Iberismo e a dissolução de Portugal: ameaça real

  • 1344 Respostas
  • 336138 Visualizações
*

luis filipe silva

  • Investigador
  • *****
  • 2049
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #345 em: Outubro 17, 2006, 11:46:51 pm »
Garrulo escreveu:
Citar
Lo de que niegue no solo la existencia si no el nombre de mi patria me parece impropio de un caballero.

Caro Garrulo. Você interpretou mal as minhas palavras. Eu não neguei nem ofendi Espanha. Só me referia ao mapa apresentado nas notícias (TV) em que para uma grande percentagem dos espanhóis inquiridos, o resultado da "tal " união Espanha + Portugal se chamaria espanha. Ou seja, seria o nome que eles (não o Garrulo) escolhiam para a Peninsula Iberica. É só essa união que eu nego, e a que não dou nome.
Citar
com o nome "espanha" (em minúsculas porque é fictício).
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

*

C. E. Borges

  • Membro
  • *
  • 147
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #346 em: Outubro 18, 2006, 12:12:04 am »
«Mas o que é que a criançada tem a ver ?»

Ó meu caro amigo ...
Quer mesmo que lhe responda ?
Então aqui vai :
- Tem a ver com tudo.
Entretanto, se lhe aprouver e achar por bem, este tema é, pelo menos, interessante :
- A «Questão Ibérica» no Advento do Integralismo Lusitano».
Está na «Unica Semper Avis».
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8827
  • Recebeu: 1858 vez(es)
  • Enviou: 816 vez(es)
  • +1078/-10446
(sem assunto)
« Responder #347 em: Outubro 19, 2006, 01:46:45 pm »
http://www.garfos.letrascomgarfos.net/

Muita gente pensa que Zapatero faz concessões à ETA em nome da paz; e que Mário Lino se disse “iberista” em Espanha por lapso; e que a política de Sócrates de “Espanha, Espanha, Espanha” é uma figura de estilo. Desenganem-se. A ideia de Pan-iberismo, com capital em Madrid, passa por concessões à ETA, passa por concessões à Catalunha, isto é, passa por concessões às nacionalidades, porque Portugal também é uma nação.

Os socialistas portugueses, alinhados ao ideário maçónico sem pátria, ajoelham-se perante Espanha com a conivência e colaboração dos socialistas espanhóis. As máquinas socialistas de ambos os países actuam na sombra. Esta sondagem publicada pela TSF é seguida de outra já publicada em Portugal há semanas sobre o mesmo tema (só que os portugueses são menos adeptos do iberismo – pudera, passaríamos a ser cidadãos de terceira classe, porque de segunda já somos hoje com Sócrates no poder). Será coincidência que num prazo de um mês se publiquem sondagens deste tipo em ambos os países? Yo no creo en brujas; pero que las hay, las hay.

Lisboa não é Barcelona nem Portugal é a Catalunha. Lisboa é a capital de um país e de uma nação que gerou países novos e novas nacionalidades e cuja língua se fala por mais de 200 milhões de pessoas nesses países. O catalão fala-se nas casas-de-banho das cidades catalãs. Nada de confusões, Sr. Sócrates.

Uma coisa é a integração de Espanha e Portugal na União Europeia, onde estão hoje 25 países. Outra coisa é o aproveitamento da dinâmica da construção europeia para a absorção de Portugal por Espanha com a consequente sujeição de Lisboa a Madrid, que é o que Sócrates e Zapatero estão a fazer. Não tenho absolutamente dúvidas nenhumas disto. E como não tenho dúvidas, só posso acusar Sócrates de traidor à pátria, o Miguel de Vasconcelos e Brito [Google] moderno; ao antigo Vasconcelos, o grupo dos quarenta empurrou-o pelas janelas do Paço do terreiro abaixo. Hoje somos mais civilizados: vamos empurrar Sócrates para fora do governo, porque Sócrates foi é um equívoco tremendo que o marketing político e o lobby plutocrata transformaram em “competência”.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

Elikan

  • Membro
  • *
  • 27
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #348 em: Outubro 19, 2006, 04:35:40 pm »
Citar
Moratinos viaja el jueves a Lisboa para preparar la próxima cumbre ibérica

El ministro de Exteriores español, Miguel Ángel Moratinos, se reúne el jueves en Lisboa con su homólogo portugués, Luis Amado, para abordar cuestiones bilaterales, como la próxima Cumbre ibérica de Badajoz, y concertar posiciones en diversos asuntos internacionales especialmente relacionados con Iberoamérica y el Mediterráneo, según informó hoy el Ministerio luso.

