Nova organização do nosso Exército

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Cabeça de Martelo

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« Responder #660 em: Fevereiro 27, 2008, 05:24:11 pm »
:wink:
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Pedro Monteiro

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« Responder #661 em: Fevereiro 27, 2008, 07:09:31 pm »
Citação de: "Lancero"
Interessante artigo sobre o Grupo de Auto-Metralhadoras da BrigInt no Jornal do Exército de Fevereiro. Ainda não está no site  :(

A provar que o GAM seguirá, em linhas gerais, o modelo de um Grupo de Carros de Combate e não de unidade de apoio a infantaria.

Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Lancero

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"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Lancero

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« Responder #663 em: Fevereiro 29, 2008, 04:00:12 pm »
Despacho n.º 5507/2008, D.R. n.º 43, Série II de 2008-02-29
Presidência do Conselho de Ministros - Gabinete do Primeiro-Ministro
Determina os objectivos políticos e operacionais da participação nacional no exercício CMX 08, activa e define a constituição do Grupo de Apoio/SNGC e delega no Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar as competências para a tomada de decisões relativas à gestão da crise enquanto durar o exercício e naquilo que lhe diz respeito



Citar
Gabinete do Primeiro-Ministro
Despacho n.º 5507/2008
Exercício de gestão de crises da Organização do Tratado
do Atlântico Norte — CMX 08
O Crisis Management Exercise 2008 (CMX 08) é um exercício, de
nível estratégico político -militar, efectuado no âmbito da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (NATO), destinado a praticar, testar e validar
a gestão, as medidas e os mecanismos relacionados com o processo de
consulta e de decisão colectiva na resposta a crises.
O exercício é patrocinado pelo Secretário -Geral da NATO e realiza -se
no período compreendido entre 16 e 22 de Abril de 2008. Como cenário
do exercício foram idealizadas condições hipotéticas que contribuem
para o desenvolvimento de uma situação de crise que, incluindo ameaças
de cariz assimétrico, nomeadamente afectando infra -estruturas críticas,
linhas de comunicação, terrorismo e a possibilidade de utilização de armas
de destruição em massa contra populações, forças e infra -estruturas
da NATO, confrontarão a Aliança com um potencial quadro de âmbito
«não -Artigo 5.º» do Tratado do Atlântico Norte, sob auspícios de um
mandato do CSNU.
No quadro nacional vigente, foi criado pelo Decreto -Lei n.º 173/2004,
de 21 de Julho, o Sistema Nacional de Gestão de Crises (SNGC) que,
accionado mediante despacho do Primeiro -Ministro, é destinado a apoiá-
-lo no processo da tomada de decisão e na sua execução em situações
de crise.
De acordo com o artigo 5º do supracitado decreto -lei, compete ao
Grupo de Apoio «acompanhar a evolução da situação, tratar toda a
informação fornecida pelos serviços competentes, elaborar estudos e
propostas, difundir as orientações e decisões emanadas do Gabinete de
Crise e aconselhar sobre os assuntos relacionados com os Sistemas da
União Europeia, da NATO, bem como com outros sistemas internacionais
de resposta a crises».
A prática aconselha a que, de acordo com o cenário concreto da crise
a gerir, o referido Grupo de Apoio tenha uma constituição de geometria
variável.
O CMX 08 constitui -se assim como uma excelente oportunidade para,
incorporando as lições aprendidas, mormente no CMX06, adequar a
constituição do Grupo de Apoio ao cenário de crise externa desenhado
para o exercício, avaliar a sua eficácia e recolher ensinamentos que
permitam o aperfeiçoamento do Sistema.
Assim, ao abrigo do n.º 2 do artigo 3º e do artigo 4.° do Decreto -Lei
n.º 173/2004, de 21 de Julho, determino o seguinte:
1 — A participação nacional no exercício CMX 08 obedece aos seguintes
objectivos políticos e operacionais:
a) Consolidar a solidariedade entre os países membros da NATO e
países parceiros.
b) Exercitar a participação nacional nas potenciais respostas da
Aliança, numa situação de crise.
c) Familiarizar os participantes nacionais com a operação do Grupo de
