05 de Junho de 2008, 16:14
Lisboa, 5 Mai (Lusa) - O Chefe do Estado-Maior do Exército disse hoje à Lusa que a instituição que dirige "participou activamente" no cumprimento do Pacto de Estabilidade e redução do défice orçamental ao fazer uma contenção de mil efectivos nas suas fileiras.
O General Pinto Ramalho, que falava antes da apresentação do ponto da situação sobre a sua directiva para 2007-2009, disse que, por causa disso, o Exército "perdeu o ritmo na atracção dos jovens" para as suas fileiras.
"Mas, apesar de tudo, o Exército está a mexer e no bom sentido", destacou.
Questionado sobre o recrutamento de voluntários, Pinto Ramalho disse estar "moderadamente optimista", mas "racionalmente preocupado" com o futuro processo de recrutamento de voluntários.
"Nós não atingimos ainda o objectivo estrutural das 14.500 praças", disse, sublinhando que, nesta altura, o Exército tem um tecto orçamental que lhe permite atingir 13.900 praças, mas está abaixo disso, com cerca de 12.300 praças.
O Exército "está a apostar num regime de contrato de longa duração que pode atenuar o actual abrandamento, o que demonstra que é uma instituição nacional com potencialidades para participar activamente na formação dos jovens", afirmou.
O CEME revelou que o Exército pretende efectuar no futuro contratos de longa duração, entre 12 a 15 anos, para especialidades específicas e mais exigentes nas áreas da saúde, dos sistemas de informação e mecânica.
No modelo de instrução das forças, o Exército "está a fazer um esforço" para que os conteúdos ministrados na instrução e competências adquiridas na sua formação possam ser certificados.
Interrogado sobre as dificuldades e problemas que o Exército português enfrenta, Pinto Ramalho disse que "são exactamente iguais às que o país tem atravessado".
"Gostaríamos de ter mais recursos, só temos os possíveis, gostaríamos que o reequipamento se fizesse mais rapidamente, e de ter mais voluntários", sublinhou.
"Racional e naturalmente percebemos essas dificuldades e com toda a coerência e legitimidade visamos as necessidades do Exército que devem ser respondidas em primeira prioridade", afirmou.
"Também nos move uma situação concreta: o Exército deve ser um exército que conte em termos internacionais", declarou, realçando: "Julgo que o país não está interessado em que o Exército seja dispensável".
"O que nos dá segurança no caminho que estamos a percorrer é fundamentalmente o bom desempenho das nossa Forças Nacionais Destacadas" (Líbano, Kosovo e Afeganistão), afirmou, sublinhando que esse desempenho operacional em teatros extremamente exigentes, ao lado de exércitos tidos como de referência, tem alcançado resultados extremamente positivos.
Questionado sobre se o actual exército é mais operacional do que era há cinco anos atrás, respondeu: "Este Exército é um exército operacional".
SRS.
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