Corrupção em Portugal

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Camuflage

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #450 em: Outubro 04, 2009, 02:14:18 am »
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Submarinos: Consórcio vai pedir intervenção da chanceler Merkel
Alemães ameaçam com Autoeuropa (ACTUALIZADA)

O investidores alemães estão preocupados com o processo dos submarinos e ameaçam retaliar com a Autoeuropa. O vice-presidente da MAN Ferrostaal (representante do consórcio alemão que ganhou o concurso), Horst Weretecki, que foi constituído arguido, afirmou ao CM que já recebeu vários telefonemas com manifestações de inquietação sobre o que se passa em Portugal. "A Volkswagen (que detém 30% da MAN Ferrostaal e é dona da Autoeuropa) manifestou a sua profunda preocupação, bem como outro dos nossos principais accionistas, um fundo do Abu Dhabi, que também tem 2,5% do capital da EDP."

'Um país, para atrair investimento, tem que ter estabilidade governativa e honrar os seus compromissos. Este processo está a causar uma grande perturbação nos nossos accionistas. É preciso fazer alguma coisa', acrescentou.

Os responsáveis da MAN Ferrostaal poderão mesmo pedir a intervenção da chanceler Angela Merkel para a resolução rápida deste problema.

'Todas estas acusações são infundadas, disparatadas e não têm qualquer substância. Negamos todas essas imputações e faremos tudo para salvaguardar o bom nome e a reputação da empresa', referiu, inclusive, Horst Weretecki. O mesmo responsável da MAN Ferrostaal afirmou ter tido conhecimento de que era um dos dez acusados através da Comunicação Social, salientando que 'até agora não foi notificado pelo MP'.

Weretecki mencionou que, no ano passado, soube que 'as empresas portuguesas parceiras estavam a ser investigadas em Portugal', pelo que decidiu deslocar-se, 'de livre vontade', a Lisboa para reunir com as autoridades judiciárias, encontro que ocorreu a 1 de Agosto de 2008.

'Fizemos tudo o que está no contrato e posso garantir que não há fraudes ou falsificações', referiu Weretecki, acrescentando que foi definida com o Governo português uma lista das áreas prioritárias de investimento ao abrigo das contrapartidas: o sector automóvel, o naval e as novas tecnologias.

CONTRAPARTIDAS EXECUTADAS SÃO SÓ 32 POR CENTO

A Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) revelou ontem que, cinco anos após a entrada em vigor dos contratos, o German Submarine Consortium (GSC) só cumpriu 32 por cento dos 1,21 milhões de euros previstos no contrato de contrapartidas da compra dos dois submarinos.

O GSC apresentou, segundo a CPC, pedidos de creditação de contrapartidas no valor de 712 milhões de euros mas só cerca de 382 foram aprovados. Os pedidos referidos na acusação não foram aceites pela CPC.

SAIBA MAIS

BUSCAS NA ALEMANHA

Os procuradores alemães apreenderam dez dossiês nos escritórios da MAN Ferrostaal.

100 000 euros foi quanto os alemães dizem ter pago aos portugueses da ACECIA em cinco anos.

NEGÓCIOS COM A ESCOM

A germânica MAN Ferrostaaltem negócios com a ESCOM (Grupo Espírito Santo) há já 15 anos.
Miguel Alexandre Ganhão / A.S.A.

in: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx ... 375F3971E7
 

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Falcão

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #451 em: Outubro 19, 2009, 09:42:16 pm »
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Freeport: fax fala em dois milhões de libras em «luvas»

TVI teve acesso a documento altamente confidencial. Confira todos os dados

O fax é altamente confidencial. Foi escrito a 17 de Dezembro de 2001, um dia depois das eleições que levaram à demissão de António Guterres e consequente queda do Governo do Partido Socialista.

Veja a reprodução do fax na versão original link externo e a tradução em português link externo.

Keith Payne é quem escreve a carta a dois dos homens fortes do Freeport em Londres: Ric Dattani e Gary Dawson. Payne é o inglês que, em Portugal, mantém informados os dois administradores do Freeport.

