Iraque a ferro e fogo

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papatango

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #765 em: Outubro 30, 2010, 12:01:17 am »
Quando muito os documentos mostram, que a guerra não é a coisa desinfectada e mais ou menos limpa que a comunicação social gosta de mostrar e que os canais de televisão americanos mostraram à opinião pública americana.

Todos sabemos que durante a guerra no Iraque ficavamos à espera de ouvir o que dizia a comunicação social portuguesa, nomeadamente o Carlos Fino da RTP e não ligavamos nenhuma à CNN ou à NBC nem mesmo à BBC.
A guerra é muito mais sangrenta que o que a comunicação social, nomeadamente a americana quis transmitir.

A guerra é uma coisa suja e os documentos também mostram a intervenção dos esquadrões da morte e dos assassinos revolucionários dos Aiatolas criminosos que foneceram armas e explosivos para assassinar iraquianos sunitas.
Será que os documentos também comprovam, a todos os não alienados, que Ahmadinejad e a Guarda Revolucionária iraniana não passam de grupos de assassinos e criminosos fanáticos ?

Ou será que não é conveniente falar nisso ?
No ocidente, sabemos as verdades mais tarde ou mais cedo. Será que no Irão vão saber o que se passou ?


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linergy

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #766 em: Novembro 26, 2010, 10:09:24 am »
"One of the worst tragedies of the Iraqi genocide is the near extermination of Mesopotamia’s ancient Christian community; their systematic decimation is barely mentioned at all. It is shameful."
http://www.intifada-palestine.com/2010/ ... -all-over/


Para onde que que vão o padrão é o mesmo..  Destruição, desconstrução e lavagem cerebral da sociedade.
 

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linergy

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #767 em: Abril 08, 2011, 09:46:36 pm »
Fighting other peoples wars...A seguir a cair na armadilha do dinheiro, não há volta para traz! Isto é o fmi - dinheiro para iludir os povos...
http://www.liveleak.com/view?i=6caab35cca
 

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FoxTroop

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #768 em: Abril 19, 2011, 09:37:28 pm »
Isto também deve ser "teoria da obstipação", ou então invenção de "comunas - fascizoides - extremistas islâmicos"  (Riscar o que não interessa)

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Documentos secretos implicam petrolíferas mundiais na invasão do Iraque.

Foram hoje reveladas actas de reuniões onde foram debatidos planos de exploração das reservas de crude do Iraque antes de o país do Médio Oriente ser invadido pelas forças aliadas em 2003.



O “The Independent” divulga hoje várias actas de reuniões entre ministros e executivos de grandes petrolíferas mundiais, onde é visível o interesse dos governos ocidentais e das empresas do sector no “ouro negro” iraquiano, com especial enfoque no Reino Unido.

Nas actas das reuniões realizadas em Outubro e Novembro de 2002, antes da invasão do Iraque em Março de 2003, pode ler-se, por exemplo, que Elizabeth Symons, na altura ministra britânica do Comércio, disse à BP que o governo achava que as petrolíferas britânicas deveriam ter um quinhão das vastas reservas de petróleo e gás do Iraque como recompensa pelo compromisso militar de Tony Blair de se aliar aos planos dos EUA de mudança de regime no país liderado então por Saddam Hussein.

Em Março de 2003, mesmo antes de o Reino Unido entrar nesta guerra, a Shell considerou “altamente inexactos” os relatos de que teria mantido conversações com o gabinete do primeiro-ministro, em Downing Street, sobre o petróleo iraquiano, relembra o “The Independent”.

A BP também negou que tivesse qualquer “interesse estratégico” no Iraque, ao passo que Tony Blair considerou “totalmente absurda” essa “teoria da conspiração do petróleo”, sublinha a mesma fonte.

Agora, as actas que vieram a público estão a pôr em questão essas rejeições de envolvimento por interesse na guerra com o Iraque. O envolvimento do Reino Unido neste esforço de guerra dividiu o gabinete de Blair e só foi aceite depois de o primeiro-ministro assegurar que Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça, refere o “The Independent”.

Os documentos demonstram que Elizabeth Symons concordou em fazer “lobby” junto da Administração Bush, dos EUA, em nome da BP, uma vez que a gigante petrolífera receava ficar de fora dos acordos que Washington estava a celebrar com os governos norte-americano, francês e russo e com as suas respectivas empresas do sector energético, avança a edição “online” daquele jornal britânico.