Apoio/SNGC, tendo em vista a execução das tarefas que lhe estão cometidas,
designadamente a interacção entre as diversas entidades, órgãos,
sistemas e subsistemas intervenientes, e bem assim desenvolver e consolidar
os procedimentos necessários ao seu eficaz funcionamento.
d) Testar e, posteriormente, aperfeiçoar a constituição e configuração
do Grupo de Apoio/SNGC, a articulação entre os diversos serviços que
nele estão representados e o seu funcionamento. Para tal, durante a
fase activa deste exercício, será atribuída especial atenção à recolha de
elementos que permitam potenciar:
i) Os procedimentos e os meios necessários à cabal execução das
tarefas que competem ao Grupo de Apoio/SNGC, tendo em vista alcançar
uma efectiva coordenação entre os diversos órgãos que o integram,
garante da eficácia e da unidade da resposta nacional;
ii)A articulação entre o esboço do CAPÍTULO 5 (Medidas de Resposta
a Crises) do futuro manual do Sistema Nacional de Gestão de Crises e o
CAPÍTULO 3 (Crisis Response Measures) do NATO Crisis Response
System Manual;
iii) A permuta de informações;
iv) A cooperação civil -militar em situação de crise;
v) Os procedimentos no campo do Planeamento Civil de Emergência,
incluindo a assistência a países Aliados e parceiros, se solicitado;
vi) Os mecanismos de cooperação político -militar na área da segurança
e da defesa contra o terrorismo, proliferação de armas de destruição em
massa e outras ameaças assimétricas à segurança do Estado;
vii) Exercitar a aplicação prática das normas em vigor para Informação
Pública;
viii) Verificar a adequação do processo de tomada de decisão e o
planeamento da projecção dos meios nacionais atribuídos à NATO
Response Force, que se constitui como principal força de reacção da
Aliança face a uma crise emergente;
ix) Verificar a adequação da estrutura e a capacidade de resposta do
SNGC, tendo em vista a introdução de medidas correctivas que venham
a revelar -se necessárias.
2 — Para efeitos do exercício, é activado o Grupo de Apoio/SNGC,
com a seguinte constituição:
a) Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar,
que coordena;
b) As entidades referidas na alínea a) do artigo 4º do Decreto -Lei
n.º 173/2004, de 21 Junho, representadas pelo Vice -Presidente do Conselho
Nacional de Planeamento Civil de Emergência;
c) Representantes das seguintes entidades:
i) Ministério dos Negócios Estrangeiros;
ii) Ministério da Defesa Nacional;
iii) Ministério da Administração Interna (através de elementos do
Gabinete Coordenador de Segurança);
iv) Ministério da Justiça (através de elementos da Polícia Judiciária);
v) Serviço de Informações de Segurança;
vi) Serviço de Informações Estratégicas de Defesa.
3 — O Coordenador do Grupo de Apoio/SNGC, em cooperação com
o Gabinete do Ministro da Defesa Nacional, assegura:
a) A preparação da sala de situação do Conselho Nacional de Planeamento
Civil de Emergência para funcionamento do Grupo de Apoio/
SNGC;
b) O estabelecimento do núcleo nacional de controlo e direcção do
exercício (DISTAFF nacional) que exercerá a sua actividade em local
onde melhor possa exercer a sua função;
c) Até 14 de Março de 2008, a difusão da documentação necessária ao
desenvolvimento do exercício, nomeadamente cenário, situação geral e
particular, para distribuição às entidades que nele participam;
d) O desenvolvimento dos contactos necessários junto dos Gabinetes
dos Ministros e das outras entidades que participam no exercício;
e) A constituição de um núcleo de Informação Pública, que assegurará
as tarefas relativas aquela importante área de trabalho na gestão
de crises.
1 Os recursos financeiros necessários à preparação e à participação
nacional no exercício são assegurados de acordo com o disposto no
artigo 7.º do Decreto -Lei n.º 173/2004, de 21 de Julho.
2 Enquanto durar o exercício e naquilo que lhe diz respeito, são delegadas
no membro do Governo referido na alínea a) do n.º 2 as competências
para a tomada de decisões relativas à gestão da crise.
22 de Fevereiro de 2008. — O Primeiro -Ministro, José Sócrates
Carvalho Pinto de Sousa.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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sefr81