No fax, a que a TVI teve acesso, Keith Payne fala da mudança política em Portugal e da preocupação de José Sócrates já não ser Ministro do Ambiente: «Os efeitos dos acontecimentos do fim-de-semana, com os revezes sofridos pelo PS, nomeadamente nas eleições autárquicas, incluindo Lisboa, e a demissão do Governo de Guterres significam que Sócrates deixou de ser Ministro do Ambiente e que vai haver um compasso de espera de quatro ou cinco meses até que for eleito um novo Governo e nomeado um novo Ministro».

Rick Datani, o receptor do fax, reenvia-o logo de seguida para Jonathan Rawnsley, um administrador acima dele na hierarquia da empresa e acrescenta ao documento anotações escritas pelo seu próprio punho.

No final da carta é explicitamente referida a existência de subornos, concretamente dois milhões de libras em luvas. À época, qualquer coisa como três milhões e duzentos mil euros.

Ponto 4

«Jonathan, este é o fulano que me telefonou e sabe do suborno de dois milhões de libras. Sublinhei alguns pontos interessantes a partir do ponto 4. Se o Parlamento é dissolvido até às eleições, o secretário de Estado não pode aprovar nem rejeitar nada?»

Vamos, então, ver o ponto 4, para o qual Rick Datani chama a atenção do seu superior hierárquico. A frase sublinhada é esta: «Sócrates deixou de ser Ministro do Ambiente».

Para além do sublinhado no ponto 4, Rick Datani acrescenta ainda uma outra frase onde reafirma a existência de subornos. Sem acrescentos, a frase inicial era esta: «Se estamos face a uma possível rejeição (chumbo) do estudo de impacto ambiental, é pouco provável ser possível inverter uma tal decisão seja em que circunstância for, a dois dias da sua rejeição (chumbo) formal por parte do Ministro do Ambiente».

Datani acrescenta, novamente pela sua própria mão, a frase: «Antes do suborno».

O que fica, portanto, claro é que administradores do Freeport não só sabiam da existência de subornos, como estavam dispostos a pagá-los. Dois milhões de libras é o que parece estar em causa no licenciamento do outlet de Alcochete.

Este fax é um documento a que a polícia inglesa deu muita importância, a ponto de interrogar várias pessoas sobre o mesmo, mais especificamente sobre a nota de rodapé escrita à mão. Os ingleses queriam saber a quem se destinava os dois milhões de libras de subornos.

Charles Smith admitiu apenas uma anterior tentativa de suborno, não consumada, feita por um escritório de advogados. Quanto a Keith Payne, confirmou à polícia ter ouvido falar de pagamentos corruptos através de Charles Smith. A polícia inglesa não conseguiu, até ao momento, ouvir Rick Datani, o homem que escreveu precisamente a nota de rodapé e onde fala explicitamente de «bribe», ou seja, luvas ou suborno.

A TVI procurou obter uma reacção de Pedro Silva Pereira, secretário de Estado do Ordenamento do Território à altura, bem como de Rui Gonçalves, secretário de Estado do Ambiente nessa época.

Também procurou obter uma reacção de José Sócrates, à altura Ministro do Ambiente. Foram, por isso, endereçadas estas três perguntas link externo, que não obtiveram resposta.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/freep ... -4071.html

Cumprimentos
 

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FoxTroop

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #452 em: Outubro 19, 2009, 10:37:05 pm »
Claro que a "virgem ofendida" vai alegar que desconhece tudo isto e que não passa de uma cabala.

Apesar de parecer "só"?!! um caso de corrupção de altos cargos da nossa Nação o que eu penso que está em causa é bem mais do que a corrupção em si.

Sendo eu governante e estando na posse de provas incriminatórias para um governante de outra nação e que o podem por, no pior dos casos, atrás das grades, que poderosa arma de pressão sobre o mesmo eu tenho!!! Posso influenciar decisões, modelar interesses, em suma posso fazer o jogo a meu gosto, porque o covarde em vez de se demitir e enfrentar a tempestade, assumindo o que fez, foge e entra em todo o tipo de jogadas para tentar salvar a pele.

