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A Queda de Kiev ocorreu em 1941, antes dos alemães chegarem às portas de Moscovo e não em 1942.
A batalha decorre entre o fim de Agosto de 1941 e o fim de Setembro desse mesmo ano. É o esmagamento dos exércitos soviéticos que leva Estaline a pedir a Paz a Hitler nesse mesmo Setembro de 1941.
É normalmente aceite que foi a ordem de Hitler para conquistar a Ucrânia, desviando poderosas forças blindadas para sul, que inviabilizará a conquista de Moscovo ainda em Outubro de 1941, conforme previsto pelo plano Barbarossa.
A verdade é que as forças alemãs a sul tiveram muito mais dificuldade em avançar e um avanço em direcção a Moscovo quando grande parte da Ucrânia ainda estava nas mãos dos russos, abriria a possibilidade de um ataque no flanco sul das forças que avançavam contra a capital soviética.
Os alemão tinham calçado que não era adequado , os próprios finlandeses ficaram espantados, os russos utilizavam palha nas botas.
O soldado russo estava mais habituado á dureza , e tinha os comissários da NKVD , que não hesitavam em matar pelas costas os seus próprios soldados, e depois havia as brigadas de condenados de campos de trabalhos ou disciplinares, que eram carne para canhão.
O plano «Barbarossa» previa a conquista de Moscovo em 12 semanas e a desarticulação completa do estado soviético que seria empurrado para lá dos Urais.
Por essa razão, quando ainda em Setembro os comandantes alemães pedem roupas de inverno, são respondidos com notas a dizer «não faça pedidos desnecessários»[1].
Quanto ao terror instituído pelos comunistas, ele é conhecido, e era muito mais brutal que o dos alemães. A facilidade com que os soviéticos matavam os seus próprios soldados, demonstra que mais rapidamente atingiriam um limite. Não esquecer que a questão demográfica.
URSS - 180,000,000 de habitantes (incluindo regiões anexadas).
III Reich - 110.000.000 de habitantes (contando com as regiões «germânicas» anexadas Áustria, Sudetas, Boemia e Morávia).
Uma proporção de 1,6 : 1 não é assim tão esmagadora, nem mostra recursos humanos tão inesgotáveis.
A ideia das reservas inesgotáveis de soldados, é uma «treta», mais uma das inumeras tretas destinadas a manter uma mentira.
A diferença numérica tem outras razões:
Hitler, ao contrários de Estaline, não queria declarar uma guerra total. Não autorizou por exemplo, o recrutamento de mulheres para as fábricas, para libertar mão de obra para o exército.
Isso só vai acontecer após a batalha de Estalinegrado, a primeira vez que o III Reich reconheceu ter sido derrotado.
É o famoso discurso de Goebbels em 18 de Fevereiro de 1943, com a frase «Agora, levanta-te povo e desencadeia a tempestade» que marca a mobilização da Alemanha, quase dois anos e meio depois do inicio do conflito.Só a partir de aqui, a Alemanha entra efectivamente em pé-de-guerra, ao declarar a Guerra Total e a utilização de todos os recursos para a industria militar.
É por isto que é no ano seguinte, 1944, que se atingiriam os valores mais altos de produção. Foi resultado da Guerra Total.Isto parece incrivel para quem não estudou a questão, mas em 1942, quando as tropa alemãs avançavam contra Estalinegrado, tomava-se chá nos boulevards de Berlim ao som de música clássica, enquanto que em Nova Iorque e em Chicago, se racionava combustível, se contratavam mulheres para as fábricas de aviões e se trabalhava num fernesim terrível para construir mais fábricas de armamentos e para construir milhares de navios.
Quanto à batalha de Kursk fosse qual fosse o resultado,perdedores eram os nazis porque não conseguiam,em tempo útil
reconstituir a força blindada destruída,deixando aberto um corredor para um contra-ataque.Por seu turno os soviéticos
tinham as fábricas para lá dos Urais e não estavam sujeitos a bombardeamentos-erro fatal de Hitler ao não constituir
uma força de bombardeiros de longo alcance.
A batalha de Kursk não foi ganha, porque exactamente ao mesmo tempo os americanos invadiram a Itália e Mussolini foi demitido, levando o país a sair da guerra.
Hitler desviou preciosos recursos para a Itália ! ! !
Se a América não tivesse entrado na guerra (
e essa é a questão que discutimos), quando os generais alemães pediram mais reforços, esses reforços teriam sido cedidos, porque não teria havido ataque americano.
Um clima rigoroso no inverno e um país de proporções continentais, fazem da Rússia ou na época da URSS um pesadelo logístico para qualquer exército invasor, dificilmente Hitler venceria. Apesar de ter a máquina de guerra mais poderosa da época.
Se você se desse ao trabalho de ler Barbarossa e entender os objectivos estratégicos dos alemães, teria percebido que a Alemanha estava interessada na Rússia Europeia até aos montes Urais.
Hitler queria o Trigo da Ucrânia, o petróleo do Cáucaso, as regiões ricas em minerais da bacia do Donetz.
A Alemanha fortificaria os Urais e controlaria daí qualquer veleidade do Estado Russo-Asiático, que provavelmente se auto-extinguiria após o colapso da URSS.
A partir daí, a Rússia asiática, teria como principal inimigo as veleidades expansionistas do Japão, que poderia atacar a Rússia a partir da Manchuria.
Mais uma vez:
A fábricas dos Urais não podiam ser atacadas, mas precisavam de matérias primas. Os fardamentos dos russos foram fabricados com milhões de toneladas de algodão americano, os aviões russos utilizavam combustiveis americanos. Se as fábricas dos Urais estavam a produzir ao máximo para fabricar tanques e canhões, que fábricas iam fabricar as dezenas de milhares de camiões, locomotivas, carruagens de carga, jipes, tanques e aeronaves que os americanos forneceram ?
Se as fábricas nos Urais produzissem esses camiões e aviões, então não teriam produzido os tanques canhões e armamento ligeiro sem os quais a URSS teria sido derrotada.
A vitória russa seria sempre impossível. A dimensão do auxilio americano, a conjugação das principais ofensivas russas (Kursk com a Invasão da Itália em 1943 e Bagration com a Invasão da Normandia em 1944) tornam a possibilidade de vitória dos soviéticos em absolutamente nada mais que uma impossibilidade matemática.Não se fazem omoletes sem ovos. Quem fornecia os ovos, eram os americanos.
O resto, são resquícios da maior mistificação histórica do século XX, a «História da grande guerra patriótica soviética», que não passou de um gigantesco monumento à mentira.
[1] – Quando Hitler atacou a Russia, P.Rondiere / Publicações D.Quixote.