Exército quer os jovens mais tempo nas fileiras
2008-06-06
Carlos varela
O Exército precisa de ter mais 2.300 contratados, mas tem sido difícil preencher as necessidades mínimas do ramo. Numa altura de transformação, com a aquisição de novo armamento, os responsáveis querem assegurar condições mínimas.
O programa de blindados Pandur está em curso. Num total de 240 viaturas foram entregues nove em 2007 e este ano serão entregues mais 56, para em 2009 ser constituída a primeira companhia de atiradores. Os novos carros de combate Leopard 2 A6 (37 no total) começam a chegar ainda este ano, com nove previstos. Em 2009, chegam as restantes e irão substituir os M-60 em serviço na Brigada Mecanizada. Os Leopard 2 A6 são comprados à Holanda, por desactivação de unidades e reorganização do Exército deste país. As armas ligeiras São uma das principais prioridades do Exército. O concurso está a decorrer e incide sobre pistolas, metralhadoras ligeiras e espingardas. A imagem de marca é a substituição da G-3, que põe em concurso a HK alemã e a Colt Canadiana. As armas têm vindo a sujeitas a testes e as primeiras serão entregues este ano. Assim sendo, o Exército quer alterar o tempo de permanência de voluntários nas fileiras para o dobro, de seis para 12 a 15 anos, no sentido de inverter a tendência de uma permanente falta de recursos humanos, em particular na classe de praças. A proposta já foi endereçada ao Ministério da Defesa, para alteração da lei, abrangendo especialidades que exijam mais formação, como a nível das áreas de saúde e de manutenção. A informação foi ontem adiantada pelo chefe de Estado-Maior do Exército, general Pinto Ramalho, durante a apresentação do Novo Plano de Médio e Longo Prazo (2007-2024), cujos objectivos alteraram substancialmente o que tinha sido deixado pelo seu antecessor, general Valença Pinto - agora chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (ver texto em rodapé). A uma questão colocada pelo JN, num encontro com alguns órgão de Comunicação Social, que antecedeu a apresentação do Plano a 250 oficiais do activo, na reserva e na reforma, Pinto Ramalho reconheceu que a falta de praças é dos problemas que mais preocupam o Exército, uma questão já foi levantada pelo JN. De acordo com Pinto Ramalho, o objectivo é ter 14.500 militares. O "plafond" orçamental para este ano é de 13.900, mas a realidade do ramo terrestre das Forças Armadas fica-se pelos 12.200. Para chamar os jovens às fileiras, numa mensagem para o exterior, o Exército tem vindo a desenvolver campanhas de sensibilização, mas a nível interno o esforço vai para a equiparação de alguns dos cursos militares às necessidades civis. O incremento da permanência é uma forma de dar mais estabilidade ao planeamento do ramo, garantindo mais segurança aos voluntários e contratados. Outra aposta incide sobre a modernização do armamento e equipamento, em particular a nível de viaturas, para apagar a imagem de obsolescência normalmente associada ao Exército (Ver ficha).
Jornal de Notícias