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« Responder #664 em: Março 02, 2008, 03:08:56 pm »
Boas mais uma vez.
Bem, nova estrutura/organização do nosso Exército:
Para começar gostaria apenas de dizer "vamos lá ver se é desta!!", tendo em conta a quantidade de reestruturações, reorganizações, renomeações e afins que o nosso exército sofreu nos últimos anos. Contudo, e apesar de a actual estrutura ficar um pouco aquém daquilo que todos nós desejariamos, parece-me que finalmente temos uma estrutura organizada e relativamente equilibrada, principalmente se se limarem algumas arestas.

Centrarei o meu post principalmente na análise da FOPE e das suas 3 brigadas:
3 Brigadas (cujos nomes são o menos importante, mas que nem estão mal de todo) e que representam as 3 dimensões (em termo de "peso") das nossas forças. Assim:
Componente mais ligeira e móvel a BRR;
Componente média a BRIGINT;
Componente mais pesada a BM.

No seguimento de alguns posts anteriores gostaria de lançar algumas ideias para discussão relativas tanto à organização destas brigadas como à distribuição das suas unidades pelo território nacional.

Tenho ouvido falar de colocação de forças a sul (Allgarve  :lol: ) para manter a presença militar nessa parte do território. Tal não me parece de todo justificável por duas razões essenciais: 1ª, em termos práticos não é uma unidade nessa região que faria grande diferença no caso de uma ocupação do território vinda de sul; 2ª, a ter em conta que temos um exército constituido inteiramente por voluntários e que, segundo as estatísticas, a esmagadora maioria é proveniente do norte do país, tal facto poderia causar um descontentamneto generalizado dos militares ai colocados. Eu sei que isso não deveria ser tido em conta (especialmente se essa localização fosse de verdadeiro interesse estratégico para a defesa do nosso território, mas como tal não me parece...enfim deixo à consideração).
Na minha opinião de "treinador de bancada" ou "General de pc", poderiamos ter as nossas unidades divididas da seguinte forma:
BRR: 1 Batalhão de Infantaria Para-quedista no actual RI10 AMSJ (como está..sem alterações;
1 Batalhão de Infantaria Para-Quedista em Beja (como já esteve), o mais a sul que colocaria forças desta dimensão. No entanto, não o colocaria nas antigas instalações, ou seja, no RI3. Proponho uma visão diferente (possivelmente suscitadora de uma torrente de críticas), proponho que este ficasse colocado nas instalações militares da Base Aérea nº 11 na mesma localidade. Penso que com vontade e dinheiro, que poderia ser proveniente da alienação de património tal poderia ser conseguido. Assim, reduziamos a disperssão de forças nessa zona para um único local, com melhores condições (estamos a falar de Para-Quedistas - parece-me que a existência de uma pista é importante). Com quase toda a certeza que muita racionalização de meios poderia advir de uma estruturação assim.
O próprio ERec da BRR (que se não me engano está localizado em Estremoz) poderia ser deslocado para a BA Nº11 e com engenho e arte algumas sub-unidades replicadas poderiam ser extintas e dinheiro poupado. E assim já teriamos duas unidades da BRR nas mesmas instalações.
A ETP e Base de Tancos ficaria com o BAAT e outras sub-unidades que já lá se encontram neste momento (CEng acho eu e outras..ajudem-me).
1 Batalhão de Comandos e o próprio CTC, a pensar melhor a localização (o RI1 não me agrada muito mas também não tenho outra ideia melhor)
Tentaria dispersar as forças da BRR por estas e só por estas instalações.

