Há aqui uma coisa que não me entra bem na cabeça... Porque raio é que há essa suposta "expectativa de escolher um vencedor até ao fim de Maio"? Não faz qualquer sentido, pois em primeiro lugar não há concurso nenhum, segundo ainda estão para ser apresentadas quaisquer propostas, e não faz sentido ter essa "expectativa" quando o próprio governo já disse que se ia modernizar os C-130... A unica hipótese que vejo plausível é que se tenha até ao fim de maio para escolher um vencedor para a modernização dos C-130.
E aqui fica um comentário do autor do artigo na Cavok Brasil:
Não estão armazenados, Pedro...
As 223 aeronaves estão na ativa e são mantidas por suas respectivas unidades. Ocorre que essa é uma prática normal dos EUA, onde eles oferecem certos tipos de equipamentos à aliados com valor estratégico.
Digamos assim... Portugal compraria os C-17 por um valor bastante atrativo, receberia de bônus a atualização em seus C-130, e receberia também a adequação em uma Base Aérea (onde provavelmente os C-17 estariam implantados). Justamente para não existir o argumento de que Portugal não pode manter as aeronaves, o Tio Sam, seguramente, vai recorrer a outro recurso que é muito usado, provendo apoio logístico e financeiro para manter os C-17. Geralmente, quando o Tio Sam parte para ofertar algo do tipo, as ofertas são generosas.
Basicamente, com os C-17, Portugal assumiria papeis na OTAN que hoje são desempenhados pelos próprios americanos. Ocorre que, falando o bom português, é mais barato "pagar" para a FAP fazer isso do que manter a USAF encarregada dessas atribuições, por razões óbvias.
Para Portugal é um grande negócio!
Vou discordar da grande maioria dos leitores que acha que porque partes do KC-390 são produzidas em Portugal, o país é "obrigado" a comprar a aeronave. Concordo que é desejável que isso ocorra, entretanto os investimentos da Embraer em Évora tem uma razão estratégica que independe da eventual aquisição do KC-390 por aquele país. Por mais duro, e até injusto, que isso possa soar aos brasileiros, os empregos já são gerados e continuarão sendo gerados, em Portugal, da mesma forma, independente da FAP vir a adquirir 6 unidades da aeronave.
Para Embraer, os investimentos em Évora foram feitos com o objetivo de permitir à empresa um fácil e viável acesso à Comunidade Europeia (existe muita coisa publicada na net sobre o tema, sugiro que pesquisem). O KC-390 é apenas um de seus projetos, bastante promissor, mas continua sendo um projeto. Ao contrário, independente, repito, da eventual venda dos KC-390 à FAP, os E-Jet, sim, são a "joia da coroa", e foi com essa visão que a Embraer se instalou lá, haja vista a empresa tenciona produzir os jatos E2 em Portugal, com o apoio dos fundos europeus. Se vai dar certo, ou não, já é outra argumentação. Os objetivos traçados no planejamento estratégico da empresa, entretanto, são esses. A venda de seis unidades do KC-390, nesse caso específico, é um detalhe de pouca relevância.
Volto a dizer, torço que a Embraer obtenha sucesso na negociação dos KC-390 com Portugal, entretanto os investimentos em Évora e os empregos ali gerados para os portugueses transcendem a esse negócio.
Caso Portugal opte pela aquisição do KC-390, seguramente será um gesto de boa vontade, além de que, nessa fase inicial, não deixa de ser um impulso ao projeto. Mas, repito, todo esse cenário precisa ser analisado sob um prisma mais amplo.
E neste comentário, uma pessoa do Brasil, veio mostrar as verdadeiras intenções da Embraer, tal como foi dito aqui inúmeras vezes por vários foristas... Agora talvez percebam de uma vez por todas que Portugal não é obrigado a comprar nada.