Segunda Guerra Mundial

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papatango

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #300 em: Maio 03, 2011, 12:10:31 pm »
A ideia de Estaline foi sempre a de ganhar tempo. Estaline estava seguro de que mais tarde ou mais cedo haveria uma guerra com a Alemanha.
Os russos consideravam que a guerra com a Alemanha deveria ocorrer a partir do verao de 1942.
A conclusão russa foi também ela própria resultado da operação alemã de dissimulação.
A maior parte dos acordos económicos assinados entre a URSS e a Alemanha Nazi, terminavam em meados de 1942. Isso levou os russos a achar que os alemães utilizariam as vantagens dos acordos estabelecidos e que só atacariam depois.
Em 21 de Agosto de 1939, pouco mais de uma semana antes do inicio da II guerra mundial, a Alemanha concedeu URSS um crédito de 200 milhões de marcos para a aquisição de máquinas e equipamentos alemães. Esse crédito expirava no final de Agosto de 1942.
Pode-se dizer com propriedade que a Alemanha nazi tinha melhores relações com a Rússia comunista que com a Itália fascista.
21 de Agosto (ver abaixo) é também o último dia das negociações entre os russos e a delegação franco-britânica que estava em Moscovo para negociar um pacto anti-alemão.


E portanto verdade que na segunda metade dos anos 30 à medida que o poder da Alemanha aumentava, houve contactos entre a França a Grã Bretanha e a União Soviética, para a criação de um pacto anti-alemão que seria uma resposta à rede de alianças que a Alemanha cozinhava com a Itália, o Japão e com vários países da Europa de Leste.

Em 17 de Março de 1939, uma delegação conjunta da França e da Grã Bretanha deslocou-se para Moscovo para começar a negociar três planos.

Plano 1
A Alemanha ataca a França
========================
- Franceses e britânicos mobilizam 90 divisões
- URSS mobiliza 60% das tropas que a França e a Grã Bretanha mobilizarem juntas (54 divisões)
- Polónia mobiliza 100% das suas forças e permite a passagem do exército soviético para que este possa entrar em contacto com a Alemanha

Plano 2
A Alemanha ataca a Polónia e a Roménia
===================================
- Polónia e Roménia alinham todas as suas forças
- URSS mobiliza a mesma quantidade de divisões alinhadas por franceses e britânicos em conjunto
A Grã Bretanha e a França ficam obrigadas a declarar imediatamente guerra à Alemanha.
Polónia e Roménia devem permitir a entrada do exército russo para que este possa entrar em contacto com o alemão

Plano 3
A Alemanha ataca a URSS a partir da Finlandia ou dos Estados Bálticos
============================================================
- França e Grã Bretanha devem declarar imediatamente guerra à Alemanha, alinhando 70% das forças que a URSS alinhar (os russos informam que farão alinhar de imediato 136 divisões).
A Polónia também deve declarar guerra à Alemanha e permitir a passagem das forças soviéticas.



Como se pode reparar, em todos os três casos, a Polónia teria que permitir a passagem das forças russas e para os polacos isso era inaceitável, por causa da tradicional e histórica desconfiança entre russos e polacos.
Ingleses e franceses recusam o plano, porque consideram que a recusa polaca o torna inviável
Estes últimos chegam a propor que se a Alemanha invadir a Polonia, a Russia espere até que os alemães ocupem a Polónia para posteriormente atacar
Em resposta os russos acusam os franco-britânicos de não estarem minimamente importados com a Polónia, mas sim com o afastar do conflito tão para leste quanto possível.

Isto aconteceu em 17 de Agosto de 1939. As negociações são suspensas para que ingleses e franceses voltem a contactar os seus governos durante o fim de semana  e deverão ser retomadas quatro dias depois, a 21 de Agosto (segunda-feira).

Durante esses quatro dias, os polacos são pressionados por franceses e ingleses para aceitarem o plano mas recusam. Logo no dia 17 o chefe da missão francesa chega a falar ao telefone com Paris pedindo autorização para enviar um dos generais da comissão que está em Moscovo a Varsóvia. De Paris, é enviado para Varsóvia ainda nesse mesmo dia um delegado especial para tentar o acordo polaco.