BM: Bem, aqui não há grandes problemas,  fica tudo como dantes...Quartel-General..não em Abrantes mas em Stª Margarida.
parece-me o único local capaz de albergar eficientemente as unidades da componente mais pesada. Estas precisam de espaço e este não falta por lá.
Sugeriria também para Stª Margarida a criação de uma espécie de Escola Inter-Armas. Sei que este ponto já foi discutido em tópicos anteriores e que há muita gente com grandes reservas quanto à criação deste tipo de unidade. Eu penso que não deveriamos ter essas reservas porque mais uma vez poderiamos poupar com a extinção de serviços redundantes que existem nas diversas escolas e que aqui ficariam concentrados num local, serviços comuns é claro. A parte formativa ficaria a cargo de um corpo docente próprio de cada arma. Penso que Stª Margarida é a localização ideal porque é o único local onde existem forças operacionais de todas as armas e serviços, pelo que a parte prática nunca seria posta em causa, muito pelo contrário. Eu servi na EPC e sempre achei ridículo que os Carros de Combate da escola nunca pudessem andar mais do que no minúsculo parque de manobras. Agora os meios são cada vez menos, acho que não há espaço para duplicações.

BRIGINT: Bem, aqui o caso é mais complexo.
Temos dois Batalhões de Infantaria. Proponho que se mantenham nas zonas (e reforço o zonas) em que se encontram. Reforço o zonas porque gostaria que as instalações que os albergassem não fossem os actuais RI13 e RI14. São instalações do modelo CANIFA, no meu entender completamente desactualizadas e no centro de duas cidades. As instalações teriam de ser novas mas nas zonas actuais. A substituição do RI13 poderia ficar algures entre Vila Real e Chaves (há óptimos acessos agora, ficariam perto de tudo) e o RI14 na zona de Viseu (idem).

Quanto às restantes unidades poderiam ser, ou (algumas delas) anexadas a estas novas localizações ou, faço mais uma sugestão no meu entender arrojada. Base Aérea de Maceda/Ovar, instalação claramente sub-aproveitada pela FAP e a escassos minutos do Porto e de Aveiro, zona de proveniência de muitos dos militares que compõem estas unidades. Unidades como o RE3, RA5, componentes operacionais da EPT e EPAM, assim como o RC6 e o GAM poderiam ser alojados nessa localização. Obviamente algumas poderiam ser como referi antes anexadas aos RI13 e RI14.
Tal criaria unidades mais numerosas e mais operacionais, acabando com a triste "instituição" do Regimento que mais não é que uma companhia de instrução em instalações ultrapassadas pelo tempo, caras de manter e numerosas, espalhadas pelos 4 cantos do território com CCS em todos eles, refeitórios e tesourarias em todos eles etc etc.

Sei que me vão falar de zonas do país que ficarão desfalcadas de "protecção militar" mas, sejamos realistas, o nosso efectivo é muito limitado, pelo que sempre que tentemos cobrir a cabeça vamos deixar descobertos os pés e, na prática, não é uma unidade em Braga que vai verdadeiramente impedir o avanço dos espanhóis de norte em direcção ao Porto, por isso....
Queremos é unidades modernas, perto de vias de comunicação, mais baratas de manter, tendo uma relação custo/utilização mais eficiente, com maior capacidade operacional etc. etc. É nisso que o nosso actual exército parece querer transformar-se, um exército com capacidade de projecção, profissional, com militares motivados, bem equipados, treinados e bem instalados. A ideia do exército de quadricula para defesa do teritório nacional já não se aplica e muito menos quando o cerne destas mudanças já foi iniciado. Agora é finalizar.

Em relação à BRR esqueci-me de falar do CTOE, mas como já referi noutro post, acho que esta unidade não deveria pertencer à BRR mas sim ser independente e, como tal a sua localização actual é a mais indicada.

Mais coisas poderiam ser ditas mas por agora fico por aqui. Espero reacções e discutiremos depois aquilo que acharem ainda faltar discutir.

Desculpem os longos textos, mas as ideias são complexas e não se podem expressar em duas linhas.
 

