O relevo, a hidrografia, a vegetação, etc desaconselham a utilização de CC, especialmente a norte do rio Tejo.
É um ponto de vista defendido por muitos, mas tem um problema:
Parte do principio de que os combates de tanques têm que ser todos no deserto ou em grandes e infindáveis planícies e pradarias.
Isso é assim nos cenários clássicos, como durante a II guerra mundial e durante a guerra do golfo e contra o Iraque.
Mas nesse último caso, o que vimos foi uma poderosa força blindada, com superioridade tecnológica atirar-se sobre outra força blindada inferior do ponto de vista tecnológico e mal preparada do ponto de vista táctico.
O tanque como arma defensiva
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Embora ele tenha sido feito desde a I guerra para ultrapassar as barreiras defensivas, ele começou a ser utilizado como arma defensiva também logo em 1918, aquando da última série de ofensivas alemãs, quando os ingleses utilizaram os tanques Whippet para voltar a ligar a frente estabelecendo uma frente continua, cortando as colunas alemãs onde elas avançavam mais profundamente.
Logo, embora seja menos conhecida, a acção dos tanques como arma defensiva é importante, desde a primeira hora.
No caso português, onde vejo a possibilidade da utilização de tanques, não é no sul, porque aí eles não podem ser utilizados tão eficientemente como arma defensiva.
E aí vamos cair na questão do numero de veículos por célula básica de defesa (pelotão) o qual tem tendência a ser menor quanto maior é o pendor defensivo da unidade.
Há várias teses sobre a utilização de tanques. Como sabemos, durante a guerra fria, esperava-se que os russos conseguíssem quebrar com força bruta, toda e qualquer linha de defesa que se pudesse levantar contra eles.
Os americanos, consideravam que não havia forma de se defenderem dos russos, sem ser com o recurso a um contra-golpe. Por isso os pelotões com características ofensivas, que se destinavam a penetrar profundamente no território inimigo, cortando as linhas de abastecimento, naquilo que alguns chamam «golpe de gancho» ou «hook».
A outra arma com que os americanos contavam e que desenvolveram, está à nossa frente e chama-se internet.
Os americanos consideravam inevitável que parte das forças da NATO ficassem cercadas, mas analisando o que se passou na II guerra mundial, era importante manter as comunicações e manter capacidade de combate mesmo em grupos que tivessem ficado isolados.
As comunicações tornaram-se no que são hoje, a mais importante das armas de guerra.
As comunicações passam a permitir uma grande elasticidade defensiva, desde que as forças que defendem, disponham da tecnologia para garantir que mesmo em posição de inferioridade, conseguem a partir de uma posição dispersa, agir sobre pontos fulcrais que são importantes para o IN.
É aí que é importante o tanque. Ele pode servir para atrasar o avanço do inimigo, mas mesmo pequenos grupos deles, quando bem coordenados, podem mesmo depois de cercados agir de forma coordenada, desbaratando as linhas de abastecimento inimigas.
Com o inimigo com as linhas de abastecimento em risco, a sua superioridade deixa de ser tão importante.
O tanque, é uma arma defensiva com grande mobilidade. Ele controlará o campo de batalha, se devidamente escoltado e enquadrado (e fazendo parte de uma organização com comando e controlo modernos)
Isto poderia levar a outras discussões muito interessantes e inesperadas sobre opções de equipamentos dos países vizinhos, mas não vamos por aí...

Cumprimentos