O caso é um caso de segurança nacional e temo que danos irreparáveis já tenham sido inflingidos à mesma.

Um governante à altura do seu povo, sem dúvida
 

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Vicente de Lisboa

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #453 em: Outubro 20, 2009, 08:52:57 am »
O FoxTrop está a falar do Socrates e do "Fripór" ou do Brown e da Maddie?  :P
 

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FoxTroop

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #454 em: Outubro 21, 2009, 12:37:09 pm »
Citação de: "Vicente de Lisboa"
O FoxTrop está a falar do Socrates e do "Fripór" ou do Brown e da Maddie? :twisted:  :twisted:

Talvez esteja antes a falar do Coelho da Páscoa ou então do Pai Natal......
 

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #455 em: Outubro 22, 2009, 09:59:13 am »
22-10-2009 09:00 - Embaixador utilizado para o lobby no Freeport

Um documento interno do Freeport diz que houve um encontro entre o antigo embaixador português em Inglaterra, José Gregório Faria, e Sean Collidge, que na altura era presidente do conselho de administração da empresa e que depois disso “o lobby em Lisboa melhorou”.

Segundo o documento, a que o DN teve acesso, os ingleses queriam contacto com os secretários de Estado de José Sócrates para “aplicar mais pressão” na aprovação do projecto. O DN contactou o antigo embaixador, que diz que esta interpretação do encontro é “absolutamente subjectiva”.

O “Público” também faz manchete com o Freeport adiantando que as autoridades britânicas já enviaram todos os documentos solicitados pela equipa do Ministério Público o que permitirá aos procuradores, para tentar perceber o chamado "rasto do dinheiro".

 

 

 

 
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Xerif3

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Re: Corrupção em Portugal - Actualizado! 1º post
« Responder #456 em: Outubro 22, 2009, 10:16:35 am »
Ora bem, 2 anos após ter aberto este tópico, o assunto sobre o qual me iniciei no tópico parece ter finalmente a justiça no seu encalce.

O esquema ainda era mais organizado do que inicialmente pensei, no entanto, não fica a certeza que principalmente no distrito de Aveiro era uma prática algo comum e de conhecimento semi-público, o que não é de estranhar visto como indica a notícia existiam examinadores corruptos.

Fica assim dada a "machadada" nos criminosos, agora quem queira conduzir parece que irá ter mesmo que o saber fazer como todos os candidatos a condutores...

Mas a invesigação continua pelos vistos.

Notícia ficou no 1º post!

Cumprimentos
 

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #458 em: Outubro 31, 2009, 12:23:41 am »
“Face Oculta”

Mais um monstruoso e ordinário escândalo de corrupção, mais uma vez com altas individualidade do PS envolvidas.

Grandes empresas públicas, pagamento de subornos em dinheiro vivo e, com carros de luxo.

E o Armando Vara, o caixa de uma sucursal bancária de Trás-os-Montes que em poucos anos chegou a administrador da Caixa e do BCP, grande amigo de José Sócrates (tiraram o curso na mesma universidade) enterrado até ao pescoço, entre outras destacadas figuras do PS. Vergonhoso. Porcaria, como ainda hoje disse o Prof. Hernâni Lopes.

http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... BC0DA9C171
 

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Luso

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #459 em: Novembro 06, 2009, 10:53:31 pm »
http://www.haloscan.com/comments/josema ... 206782199/

Caro
Dr. Martins,
Realmente, o que era preciso eram "actos e não conversa", mas, quem é que cá no quintal tem (ou devia ter), poder para isso???
Só conheço uns, os militares, mas esses, há muito que se desmobilizaram de defender a Pátria (pelo menos, naquilo que eu entendo como Pátria), o que é preciso são umas "paradasitas" para mostrar as suas coreografias e os seus gritinhos de assustar donzelas, nada mais, defender os reais valores da Nação, defender a verdadeira Soberania, defender a nossa herança histórica, "isso", estou convencido, que a tropa de hoje já nem sabe o que é, aquilo está transformado mais em empresa de segurança e serviços prestados, do que aquilo que realmente deveria ser, uma Corporação dedicada à defesa da Nação, venha o taco, o resto é conversa.
Até porque esta "democracia" foi nascida dum golpe militar, daí, que os militares sejam moralmente responsáveis pelo estado a que a Nação chegou, a não ser, que sejam como os coelhos, fizeram o serviçinho e "ala que se faz tarde"!
Quanto ao que o nosso Amigo Zé Quintão diz, claro que tem razão, com uns belos exemplos como estes a virem do alto, como é que um pai pode educar os filhos, como é que uma família, que seguindo princípios éticos , mas seja pobre, vai explicar aos jovens filhos, que o caminho a percorrer é o que eles seguiram, e não, o daqueles, que fazendo todo tipo de trafulhices, ainda lhes fazem vénias e batem a pala???
Este Povo, só vai perceber alguma coisa, quando estiver a ser esganado, quando levar tantas na cuca que nem sabe donde elas caem, é um povo que vive para a fachada, todos aspiram a títulos nobiliárquicos, e já que não podem ser condes nem marqueses, que sejam ao menos Srs. "Dôtores", ou Srs. "Enginheros". Há muitas escolas por correspondência, que habilitam a títulos desses, nem é preciso de sair de casa.
Caros amigos, isto não é um país, é uma peça de Teatro, uma tragicomédia, com uns bobos a fazerem de criados e uns xicos-espertos a interpretarem papéis de figuras decorativas, com os grandes patrões, a comandarem da teia, as marionetas no seu pobre espectáculo cá em baixo, tudo isto é uma fantasia, senão mesmo, um enorme flop.
Dentro de pouco tempo, veremos se tenho razão.
Cumprimentos.

LUSITANO
LUSITANO | 04.11.09 - 8:04 pm | #
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #460 em: Novembro 07, 2009, 10:08:08 am »
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07 Novembro 2009 - 02h00
Investigação: PJ ouviu principais figuras do PS durante períodos eleitorais

Sócrates em dezenas de escutas

O universo da Comunicação Social esteve sempre presente nas dezenas de conversas entre Armando Vara e José Sócrates, escutadas pela Polícia Judiciária de Aveiro e anexas a certidões que se encontram desde Julho passado na Procuradoria Geral da República. O primeiro-ministro e o ‘vice’ do BCP falaram sobre as dívidas do empresário Joaquim Oliveira, da Global Notícias – que detém títulos como o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a TSF –, bem como sobre a necessidade de encontrar uma solução para o ‘amigo Joaquim’. Uma das soluções abordadas foi a eventual entrada da Ongoing, do empresário Nuno Vasconcellos, no capital do grupo. Para as autoridades, estas conversas poderiam configurar o crime de tráfico de influências.

http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... B9A0D4445D
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typhonman

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #461 em: Novembro 07, 2009, 02:49:34 pm »
Porreiro pá!
 

Re: Corrupção em Portugal
« Responder #462 em: Novembro 10, 2009, 12:18:45 am »
Citação de: "Público"
Últimas certidões recebidas só em Outubro

Face Oculta: conversa entre Vara e Sócrates nas mãos do Supremo

A decisão sobre o destino a dar às certidões referentes às conversas escutadas entre Armando Vara e José Sócrates, no âmbito do processo “Face Oculta” está nas mãos do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Noronha de Nascimento recebeu logo em Julho, a primeira certidão enviada pelo Procurador Geral da República, disse hoje o gabinete de imprensa de Pinto Monteiro.

O Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, recebeu a primeira certidão extraída do chamado processo “Face Oculta” referente a gravações de conversas telefónicas entre Armanda Vara e o primeiro ministro, no passado dia 3 de Julho. Esta certidão referente a cerca de 50 gravações e respectivas transcrições, mereceu despacho de Pinto Monteiro a 23 de Julho, despacho esse que foi enviado ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Noronha de Nascimento.

O presidente do STJ, por sua vez deu um despacho sobre essa certidão, a única que, por enquanto se sabe, envolve uma conversa com Sócrates, no dia 3 de Setembro.