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PereiraMarques

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« Responder #665 em: Março 05, 2008, 01:31:31 pm »
Citar
Ciclos de estudo adequados ao Processo de Bolonha
Ensino militar reorganizado até ao próximo ano
 
O ensino superior público militar tem de adequar até ao início do próximo ano lectivo os seus cursos ao Processo de Bolonha, de acordo com um decreto-lei publicado esta quarta-feira em Diário da República.
 
O documento visa “assegurar que, no ano lectivo 2009/2010, todos os ciclos de estudos estejam organizados” segundo o novo Regime Jurídico do Ensino Superior, “devendo ser objecto de avaliação quanto ao seu funcionamento”.

Esta avaliação será realizada pelo Conselho do Ensino Superior Militar, que terá também a cargo o acompanhamento das políticas relacionadas com este tipo de ensino.

Este novo órgão reunirá representantes dos três ramos das Forças Armadas, da GNR, dos Ministérios da Defesa e do Ensino Superior, e trabalhará sob a dependência da Ministério da Defesa.

Segundo o decreto-lei, serão extintas, até ao final do ano lectivo, a Escola Superior Politécnica do Exército, a Escola Superior de Tecnologias Navais e a Escola Superior de Tecnologias Militares Aeronáuticas.


Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=21&p=200
 

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Lancero

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« Responder #666 em: Março 07, 2008, 11:07:37 am »
Citar
A OLHAR O MUNDO


António Vitorino
jurista

As questões de segurança têm vindo a ganhar relevância acrescida no quadro europeu. O aspecto mais inovador do Tratado Constitucional, repescado, no essencial, pelo Tratado de Lisboa, diz respeito precisamente à chamada "cooperação estruturada" em matéria de segurança e defesa.

No plano internacional, a grande incógnita é a de saber se esta alteração dos Tratados significa que a União Europeia vai tomar a sério as suas responsabilidades globais, combinando a sua acção de potência civil com o desenvolvimento de uma capacidade militar própria e efectiva.

No plano interno, a incógnita consiste em saber se o grau de confiança mútua entre os Estados da União viabilizará o desenvolvimento desta "cooperação estruturada" e se, em face disso, os cidadãos europeus estão preparados para o que decorre de uma tal opção de fundo.

De qualquer modo, os Estados membros da União não podem deixar de se preparar para esta nova dinâmica introduzida pelo Tratado de Lisboa. E isto a dois níveis.

Desde logo, no plano político, pela decisão de participarem ou não nessa forma especial de cooperação em matéria de segurança e defesa. A decisão de participar é livre, baseia-se na vontade de cada Estado em cooperar e pressupõe o preenchimento de alguns requisitos de capacidades militares e de envolvimento de forças.

No plano militar, trata-se de adaptar o sistema de forças de cada país às exigências deste esforço conjunto, por forma a que a resultante de tal cooperação signifique valor acrescentado quer para a União no seu todo quer para cada um dos países que nela participe.

Em termos políticos, o nosso país sempre tem defendido uma linha de acção de participar nos módulos de aprofundamento da integração europeia, por se entender que tal corresponde aos interesses de um país com a dimensão e as características do nosso. Foi assim com o mercado interno logo em 1986, com o espaço sem fronteiras internas de Schengen e também na adesão ao euro.

Sem prejuízo do debate que haverá que fazer sobre o tema, pode-se presumir à partida que também no que concerne a esta "cooperação estruturada" seguiremos a mesma linha de conduta.

O que implica retirar os corolários necessários no plano da estruturação do aparelho de Defesa nacional e das nossas Forças Armadas.

É, pois, neste contexto que faz sentido debater a reforma que recentemente foi apresentada pelo ministro da Defesa. Ela pretende responder não apenas às nossas necessidades de segurança e de defesa enquanto país, mas também fazer face às nossas obrigações internacionais, na NATO e na União Europeia.