Na acta de uma reunião com a BP, a Shell e a BG (a ex-British Gas), realizada a 31 de Outubro de 2002, pode ler-se: “a baronesa Symons concordou que seria difícil justificar que as empresas britânicas ficassem de fora no Iraque se o Reino Unido fosse um visível apoiante do governo norte-americano durante a crise”. A ministra do Comércio prometeu ainda a essas empresas que lhes daria novidades, “antes do Natal”, sobre a pressão que pretendia exercer sobre Washington.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros convidou a BP, a 6 de Novembro desse mesmo ano, para debater oportunidades no Iraque “pós-mudança de regime”.

O jornal recorda ainda que os contratos assinados por várias grandes petrolíferas em vésperas da invasão do Iraque – que já tinha sido “castigado” por ter invadido o Koweit em Agosto de 1990 e que ficou depois sob renovada pressão devido às acusações de posse de armas de destruição maciça – foram os maiores da história do sector petrolífero, abrangendo metade das reservas iraquianas (60 mil milhões de barris de crude).
 

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papatango

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #769 em: Abril 20, 2011, 07:57:37 pm »
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The Independent is a newspaper in the United Kingdom published by Independent Print Limited, owned since 2010 by the former KGB officer Alexander Lebedev.[2] It is nicknamed the Indy, while the Sunday edition; The Independent on Sunday, is the Sindy
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The Independent is regarded as leaning to the left politically

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Independent(e esta é a versão soft)

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FoxTroop

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #770 em: Abril 20, 2011, 08:40:10 pm »
E eu a pensar que alguém viria aqui debater estes documentos e afinal veio a idiologice do costume  :roll:

Queres então dizer que essas actas e documentos são falsos, é isso?  :twisted:
 

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HaDeS

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #771 em: Abril 20, 2011, 10:59:15 pm »
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Documentos secretos implicam petrolíferas mundiais na invasão do Iraque.

Foram hoje reveladas actas de reuniões onde foram debatidos planos de exploração das reservas de crude do Iraque antes de o país do Médio Oriente ser invadido pelas forças aliadas em 2003.



O “The Independent” divulga hoje várias actas de reuniões entre ministros e executivos de grandes petrolíferas mundiais, onde é visível o interesse dos governos ocidentais e das empresas do sector no “ouro negro” iraquiano, com especial enfoque no Reino Unido.

Nas actas das reuniões realizadas em Outubro e Novembro de 2002, antes da invasão do Iraque em Março de 2003, pode ler-se, por exemplo, que Elizabeth Symons, na altura ministra britânica do Comércio, disse à BP que o governo achava que as petrolíferas britânicas deveriam ter um quinhão das vastas reservas de petróleo e gás do Iraque como recompensa pelo compromisso militar de Tony Blair de se aliar aos planos dos EUA de mudança de regime no país liderado então por Saddam Hussein.

Em Março de 2003, mesmo antes de o Reino Unido entrar nesta guerra, a Shell considerou “altamente inexactos” os relatos de que teria mantido conversações com o gabinete do primeiro-ministro, em Downing Street, sobre o petróleo iraquiano, relembra o “The Independent”.

A BP também negou que tivesse qualquer “interesse estratégico” no Iraque, ao passo que Tony Blair considerou “totalmente absurda” essa “teoria da conspiração do petróleo”, sublinha a mesma fonte.

Agora, as actas que vieram a público estão a pôr em questão essas rejeições de envolvimento por interesse na guerra com o Iraque. O envolvimento do Reino Unido neste esforço de guerra dividiu o gabinete de Blair e só foi aceite depois de o primeiro-ministro assegurar que Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça, refere o “The Independent”.

Os documentos demonstram que Elizabeth Symons concordou em fazer “lobby” junto da Administração Bush, dos EUA, em nome da BP, uma vez que a gigante petrolífera receava ficar de fora dos acordos que Washington estava a celebrar com os governos norte-americano, francês e russo e com as suas respectivas empresas do sector energético, avança a edição “online” daquele jornal britânico.

