Os franceses precisam mesmo de realizar encaixe financeiro para tapar o défice na defesa. Estão a desenvolver inclusive uns "esquemas" para tentar manter o sistema de forças com menos custos, no imediato...
http://www.defense-aerospace.com/articl ... -cash.htmlJá por cá, não é surpresa nenhuma que as FAs são como uma "manta curta", se se tapar a cabeça dorme-se com os pés de fora...
Por ex, não sei se repararam mas, enquanto se debatia a falta de horas de voo na generalidade das esquadras da FAP, os F-16 participaram em vários exercícios internacionais num relativo curto espaço de tempo. É obvio que esse facto tem o seu propósito, mas espelha bem que para haver mais de um lado tem de haver menos noutros. Esta questão é para mim muito mais grave que o problema do equipamento/reequipamento.
Quanto ao NPL/Sirocco...
não tendo conhecimentos suficientes nesta área vou tecer alguns comentários/suposições/questões que terei todo o gosto em ver corrigidos pelos camaradas entendidos na matéria sempre que julguem necessário.
A nível técnico, sistemas, etc, como iria este navio encaixar no dispositivo da Marinha? Seria um "elefante-branco" quando comparado com a restante frota? Que custos existirão para a sua adaptação às especificações Portuguesas, caso haja necessidade disso (comunicações, etc)? Qual o custo de operação do navio? É suportável ou temos de encostar alguma fragata* para ele poder navegar?
* Fugindo ao tópico, mas tendo em conta que é impossível separar estes assuntos visto a forma como estão dependentes uns dos outros (prova disso a recente notícia da suposta "nega" da FAP e Exército à Marinha nesta questão do Sirocco)....
Seguindo a teoria da "manta curta" (a única verdade imutável nas próximas décadas), é imperioso definir prioridades para as Forças Armadas, e não para cada Ramo. Não sei se na prática será alguma vez possível enquanto vivermos esta luta "partidária" que nada tem feito pela evolução do nosso país. Também não me vou alongar na
minha teoria sobre o estado das FAs mas não tenho problemas em enunciar o resumo: o Exército é o maior entrave ao desenvolvimento das Forças Armadas em Portugal
Voltando de vez aos navios e ao que eu entendo que deva ser a prioridade das FAs no que toca ao "mar"...
A Marinha tem de estar equipada com um navio desta categoria. Não percebo como olhando para um país como o nosso ainda se discute a sua necessidade e utilidade. A meu ver é prioritário em relação à renovação das fragatas. Não digo que a modernização não seja importante, pelo contrário.
Mas, a ser verdade as notícias recentes, e para conseguir conciliar a execução dos dois programas, não se poderia considerar a hipótese de retirar uma das fragatas? Não está em causa a necessidade dos números mas sim a escolha, hipoteticamente, entre ter 5 fragatas e 0 NPL ou 4 fragatas e 1 NPL.
No fundo é uma questão de equilibrio entre capacidades. Ex: não faria sentido, por mais justificável que fosse de certo ponto de vista, ter adquirido um 3º submarino enquanto os meios de patrulha são o que são ou ter mantido os 40 F-16 quando a frota C-130 estão reduzida a 3 unidades...
Esse equilíbrio só irá ser conseguido quando finalmente for dada prioridade às necessidades das Forças Armadas como um todo. Mas não vejo como isso possa acontecer...