Nesse quadro, é particularmente relevante o projecto de criação faseada de um Estado- -Maior Conjunto, assente na clarificação das responsabilidades recíprocas do Ministério da Defesa e das estruturas das Forças Armadas, especialmente mediante a valorização do papel do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.

A relação entre o poder político democrático e a instituição militar encontra-se entre nós suficientemente estabilizada para poder permitir alcançar soluções que partam de um pressuposto de confiança mútua, eliminando alguns escolhos de um passado por vezes conturbado ou feito de reservas e de reticências recíprocas.

A reforma das Forças Armadas, nela se incluindo a componente do ensino militar e a definição das prioridades em equipamentos e infra-estruturas, deverá permitir-nos assumir responsabilidades acrescidas em termos de intervenções conjuntas e combinadas, desse modo potenciando a presença de Portugal nas alianças de que faz parte e nas zonas do globo onde a história e a geopolítica lhe impõem responsabilidades.

Por isso, mais do que olhar para o umbigo ou para os horizontes estreitos de cada capelinha, a reforma tem de se nortear essencialmente pelas soluções que melhor sirvam o interesse nacional.

E esse interesse passa pela valorização do contributo que as nossas Forças Armadas dão, no seu conjunto, para a afirmação e consolidação da presença portuguesa no mundo conturbado em que vivemos.|


http://dn.sapo.pt/2008/03/07/opiniao/a_ ... mundo.html
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Lancero

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« Responder #667 em: Março 15, 2008, 12:27:46 pm »
O 'Sol' de hoje diz que os Comandos regressam à Amadora.
Santa ignorância, porque os Comandos regressam sim é à Carregueira (que o 'Sol' refere erradamente ser concelho da Amadora).
A notícia refere ainda que o RI1 irá para Tavira.
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Cabeça de Martelo

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« Responder #668 em: Março 15, 2008, 12:36:31 pm »
Mas por enquanto coninuam por Mafra.
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PereiraMarques

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« Responder #669 em: Abril 09, 2008, 10:47:13 pm »
Só para confirmar....

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TRANFERÊNCIA DO CTCMDS
O CTCMDS é transferido do Quartel do Alto da Vela para o Quartel da Carregueira pela Directiva Nº12/CEME/08 de 10 de Janeiro desde 31 de Março de 2008.
3/31/2008


 

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Portucale

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« Responder #670 em: Abril 10, 2008, 12:15:18 am »
No longo texto do sefr81 foram abordados uma série de temas de interesse, já discutidos de várias formas no forum.
Vamos por partes.

O dispositivo territorial, ou seja, as unidades.
Penso que é justo reconhecer a grande transformação que o Exercito tem sido sujeito nos últimos 16 anos.
No inicio da decada de 90 existiam muitas unidades, só de Infantaria tinhamos;
RM Norte: RI Chaves - RI Vila Real - RI Porto
RM Centro: RI Viseu - BI Aveiro - (RI Castelo Branco)
RM Lisboa: EPI Mafra - RI1 Carregaueira Sintra - (RI Setubal)
RM Sul - RI Elvas - RI Beja - RI Faro
1ª BMI: RI Tomar - RI Abrantes - BiMec Sta Margarida
ZM Açores: RI Ponta Delgada
ZM Madeira: RI Funchal

Hoje, metade de estas unidades foi extinta, transferida de arma ou transformada em unidade conjunta, nas Regiões Autonomas.
Nestas transformações, provocadas pela redução substancial de efectivos, foram seguidos os caminhos mais prácticos e baratos.
Um exemplo foi a EPT, Escola práctica de Transmissões, saiu do quartel de Arca de água no Porto para o do extinto RI Porto, quartel tipo Canifa construido nos anos 40 ou 50, penso que teria / tem 8 casernas tipo companhia.
Uma unidade que muda de quartel mas fica na mesma zona geografica, nesta caso, na mesma cidade.
Não nos podemos esquecer que os militares também têm familia, a sua estabilidade tem sido um factor importante nestas mudanças.
Eis aqui
quase cume da cabeça da Europa toda
O Reino Lusitano
onde a Terra se acaba
e o Mar começa.