Na acta de uma reunião com a BP, a Shell e a BG (a ex-British Gas), realizada a 31 de Outubro de 2002, pode ler-se: “a baronesa Symons concordou que seria difícil justificar que as empresas britânicas ficassem de fora no Iraque se o Reino Unido fosse um visível apoiante do governo norte-americano durante a crise”. A ministra do Comércio prometeu ainda a essas empresas que lhes daria novidades, “antes do Natal”, sobre a pressão que pretendia exercer sobre Washington.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros convidou a BP, a 6 de Novembro desse mesmo ano, para debater oportunidades no Iraque “pós-mudança de regime”.

O jornal recorda ainda que os contratos assinados por várias grandes petrolíferas em vésperas da invasão do Iraque – que já tinha sido “castigado” por ter invadido o Koweit em Agosto de 1990 e que ficou depois sob renovada pressão devido às acusações de posse de armas de destruição maciça – foram os maiores da história do sector petrolífero, abrangendo metade das reservas iraquianas (60 mil milhões de barris de crude).

É claro que invadiram o Iraque prioritariamente atrás de petróleo, para não reconhecer isso tem que ser muito ingenuo ou mal intesionado. A África está cheia de ditaturas sanguínarias e o curioso é que o Bush nunca se preocupou com isso, nem os ingleses, claro por lá não há nada de interessante e lucrativo no momemto. Faço um paralelo simples, a Otan invadiu Kosovo para parar a matança de kovosares por sérvios, entretanto não moveram uma palha para impedir o massacre de Ruanda, essa gente nunca faz nada se não tiver uma segunda intenção por de trás.
 

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chaimites

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #772 em: Abril 21, 2011, 10:42:10 am »
Citação de: "FoxTroop"
E eu a pensar que alguém viria aqui debater estes documentos e afinal veio a idiologice do costume  :roll:

Queres então dizer que essas actas e documentos são falsos, é isso?  :twisted:


Quem conhece a imprensa Britanica sabe que tem mais credebilidade as nossas revistas "cor de rosa"  do que o que eles publicam!
 

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FoxTroop

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #773 em: Abril 21, 2011, 12:32:39 pm »
Caro Chaimites, a credibilidade da imprensa britânica é tão boa como a nossa, a americana ou a russa (ou seja pouca ou nenhuma). Mas eu não perguntei sobre a credibilidade dos tablóides, eu pedi apenas para me dizerem se os documentos e actas apresentados são forjados/falsos. Podemos discutir o mensageiro como tentaram fazer no caso wikileaks mas o que interessa é a mensagem e essa, independentemente de quem a passa, é que nos interessa. Se podemos perguntar-nos o porquê de certos timings em que as coisas aparecem? Claro que sim e isso levar-nos-ia a um outro patamar, mais exigente e com uma postura de aceitação e de busca mais elevada. E para isso serão necessárias outras bases e níveis de Consciência  menos ortodoxas e um pensar "out of the box" e seguramente não é este o local indicado.

Penso eu que estou a falar com pessoas que pensam pela sua cabeça e cruzam informações e fontes para formar um sentido critico. Se estamos aqui numa de idiologice, em que nos limitamos a debitar cassetes à "bom comuna" ou em êxtase goeblliano, então nem vale a pena discutir, não será?
 

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papatango

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #774 em: Abril 21, 2011, 02:40:06 pm »
A credibilidade do «The Independent» é a credibilidade que se pode dar a um jornal controlado por um antigo agente da KGB e que é conhecido pelas suas posições extremistas.

O «The Independent» não tem qualquer credibilidade na Grã Bretanha e só fora do país é citado, unica e exclusivamente por causa do nome «The Independent» que lhe dá uma certa credibilidade.
Mas a única coisa credivel que o «The Independent» tem são as palavras do nome.

Por alguma coisa é a fonte preferida dos spinneres do crime organizado, comunistas socialistas e afins ...  :roll:  :roll:
E como utilizar o jornal PRAVDA como fonte sobre a Rússia. Trata-se de pouco mais que um jornal erótico e nada mais que isso, mas como a maior parte das pessoas não o entende, continua a achar que o PRAVDA tem alguma credibilidade.

