Nova organização do nosso Exército

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sturzas

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« Responder #285 em: Novembro 02, 2006, 03:16:29 am »
Camaradas foristas (e após um longo tempo de interrégnio):

Tendo em conta o escrito na revista "Jornal do Exército" Nº555 - Outubro de 2006 - Págs. 32-33 (espero amanhã poder "scanar" as páginas em questão):

"(...) O valor atrás indicado permite desenvolver e concretizar os principais programas de reequipamento necessários à concretização dos principais Objectivos de Força do Exército para Médio e Longo Prazo, ou seja, o que se convencionou designar por Objectivos e correspondentes Programas Estruturantes e os Complementares a eles associados.

Os referidos programas são:

- Comando e Controlo - com desenvolvimento e duas vertentes - o desenvolvimento de um Sistema de Informações e Comunicações Táctico (SIC-T) e aquisição de Rádios 525;

- Helicópteros para a Unidade de Aviação Ligeira do Exército - com desenvolvimento em duas vertentes - a aquisição de 9 helicópteros médios NH-90 e de seis Helicópteros Ligeiros armados, e o armamento para mais três;

- Aquisição de viaturas blindads de rodas 8x8 (VBR), destinadas à Brigada de Intervenção (BrigInt), também a desenvolver em duas vertentes - a primeira com contrato em fase de fornecimento/produção de 240 VBR, a segunda com vista ao fornecimento de 33 viaturas com peça de 105 mm (MGS);

- A Modernização de Agrupamento Mecanizado para a Brigada Mecanizada (BrigMec), a desenvolver também em duas fases - a aquisição de 37 Carros de Combate Leopard 2A6, para substituição dos M60 e a modernização, numa segunda fase, de viaturas da família M113;

- Dos programas complementares considerados, destacam-se: a aquisição de viaturas ligeiras 4x4 com blindagem, destinadas à Brigada de Reacção Rápida (BrigRR); a aquisição de viaturas todo-o-terreno ligeiras (ATV) para a BrigRR (Companhias de Pára-quedistas); a substituição do Grupo de Artilharia 105mm (GAC 105mm Reb) da BrigInt por um GAC 155mm Reb; a aquisição de uma BAAA tipo Avenger, para a BrigInt e a aquisição de uma nova família de Armas Ligeiras para substituição da G3. (...)"

Pedindo, desde já, se possível, a autorização aos moderadores do Forum Defesa, para poder publicar estas páginas do Jornal do Exército (ficarei à espera de resposta dos mesmos por MP), dado que as mesmas têm conteúdos bastante interessantes de serem conhecidos publicamente.

No total é um texto de 10 páginas, com texto da autoria do EME - Estado-Maior do Exército, em que finalmente, mas não de uma forma concenssual, revelam quais são as metas e objectivos para a futura reestruturação, reorganização e reequipamento do Exército Português.

Cumprimentos
NA PAZ E NA VIDA... QUE RESERVA TÃO CALMA E TRANQUILA... MAS SE OUVIRES O TROAR DA GUERRA... ENTÃO IMITA O TIGRE...
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #286 em: Novembro 02, 2006, 10:02:42 am »
Olha que agora o Exército coloca as novas edições do JE em formato PDF à disposição do público no seu website. Já lá fui e infelizmente ainda não está lá. Provavelmente vão lá colocar quando sair a edição nº556.
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PereiraMarques

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« Responder #287 em: Novembro 02, 2006, 10:52:56 am »
Citação de: "sturzas"
a substituição do Grupo de Artilharia 105mm (GAC 105mm Reb) da BrigInt por um GAC 155mm Reb; a aquisição de uma BAAA tipo Avenger, para a BrigInt e a aquisição de uma nova família de Armas Ligeiras para substituição da G3. (...)"


Não estou a perceber aqui duas coisas:
1) Os obuses "Light Gun" 105mm Rebocados são novos e vão ser substituidos? Só se for para serem transferidos e reactivar o GAC na BrigRR?

2) A BrigInt terá direito a uma BAAA com Avenger, mas a BAAA da BrigMec continuará com os Chaparral?
 

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Duarte

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« Responder #288 em: Novembro 02, 2006, 02:46:49 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Citação de: "sturzas"
a substituição do Grupo de Artilharia 105mm (GAC 105mm Reb) da BrigInt por um GAC 155mm Reb; a aquisição de uma BAAA tipo Avenger, para a BrigInt e a aquisição de uma nova família de Armas Ligeiras para substituição da G3. (...)"

Não estou a perceber aqui duas coisas:
1) Os obuses "Light Gun" 105mm Rebocados são novos e vão ser substituidos? Só se for para serem transferidos e reactivar o GAC na BrigRR?

2) A BrigInt terá direito a uma BAAA com Avenger, mas a BAAA da BrigMec continuará com os Chaparral?


Light Gun para a BRR faz sentido.. mas é contrário a noticia de que a BRR perderia o seu GAC..  :roll:

Quanto aos Avenger faz sentido a BriMec tb receber Avenger, espero que seja o caso..
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sturzas

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« Responder #289 em: Novembro 02, 2006, 09:29:28 pm »
Olá a todos

Pereira Marques, respondendo à sua dúvida, relativamente ao Grupo de Artilharia da BrigInt, este apoio de fogos é concedido pelo Regimento de Artª 4 de Leiria, que com a nova reorganização passou a ser uma Subunidade da BrigInt, tal como o RC6 e os RI13, 14 e 19 e os restantes regimentos de apoio. Na minha óptica, isto quer dizer que o RA4 de Leiria passará a estar equipado com dois grupos de Artª, um de 105 e outro de 155, visto tal como disse o Duarte, os Light Gun regressarem à BRR seria contraditório dado que orgânicamente esta Brigada perdeu o seu GAC.

Todavia defendo a recriação de uma subnidade na BRR, do tipo da antiga Cª de Morteiros Pesados, como forma de garantir o apoio de fogos mais pesados, dado que a realidade desta Brigada assenta noutros moldes do que a ex-BAI, passando a existir páras, ranger's e comandos sob um mesmo comando, com o objectivo operacional de reacção rápida. Esta mesma "rapidez", aliada a um poder de fogo de certa forma elevado, penso que só estará ao alcance de morteiros pesados de 120, comparativamente às peças de 105mm.

Relativamente à artª antiaérea, acho que a aquisição do Avenger é uma boa opção para a BrigInt, aliada ao factor de a BrigRR possuir sistemas Stinger, falta só mesmo uniformizar a BrigMec com meios do mesmo tipo em substituição do Chaparral.

O principal problema surge na BrigMec, que no tempo da BMI era uma unidade, orgânicamente dividida em 5 batalhões, mas com a nova reorganização, passa a assentar na estrutura de agrupamentos mecanizados. Estes agrupamentos geralmente são compostos por 2 companhias de atiradores, 1 companhia de CC, 1 bateria de Artª e 1 Companhia de Apoio de Combate. Para se manter o mesmo nível operacional da ex-BMI, teria de se criar pelo menos 3 Agrupamentos mecanizados, mas parece que a intenção se vai ficar pela formação de um só agrupamento, pelo menos pela análise do que se pretende adquirir.

Cumprimentos
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Cabeça de Martelo

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« Responder #290 em: Novembro 03, 2006, 11:12:46 am »
Citação de: "sturzas"
Todavia defendo a recriação de uma subnidade na BRR, do tipo da antiga Cª de Morteiros Pesados, como forma de garantir o apoio de fogos mais pesados, dado que a realidade desta Brigada assenta noutros moldes do que a ex-BAI, passando a existir páras, ranger's e comandos sob um mesmo comando, com o objectivo operacional de reacção rápida. Esta mesma "rapidez", aliada a um poder de fogo de certa forma elevado, penso que só estará ao alcance de morteiros pesados de 120, comparativamente às peças de 105mm.


Em primeiro lugar devo dizer que concordo em pleno com a sua análise sobre os GAC's e a BM. Em relação a uma possível criação de uma Companhia de Morteiros Pesados no seio da BRR, não é só um desejo, deve ser algo imperativo. Uma Brigada com as características da BRR TEM que ter uma unidade de Apoio de Fogos, ao perder a sua GAC, essa capacidade foi drasticamente reduzida. Uma coisa curiosa é que quando se extinguiu o CTP e se integrou os Pára-quedistas no Exército, um dos motivos levantados pelo governo e pelo Exército foi a introdução de novas sub-unidades que eram consideradas (então) de vitais para uma unidade como esta. Nesta última reorganização do Exército, a Companhia de Engenharia foi à vida, a GAC também, o 3º BIParas faz parte da história (este batalhão já foi extinto e levantado de novo 2 vezes  :?
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Lightning

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« Responder #291 em: Novembro 03, 2006, 03:23:44 pm »
Pelo que me parece os para-quedistas vão voltar a estar organizados como antes de serem transferidos da Força Aérea para o Exército, refiro-me à BRIPARAS, em equipa ganhadora não se mexe lol.
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #292 em: Novembro 03, 2006, 04:46:03 pm »
Citação de: "Hélder"
Pelo que me parece os para-quedistas vão voltar a estar organizados como antes de serem transferidos da Força Aérea para o Exército, refiro-me à BRIPARAS, em equipa ganhadora não se mexe lol.


Pois...agora é só voltarem a dar de novo a antiga mistica que os Pára-quedstas tinham, o treino duro e (muitissimo) mais completo que havia antigamente...  :?
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Miguel

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« Responder #293 em: Novembro 03, 2006, 06:37:00 pm »
Resumindo isto é assim:

Quando fizeram a BAI o objetivo era de ter 4000 militares paraquedistas incluindo o pessoal de artilharia servicios etc...

Ora chegamos a conclusão que não podemos ter mais de 2000 paraquedistas por motivos de treino e de$$$

Portanto voltamos a situaçao anterior do tempo da BriParas

Agora com a nova configuração da BRR com Paras,Comandos,OEs portanto boinas vermelhas, verdes e verdes claras, considero
que seria possivél juntar um Grupo Artilharia ligeira com boinas castanhas nesta BRR :idea:
 

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Spectral

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« Responder #294 em: Novembro 06, 2006, 01:04:04 pm »
Citar
Mesmo nos paises ricos a artilharia raramente executa operações de lançamentos em paraquedas, porque para lançar um simples obuseiro de 105mm e quase preciso toda a frota da Esquadra 501
1 C130 para o obuseiro
1 C130 para o vehiculo de reboque
1 C130 para o pessoal da péca etc...


Ai é ?

Então como é que um Blackhawk transporta um obus de 105mm, mais a guarniçao e 30 munições?




Os Páras e Royal Marines britânicos usaram e usam com muito sucesso baterias helitransportadas ( por Chinook ) de Light Gun 105mm (como as nossas) em operações no Afeganistão. Operações de para-quedistas em larga escala são coisa do passado, e não faz muito sentido a um país como o nosso manter esse tipo de capacidades em larga escala ( nota: defendo a existência dos 2 batalhões de para-quedistas).
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Miguel

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« Responder #295 em: Novembro 06, 2006, 05:48:29 pm »
Spectral, eu estava a falar de um lançamento em ParaQuedas...

Claro que em aerotransporte simples um unico C130 pode levar além do obuseiro a sua viatura e o pessoal e munições...

Desde Kolwezi em 1978 nunca mais existui saltos operacionais.

Artilharia Paraquedista era apenas durante a II Guerra Mundial.

Os franceses ainda fizerem alguns lançamentos em Dien Bien Phu em 1954.
 

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Spectral

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« Responder #296 em: Novembro 06, 2006, 06:15:41 pm »
Porque motivo é que não pode lançar mais que um obus, nem que seja em várias passagens ?? Não faz o mínimo sentido, os Hercules podem lançar cargas muito mais pesadas ou volumosas... E certamente não é preciso um único C130 para transportar e lançar um mísero jipe...


E desde 1978 que existiram vários saltos operacionais de larga escala ( Panamá 1989, Iraque 2003), não são é muito siginificativos para os dias de hoje...
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Miguel

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« Responder #297 em: Novembro 06, 2006, 07:47:22 pm »
Spectral

Para um tipo da velha Europa...os saltos de Panama e Iraque não passam de uma palhaçada feita para os jornalista ver...

Para lhe dar um exemplo : O desembarque dos Marines camuflados :lol:  na Somalia...
 

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Yosy

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« Responder #298 em: Novembro 06, 2006, 08:01:30 pm »
^^^^ aquele salto operacional dos Rangers americanos no início da Guerra do Afeganistão, por exemplo, foi para inglês ver - eles iam ocupar um aérodromo que já tinha sido tomado pelas forças especiais americanas no terreno.

Com a melhoria das capacidades de transporte dos helicópteros, só em ocasiões muito excepcionais é que existirá necessidade de um salto operacional clássico.
 

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Spectral

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« Responder #299 em: Novembro 06, 2006, 08:11:59 pm »
Por isso é que eu disse que não significativos, acho que já discutimos esses eventos por aqui várias vezes e concordamos que foram mesmo para inglês ver, como o Yosy disse  c34x
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R.P. Feynman