Caro castilho,
é dificil levá-lo a sério quando continua a cometer erros básicos de argumentação. Sugiro que leia o que é uma falácia e o que significa a falácia do Reductio ad Hitlerum. Em nenhum momento eu usei tal falácia durante a minha argumentação. A utilização da tática do inimigo interno é óbvia. Mas em nenhum momento eu equiparei o André Ventura a Hitler ou a alguém do regime nazi. Nem sequer usei qualquer permissa para chegar a essa conclusão. O facto de ter mencionado a Alemanha foi simplesmente para mostrar que podemos aprender com os erros históricos dos outros. Líderes que prometem tudo e o seu contrário, invariavelmente conduzem os seus países à ruína, sejam democratas, fascistas ou comunistas. Como é que daí conseguiu fazer o salto lógico para argumentar que eu cometi uma falácia e em especial o Reductio ad Hitlerum, continua a escapar-me.
Utilizar a mesma tática não é o mesmo defender os mesmos príncipios e dogmas que nazis ou comunistas. Não foi isso que afirmei. Isso, mais uma vez, é você que faz esse salto lógico. Parece-me que você tem uma tendência muito grande para cometer esse tipo de deslizes freudianos. Será consciência pesada ou algu tipo de aspiração relativamente ao André Ventura?
Relativamente ao kulak, lá está você novamente a cometer o erro do costume. Eu elaborei sobre a utilização de inimigos internos por parte dos extremos políticos para ganho de dividendos políticos, não falei sobre as causas e o tipo de argumentação usada pelos seus líderes. Nem disse que o Ventura era igual a qualquer um deles. Utilizar uma tática política (que já é conhecida desde pelo menos o tempo da Antiga Grécia) não torna ninguém automaticamente em nazi ou comunista, muito menos em grego.
Ora aí é que está o cerne da questão!!! Se os ciganos não são os culpados de nada do que fala, então porque razão é que o André Ventura os singulariza nos seus ataques às minorias se não para obter dividendos políticos? Não acabou de dar mais força ao que tenho escrito anteriormente? Que o André Ventura está a usar a tática do "inimigo interno" para ganhar votos?
E já agora qual é a posição do André Ventura para combater esses problemas em Portugal? Vai acabar com os vistos gold? Com o offshore da Madeira? Qual é a proposta que tem para aumentar os rendimentos dos portugueses? Como é que o André Ventura vai combater a corrupção? Ele apresentou até agora alguma proposta credível?
A mim não me dá mais ou menos jeito e o meu medo prende-se simplesmente com ter um populista sem escrúpulos à frente do país. Se o Brasil, Reino Unido, EUA e até aqui o nosso vizinho espanhol ainda não lhe serviram de exemplo do que significam populistas no poder, então vote à vontade no Ventura.
O Anacleto até pode ter atitudes populistas, mas a verdade é que a sua posição relativamente às Forças Armadas enquadra-se no pacifismo militar propagado pelo Bloco. Não que eu concorde com ele, mas pelo menos mantém a coerência, algo que não podemos dizer do André Ventura e as suas propostas eleitorais que afinal não eram dele...
Repare, eu não me incomodo que haja comentadores e partidos com visões diferentes da minha, mesmo quando considero muitas vezes que são erradas. Isso faz parte da democracia.
A política é a busca constante de equilíbrios e consensos. A partir do momento que se criam grandes desiquilíbrios (políticos, sociais ou económicos) entra-se quase sempre num período de dificuldades e convulsões. E a última coisa que quero é que o povo português entre num período de sofrimento desnecessário. Porque se acha que agora está mau, garanto-lhe que as coisas podem ficar bem piores. Por isso cuidado com os falsos Messias.
A táctica do inimigo interno é tudo menos óbvio, como lhe faltam argumentos para convencer a outra parte, recorre ao medo, esperando com o medo condicionar a decisão de outrem. Basta ver todos os fenómenos de violência que AV já criticou e há vários sem um único cigano, mas ao Lusitan convêm-lhe afirmar isso. Basta ver os casos de pedofilia, homicídio e violação para ver que o AV critica todos pelo excesso de permissividade da Lei. (Sim, eu já sei, o meu amigo é um democrata de grande craveira, blé blé blé) Mas, a partir do momento em que o meu amigo diz que o Chega usa tácticas do Nazismo, a sua comparação não é inocente, a sua comparação é exactamente para alertar para a sua SUPOSTA semelhança! E isso é reductio ad Hitlerum dê você as cambalhotas que quiser! Como é óbvio, o colega recorreu ao reductio ad hitlerum, mas, se lhe custa assim tanto admitir, vou citá-lo e quem nos ler tirará, ou não, as suas conclusões.