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Mas também é verdade que a imprensa porca sabe que há muito trouxa que ainda se deixa enganar...
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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #775 em: Abril 21, 2011, 03:10:25 pm »
Ou seja, continua a dizer mais do mesmo, ou seja, nada. De modo muito "a la Sócrates" que, diga-se de passagem, é um verdadeiro mestre em não responder às questões que lhe são colocadas. Rodear a questão sem lhe responder é contudo uma arte, reconheço-lhe isso, mas, como qualquer truque, só funciona com quem se deixa desviar do assunto. Nesse ponto é interessante analisar esta sua tirada:

Citar
No ocidente, sabemos as verdades mais tarde ou mais cedo. Será que no Irão vão saber o que se passou ?
Se a Hipocrisia matasse.

Tem razão, aqui no Ocidente, acabamos por saber as coisas, tarde ou cedo, embora o resultado seja exactamente o mesmo que se não soubéssemos, pois além da anestesia geral existem toda uma série de idiotas úteis a levantar poeira. E, felizmente para si, a hipocrisia não mata  :)
 

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papatango

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #776 em: Abril 21, 2011, 03:29:15 pm »
O «The Independent» de independente e credivel só tem a palavra do nome.

Um jornal controlado por um antigo agente da KGB tem a mesma credibilidade que a publicação erótica PRAVDA.
Pravda, em russo quer dizer verdade, mas a palavra no título é a única coisa credivel de toda a publicaçao.

O The Indpendent, só é considerado para alguma coisa fora da Grã Bretanha, onde tem o seu lugar como jornal da esquerda radical.

A imprensa PORCA anda a dizer o mesmo tipo de coisas há muito tempo e a credibilidade que se lhe deve dar é a credibilidade que se deve dar à KGB, quando diz que era uma associação de beneficência.

Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo
Mas a imprensa PORCA sabe que continua a haver muito trouxa que é fácil de enganar.


Os nazistas do Bloco de Esquerda são nisto especialistas.
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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #777 em: Janeiro 08, 2012, 09:44:13 pm »
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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #778 em: Março 10, 2012, 04:23:04 pm »
Guerra no Iraque aumentou em 80% suicídios no Exército americano
France Presse

07/03/2012 17h30 - Atualizado em 07/03/2012 17h30
Guerra no Iraque aumentou em 80% suicídios no Exército americano

France Presse

PARIS, 8 Mar 2012 (AFP) -O número de suicídios no Exército americano saltou 80% desde que os Estados Unidos iniciaram a guerra no Iraque, informaram médicos militares dos Estados Unidos em artigo publicado na imprensa especializada.

Entre 1977 e 2003, o número de suicídios no exército tendia sutilmente para o declínio e era bem inferior às taxas civis.

Mas, segundo análise dos especialistas, divulgada na edição desta quinta-feira do periódico britânico Injury Prevention, a curva começou a subir em 2004, um ano após a invasão do Iraque, comandada pelos Estados Unidos.

Em 2008, 140 militares do exército cometeram suicídio, um número 80% superior ao de 2004 segundo a proporção "pessoas-anos", referência utilizada por especialistas em saúde, e muito mais alto do que na sociedade civil, acrescentaram.

"Este aumento, sem precedentes em mais de 30 anos de registros do Exército americano, sugere que 30% dos suicídios que ocorreram em 2008 podem estar associados a eventos pós-2003, que se seguiram ao engajamento maior de tropas do Iraque, somado às operações realizadas no Afeganistão", destacou o artigo.

Os mortos eram, esmagadoramente, homens, jovens, brancos, pertencentes aos escalões mais baixos do exército e mais propensos a históricos de depressão e outros distúrbios mentais.

Estes dados refletiram ainda um aumento nas consultas e hospitalizações devido a problemas de saúde mental. A partir de 2003, estes índices quase que dobraram.

"A taxa de 2008 indica que mais de um quinto de todos os soldados na ativa fizeram uma visita ambulatorial por distúrbio de saúde mental, sugerindo um problema de saúde pública", destacou o estudo.

Ainda em 2008, quase um terço dos suicídios ocorreu entre soldados que nunca tinham sido enviados em missões de combate, o que destaca a necessidade de se disponibilizar aconselhamento para jovens militares sofrendo os efeitos do estresse anterior a um combate, acrescentou.