Pela mesma altura em que as negociações patinavam em 17 de Agosto, dois dias antes (15 de Agosto) os alemães - que conheciam as negociações - tinham proposto um pacto de não agressão entre a URSS e a Alemanha Nazi. A Alemanha propõe uma expansão da URSS em direcção à India.
Na segunda-feira, 21 de Agosto os russos pedem a ingleses e franceses uma posição clara e definitiva, mas tanto franceses quanto ingleses apenas atrasam para alguns dias mais tarde. Nesse mesmo dia, os alemães abriram uma linha de crédito, que dava aparentemente aos russos dois anos de paz.
Os russos sabem que precisam de tempo e decidem aceitar o pacto com a Alemanha, que é assinado na quarta-feira, 23 de Agosto.

O destino da Europa, decidiu-se entre quinta-feira 17 de Agosto de 1939 e segunda-feira dia 21 de Agosto do mesmo ano.



Estas informações são História, comprovada nos documentos conhecidos.
Desde uma compilação das memórias de generais russos, às memórias dos ingleses e documentos entretanto desclassificados.
São especialmente importantes os relatos de Von Schellenberg, chefe da contra-espionagem nazi, que escreveu um livro em 1966.
Os dados foram compilados pelo francês Pierre Rondiere, na obra «Quando Hitler atacou a leste», em que se descrevem em detalhe as operações que decorreram em 22 de Junho de 1941 (invasão da URSS) e onde se analisa a situação politica internacional, nos meses imediatamente anteriores ao inicio do conflito mundial e o periodo entre Setembro de 1939 e Junho de 1941, em que a URSS era neutra.
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #301 em: Maio 07, 2011, 12:12:41 pm »
Papatango escreveu :
Citar
Isso levou os russos a achar que os alemães utilizariam as vantagens dos acordos estabelecidos
e que só atacariam depois...



Na Alemanha dos anos vinte e trinta havia "um complexo de cêrco"---o país encontrava-se rodeado de inimigos---a que não

eram alheios os tratados de defesa e assistência entre vizinhos,aí vistos como agressões não armadas, e a forte influência

 da política da direita radical,revanchista,e caceteira do género "vamos pô-los na ordem",vaga esta que Hitler cavalgou na

sua caminhada para o poder absoluto.

As forças armadas eram uma caricatura e era vulgar vêr soldados a pedir esmola na rua envergando a respectiva farda.

Depressa se organizaram grupos e associações de militares que visavam não só a entreajuda e a subsistência e que aprovei-

tando o receio da burguesia de uma guerra civil à espanhola,ergueram o estandarte  do anti-bolchevismo,colocando assim

 mais um degrau na escada que Hitler ia subindo.

Hitler sempre acreditou,não sem razão,que a derrota da guerra de 1914-1918 se deveu em larga medida a uma luta em duas

frentes.Como havia pela frente a real ameaça duma guerra europeia,havia que escolher 1(uma) frente.Nas razões aduzidas

para a confrontação os nazis apontaram o mau tratamento sofrido pelo Tratado de Versalhes,a necessidade de "espaço vital"

e a libertação das minorias alemãs no leste europeu,designadamente na União Soviética.Ao finalizar a guerra civil em  Espa-

nha (1939) Hitler voltou-se para Estaline e assinou diversos acordos de compra de bens alimentares e não só (armas e muni-

ções) além do pacto entre nazis e comunistas que deixou o mundo estupefacto.

Estaline agradeceu e estimulou os contactos germãnicos e pôs a cereja no bolo,acreditando têr evitado a guerra a leste,

e a comprovar isto,continuou com as purgas de oficiais e a sua  execução.Por outro lado,enquanto alemães,franceses,

ingleses e aliados se degladiavam,ele ia pondo mais umas achas na fogueira,se não gasolina,com vista a prolongar a

luta e fazer caír a Europa Central e Ocidental nas suas mãos como fruta madura.Que o digam a Polónia e a Finlândia.

