"A quantidade é uma qualidade"... logo mil milhões em um navio é errado.
Dá um exemplo de um navio de combate de 1000 milhões, e como alternativa dá o exemplo de 2 fragatas de 100 milhões (algo que não existe). Em alternativa às fragatas de 100 milhões que não existem, opta por OPVs que "fazem o mesmo".
Nesse mesmo exemplo, supõe-se que 1 navio é afundado em ambos os casos, e que a facilidade de afundar um navio de 1000 milhões, é igual à de afundar um OPV de 100 milhões. É de supor que o inimigo só possui uma munição, e portanto não tem capacidade de afundar os 2 poderosos OPVs portugueses?
É que para afundar uma fragata de 1000 milhões, pode ser necessário o lançamento de 20 ou mais mísseis anti-navio modernos, para que pelo menos 1 ou 2 passem pelas suas defesas e atinjam o navio. Será que se pode dizer o mesmo dos OPVs/fragatas de 100 milhões?
É que mesmo num cenário hipotético, em que esses OPVs tenham SeaSparrow, ou até mesmo VL MICA ou CAMM, helicópteros com os velhinhos Sea Skua ou Penguin seriam uma tremenda ameaça a estes navios, algo que não aconteceria numa fragata de 1000 milhões.
Quando a ambição destes navios passa por serem o mais baratos e limitados possíveis, com o pretexto de fazer número, chegamos ao ponto em que a vantagem do número é anulada, porque os navios em causa serão tão limitados, que o adversário tem ainda mais formas de afundar os ditos navios, sem gastar munições caras, nem colocar em risco os seus meios lançadores.
Eu ainda aceitava, se o argumento usado, fosse, em vez de se gastar 1000 milhões por cada fragata, compravam-se fragatas de 500 milhões, e portanto um orçamento de 5000 milhões, dava para 10 fragatas ao invés de apenas 5. Ou que em vez de fragatas de 1000 milhões, compravam-se fragatas de 700 milhões, que uma verba de 5000 milhões permitia comprar 7. Agora passar de fragatas de 1000 milhões, para barcaças de 100, é absurdo.
O que também é absurdo, é continuar a ideia de que se vai pegar no PNM, e usá-lo (um navio civil!) para fazer "testes" e "estudos" para futuros navios combatentes. É que não só a substituição de fragatas já era para ontem, como qualquer fruto destes testes, só será recolhido uns 10 anos após o PNM ter entrado ao serviço, e terem sido feitos extensos testes com drones, IA, etc. Obviamente que isto em termos de prazos, não faz sentido nenhum, e só vai empatar a substituição das fragatas.
Faz muito mais sentido, cancelar o NAVPOL, e usar o PNM para criar doutrinas, conceitos de emprego e tecnologias, para serem maioritariamente embarcadas num futuro LHD/LPD de convés corrido e capaz de operar drones maiores.