A pesquisa foi liderada por Michelle Canham-Chervak, do Comando de Saúde Pública do Exército Americano, com base em informações do Ambiente de Dados Integrados Comportamentais do Exército.

Trata-se de um banco de dados que combina várias fontes militares americanas, e inclui detalhes sobre consultas médicas, diagnósticos e tratamentos.

O estudo analisou os números de 2007 e 2008 e os comparou com os de anos anteriores. Mas não incluiu outros ramos das Forças Armadas ou examinou as tendências após a decisão do presidente Barack Obama de retirar as tropas do Iraque, operação concluída em dezembro do ano passado.
 

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Re: Iraque a ferro e fogo
« Responder #779 em: Março 20, 2013, 01:10:47 pm »
Iraque, 10 anos: «A guerra estava calendarizada há muito»
O investigador Bernardo Pires de Lima sobre a cimeira das Lajes, os pressupostos por detrás da guerra no Iraque e a ajuda política a Blair e Aznar
Por:
Nuno Madureira  Nuno Madureira
   |   2013-03-20 11:17

O investigador Bernardo Pires de Lima, autor do livro «A Cimeira das Lajes, Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque» (ed. Tinta da China) sustenta que o encontro nos Açores a 16 de março, quatro dias antes do início da operação, foi uma forma de contornar a oposição de França e Alemanha e, ao mesmo tempo, ajudar os primeiros-ministro do Reino Unido e Espanha, Blair e Aznar, a legitimar politicamente, perante os seus eleitores, o apoio a uma guerra previamente decidida por Washington.

Iraque, 10 anos depois: o que ficou da guerra (vídeo)

O facto de se terem revelado falsos vários pressupostos para a intervenção militar no Iraque reforça a ideia de uma cimeira de fachada em relação a um passo já decidido?
Os falsos pressupostos acabaram por dar lugar, já na recta final antes da guerra, a uma justificação revolucionária por parte dos decisores americanos: a de alterar, via mudança de regime iraquiano, todo o statu quo do Médio Oriente, democratizando-o à força de fosse preciso. Este idealismo na narrativa americana é intrínseco ao pensamento neoconservador, mas pode dizer-nos também que já se estavam a tentar encontrar argumentos caso os pressupostos de que fala não se verificassem. No que toca à Cimeira das Lajes, ela será sempre recordada pelas opiniões públicas como um encontro de guerra mascarado de carácter político, o que não anda longe da verdade. Para os líderes que lá estiveram, será recordada como a última solução política num roteiro de guerra inevitável. Mas na minha leitura a Cimeira teve três pressupostos. Responder ao veto anunciado por Paris e Berlim a uma segunda resolução clarificadora de um ataque e proposta por Washington, Londres e Madrid. Forjar uma solução política para ajudar Blair e Aznar junto dos seus eleitores e Parlamentos, sobretudo o britânico. Terceiro, e que resulta dos comunicados trabalhados pelos quatro staffs, dar um deadline a Saddam, convocar a ONU para o pós-guerra e sublinhar a aliança transatlântica. A minha avaliação é a seguinte: com ou sem cimeira a guerra dar-se-ia, porque Washington já a tinha decidido e calendarizado há muito.

A cimeira das Lajes teve consequências duradouras para a política externa de Portugal?
Caso Portugal não tivesse acolhido uma cimeira como essa, teria sido prejudicado pelos EUA, Reino Unido ou Espanha? Não me parece. Ou seja, objectivamente, todo o processo de decisão português e o papel que teve na cimeira foram muito mais relevantes para a construção do perfil de Barroso junto dos seus pares do que aquilo que a política externa portuguesa terá beneficiado. Mantivemos o comando NATO em Oeiras, o que terá sido beneficiado pelo apoio de Portugal aos EUA, mas estou em crer que teríamos argumentos à altura se tivéssemos optado por uma posição, digamos, de apoio mais discreto.

