAV MALE (e possivelmente com múltiplas variantes) como o EuroDrone, o mais lógico é comprar uns MQ-1C em segunda-mão, ou em alternativa, uns Hermes 900 ou Anka turcos, já preparados para operações de vigilância e ataque.
Estes UCAVs "stop-gap", depois da hipotética entrada em serviço dos EuroDrone, podiam passar a plataformas de testes, quem sabe, de munições nacionais, e até mesmo uma versão mais pesada e poderosa do radar da Tekever.
 

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PTWolf

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3742 em: Junho 27, 2025, 02:40:57 pm »
DC estamos de acordo, obviamente que nem tudo pode ser comprado com recurso à industria nacional.

Mas no possivel, acredito que podemos e devemos envolver a industria nacional. Dei o exemplo da Tekever, mas ainda agora na cimeira da NATO o PM falou na nossa capacidade da industria textil para suportar as FA. Mas, Quanto material textil foi adquirido a empresas nacionais??

É um pouco por aqui.

Acredito que muito do investimento que é necessario fazer, pode ser feito com o envolvimento de empresas nacionais e que isso é facilmente "vendavel" para a opinião publica.

Obviamente que não temos capacidade nacional para caças, artilharia etc etc e ai teremos que recorrer ao que exista fora e ai eu sempre defendia que Portugal deveria apostar em Qualidade, ainda que em menor quantidade. Podemos ter umas FA espartanas em numero mas que superem em qualidade
 

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ricardonunes

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3743 em: Julho 01, 2025, 03:20:58 am »


Agora é que vai

Bares de praças com slot machines

Bares de sargentos com roletas

Bares de oficiais mesas de poker

Tudo patrocinado pela Solverde.....

Potius mori quam foedari
 
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ricardonunes

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3744 em: Julho 01, 2025, 03:28:14 am »
3.5% do PIB em investimento???
Em funcionamento ???

É como no GALE, o capitão manda ir comprar um presépio a Fátima porque estava com excesso de tesouraria para o esquadrão de apoio e serviços .

Um pequeno pormenor, não existe falta de dinheiro, existe má gestão.

E como esta do presépio, tenho a certeza que existe neste fórum quem tenha algo parecido para partilhar   
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P44

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3745 em: Julho 01, 2025, 06:48:16 am »
Só quem for muito tolinho é que vai acreditar
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Viajante

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3746 em: Julho 01, 2025, 10:35:18 am »
3.5% do PIB em investimento???
Em funcionamento ???

É como no GALE, o capitão manda ir comprar um presépio a Fátima porque estava com excesso de tesouraria para o esquadrão de apoio e serviços .

Um pequeno pormenor, não existe falta de dinheiro, existe má gestão.

E como esta do presépio, tenho a certeza que existe neste fórum quem tenha algo parecido para partilhar

Diz-se até que o FSB vai passar a investir mais em Portugal para perceber onde vamos gastar tanto dinheiro em Defesa e se somos uma ameaça ao querido líder e ao menor país do mundo, que tenta a custo ganhar mais km2 na Ucrãnia, para se sentir mais seguro! O facto do país ter mais de 7000km em linha recta, ainda é pouco para se sentir seguro (nem sei para que vamos investir em baterias aéreas, já que nós só temos pouco mais de 200km de profundidade)! Investir ainda mais no PCP também não parece uma solução válida, porque o partido cada vez encolhe mais de tamanho!!!! A RT e a Sputnik vão instalar-se por cá. Vai haver um aumento de boots e trolls e também vão instalar mais sistemas de videovigilãncia sobre Bases, Quarteis e Ministérios!

O Nuno Melo vai ter mais ouvintes russos que nacionais!  :mrgreen:
« Última modificação: Julho 01, 2025, 10:39:31 am por Viajante »
 

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3747 em: Julho 01, 2025, 02:45:31 pm »
DC estamos de acordo, obviamente que nem tudo pode ser comprado com recurso à industria nacional.

Mas no possivel, acredito que podemos e devemos envolver a industria nacional. Dei o exemplo da Tekever, mas ainda agora na cimeira da NATO o PM falou na nossa capacidade da industria textil para suportar as FA. Mas, Quanto material textil foi adquirido a empresas nacionais??

É um pouco por aqui.

Acredito que muito do investimento que é necessario fazer, pode ser feito com o envolvimento de empresas nacionais e que isso é facilmente "vendavel" para a opinião publica.

Obviamente que não temos capacidade nacional para caças, artilharia etc etc e ai teremos que recorrer ao que exista fora e ai eu sempre defendia que Portugal deveria apostar em Qualidade, ainda que em menor quantidade. Podemos ter umas FA espartanas em numero mas que superem em qualidade

Sim, parte do investimento deveria ser feito na indústria nacional. Simplesmente não podemos fazer disso o principal e único critério na escolha de prioridades.

Existem programas em que é possível, outros programa em que não é e outros programas em que pode haver envolvimento parcial da indústria (exemplo, na compra de sistemas VSHORAD, abrir uma unidade de produção do míssil, ou para sistemas MRAD, abrir unidade de produção de lançadores).

O problema que hoje temos, é que estão a dar prioridade a meios que tenham envolvimento da indústria nacional e/ou duplo-uso. Por outras palavras, como não produzimos AMRAAM, ESSM, torpedos, AIM-9X, etc, e estes não são duplo-uso, vamos ter um monte de navios e aeronaves desarmados?

Se este tema for levado a sério, existe potencial para resolver as lacunas e ao mesmo tempo que uma boa parte dos programas tenha retorno. Se não for, vamos continuar com umas FA incapazes de lidar com qualquer ameaça.
 

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Malagueta

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3748 em: Julho 02, 2025, 05:58:35 pm »
https://eco.sapo.pt/2025/07/02/general-valenca-pinto-defende-recriacao-de-uma-direcao-geral-de-armamento/

Oex-chefe militar general Valença Pinto alertou hoje para um “estranho grau de desconhecimento” entre Estado, academia e indústrias de Defesa, e pediu a recriação de uma direção-geral de armamento “com autonomia própria” no Ministério da Defesa.

“Do que eu venho observando retiro que a nossa principal dificuldade é um estranho grau de desconhecimento mútuo entre os principais atores prejudicando, para não dizer quase inviabilizando, a noção clara que é em conjunto que podemos fazer bom caminho”, alertou o general Valença Pinto, presidente da EuroDefense Portugal.


O militar falava na abertura de um seminário sobre economia de Defesa, organizado pela AIP – Associação Industrial Portuguesa e pela EuroDefense Portugal, sob o tema “Estratégias e impactos no novo contexto geopolítico”, em Lisboa.

O antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) entre 2006 e 2011 referia-se ao Estado, que inclui as Forças Armadas, à academia e às indústrias de Defesa, realçando que é preciso que estes intervenientes sejam “conhecedores das necessidades e potencialidades de uns e de outros e todos estejam cientes que o exercício de mudança implica também uma aposta no duplo uso”.

Esse duplo uso, de acordo com o militar, não pode ficar apenas pelo produto de uso militar e civil mas estender-se à tecnologia.

Cerca de uma semana depois de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ter decidido aumentar o seu investimento em Defesa para 5% do Produto Interno Bruto até 2035, o general afirmou que “alguns podem pensar que recentes decisões políticas de alcance financeiro geram a importância deste tema”.

Sem descurar que estas decisões trazem uma maior atualidade ao tema, Valença Pinto realçou que “a sua importância objetiva reside na posição de fragilidade em que a Europa se deixou cair e na muito difícil conjuntura geopolítica que o continente enfrenta”.

Destacando que a indústria de Defesa, apesar de pequena, é “inovadora e tecnologicamente diferenciada”, o general avisou que o país vive um “momento de grande oportunidade” no qual “não pode falhar por obrigação e interesse próprio”.

Dirigindo-se ao secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco, Valença Pinto apelou para que seja recriada uma direção-geral de armamento “com autonomia própria” no Ministério da Defesa Nacional.

Em 2014, o governo de Passos Coelho procedeu à fusão da Direção-Geral de Armamento e Infraestruturas de Defesa e da Direção-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar, na nova Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN).

70% a 80% das aquisições de Defesa europeias vêm de fora da UE
De seguida, o governante do CDS-PP deixou um apelo aos empresários portugueses: “Sejam parceiros das Forças Armadas e beneficiem das muitas oportunidades que nos surgem e que vão ainda surgir mais”.

Álvaro Castelo Branco recordou o objetivo do Governo de atingir os 2% do PIB em despesas militares até ao final do ano, o que implica um reforço de investimento de cerca de mil milhões de euros, de acordo com contas do executivo, através de “um plano credível”.

O secretário de Estado apontou que “cerca de 70 a 80% das aquisições de Defesa europeias vêm de fora da União Europeia” e defendeu a necessidade de produzir mais na Europa.

“Atravessamos um momento histórico que devemos encarar como uma oportunidade, que o país não pode desperdiçar”, avisou.

O presidente da AIP considerou que o debate em Portugal “está excessivamente concentrado” nos efeitos que o crescimento da despesa em Defesa terá nas contas públicas “e não tanto nas consequências que esse investimento terá para o crescimento da economia nacional”.

AIP vai apoiar empresas a submeterem candidaturas a fundos
José Eduardo Carvalho realçou que “os países da União Europeia que mais investem na Defesa são os que apresentam as maiores taxas de crescimento”.

O responsável alertou que existe “pouca informação estatística sobre o contributo da indústria da Defesa na economia nacional” e que os dados divulgados por algumas instituições estão desatualizados.

A AIP está a trabalhar num projeto que pretende auxiliar as empresas portuguesas a satisfazer os requisitos e exigências no acesso a determinados instrumentos de investimento financeiro na área do setor da Defesa.

José Eduardo Carvalho revelou que a AIP irá apoiar as empresas a submeter 10 candidaturas em 2026, mais 15 em 2027 e 15 e, 2028.
 

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3749 em: Julho 03, 2025, 03:23:50 pm »
Mais uma ideia descabida, que não vai resolver nada e apenas servirá de pretexto para distribuir tachos.

Primeiro, o que devia acontecer era uma elaboração criteriosa das necessidades das FA. E depois, ter uma indústria que se adapta a estas necessidades e às necessidades do mercado internacional.

Actualmente a sensação que dá é que vão tentar forçar as FA a adquirir produtos que não precisem, só porque foram produzidos em Portugal.


Segundo, se 70-80% dos gastos europeus com a Defesa vão para aquisições de produtos de fora da UE, não vai ser com tralha de "duplo-uso" que se vai contrariar esta tendência.
Uma grande percentagem dos produtos militares que a Europa importa, são produtos que não têm duplo-uso civil/militar. Caças 5G, munições, CCs, IFVs, baterias AA, artilharia, morteiros, etc, não são propriamente de duplo-uso com base na definição deste termo.


Eu convidaria que, das duas uma, ou se elimine de vez a fantochada do duplo-uso, ou que se actualize este termo para ser mais abrangente nos seus critérios.

Para mim, os caças seriam de duplo-uso neste novo conceito, pois os F-16 em QRA defendem o espaço aéreo nacional contra ameaças militares e terroristas, e por sua vez protegem infraestruturas civis.
Sistemas MRAD e BMD seriam de duplo-uso por permitirem defender infraestruturas militares, civis e centros urbanos.
Submarinos e fragatas permitem defender os corredores marítimos, escoltar embarcações civis, combate ao narcotráfico e pirararia, etc.
E por aí em diante.

Existirão meios que não têm duplo-uso óbvio, mas o investimento neste tipo de meios tende a ser bastante inferior quando comparado com os exemplos acima, e mesmo assim dá para argumentar que fazem parte de todo um dispositivo para a Defesa do país, e consequentemente da sua população. Até mísseis balísticos, pelo seu poder de dissuasão, estão indirectamente a defender infraestruturas civis.


Com a definição actual de duplo-uso, corremos o risco de só adquirir material com base neste critério, tornando as FA uma Protecção Civil 2.0, mas muito mais cara, e que fundamentalmente não terá capacidade de cumprir a sua principal função, de combater em caso de necessidade.