São dados, divulgados pelo gabinete de imprensa da Procuradoria Geral da República, que desmentem as informações em como Pinto Monteiro estava na posse de certidões enviadas pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Aveiro, há quatro meses, sem lhes dar destino.

O caso teria ficado resolvido com a decisão de Noronha de Nascimento que ainda não foi tornada pública. Mas o DIAP de Aveiro continuou a enviar certidões para o PGR, as últimas das quais, no passado dia 30 de Outubro.

Como não incluíam transcrições nem são conhecidos os seus alvos, Pinto Monteiro pediu mais elementos ao DIAP, elementos esses que está à espera que lhos enviem para analisar. O que, para já, se deduz é que não estão relacionados com o processo conhecido como “Face Oculta”.

A última palavra sobre o destino das gravações que dizem respeito a Sócrates, cabe agora ao presidente do Supremo, como resulta da lei.

Se o Presidente do supremo mandar destruir as escutas, já ouvi dizer que existem inúmeras cópias espalhadas por aí. Mal isso aconteça, elas começam a ser distribuidas pela comunicação social. O povo tem que saber a verdade.


Citação de: "Correio da Manhã"
07 Novembro 2009 - 22h00
Investigação: PJ ouviu principais figuras do PS durante períodos eleitorais

José Sócrates escutado dezenas de vezes (ACTUALIZADA)

O universo da Comunicação Social esteve sempre presente nas dezenas de conversas entre Armando Vara e José Sócrates, escutadas pela Polícia Judiciária de Aveiro e anexas a certidões que se encontram desde Julho passado na Procuradoria Geral da República. O primeiro-ministro e o ‘vice’ do BCP falaram sobre as dívidas do empresário Joaquim Oliveira, da Global Notícias – que detém títulos como o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a TSF –, bem como sobre a necessidade de encontrar uma solução para o ‘amigo Joaquim’. Uma das soluções abordadas foi a eventual entrada da Ongoing, do empresário Nuno Vasconcellos, no capital do grupo. Para as autoridades, estas conversas poderiam configurar o crime de tráfico de influências.

Outro assunto abordado nas inúmeras conversas escutadas e transcritas pelas autoridades foi a venda da TVI aos espanhóis da PRISA. Os temas ‘Manuela Moura Guedes/José Eduardo Moniz’ também foram falados, sendo evidente que o casal não era do agrado do primeiro-ministro José Sócrates.

Outras conversas foram ouvidas, transcritas e enviadas para a Procuradoria-Geral da República. Na altura, a Judiciária e o Ministério Público de Aveiro entenderam que, dada a gravidade das mesmas – e por envolverem o primeiro-ministro –, deviam ser comunicadas à hierarquia máxima do Ministério Público. Para que aquela decidisse o que fazer com a investigação.


Quase quatro meses passados, Pinto Monteiro ainda não decidiu o destino a dar à informação recolhida. Ao CM, confirmou apenas a chegada dos documentos, assumindo o seu gabinete que ainda não se sabia se havia ilícitos criminais e quem os iria investigar: 'A Procuradoria-Geral da República está a proceder à análise das nove certidões recebidas e, como já foi noticiado, foram pedidos elementos em falta que são essenciais para serem proferidas decisões, como seja saber se existem ilícitos e, nesse caso, onde devem ser investigados, abrir ou não inquéritos, arquivar ou mandar prosseguir investigações, apurar eventuais responsáveis', disse a assessora de imprensa de Pinto Monteiro ao CM.

O CM sabe ainda que as certidões não se limitam às conversas do primeiro-ministro. É já conhecido, neste momento, que as autoridades ouviram diversos elementos do Partido Socialista e que as mesmas escutas decorreram durante a preparação das três campanhas eleitorais que ocorreram neste ano.

José Sócrates falou ontem do processo e afirmou estar 'triste' com o facto de o caso envolver o seu 'amigo' Armando Vara. José Sócrates falava aos jornalistas no final do debate do Programa do Governo, na Assembleia da República, e confirmou que falava regularmente com Vara.