E quais foram as consequências para a coesão da União Europeia?
A grande questão é que, em volta do Iraque, desenvolveu-se uma crise euro-atlântica sem precedentes, com divisões profundas entre europeus, com uma ruptura inédita entre Alemanha e EUA, e num quadro destes e também de pré-grande alargamento a Leste, Portugal acabou por decidir manter-se próximo de um eixo de potências atlânticas, da qual Espanha passou a fazer parte com Aznar. O simbolismo de ruptura dado pela cimeira e que os comunicados procuraram contrariar, acabou nos meses seguintes por ser esbatido pelo aproximar de posições. Só assim se explica que a ONU tenha autorizado a ocupação no Iraque a partir de maio e que Barroso tenha conseguido chegar à Comissão Europeia com o apoio de países anti-intervenção, como França e Alemanha.

http://www.tvi24.iol.pt/internacional/l ... -4073.html

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Iraque, 10 anos: a Cimeira das Lajes e as motivações de Barroso
O livro de Bernardo Pires de Lima é um «flashback» sobre a última etapa antes do início da operação no Iraque
Por:
Nuno Madureira  Nuno Madureira
   |   2013-03-20 11:11

Fruto do trabalho de dois anos do investigador Bernardo Pires de Lima, o livro «A Cimeira das Lajes, Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque» (ed. Tinta da China) propõe-se historiar, em 200 páginas, o processo que levou o governo português, liderado por Durão Barroso, a servir de anfitrião ao último passo diplomático antes do início da guerra no Iraque, apesar do forte clima de contestação.

Iraque, 10 anos depois: o que ficou da guerra (vídeo)

O autor considera o encontro de 16 de março de 2003 o «culminar de um processo político-diplomático» do então primeiro-ministro que, 15 meses depois, assumiria o cargo de presidente da Comissão Europeia. A estratégia, sustenta, visava impedir que a Espanha se tornasse o único interlocutor ibérico de Bush.

Qual foi a maior dificuldade com que se deparou para este livro?
Tempo. Interrompi uma tese de doutoramento e dois artigos de investigação no IPRI. Além disso passei uma temporada nos EUA focado noutro tema e escrevo três crónicas semanais sobre política internacional no Diário de Notícias. Não foi fácil. Quanto à disponibilidade dos entrevistados, não tenho razões de queixa. Devo dizer que isso me surpreendeu pela positiva.

A que atribui o esforço de aproximação de Durão Barroso a Bush/Blair, numa altura de forte contestação, em Portugal e na Europa, à legitimidade de intervenção no Iraque?
Só se pode falar em esforço se os EUA e o Reino Unido não fossem dois pilares das relações mais importantes da política externa portuguesa. O apoio de Barroso, pelo contrário, é dado sem qualquer esforço. Outra questão passa por analisar a anatomia da sua decisão e ela é, na minha opinião, dupla: por um lado, passa pela ambição de colocar Portugal no mediatismo político internacional acima do seu poder, influência e dimensão; por outro, não permitir que Espanha fosse o único interlocutor dos EUA no diálogo presente e futuro com a Península Ibérica.
A segunda parte da sua pergunta levanta um pertinente ponto e que a meu ver está na base de muitas percepções que tivemos e temos sobre todo o quadro transatlântico em volta da guerra no Iraque: o gap entre cidadãos e lideranças, sobretudo na Europa. Repare que só quatro dos 15 Estados-membros não apoiaram os EUA. Houve até muitos países arábes que apoiaram militarmente a intervenção. Já o sentimento anti-guerra era generalizado entre as populações.

É lícito ligar-se a passagem de Durão Barroso para a Comissão Europeia e a cimeira, no sentido de esta ter reforçado a sua visibilidade?
A cimeira é o culminar de um processo político-diplomático por parte de Barroso. Ele já conhecia as relações internacionais e a política europeia, aquando da sua passagem pelo governo Cavaco Silva. Nada disto era novidade para ele. Mas, mais uma vez num quadro de pré-alargamento a Leste ¿ muito próximo dos EUA , com Paris e Berlim a alargarem o eixo a Moscovo, e na hora de encontrar um candidato vindo do PPE, Blair levanta o nome de Barroso sabendo que agradaria à maioria dos europeus. No Leste, porque tinha boas relações com os EUA e Londres. Aos restantes atlantistas porque era um deles. A Paris e Berlim, porque seria, na perspectiva destes, um presidente manobrável, mas também porque Barroso nunca descurou as relações com França e Alemanha ao longo de todo o processo. De qualquer forma, todo este enredo precisa de ser trabalhado com maior profundidade. Talvez num próximo livro.

http://www.tvi24.iol.pt/iol-push---poli ... -6185.html

"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas