Mas não faz nem fez nunca parte das leis da natureza, torturar um animal e vender bilhetes e ganhar dinheiro num espectáculo onde apenas se vai ver correr sangue e nada mais.
Isso não é verdade existe a arte de bem tourear e é isso que é apreciado e é nas touradas que as pessoas observam o Touro de Combate e o cavalo Lusitano em todo o seu esplendor e capacidades não é na Lezíria.
Meu caro, por favor organize as ideias.
Mesmo que tourear fosse uma arte e não uma demonstração de virilidade, tal nada teria a ver com as leis da natureza.
E por amor de Deus, organize-se.
Onde é que você agora foi buscar o touro de combate ?
O touro é um búfalo. Não combate porque gosta, combate para preservar a área de reprodução onde mantém as fêmeas, e combate com os outros machos pelo direito de acasalar.
Aliás, esse é o único objectivo do animal meu caro: «comer» e «outra coisa». Essas são leis da natureza, e sem cumprir uma, não se pode cumprir a outra.
A natureza não criou touradas, bandarilhas, touros de combate, nem sequer cavalos para as touradas, que só começaram a ser utilizados no séculos XVII, para dar o que fazer à nobreza «afectada», para não dizer outra coisa, que caracterizou o absolutismo monárquico.
A natureza é muito simples e as suas regras indiscutiveis. As leis da Natureza não têm apelo e não se podem mudar na Assembleia da República, nem contestar em tribunal de apelação.
A gloria do triunfo, é algo criado na cabeça dequem precisa desesperadamente de acreditar em tretas anti-naturais para justificar o seu comportamento.
O touro não está em nenhum duelo, porque enquanto o homem pretende demonstrar a sua masculinidade, o touro só pretende que não invadam o seu território porque precisa dele para manter as fémeas.
Os toureiros aproveitam a característica selvagem do touro para o fazer. O touro sendo um animal selvagem, investirá sempre, pelas razões acima descritas. Na arena, a primeira coisa que o touro faz, é marcar o terreno seguindo em frente, o que implica que dá a volta à arena.
Um animal selvagem é um animal selvagem, independente de todas as tretas que são inventadas por aqueles que se habituaram a gostar de um espectáculo que é, isso sim, uma vergonha nacional, e uma prova do nosso subdesenvolvimento cultural.