O problema com os mísseis é que olhamos para o seu alcance máximo e achamos que os disparos vão ser feitos a essas distâncias. Ora perto do seu alcance máximo, um míssil (excepto talvez no caso do Meteor) já não dispõe de muita energia para efectuar manobras apertadas (G's elevados), as mesmas que um alvo vai efectuar para tentar escapar. Ou seja, o alcance efectivo, de forma a que a probabilidade de destruição do alvo seja elevada, é talvez 60 ou 70 % do alcance máximo. No caso dos AIM-120D, temos então um alcance efectivo de cerca de 110 km.
O F-35 só transporta 04 unidades destes mísseis nos seus porões, como tipicamente disparam salvas de 02 mísseis contra um alvo, se a primeira salva falha, ou o alvo vai acompanhado por outros caças, o tempo de reação para disparar uma nova salva e escapar é demasiado reduzido. Admitindo que o F-35 e o alvo, por exemplo um Su-35, se deslocam ambos a Mach 1, a velocidade de aproximação são cerca de 700 m/s, i.e., em menos de 03 minutos estão em cima um do outro. Como em dogfighting o F-35 não tem a mínima hipótese frente ao Su-35, na minha modesta opinião, a única táctica efectiva para o F-35 suceder é disparar todos os mísseis primeiro e fugir de imediato. Mesmo assim, o sucesso não é garantido pois o F-35 é relativamente lento e não dispõe de grande raio de acção.
Quanto ao factor stealth, a partir do momento em que o F-35 utiliza o seu radar para obter uma solução de disparo, revela a sua posição, ou pelo menos, a sua direcção genérica e um caça rápido como o Su-35, equipado com um bom IRST, pode facilmente ver o imenso PW F135.