Neste caso só os Estados Unidos lhe poderiam fazer frente,mas isso ainda estava para se vêr.

Ao ocupar os destroços da Europa,Estaline teria ganho a guerra na melhor das condições,isto é,sem participar nela.

Ao pôr os países europeus todos ao barulho,se resultasse,Estaline era digno de Maquiavel.

Quanto aos países ibéricos,caso nestes subsistisse a neutralidade,seriam,depois da conquista da Europa,"um pequeno

pormenor". Cada pessoa pensará de sua maneira das atitudes da U.R.S.S. e dos seus objectivos últimos,daí que "a pos-

teriore"apenas relatos de testemunhas fidedignas devam ser contabilizados.

O julgamento de Nuremberga teria sido um palco privilegiado para ser contada a verdade,com os acusados a deporem

cara a cara,mas "certos assuntos" foram eliminados por uma das potências,com receio de ficar desmascarada caso certos

acontecimentos fossem descritos pelos acusados e caíssem na praça pública.


Bibliografia:Europe at War 1939/1945:No simple victory-Norman Davies
                 :Death of the Wehrmacht-Robert M. Citino,Lawrence,Kansas
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #302 em: Maio 07, 2011, 03:37:07 pm »
Uma foto do Couraçado Alemão "Gneisenau", preparando-se para abastecer próximo da Costa da Madeira.



July 1939: Gneisenau about to refuel from the tanker Westerwald off the coast of Madeira Island, Portugal.

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #303 em: Maio 07, 2011, 03:42:08 pm »
Foto do couraçado HMS Rodney fundeado na baía do Funchal .



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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #304 em: Maio 07, 2011, 06:49:32 pm »
O contratorpedeiro USS Hull (DD-350) ancorado na baía do Funchal .



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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #305 em: Maio 22, 2011, 08:12:41 pm »
Deixo aqui o link para uma página interessante sobre a guerra de submarinos na 1ª e 2ª Guerras mundiais .

http://www.uboat.net/

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #306 em: Maio 24, 2011, 01:12:59 am »
NAVIOS DE PAVILHÃO PORTUGUÊS ATACADOS OU AFUNDADOS POR UNIDADES NAVAIS OU AÉREAS BELIGERANTES EM CONSEQUÊNCIA DO CONFLITO MUNDIAL DE 1939/1945

http://naviosavista.blogspot.com/2008_11_23_archive.html


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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #307 em: Maio 24, 2011, 08:45:34 pm »
Nazis tentaram ensinar cães a falar e comunicar como pessoas




As descobertas sobre o passado nazi têm revelado ao longo dos anos factos curiosos, ou até mesmo insólitos. Um investigador britânico avança que os alemães terão tentado treinar cães para comunicarem e falarem como pessoas. Os oficiais nazis encaravam os cães como seres quase tão inteligentes como o homem e terão montado um centro de investigação visado a ensinar os canídeos a falar ou, pelo menos, a comunicar com os seus donos e oficias das SS.

O próprio Adolf Hitler era um amante de cães e terá morto no seu bunker, antes de se ter suicidado, um dos seus animais de estimação, um pastor alemão chamado Blondi, escreve o Daily Telegraph.

O projecto, intitulado 'Wooffan SS', foi descoberto por Jan Bondeson, investigador da Universidade de Cardiff que nas suas pesquisas em Berlim levantou provas que davam conta da existência de um centro de treinos para cães perto da cidade de Hannover, denominado 'Sprechschule ASRA'.

Nos diversos documentos encontrados existem relatos de que era os cães eram ensinados a pisarem um teclado de letras com as patas para construírem frases, ou a aprenderem que um certo número de latidos correspondia a uma determinada letra ou palavra.

Entre os relatos consta um cão que terá aprendido a proferir verbalmente "Mein Fuhrer" ao ser questionado por Adolf Hitler, ou até de outro animal que discutia religião e escrevia poesia.