Agora se percebe o porque dos putrefactos JN e DN estarem ao serviço do PS. E melhor se percebe o ataque cerrado do director do DN ao Presidente da República.

Queremos saber a verdade.
 

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Jorge Pereira

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #463 em: Novembro 10, 2009, 12:01:57 pm »
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A face visível

Miguel Sousa Tavares (www.expresso.pt)
8:00 Segunda-feira, 9 de Nov de 2009

O Relatório de Outono da Comissão Europeia sobre a conjuntura económica portuguesa contém três boas notícias já para o ano de 2010. A primeira é que o crescimento do PIB será retomado, devendo atingir os 0,3%, depois de ter sido negativo em 2,9% neste ano (acima da média da UE, que foi de 4% negativos, mas a crescer menos de metade do que vai crescer o PIB na UE); a segunda, é que o desemprego não aumentará, mas também não diminuirá, mantendo-se nos actuais 9%; a terceira é a retoma em terreno positivo das exportações, depois de uma queda para menos 14% em 2009. E fim das boas notícias.

Agora, a factura. O défice público, segundo Bruxelas, vai acabar o ano em 8% do PIB - bem acima dos 5,9% anunciados pelo Governo, e, pior ainda, vai manter-se assim em 2010 e aumentar para 8,9% (uma barbaridade!) em 2011. Em consequência, a dívida do Estado português, que representava já 66% do PIB em 2008 e que passou este ano para 77,4%, passará em 2010 para 84,6%, e em 2011 para uns inacreditáveis 91%. E basta de números, fiquemos apenas com esta realidade: dentro de dois anos, seria necessário alocar praticamente toda a riqueza produzida no país durante um ano inteiro para saldar a dívida pública - pondo fim ao pagamento de juros que aos poucos vai sugando o país, transmitindo à geração seguinte um Estado endividado até ao pescoço. Teixeira dos Santos justifica o descontrolo do défice (derrapagem é adjectivo que já não chega para caracterizar a situação) com a crise económica: o que aconteceu, diz ele, não foi o aumento da despesa do Estado, mas sim a diminuição da receita fiscal. Com certeza que tem razão, mas a despesa do Estado subiu também - em parte motivada pelo acréscimo de prestações sociais, como o subsídio de desemprego e o rendimento mínimo - e atingiu o patamar psicológico dos 50% do PIB. Metade de toda a riqueza produzida no país inteiro pelas empresas e pelos trabalhadores é gasta pelo Estado.

Portanto, estes são os dados: temos um Estado que consome metade do que produzimos, cuja riqueza malbaratada impede os cidadãos de melhorarem a sua própria situação, e que, mesmo assim, todos os anos se endivida mais, porque a receita que tem e que tanto nos custa a pagar (aos que pagam...) não chega para os seus gastos, sempre crescentes. Por isso, endivida-se, ano após ano, e o serviço da dívida, os juros que paga, são já parte significativa da sua própria despesa. É como uma família em que um dos cônjuges trabalha e traz riqueza para casa e o outro vive a gastá-la e a acumular dívidas, que um dia passarão aos filhos, se antes a própria família não decretar insolvência. Não me interessa muito saber se a solução há-de ser socialista ou neoliberal, trata-se de uma questão de boa-fé. Não é justo nem sustentável indefinidamente que metade dos portugueses continue a trabalhar, investir, inovar e produzir riqueza para que a outra metade trate de a gastar alegremente e ainda exija sempre mais.

