Acalmemos portanto as águas, e voltemos ao tema.
Creio que na Segunda-feira (se não estou em erro) assisti ao debate semanal no «JORNAL DAS NOVE» do canal SIC-Notícias em que participa o Angelo Correia, o qual quando perguntado sobre os resultados das eleições espanholas, apresentou uma tese que me parece fazer todo o sentido.
Afirmou Angelo Correia, que a actual situação levará a um reforço e aumento dos poderes das autonomias, porque Zapatero continua a precisar dos votos dos partidos nacionalistas para garantir uma maioria no parlamento espanhol.
O mais curioso, é que Angelo Correia, afirmou algo que faz todo o sentido, e que foi o seguinte:
Se tivesse ganho o PP, o caminho para uma futura desagregação da Espanha seria muito mais rápido.
Ou seja, a insistência da direita nacionalista espanhola do PP (que para facilidade de interpretação, chamo de nacionalista castelhana) em afrontar as autonomias e a realidade das várias nacionalidades, acabaria por radicalizar posições quer no País Basco quer na Catalunha e mesmo na Galiza.
Ou seja: O resultado das eleções de Domingo, foi uma forma de continuar o processo de federalização da Espanha, apostando na visão federal da Espanha que é característica do PS espanhol.
O PS espanhol, é por definição um partido federal, que é na prática constituido por vários PS's separados entre si. É especialmente de notar a diferênça entre o PSC (Partido Socialista da Catalunha) e o PS castelhano de Madrid.
A questão catalã, também se vai transformar numa questão central, se o governo for apoiado directa ou indirectamente pelo partido do centro-direita da Catalunha, a CiU.
Um apoio da CiU ao governo central, poderá provocar tensões dentro do PSOE, pois o Partido Socialista da Catalunha é o principal rival da CiU a nível regional.
Ou seja, a situação espanhola continua como sempre foi. Uma tremenda salganhada, que balança no fio da navalha num equilibrio instável entre o poder central e os poderes regionais periféricos. A ameaça de crise económica complica as coisas.
Cumprimentos