As descobertas de Jan Bondenson estão compiladas no seu livro "Cães Incríveis: Um conjunto de curiosidades caninas" no qual, defende, estão relatos de que «a Alemanha tinha, nos anos 20, inúmeros psicólogos animais que acreditavam que os cães eram quase tão inteligentes como os humanos».

«Parte da filosofia nazi assentava na forte ligação entre humanos e a natureza, e esta acreditava que um bom nazi deveria ser amigo dos animais», prossegue.

Além deste interesse, o próprio Adolf Hitler estaria interessado em utilizar «cães educados e treinados», ao ter aconselhado oficiais nazis a «averiguarem a sua utilidade no campo de batalha».

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #308 em: Junho 01, 2011, 11:55:52 pm »
Tivesse esta tecnologia sido mais desenvolvida antes do inicio da guerra, poderia o rumo da guerra ser certamente diferente.
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papatango

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #309 em: Junho 03, 2011, 10:00:20 am »
Teria que estar muuuuito mais desenvolvida.

Num conflito com a intensidade que teve a II guerra mundial um meio aéreo lento e pouco potente seria um «sitting duck».
Além disso a tecnologia estava pouco desenvolvida em quase todos os campos da aviação. Um dos factos que esquecemos é o gigantesco numero de aviões perdidos para acidentes. Em alguns casos, tanto alemães quanto russos chegaram a atingir 40% da perdas para acidentes e avarias.
No caso dos helicopteros seria ainda pior.

Creio que o grande erro dos alemães no campo da aviação foi o de terem gasto demasiados recursos em projectos de armas. Se tivessem produzido mais do que tinham, teriam tido mais sucesso. Mais Fw-190, mais Me-109 e bombardeiros pesados, que a Alemanha nunca teve.

Os americanos controlaram os céus da Europa ocidental, essencialmente com a versão mais antiga do Mustang e do Thunderbolt. Não quiseram desenvolvimentos tão radicais e preferiram concentrar-se no que podiam produzir em tempo útil.

Bom, é claro que eles não tinham ninguém a bombardear-lhes as fábricas...  :mrgreen:
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #310 em: Junho 16, 2011, 09:34:08 am »
Vem a propósito referir as tão propagandeadas "armas secretas" com que Hitler pretendia vencer a guerra e que pretendiam dar aos alemães novo ânimo,quando as coisas só podiam piorar.Em Narvik (Noruega) encontrava-sa a fábrica de àgua pesada,que os britânicos frenéticamente destruíram numa acção de comandos--é que os nazis,independentemente dos americanos já tinham estudos teóricos de Física Nuclear com vista à construção da bomba atómica,ainda que com um atraso significativo face aos Estados Unidos.

A outra arma secreta era a aviação a reacção, o ME-262 foi o primeiro aparelho a jacto construído em série,e,embora só tivesse voado em combate nos céus da Alemanha,já a guerra estava decidida há muito. Sujeita a bombardeamentos contínuos,a infra-estrutura industrial
 alemã não conseguiu dar resposta aos anseios de Hitler,pois caso contrário nem vale a pena especular o que se teria passado...                          CR
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #311 em: Junho 22, 2011, 02:15:26 pm »
Rússia recorda discretamente 70 anos da invasão nazi


A Rússia recordou esta quarta-feira com discrição o 70º aniversário da invasão da URSS pela Alemanha nazi, uma data que ainda incomoda Moscovo, pois, como afirmam os arquivos recentemente revelados, o líder soviético Josef Estaline não teria dado a devida importância aos relatórios sobre os planos de Adolf Hitler. A Operação Barbarossa teve início nas primeiras horas de 22 de Junho e permitiu à Wermacht (exército alemão) invadir o território soviético, ameaçando Moscovo, antes de ver travado o seu avanço por causa do inclemente Inverno russo.

Cidades como Kiev (Ucrânia) e Rostov-on-Don viveram durante muitos meses sob a ocupação nazi.

