Boas mais uma vez.
Bem, nova estrutura/organização do nosso Exército:
Para começar gostaria apenas de dizer "vamos lá ver se é desta!!", tendo em conta a quantidade de reestruturações, reorganizações, renomeações e afins que o nosso exército sofreu nos últimos anos. Contudo, e apesar de a actual estrutura ficar um pouco aquém daquilo que todos nós desejariamos, parece-me que finalmente temos uma estrutura organizada e relativamente equilibrada, principalmente se se limarem algumas arestas.
Centrarei o meu post principalmente na análise da FOPE e das suas 3 brigadas:
3 Brigadas (cujos nomes são o menos importante, mas que nem estão mal de todo) e que representam as 3 dimensões (em termo de "peso") das nossas forças. Assim:
Componente mais ligeira e móvel a BRR;
Componente média a BRIGINT;
Componente mais pesada a BM.
No seguimento de alguns posts anteriores gostaria de lançar algumas ideias para discussão relativas tanto à organização destas brigadas como à distribuição das suas unidades pelo território nacional.
Tenho ouvido falar de colocação de forças a sul (Allgarve

) para manter a presença militar nessa parte do território. Tal não me parece de todo justificável por duas razões essenciais: 1ª, em termos práticos não é uma unidade nessa região que faria grande diferença no caso de uma ocupação do território vinda de sul; 2ª, a ter em conta que temos um exército constituido inteiramente por voluntários e que, segundo as estatísticas, a esmagadora maioria é proveniente do norte do país, tal facto poderia causar um descontentamneto generalizado dos militares ai colocados. Eu sei que isso não deveria ser tido em conta (especialmente se essa localização fosse de verdadeiro interesse estratégico para a defesa do nosso território, mas como tal não me parece...enfim deixo à consideração).
Na minha opinião de "treinador de bancada" ou "General de pc", poderiamos ter as nossas unidades divididas da seguinte forma:
BRR: 1 Batalhão de Infantaria Para-quedista no actual RI10 AMSJ (como está..sem alterações;
1 Batalhão de Infantaria Para-Quedista em Beja (como já esteve), o mais a sul que colocaria forças desta dimensão. No entanto, não o colocaria nas antigas instalações, ou seja, no RI3. Proponho uma visão diferente (possivelmente suscitadora de uma torrente de críticas), proponho que este ficasse colocado nas instalações militares da Base Aérea nº 11 na mesma localidade. Penso que com vontade e dinheiro, que poderia ser proveniente da alienação de património tal poderia ser conseguido. Assim, reduziamos a disperssão de forças nessa zona para um único local, com melhores condições (estamos a falar de Para-Quedistas - parece-me que a existência de uma pista é importante). Com quase toda a certeza que muita racionalização de meios poderia advir de uma estruturação assim.
O próprio ERec da BRR (que se não me engano está localizado em Estremoz) poderia ser deslocado para a BA Nº11 e com engenho e arte algumas sub-unidades replicadas poderiam ser extintas e dinheiro poupado. E assim já teriamos duas unidades da BRR nas mesmas instalações.
A ETP e Base de Tancos ficaria com o BAAT e outras sub-unidades que já lá se encontram neste momento (CEng acho eu e outras..ajudem-me).
1 Batalhão de Comandos e o próprio CTC, a pensar melhor a localização (o RI1 não me agrada muito mas também não tenho outra ideia melhor)
Tentaria dispersar as forças da BRR por estas e só por estas instalações.
BM: Bem, aqui não há grandes problemas, fica tudo como dantes...Quartel-General..não em Abrantes mas em Stª Margarida.
parece-me o único local capaz de albergar eficientemente as unidades da componente mais pesada. Estas precisam de espaço e este não falta por lá.
Sugeriria também para Stª Margarida a criação de uma espécie de Escola Inter-Armas. Sei que este ponto já foi discutido em tópicos anteriores e que há muita gente com grandes reservas quanto à criação deste tipo de unidade. Eu penso que não deveriamos ter essas reservas porque mais uma vez poderiamos poupar com a extinção de serviços redundantes que existem nas diversas escolas e que aqui ficariam concentrados num local, serviços comuns é claro. A parte formativa ficaria a cargo de um corpo docente próprio de cada arma. Penso que Stª Margarida é a localização ideal porque é o único local onde existem forças operacionais de todas as armas e serviços, pelo que a parte prática nunca seria posta em causa, muito pelo contrário. Eu servi na EPC e sempre achei ridículo que os Carros de Combate da escola nunca pudessem andar mais do que no minúsculo parque de manobras. Agora os meios são cada vez menos, acho que não há espaço para duplicações.
BRIGINT: Bem, aqui o caso é mais complexo.
Temos dois Batalhões de Infantaria. Proponho que se mantenham nas zonas (e reforço o zonas) em que se encontram. Reforço o zonas porque gostaria que as instalações que os albergassem não fossem os actuais RI13 e RI14. São instalações do modelo CANIFA, no meu entender completamente desactualizadas e no centro de duas cidades. As instalações teriam de ser novas mas nas zonas actuais. A substituição do RI13 poderia ficar algures entre Vila Real e Chaves (há óptimos acessos agora, ficariam perto de tudo) e o RI14 na zona de Viseu (idem).
Quanto às restantes unidades poderiam ser, ou (algumas delas) anexadas a estas novas localizações ou, faço mais uma sugestão no meu entender arrojada. Base Aérea de Maceda/Ovar, instalação claramente sub-aproveitada pela FAP e a escassos minutos do Porto e de Aveiro, zona de proveniência de muitos dos militares que compõem estas unidades. Unidades como o RE3, RA5, componentes operacionais da EPT e EPAM, assim como o RC6 e o GAM poderiam ser alojados nessa localização. Obviamente algumas poderiam ser como referi antes anexadas aos RI13 e RI14.
Tal criaria unidades mais numerosas e mais operacionais, acabando com a triste "instituição" do Regimento que mais não é que uma companhia de instrução em instalações ultrapassadas pelo tempo, caras de manter e numerosas, espalhadas pelos 4 cantos do território com CCS em todos eles, refeitórios e tesourarias em todos eles etc etc.
Sei que me vão falar de zonas do país que ficarão desfalcadas de "protecção militar" mas, sejamos realistas, o nosso efectivo é muito limitado, pelo que sempre que tentemos cobrir a cabeça vamos deixar descobertos os pés e, na prática, não é uma unidade em Braga que vai verdadeiramente impedir o avanço dos espanhóis de norte em direcção ao Porto, por isso....
Queremos é unidades modernas, perto de vias de comunicação, mais baratas de manter, tendo uma relação custo/utilização mais eficiente, com maior capacidade operacional etc. etc. É nisso que o nosso actual exército parece querer transformar-se, um exército com capacidade de projecção, profissional, com militares motivados, bem equipados, treinados e bem instalados. A ideia do exército de quadricula para defesa do teritório nacional já não se aplica e muito menos quando o cerne destas mudanças já foi iniciado. Agora é finalizar.
Em relação à BRR esqueci-me de falar do CTOE, mas como já referi noutro post, acho que esta unidade não deveria pertencer à BRR mas sim ser independente e, como tal a sua localização actual é a mais indicada.
Mais coisas poderiam ser ditas mas por agora fico por aqui. Espero reacções e discutiremos depois aquilo que acharem ainda faltar discutir.
Desculpem os longos textos, mas as ideias são complexas e não se podem expressar em duas linhas.