La agenda común de los dos países ibéricos es intensa en los próximos meses, tanto a nivel bilateral como internacional y es necesario concertar posiciones, explica la nota. La primera cita es la Cumbre Iberoamericana que se celebrará los próximos 4 y 5 de noviembre en Montevideo, en la que España y Portugal deberían llegar con una postura en común, especialmente en materia de inmigración, que será uno de los temas principales, dado que el continente americano es emisor de emigrantes y la Península Ibérica receptor.

Pero el punto principal de este encuentro debería ser la próxima Cumbre Hispano-lusa que se celebrará en Badajoz a finales de noviembre y que todavía no tiene fecha definida por lo que podría salir de esta reunión.

Pero además de la fecha, también hay que definir cuáles serán los principales asuntos sobre la mesa y acercar posturas en materias de infraestructuras ferroviarias, recursos hídricos y en materia de energía, especialmente después de la entrada en vigor del Mercado Ibérico de Energía Liberalizado (Mibel) y de los recientes movimientos en el mercado energético español que afectan al portugués.

Moratinos viaja a Lisboa acompañado por el secretario de Estado para Asuntos Europeos, Alberto Navarro, y el director general de política exterior del Ministerio, Rafael Dezcallar, que se reunirán con sus respectivos homólogos portugueses.

Los dos jefes de la Diplomacia ibérica se reunirán al mediodía y durante una hora en el Palacio de las Necesidades, sede del Ministerio de Exteriores portugués, y posteriormente realizaran declaraciones a los medios.
 

*

Jose M.

  • Perito
  • **
  • 598
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #349 em: Outubro 21, 2006, 10:59:15 am »
Como as minhas palavras incomodam a um Moderador, acho que é milhor que estem a falar os portugueses:

http://zedemello.blogspot.com/2005/08/elvas-badajoz.html

Comprimentos
 

*

JoseMFernandes

  • Perito
  • **
  • 394
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #350 em: Outubro 22, 2006, 10:22:05 am »
No diário PÚBLICO de 22/10/2006:

Citar
"Com a Catalunha já temos que chegue"


O que Roberto Abarca, director-geral da Seur Portugal, estranha é que se pense em Espanha e Portugal como um único país quando os sinais que vêm de Espanha são de desintegração - com o País Basco e a Catalunha na linha da frente.
O catalão Ramon Font chama-lhe "realidade plurinacional". "Alguns não querem ver, mas Espanha é mais do que uma nação. Parece bastante aceitável para muita gente que aqui convivem realidades culturais muito potentes. Eu faço parte de uma delas. E é tão complicado que, constantemente, todas as sondagens continuam a fazer a pergunta: "Você sente-se mais uma coisa ou outra?" E o resultado é muito pulverizado: há pessoas que se sentem mais uma coisa, outras sentem-se fifty-fifty..."
Juntar Portugal ao mapa seria complicar ainda mais uma Espanha que já é complicada. E, sobre isso, Miguel Ángel Bastenier, do El País, só tem uma coisa a dizer: não, gracias. "Com a Catalunha já temos que chegue."
Melhor seria que os espanhóis descobrissem, primeiro, quem são. Ramon Font diz que a autodefinição nacional "coloca grandes problemas do foro psiquiátrico". Não faltam reflexões em torno desse tema obsessivo, mas ninguém parece ter uma resposta para a pergunta: "O que é ser espanhol?".
Portugal, dizem, tem uma relação mais saudável "com a pátria".
"Para começar, Portugal é um país homogéneo, toda a gente fala português, ninguém fala basco e catalão, felizmente", diz Bastenier. "Os espanhóis ainda não decidiram o que são, o que é uma grande vergonha. E Portugal viria dividir ainda mais Espanha. Porque se acrescentava outra Catalunha. O que temos já é insuportável, não nos deixam viver. E eu sou de Barcelona, falo catalão, mas sou espanhol, caramba! Costumo dizer que se Espanha não tivesse esses problemas havia de ganhar muitos prémios Nobel, de ciência e de medicina. Mas estamos o dia todo ocupados com esta seca da Catalunha e do País Basco e não podemos dedicar-nos a nada! À literatura sim, porque a literatura nasce da dor. Assim sendo, Espanha tem uma grande literatura, como tem Portugal... Mas a ciência precisa de tempo livre. Por isso, Espanha tem uma grande literatura e uma merda de ciência." K.G.