Para a Rússia e outros países oriundos da ex-União Soviética, o dia 22 de Junho de 1941 marca o verdadeiro início da Segunda Guerra Mundial, que os livros de história russos chamam de a Grande Guerra Patriotica.

Mas a recordação dessa data geralmente é mais apagada em contraste com a de 9 de Abril de 1945, quando se recorda com exaltação a rendição alemã.

Na Rússia e outras repúblicas ex-soviéticas, os actos este ano limitaram-se a concentrações de cidadãos com velas acesas e o presidente russo, Dmitri Medvedev, a colocar uma coroa de flores frente ao Túmulo do Soldado Desconhecido.

A sociedade russa começou nos últimos anos a associar a recordação de uma resistência heróica à ideia de que Estaline, com a sua incredulidade face às advertências sobre os planos de Hitler, enfraqueceu sensivelmente a defesa do país.

Historiadores ocidentais afirmam que Estaline confiava que Hitler respeitaria o Tratado de não-agressão germano-soviético, conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop (nomes dos chanceleres da União de Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS e do Terceiro Reich nazi).

Além disso, a repressão estalinista dizimou a partir de meados da década de 30 as elites soviéticas, incluindo as do aparelho militar, que teriam conseguido conceber uma estratégia de defesa.

Uma nova atitude em relação a esses incómodos erros de Estaline surgiu sob a presidência de Dmitri Medvedev, que condenou os crimes do ex-líder soviético com mais ênfase do que o seu antecessor, Vladimir Putin.

Lusa
 

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papatango

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #312 em: Junho 22, 2011, 04:30:14 pm »
A propósito deste tema, e dos 70 anos da invasão da URSS foi publicado no areamilitar.net um artigo de análise sobre a situação.
Há algumas informações adicionais que serão acrescentadas posteriormente, mas o essencial está lá:

Transcrevo a nota final:

Citar

Como era de esperar, há dados de algumas publicações que aparentemente entram em conflito com os dados de outras. Isto deve-se ao facto de terem sido publicadas em periodos distintos, separadas por muitas décadas. Mas quando conjugamos datas, nomes, horas e referências adicionais, conseguimos uma visão global sobre o que aconteceu a 22 de Junho de 1941.

Durante muitos anos, criou-se a ideia de que a União Soviética era dona de uma superioridade moral sobre os restantes países que tinham ganho a guerra contra a Alemanha Nazi, porque tinha tido mais mortos que todos os outros países europeus juntos.

Temos que lembrar que a vida humana é um valor absoluto, e uma única morte, é uma morte a mais.

Mas em face de tudo o que hoje se conhece, e perante aquela que foi a maior operação de fraude histórica da Historia dos conflitos humanos[1], não seria honesto deixar de lembrar que grande parte das vítimas soviéticas da guerra, foram provocadas pela incúria, pelo comportamento absurdo, anacrónico, paranoico e em imensos casos pura e simplesmente criminoso dos dirigentes soviéticos.

Esse comportamento seria uma característica de todas as operações militares do país de Estaline, independentemente de terem terminado em derrota ou em vitória, independentemente da dificuldade previsível da operação. A falta de qualquer espirito racional tatico, o absoluto desrespeito pelas mais elementares regras ou precauções em tempo guerra, foram os principais responsáveis pela perda de vidas.
Não é por isso absurdo afirmar, que Estaline com a sua paranoia e incompetência a raiar a loucura, terá provocado mais vítimas ao seu exército que os soldados alemães, húngaros, italianos, espanhóis romenos ou finlandeses que combateram na frente leste contra os russos.

Percebemos hoje, como é que foi possível que na frente sul, onde a surpresa tinha sido menor, ainda assim as tropas soviéticas fossem vencidas, porque ao lado dos alemães estavam as milicias anti-comunistas da Ucrânia, algo que foi sempre escondido pelos líderes comunistas.

