A contestação a Espanha, por parte de alguns países da América Latina, já não é novidade. Este assunto até já foi aqui abordado algumn tempo atrás. A novidade é ter-se criticado Espanha publicamente, sem pudores, cara a cara e ao mais alto nivel. Só este simples facto, por si só, é um sinal que algo não vai mesmo bem. Talvez a coisa não fosse mais longe porque não houve mais broncos como o Chavez. Ortega também falou abertamente em Espanha criticando-a negativamente! Aí vão dois! Ao menos estes manifestaram-se. Não me lembro de tais comportamentos ousados (e quem sabe se genuínos) em ocasiões anteriores. O que irá na alma dos outros representantes de expressão castelhana? Também gostava de saber. Uma coisa é certa o verniz está a estalar.
Quanto aos negócios, julgo que antes de mais temos que adoptar uma atitude muito reservada e muito bem ponderada. Há muitos portugueses que, segundo se consta, já estão a sofrer na pele as políticas de Chavez. Não podemos esquecer nunca esse pormenor. Não pode haver cidadãos de segunda e essa situação terá que estar inevitavelmente em cima de qualquer mesa de negociação. Se o Chavez quer, nós também queremos, e os portugueses em 1º lugar. Podemos confiar nele se isso interferir com a sua política interna? Será que aceitará isso? É um assunto muito sério! “Que não haja mais nenhuma vaga de retornados”. É importante que se desenvolvam intensos esforços diplomáticos nesse sentido.
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«Portugal não tem complexo de inferioridade»
O primeiro-ministro português José Sócrates sublinhou hoje que «Portugal não tem nenhum complexo de inferioridade com Espanha», questionado sobre a pouca visibilidade nacional na Cimeira Ibero-Americana.
«Fique a saber que Portugal não tem nenhum complexo de inferioridade com a Espanha e quando participa nestas cimeiras cumpre o seu dever, não tem nenhuma necessidade de protagonismo ou de afirmação que caracteriza os países com complexo de inferioridade», afirmou Sócrates, em resposta à jornalista que colocou a questão, desligando em seguida o microfone.
Na conferência que marca o final da XVII Cimeira Ibero-Americana, que decorre em Santiago do Chile, o Presidente da República Cavaco Silva fez questão de completar a resposta do primeiro-ministro.
«Os países latino-americanos, desde a primeira cimeira em 1991, sempre consideraram essencial a presença de Portugal por uma questão de equilíbrio, não só por Portugal, mas pensando também no país irmão que é o Brasil», garantiu Cavaco Silva.
O chefe de Estado salientou que a língua portuguesa tem na comunidade ibero-americana «uma presença tão forte como a língua espanhola».
Este tipo de questões (complexo de inferioridade, necessidade de protagonismo?!) levantadas deixam-me com uma intensa comichão. Serão concidências estas coisas? Qual o verdadeiro sentido da pergunta? Será que eles conhecem alguma política interna portugusa ou até mesmo bilateral entre Portugal e Espanha, ou será que não apreciaram/(apreciam?) algo na presença portuguesa? Ou será isto tudo também pode ser um pouco o reflexo como os castelhanófonos se revêem entre eles próprios?
Sejamos precisos:Para quem critica a intervenção do rei Juan Carlos I, convém lembrar que foi a interrupção continuada e abrupta do 'tempo de palavra' de Zapatero por Chavez que acabou por o 'enervar'.
Além da situação recambulesca o que é importante é o que é realemente dito. Pode-se criticar a forma de estar, o conteúdo das palavras de Chavez e até aquilo que põe em prática na sua desconcertante política, mas não deixa de dizer o que lhe vai na alma. Não sei se foi por acaso ou se já estava com ela na culatra pronta para disparar, mas até eu considero Aznar é um sujeito bastante perigoso. Se afirmou aquilo que todos nós podemos ouvir sobre Aznar, das duas uma, ou está a inventar ou então é porque muito provavelmente algo de muito grave se passou.
Quando se toca no nome desse senhor Aznar, confesso que até os meus sensores de aranha dão o alerta. Infelizmente não é o único. Filipe Gonzalez é outro. Mas não me vou alargar mais porque, muito sinceramente, não vale a pena falar dos outros, quando o principal inimigo dos portugueses, são eles próprios. É só mais uma história triste a juntar a tantas outras.
Como se não bastasse, também é minha convicção pessoal que nada mudou e cada vez mais está pior, logo não aprendemos e cada vez teremos que reagir em desespero de causa, do que por antecipação a qualquer manobra hostil para com os portugueses. Como gostamos de nos sujeitar, não nos podemos queixar que haja algo de muito mal cheiroso nos rebente na cara, porque estamos sempre a negligenciar assuntos que afectam directamente uma política de Defesa. Pois é, é a sabedoria da política da treta dos iluminados aristocratas da vaidade que se vão prostituindo e com isso comprometendo o país.
Cumprimentos