É a esta luz que se torna obrigatório meditar nas tais 'grandes obras públicas' que o Governo nos propõe como grande medida de política keynesiana e com o entusiástico apoio da CIP e da Associação dos Construtores de Obras Públicas. Quando, como já aqui o escrevi, tropeço em coisas como o contrato celebrado entre o Porto de Lisboa (Estado) e a Liscont/Mota-Engil para o Terminal de Contentores de Alcântara, eu tenho a penosa certeza de que estou pessoalmente a ser roubado pelos advogados do Estado e a benefício do sr. Mota - decerto uma estimável pessoa que não tenho o prazer de conhecer, mas que também me dispenso de ajudar a enriquecer com o dinheiro do meu trabalho. E o mesmo quando vejo as acções da Mota/Engil subirem 13% em bolsa no dia seguinte às eleições legislativas terem confirmado novo Governo PS. Ou quando constato que, semanas depois, a Mota/Engil ganhou mais um concurso de construção e concessão de exploração de uma nova auto-estrada - a do Pinhal Interior (alguém me pode informar onde fica isso ou para que serve?). Ou quando leio que foi alterado o regime das concessões rodoviárias, seguindo o modelo do contrato para o Terminal de Contentores de Alcântara, onde todo o risco do negócio é assumido pelo Estado e os privados ficam só com lucros garantidos ou indemnizações compensatórias. Ou quando vou sabendo pelos acórdãos do Tribunal de Contas (que, por si só, deveriam cobrir de vergonha qualquer governo), que se tornou prática corrente dos concursos de empreitadas públicas licitar com um preço imbatível e, uma vez ganho o concurso, subir o preço muito além do da concorrência, invocando toda a ordem de pretextos.

Perguntem-me se eu confio neste Estado e neste Governo para lançar, em nome do 'interesse público', as empreitadas das grandes obras como o novo aeroporto de Lisboa, o TGV ou a nova ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo, em Lisboa? Não, não confio. E não só porque se trata de obras inúteis e até prejudiciais a Lisboa, como a ponte ou o novo aeroporto, mas porque, na situação financeira em que nos encontramos, são quase obscenas. E, depois, porque não tenho a mais pequena fé de que os custos não disparem, que não haja negócios e adjudicações de favor, tráfico de influências, grandes oportunidades de enriquecimento para a meia dúzia de sociedades de advogados de Lisboa que vivem disto e, no final de tudo, que alguma das obras anunciadas se sustente a si própria e não venha a ser antes mais uma fonte de despesa pública a perder de vista.

Oiça, José Sócrates: o país que trabalha, que estuda, que inova, que arrisca e que dá trabalho a outros; o país que não foge ao fisco nem tem offshores e que paga impostos até por respirar; que não enriquece na bolsa nem vive a mendigar subsídios do Estado; que paga a escola dos filhos, as suas despesas de saúde e o seu plano de reforma, nada esperando da Segurança Social; o país que tem pudor em fazer negócios escuros com as autarquias ou as empresas públicas; o país que ainda não apanhou um avião para o exílio mas que também não deseja um lugar nos aviões das suas visitas de Estado a Angola, esse país está a ficar farto. Acredite que está. Não se manifesta nas ruas nem se organiza em 'Compromissos Portugal', que não são compromisso nem são Portugal. Mas existe e um dia destes explode. Nesse dia, o dr. Teixeira dos Santos vai-se espantar por descobrir que, mesmo já sem crise, a receita fiscal não há maneira de voltar a subir. Porque o animal raro conhecido por otário se terá extinto de vez.

Faz agora um ano que, 'para evitar o risco sistémico', o Governo nacionalizou os prejuízos do BPN. Um ano depois, a conta para os contribuintes já vai em 3,5 mil milhões de euros - três mil milhões e meio de euros! Vale a pena fazer as perguntas, em jeito de balanço: se o risco era sistémico, isso quer dizer que toda a banca funcionava no esquema de vigarice institucionalizada do BPN - foi isso que se quis esconder? Se o risco era sistémico, porque é que a banca privada não ajudou a banca pública a acorrer ao BPN? E, agora, tendo gasto mais dinheiro com o BPN do que gastou a pagar os subsídios de desemprego a meio milhão de desempregados, que lição, se é que alguma, extrai o governo dessa aventura? Que mensagem, se é que alguma, lhe ocorre dar aos pagadores de impostos?

Texto publicado na edição do Expresso de 7 de Novembro de 2009
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Cabecinhas

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Re: Corrupção em Portugal
« Responder #464 em: Novembro 10, 2009, 01:12:48 pm »
Vá lá não se tocou na despesa militar... como já vem sendo hábito
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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