Os ciganos são uma não questão. É uma tentativa rídicula de copiar o modelo do judeu ladrão da NSDAP.
Segundo o Lusitan, o Chega copia o modelo(!) do NSDAP e mais conclui, mais à frente, que por isso devemos estar vigilantes. Uma comparação descarada ao Nazismo, mas zero reductio ad hitlerum... O meu amigo em "nenhum momento equiparou o André Ventura a Hitler ou a alguém do regime nazi" só disse que usavam as mesma táctica que o Partido Nazi! É óbvio que o meu amigo não o traz inocente Hitler para a conversa, mas se acha que convence alguém...
Mas pior do que isso, é o facto de afirmar que há uma estratégia de criação de inimigo interno, o que é falso. Há um discurso securitário. Há é aqueles que pegam em partes desse discurso e seccionam-no, frisando ad nauseum a parte dos ciganos, quando basta ver as comunicações do AV e as redes sociais do chega para perceber que atacam todos os fenómenos de violência. O caso da menina Valentina não tinha ciganos e AV não se coibiu de o usar! Como eu venho dizendo, securitário, mas não segregador.
Mas para que não restem duvidas, vou citar AV em declarações ao Jornal de Centro-esquerda El Pais
“Hemos tenido una excesiva tolerancia con algunos grupos y minorías étnicas”, dijo entonces. “No comprendo que haya personas a la espera de que rehabiliten sus casas, cuando otras, por ser de etnia gitana, las tienen siempre arregladas, por no hablar de la ocupación de espacios ilegales sin que nadie haga nada. Esto no es racismo ni xenofobia, es resolver un problema que existe porque hay minorías en nuestro país que creen que están por encima de la ley”.
E sobre o que afirmei de ser securitário, o próprio também o admite ao mesmo jornal:
Poco después de estas declaraciones, fundó Chega. “Sentí que mi partido no respondía a lo que la sociedad quiere en temas como la seguridad, la criminalidad, la justicia, la inmigración y fundé mi propio partido”
Como os astros estão alinhados, hoje mesmo tivemos troca de tiros entre duas minorias em Paio Pires. Curiosamente, Ventura atacou a falta de segurança! E o excesso de permissividade que AS MINORIAS gozam! Já agora, existem negros no chega, caso contrário daqui a pouco também é tudo anit-negros...
Oh, meu amigo, vem falar de populistas com soluções simples e problemas complexos e traz os aumentos dos rendimentos dos Portugueses? Do novo banco, da zona Franca, de offshores? Quem quer que diga que tem uma solução para esse problema é que é mentiroso! Pelos vistos quem gosta de ser "comido de cebolada" é o meu amigo... Vá lá ouvir a Catarininha falar das suas soluções simples ou o Rio com os seus banhos de ética que eu fico aqui a rir-me! Tenha dó que já sou velho...
Mas acabo com uma síntese, imperfeita certamente, de todos aqueles que já foram vitimas de argumentos falacioso como os que agora ataca AV.
Reagan era fascista. Thatcher era fascista. Bush pai era fascista. Bush filho era fascista. Suárez era fascista. Aznar era fascista. Chirac era fascista. Sarkozy era fascista. Freitas do Amaral era fascista. Cavaco era fascista. Sá Carneiro era fascista. Passos Coelho era fascista. Shimon Peres era fascista. Merkel era fascista. De Gaulle era fascista. Nelson Rodrigues era fascista. Vargas Llosa era fascista. Scruton era fascista. Sergio Moro era fascista. Aécio Neves era fascista. Henrique Capriles era fascista. Os Americanos são fascistas. Os brasileiros são fascistas. Os alemães são fascistas. Os austríacos são fascistas. Os húngaros são fascistas. Os italianos são fascistas. Os portugueses do norte são fascistas. Os espanhóis são fascistas, excepto na Catalunha. Bento XVI era fascista. João Paulo II era fascista. Quem pediu a demissão de Maduro era fascista. Quem fugia de Cuba era fascista. Passaram os últimos 50 anos a chamar fascista a toda a gente.
Desculpe lá se não acredito.
A tática foi usada nas eleições locais em Loures, foi usada nas legislativas e continua a ser usada com o pedido de "confinamento especial". Eu não o quero convencer de nada, até porque me parece que a sua aceitação do Chega é mais movida por fé do que argumentos lógicos, logo estaria a perder o meu tempo.