Percebemos hoje como é que o exército com mais e melhores tanques foi derrotado em poucos dias, porque percebemos que na realidade as suas forças tinham sido dispostas não em profundidade como se pensava, mas muito ao contrário, coladas à fronteira aguardando ordens de ataque e correndo o risco de ficarem cercadas em caso de ataque (como veio a acontecer).

Percebemos hoje, porque é que perante uma catástrofe de proporções diluvianas, Estaline continuou a pedir secretamente clemência a Hitler até Setembro de 1941, insistindo em oferecer terras russas aos alemães, para que estes cancelassem a operação Barbarossa.
E percebemos enfim, a irritação de Estaline, que foi convencido por britânicos e americanos a não se render, dando a Estaline a contrapartida de uma ajuda macissa que não chegou em tempo útil, para evitar que os alemães penetrassem profundamente na Rússia.

Todos estes fatos, que podemos lentamente organizar para permitir ao leigo entender o que se passou, permitem também ter uma ideia genérica sobre o que ocorreu posteriormente durante todo o conflito até Maio de 1945.

Muitas das características e comportamentos do exército vermelho, são identificáveis ainda hoje ( passado que foi o período de governo comunista ), no exército da federação russa. Nada têm a ver com o sistema político, mas sim com o espírito nacionalista, condicionado pela moral da igreja ortodoxa russa.

21 de Junho de 2011
 
[1] - Referimo-nos naturalmente à «História da Grande Guerra Patriótica», a versão soviética da História da II guerra mundial

http://www.areamilitar.net/analise/analise.aspx?NrMateria=54&p=1
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #313 em: Junho 22, 2011, 08:02:30 pm »
Uma pena que o AM.net não tenha um link para partilhar os artigos no Facebook...
É a moda agora!  c34x

Deixo também aqui um links para quem ainda não conheça que até já podem ter sido postados mas não me lembro:
http://stringbagsandrattleboxes.devhub.com/
Através deste outros tantos! (à direita)

E uniformes
http://www.war2hobby.cl/foro/viewtopic.php?f=6&t=2251
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #314 em: Junho 22, 2011, 11:05:18 pm »
Citação de: "gaia"
É curioso , segundo um livro que estive a folhear , que a operação Barbarosa , foi uma resposta antecipada a uma invasão soviética em Julho de 1941. segundo Victor Suvorov.

Esta é uma questão que estive a estudar recentemente e que nunca me tinha chamado a atenção. Recentemente, estive a rever uma quantidade de dados e de mapas sobre a posição dos exércitos soviéticos em 1941, em conjugação com um livro de Konstantin Pleshakov (A loucura de Estaline).

Desde que me deram um livro sobre a invasão da URSS, tinha eu uns 12 anos, que fiquei fascinado com as questões da movimentação de unidades no campo de batalha. Tinha conhecimento de várias movimentações das unidades blindadas soviéticas no dia 22 de Junho, embora sempre me tenha perguntado a questão que toda a gente coloca:

Se os T-34 eram tão superiores aos tanques alemães, como é que os russos foram tão facilmente derrotados ?

É claro que a tradicional desorganização russa, a falta de qualidade geral dos equipamentos e o desastroso sistema logístico respondem por muita coisa, mas a posição dos tanques é o remate final.

As quatro grandes unidades blindadas soviéticas estavam de facto coladas à fronteira, em dois salientes que se projectavam sobre a Polónia ocupada pela Alemanha.

Há apenas uma justificação para a colocação de tropas nessas posições: Estão colocadas ali para atacar.
O problema, é que os russos tinham feito planos de ataque mas as tropas não tinham qualquer noção disso.

Há quem afirme que Estaline se preparava para atacar ainda em 1941, mas aí eu sinceramente não acredito.
Os russos precisavam de um mínimo de 4.000 tanques médios T-34 e de uns 1.000 KV-1. Seria sempre necessário esperar por 1942.

Ainda assim, essa tese explica as afirmações que terão sido proferidas por Hitler em privado, segundo as quais o ditador alemão terá dito que «Estaline pensou que me enganava».

Enfim, questões entre facínoras.
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