Operacional: As tropas especiais do Exército, que o meu general conhece bem, é oriundo das tropas para-quedistas e comandou a brigada de reação rápida, estão desde 2006 por via da então designada “Transformação do Exército” juntas numa mesma grande unidade. Por vezes não é fácil definir bem perante a opinião pública quais são as missões e capacidades de para-quedistas, comandos e operações especiais. Quer dizer-nos em síntese que missão atribui a cada uma destas forças?
CEME: Em termos de definição da tipologia de forças podemos definir as forças do seguinte modo:
As Forças de “Operações Especiais” (FOEsp) são forças especialmente selecionadas, organizadas, treinadas e equipadas que utilizam técnicas e modos de emprego não convencionais, para o cumprimento de Operações Especiais. Atuam tendencialmente em formações de pequeno efetivo e de forma isolada. Efetuam um conjunto de operações específicas de Operações Especiais tais como o Reconhecimento Especial e Vigilância, a Ação Direta, a Assistência Militar e a Ação Indireta. Garantem capacidades únicas, flexíveis e versáteis quer sejam empregues isoladamente ou em complemento de outras forças ou agências, na consecução de objetivos estratégicos, operacionais ou eventualmente táticos, quando o emprego de outras forças não for adequado.
Os “Comandos” são forças ligeiras, vocacionadas para operações convencionais de natureza eminentemente ofensiva, com capacidade de projeção imediata, elevada capacidade técnica e tática, grande flexibilidade de emprego e elevado estado de prontidão, capitalizando a surpresa, velocidade, violência e precisão do ataque, como fatores decisivos. Atuando preferencialmente ao escalão companhia e eventualmente batalhão, executam Operações ofensivas: Golpe de mão, Emboscadas, Fintas e Demonstrações; Segurança da Área da Retaguarda (SAR) como força de intervenção. Operações Defensivas: Defesa de Pontos Sensíveis e Segurança da Área da Retaguarda. Operações de Transição: Marcha para o Contacto atuando particularmente na modalidade de “Busca e ataque”. Podem ainda realizar outras operações como sejam as Aeromóveis e as operações Aerotransportadas por aterragem de assalto.
As “forças Para-quedistas” são forças de infantaria ligeira, vocacionadas para as operações convencionais, caracterizando-se pela concentração de potencial de combate, rapidez na ação e flexibilidade, dotadas de capacidade de inserção no Teatro de Operações através de salto em paraquedas. O seu escalão de atuação é o batalhão, eventualmente a companhia, e realizam no âmbito ofensivo: Golpes de mão; Emboscadas, Fintas e Demonstrações, Apoio a Contra-ataques e ataque Deliberado. No âmbito das Operações Defensivas e de Transição executam todas as missões atribuíveis a unidades de infantaria ligeira. São a força por excelência para a condução de operações aerotransportadas e executam operações aeromóveis. Podem ser projetados para a área de um objetivo por desembarque aéreo ou aterragem de assalto, com a finalidade de o conquistar e garantir a sua posse por períodos de tempo limitados até à sua junção com outras forças, ou estreitar o contacto com o inimigo e destruí-lo ou capturá-lo combinando, para o efeito, os fogos, o movimento e a surpresa. São forças aptas para combater a pé, em todos os tipos de terreno e sob quaisquer condições climáticas.
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