Versos de Camões
 

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Akh608

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« Responder #671 em: Abril 10, 2008, 12:50:46 am »
Porque já lá estive colocado e mantenho ligações, confirmo que os comandos já se mudaram para a Carregueira e a instrução vai, de facto, passar para Tavira. Neste momento está a ser dado o CFGCPE em Abrantes na actual EPC e penso que enquanto a unidade em Tavira não estiver pronta vai rodar entre escolas práticas.
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #672 em: Abril 10, 2008, 10:15:14 am »
Citação de: "PereiraMarques"
Só para confirmar....

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TRANFERÊNCIA DO CTCMDS
O CTCMDS é transferido do Quartel do Alto da Vela para o Quartel da Carregueira pela Directiva Nº12/CEME/08 de 10 de Janeiro desde 31 de Março de 2008.
3/31/2008



Os Comandos já sairam de Mafra.
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Cabeça de Martelo

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« Responder #673 em: Abril 10, 2008, 10:20:38 am »
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BRR: 1 Batalhão de Infantaria Para-quedista no actual RI10 AMSJ (como está..sem alterações;
1 Batalhão de Infantaria Para-Quedista em Beja (como já esteve), o mais a sul que colocaria forças desta dimensão. No entanto, não o colocaria nas antigas instalações, ou seja, no RI3. Proponho uma visão diferente (possivelmente suscitadora de uma torrente de críticas), proponho que este ficasse colocado nas instalações militares da Base Aérea nº 11 na mesma localidade. Penso que com vontade e dinheiro, que poderia ser proveniente da alienação de património tal poderia ser conseguido. Assim, reduziamos a disperssão de forças nessa zona para um único local, com melhores condições (estamos a falar de Para-Quedistas - parece-me que a existência de uma pista é importante). Com quase toda a certeza que muita racionalização de meios poderia advir de uma estruturação assim.
O próprio ERec da BRR (que se não me engano está localizado em Estremoz) poderia ser deslocado para a BA Nº11 e com engenho e arte algumas sub-unidades replicadas poderiam ser extintas e dinheiro poupado. E assim já teriamos duas unidades da BRR nas mesmas instalações.
A ETP e Base de Tancos ficaria com o BAAT e outras sub-unidades que já lá se encontram neste momento (CEng acho eu e outras..ajudem-me).
1 Batalhão de Comandos e o próprio CTC, a pensar melhor a localização (o RI1 não me agrada muito mas também não tenho outra ideia melhor)
Tentaria dispersar as forças da BRR por estas e só por estas instalações.


Alguma confusão:

o 1º BIParas nunca esteve em Beja, esteve sim o 3º BIParas. O 1º BIParas está em Tomar à anos.
Acabaram com a Companhia de Engenharia que estava na EPE (Poligno Militar de Tancos - BRR/UALE, ETP e EPE).

Isso de colocar unidades Pára-quedistas em Bases Aéreas é engraçado, mas se é para fazer isso, então que se faça na BRR (Tancos). Infelizmente temos que pensar que para além das companhias têm que haver espaço para o treino.

Pessoalmente não encontro nenhuma explicação para que todas as unidades Pára-quedistas não estejam concentradas em Tancos e em São Jacinto.
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Portucale

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« Responder #674 em: Abril 10, 2008, 09:53:10 pm »
A instalação das unidades operacionais pelos quarteis deve-se á existência de instalações a mais para o efectivo real.
Segundo um artigo recente do JN, que fez uma série de textos sobre os três ramos das Forças Armadas, o Exercito tem aproximadamente 22500 homens.
Existem instalações sem efectivos, sem produto operacional, exemplo disso são o RI de Chaves e o RI de Beja.
No RI de Chaves, segundo o site oficial, existe o BCS da Brig. Intervenção, mas é só o comando do batalhão pois as suas companhias estão dispersas por outras unidades.
Eis aqui
quase cume da cabeça da Europa toda
O Reino Lusitano
onde a Terra se acaba
e o Mar começa.

Versos de Camões