Mais uma vez é você que faz a suposição. Eu afirmei que o Chega usa a tática do inimigo interno que o NSDAP utilizou, mas daí para a sua suposição de que eu considero o partido Chega nazi vai um salto de lógica que não é consubstanciado por nenhuma das minhas afirmações. E muito menos utilizei uma permissa que possa inferir que A é nazi porque usa a mesma tática que B que é nazi. Pelo que percebo, do seu ponto de vista tudo o que insira na mesma frase algo com ligação ao regime nazi é
Reductio ad Hitlerum.
“Hemos tenido una excesiva tolerancia con algunos grupos y minorías étnicas”, dijo entonces. “No comprendo que haya personas a la espera de que rehabiliten sus casas, cuando otras, por ser de
etnia gitana, las tienen siempre arregladas, por no hablar de la ocupación de espacios ilegales sin que nadie haga nada. Esto no es racismo ni xenofobia, es resolver un problema que existe porque hay minorías en nuestro país que creen que están por encima de la ley”.
Sou eu que não percebo espanhol ou o homem voltou a apontar a etnia cigana como um problema?
Vote no Ventura ou em quem entender. Isso é consigo. Agora não espere que os outros fiquem calados só porque você e os seus correlegionários ficam incomodados com comparações a outros regimes do passado. Não são vocês que apregoam o André Ventura por dizer "verdades" e depois ficam muito ofendidos por ouvir verdades? E ainda tentam usar uma argumentação falaciosa para se defenderem?
Se vocês, para além duns soundbites securitários, nem sequer se sabem bem definir como partido político.
O que é que é Liberdade, Fraternidade, Diferença? Algum moto maçónico transvestido? É ler o programa político do Chega e é só pérolas como: "Mas o velho igualitarismo jacobino bem expresso no marxismo-leninismo foi retomado em versões só aparentemente menos virulentas,..." "
Reductio ad ..." quê mesmo?
a) O imposto progressivo, tentando nivelar os rendimentos e penalizando quem mais riqueza cria para a comunidade. A Direita moderna defende uma taxa única, ou mesmo a ausência de imposto sobre o trabalho
b) O imposto sucessório, ainda hoje de taxa elevada em muitos países, utilizado com o mesmo fim do imposto progressivo, que a nova Direita não aceita uma vez que penaliza, de facto, a liberdade de cada um dispôr, como entender, daquilo que é seu.
c) A falta de liberdade de testar de quem tem descendentes: os pais não podem optar por deixar os seus bens ao filho ou filhos que entenderam, caso pretendam fazê-lo, ou optar por não testarem a favor do filho ou filhos. É uma forma artificial de igualitarização. Entendemos ser isso intolerável e defendemos a total liberdade de testar.
d) A progressão em carreiras por mera antiguidade, independentemente do mérito, dos resultados e da capacidade demonstrada. É uma forma de uniformização e de tratar por igual o que é diferente, que não é aceitável
e) A uniformização dos salários segundo o lema “a trabalho igual salário igual”, independentemente também do mérito, dos resultados e da capacidade demonstrada
f) A infinidade de limites jurídicos à fundamental liberdade de contratar entre partes, a pretexto de defesa “da parte mais fraca”. A liberdade de contratar entre partes é essencial para que possam ser consagradas, de forma diferente, situações diferentes.
Isto soa-me bastante a neo-liberalismo...
E esta pérola de clichés?
6. O equilíbrio entre Direitos e Deveres por oposição a uma generalizada concepção do mundo em que os direitos são meus e os deveres do outro: A cada direito corresponde sempre um dever. Os Direitos que a Constituição reconhece, e todos os demais direitos, haverão de ser contrabalançados com os correspondentes deveres. Ser sujeito de deveres é um direito inalienável de todo o homem e é nos seus deveres, mais do que nos seus direitos, que se funda o essencial da sua dignidade de Homem. Uma relação comunitária pressupõe um balanceamento recíproco de direitos e deveres. Se o cidadão tem direito à habitação, ou à saúde, ou à educação, tem igualmente o dever de não permitir que sejam outros cidadãos – excepto em casos limite – a providenciar-lhe essa habitação, essa saúde ou essa educação.
Parece que estou a ler o manifesto do Tea Party, inchado com anabolizantes "securitários".
Promover reiteradamente concursos abertos de ideias, com prémios pecuniários, sobre melhorias a introduzir no sistema de serviços públicos em todos os sectores, incluindo no funcionamento e na reorganização dos órgãos de soberania.
Que ideia genial! Vamos pagar a alguém para ter "ideias" de como introduzir melhorias nos serviços públicos! E quem serão esses génios para o Chega?