Boa noite,

Este ‘cromo’ foi aluno do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Ontem á noite, na TVI, o Prof. Marcelo disse que ele devia dar o exemplo, deixar a sua ‘zona de conforto’ como secretário de estado e, emigrar!
Na última página da edição de hoje do Correio da Manhã, vem uma crónica sobre a corrupção em Portugal. Um responsável do Banco Mundial afirmou que se não fosse a corrupção, Portugal teria um nível de vida semelhante ao da Finlândia!
Enviaram-me isto por e-mail:
Vá à bardamerda senhor Governador.Neste país há investigadores universitários que estudam todos os dias até altas horas da noite, que trabalham continuamente sem limites de horários, sem fins-de-semana e sem feriados. Há professores universitários que dão o seu melhor, que prepararam cuidadosamente as suas aulas pensando no futuro dos seus alunos, que dão o melhor e sem limites pelas suas universidades. Há policias que ganham miseravelmente, que não recebem horas extraordinárias, que pagam as fardas do seu bolso e para sobreviverem têm de prestar os serviços remunerados.
Toda esta gente e muita mais que poderia ser referida foi eleita como a culpada da crise, denunciada como gorduras do Estado, tratada como inutilidade social, acusada de ganhar mais do que a média, desprezada por supostamente não ser necessária para a direita se manter no poder.
Mas há uns senhores neste país que ganham muito mais do que a média dos funcionários públicos, que têm subsídios extras para tudo e mais alguma coisa, que cumprem com incompetência as suas funções, que recebem pensões chorudas, que vivem do dinheiro dos contribuintes como todo o Estado, mas que não foram alvo de nenhuma das medidas de austeridade que até hoje foram aplicadas aos funcionários públicos. São os meninos e meninas do Banco de Portugal.
Ainda as pessoas mal estavam refeitas do anúncio da pilhagem aos seus rendimentos e um tal Costa, governador do Banco de Portugal, vinha defender que as medidas deste OE deveriam prolongar-se par a além de 2014. Isto é, o senhor defende que os cortes se tornem definitivos.
No mesmo dia a comunicação social informava que as medidas de austeridade aplicadas aos funcionários públicos não seriam aplicadas aos funcionários do banco de Portugal, o argumento para tal situação era o da independência do banco.
Mas se o Governo não pode nem deve interferir na gestão do Banco de Portugal e o senhor Costa se comporta como um cruzamento entre a ave agoirenta e o Medina Carreira o mínimo que se espera é que ele dê o exemplo pois nada o impede de aplicar aos seus (incluindo os pensionistas do Banco de Portugal) a austeridade que exige aos outros.
No caso do Banco de Portugal o senhor Costa não só estaria a adaptar as mordomias dos funcionários públicos e pensionistas do Banco de Portugal à realidade do país como estaria a dar um duplo exemplo, um exemplo porque aplica aos seus a austeridade que exige aos outros e um exemplo porque chama os seus a responder pela incompetência demonstrada enquanto entidade reguladora de bancos como o BPN ou o BPP.
Porque razão um professor catedrático de finanças ganha menos do que um quadro do Banco de Portugal, não recebe subsídio para livros como este e na hora da austeridade perde parte do vencimento e os subsídios enquanto o funcionário público do Banco de Portugal não corta nada e muito provavelmente ainda recebe um aumento?
E já que falamos no Banco de Portugal que tanto se bate pela transparência das contas públicas e do Estado enquanto o seu governador anda por aí armado em santinha das finanças, porque razão os vencimentos e mordomias do Banco de Portugal não aparecem no seu site de forma a que sejam conhecidas pelos contribuintes que as pagam?
Todas as colocações, subidas de categoria e remunerações dos funcionários públicos são divulgadas no Diário da República mas o que se passa no Banco de Portugal é segredo, muito provavelmente para que o povo não saiba e assim manterem o esquema.
Ainda a propósito de transparência seria interessante saber porque razão os fundos de pensões da banca vão ser transferidos para o Estado e o fundo de pensões do Banco de Portugal fica de fora.
O argumento da independência não pega, o que nos faz recear que o fundo de pensões seja abastecido de formas pouco aceitáveis para os portugueses.
Seria interessante, por exemplo, saber a que preço e em que condições uma boa parte do imobiliário que o banco detinha por todo o país foi transferido para o fundo de pensões dos seus dirigentes e funcionários.
É por estas e por outras o senhor Costa não tem autoridade moral para propor o mais pequeno sacrifício seja a quem for e deveria abster-se de aparecer em público, este senhor só merece a resposta que lhe daria o saudoso Almirante Pinheiro de Azevedo, que vá à bardamerda.
Cumprimentos