Já que é provável que a Bélgica venha a adquirir algumas das novas classe M para a sua marinha, então mais valia adquirir de uma só vez as quatro KD modernizadas e vender as BD ao Chile, por exemplo. Mas, sinceramente, não acho que seja um cenário realista. Primeiro, por que implicaria gastar dinheiro e segundo, por que os holandeses e os belgas devem preferir vender os navios excedentários a aliados do leste europeu — assim de repente, ocorre-me que a Bulgária e a Roménia devem necessitar de substituir as suas fragatas daqui a alguns anos.
As necessidades de rearmamento a leste seriam, todavia, uma excelente oportunidade para Portugal, na eventualidade de se decidir vender as Meko. Os dois países acima mencionados, ou mesmo a Polónia, porventura estariam interessados na aquisição das nossas Meko e, certamente, lhes dariam uma modernização condigna.
Do modo rápido como as relações com a Rússia estão a evoluir, antevejo num futuro próximo o relaxamento das regras do euro relativamente aos défices excessivos, ou a aprovação de uma regra que isente as despesas militares para efeitos de contabilização dos défices nacionais. É a única forma de os países europeus levarem o investimento em defesa a sério. Até lá, só vamos ouvir os habituais discursos de circunstância. No entanto, se tal cenário se confirmar, então é que vai ser um fartote, com o incremento exponencial em despesas militares, ou mesmo de tentativas chicho-espertas de englobar buracos tipo novo banco nas despesas militares — mas isso já é outra história.