Um artigo, com dicotomia "importance of EPAF to a small country" vs "strategically it goes against European interests"...
No nosso caso e na eventual escolha pelo F-35 (como se passa de facto com o F-16) nem podemos falar tanto na EPAF, mas mais num novo MNFP com os parceiros europeus mais a USAF.
Tem que mudar muita coisa numa década para que seja viável a aquisição do F-35A Block 4 ou 5 pela FAP, começando obviamente pelo preço. Compreendo que as chefias possam estar deslumbradas com o facto de com o F-16 MLU termos estado pela primeira vez em paridade tecnológica militar com os nossos aliados da Aliança Atlântica, no entanto a nossa economia não é a da Holanda, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Itália ou Reino Unido.
Apostar no F-35 é correr o mesmo risco - se bem que mais tarde - que corremos ao optar pelo KC-390 como substituto do C-130H; um caça de geração 4.5 não é passar de cavalo para burro ou as linhas de montagem de F-15, F-16, F-18, Eurofighter, Rafale e Gripen já teriam todas elas encerrado! Ainda muita água vai correr por debaixo da ponte e muita tinta vai correr sobre este assunto, e se há algo a que o português é bastante susceptível é a mudar de ideias. A400M, EC635, NH90, alguém se lembra?
Não é crível a operação futura de duas frotas de aviões de combate em simultâneo, a não ser obviamente no período de introdução da nova aeronave, portanto esqueçam ideias de binómios F-35A + F-16M/V; será apenas uma, e caso venha a ser o Lightning II, curta e um sugadouro de verbas. Se ao menos se colmatasse com a aquisição, e não aluguer, de uma aeronave de treino avançado/ataque leve a jacto como o M-346FT/FA ou mesmo o KAI TA-50 Golden Eagle (como está a preparar a Espanha), porém tal ainda é menos crível.
Aliás, por falar em Espanha, o Ejército del Aire irá continuar a apostar no EF-18M Hornet até para lá de 2035, no Eurofighter modernizado e em 20 KAI T-50 para fazer descansar os belos mas cansados SF-5M, além de na passada quinta-feira se ter oficialmente juntado ao projecto Future Combat Air System (FCAS) de 6ª geração. A não ser que a Armada Espanhola adquira alguns F-35B para substituir daqui a uns anos o AV-8B+, os espanhóis têm algum problema com o facto de não vir a operar um caça de 5ª geração? Parece que não.
Deslumbramento é outra característica típica do português, tal como a inveja. Com os dados actuais, repito, com os dados actuais uma aquisição de F-35A para a Força Aérea Portuguesa é um erro colossal. Quer o F-16V como o Gripen NG são soluções mais em conta e tecnologicamente avançadas, sobretudo o caça sueco que terá decerto uma maior margem de progressão que o Viper. Além disso o aparelho da SAAB é totalmente compatível com o armamento NATO, pode carregar tudo aquilo que um F-16 pode mais outras coisas que o Fighting Falcon não consegue integrar como o MBDA Meteor, o Spear, o Taurus 350, o RBS15 e o Brimstone, por exemplo. E esta, hein?
