Qualquer tipo de terrorismo é criticável.
No entanto, um estado ditatorial não é mais legítimo que um estado terrorista.
Em 1977, A Espanha votou uma constituição, depois de ter saído de uma ditadura, em que grande parte das figuras do exército ligadas a Francisco Franco, continuaram em funções.
É evidente, que foi a constituição possivel. Aliás, a Espanha anda há séculos com o mesmo problema recorrente. As autonomias sempre querem mais autonomia. A Espanha, ou o Estado Castelhano, nunca conseguiu atingir o seu objectivo de castelhanizar toda a peninsula e por isso estes movimentos nunca deixaram de existir. Existem agora, existiram durante a República Espanhola, existiram na segunda metada do século XIX, e existiram mesmo com as várias "Juntas Governativas" durante o periodo das invasões francesas.
O facto de a Constituição Espanhola de 1977 ter sido votada pela maioria das pessoas, não altera em nada um facto:
Foi a constituição possível. Se tivesse sido diferente, a Espanha tería inevitavelmente mergulhado numa nova guyerra civil. A esquerda não o queria, porque não detinha o poder militar e a direita franquista/nazista, sabia que tinha (como ainda hoje tem) o poder militar, mas sabia perfeitamente que já não havia Hitler nem Mussolini para a apoiar, e que em Portugal havia um regime democrático, que em caso de golpe lhe sería profundamente hostil.
Perante estas duas realidades, os espanhois aceitaram a constituição.
Foi a única constituição possivel.
Era aquilo, ou a guerra civil e a morte para centenas de milhares de pessoas. além dissol, naturalmente o Estado Espanhol nunca tería sobrevivido.
Em Espanha, os militares fascistas (dos quais o general Mena é apenas a ponta do Iceberg) sabem perfeitamente que têm o poder para impor a "Pax Castelhana", mas sabem também que se utilizarem esse poder, desaparece a sua legitimidade, e então para a Espanha, será o fim.
Portanto, esta interpretação histórica, que explica quais são os limites da constituição espanhola de 1977, transformando-a não na vontade soberana de um povo, mas sim na lei possivel, num país com a esquerda e a direita encostadas à parede, é absolutamente legítima.
Cumprimentos