 

*

Tiger22

  • Perito
  • **
  • 566
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #351 em: Outubro 22, 2006, 10:45:02 am »
Citação de: "JoseMFernandes"
No diário PÚBLICO de 22/10/2006:

Citar
"Com a Catalunha já temos que chegue"


O que Roberto Abarca, director-geral da Seur Portugal, estranha é que se pense em Espanha e Portugal como um único país quando os sinais que vêm de Espanha são de desintegração - com o País Basco e a Catalunha na linha da frente.
O catalão Ramon Font chama-lhe "realidade plurinacional". "Alguns não querem ver, mas Espanha é mais do que uma nação. Parece bastante aceitável para muita gente que aqui convivem realidades culturais muito potentes. Eu faço parte de uma delas. E é tão complicado que, constantemente, todas as sondagens continuam a fazer a pergunta: "Você sente-se mais uma coisa ou outra?" E o resultado é muito pulverizado: há pessoas que se sentem mais uma coisa, outras sentem-se fifty-fifty..."
Juntar Portugal ao mapa seria complicar ainda mais uma Espanha que já é complicada. E, sobre isso, Miguel Ángel Bastenier, do El País, só tem uma coisa a dizer: não, gracias. "Com a Catalunha já temos que chegue."
Melhor seria que os espanhóis descobrissem, primeiro, quem são. Ramon Font diz que a autodefinição nacional "coloca grandes problemas do foro psiquiátrico". Não faltam reflexões em torno desse tema obsessivo, mas ninguém parece ter uma resposta para a pergunta: "O que é ser espanhol?".
Portugal, dizem, tem uma relação mais saudável "com a pátria".
"Para começar, Portugal é um país homogéneo, toda a gente fala português, ninguém fala basco e catalão, felizmente", diz Bastenier. "Os espanhóis ainda não decidiram o que são, o que é uma grande vergonha. E Portugal viria dividir ainda mais Espanha. Porque se acrescentava outra Catalunha. O que temos já é insuportável, não nos deixam viver. E eu sou de Barcelona, falo catalão, mas sou espanhol, caramba! Costumo dizer que se Espanha não tivesse esses problemas havia de ganhar muitos prémios Nobel, de ciência e de medicina. Mas estamos o dia todo ocupados com esta seca da Catalunha e do País Basco e não podemos dedicar-nos a nada! À literatura sim, porque a literatura nasce da dor. Assim sendo, Espanha tem uma grande literatura, como tem Portugal... Mas a ciência precisa de tempo livre. Por isso, Espanha tem uma grande literatura e uma merda de ciência." K.G.


Como podemos ver, há muitos espanhóis sensatos que sabem reconhecer aquilo que já todos sabemos.

Não são todos autistas!
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

*

JoseMFernandes

  • Perito
  • **
  • 394
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #352 em: Outubro 22, 2006, 11:03:11 am »
Também do PUBLICO de hoje, mais alguns extractos de um amplo dossier, e com direito a enorme destaque na capa. (definitivamente um assunto na ordem do dia !) :( :

 
Citar

Foram ustedes que falaram em unión?

Por Kathleen Gomes

Portugal e Espanha, um romance por consumar? Em menos de um mês, do lado de cá e do lado de lá, fez-se essa pergunta. Entre os espanhóis há muito mais partidários de uma união política com Portugal do que entre os portugueses: quase metade contra apenas um quarto. Nós temos desculpa: a sedução da economia espanhola. Qual é a desculpa deles? Foi o que o PÚBLICO perguntou a uns e a outros

NEM SEQUER PAISAGEM

Poucos suspeitam, mas o boletim meteorológico espanhol tem algo a dizer-nos sobre a forma como do lado de lá se olha - ou não se olha - para o lado de cá. Há um rectângulo a menos no mapa pensinsular: Portugal não existe, nem sequer como paisagem.
"Nós damos o mapa da Península toda, mas em Espanha Portugal não aparece. Quer dizer, há ali uma falta escondida", nota o historiador António Hespanha. "Vou bastante a Espanha e a coisa que me fere mais é o silêncio, o desconhecimento sobre Portugal. Não é dizer mal sequer. É um "ali não há nada", como no mapa meteorológico."
O que explica, então, que quase metade dos espanhóis se mostre favorável a formar uma união com Portugal, uma joint-venture, como se diz na linguagem empresarial? Subitamente na semana passada, a revista espanhola Tiempo publicou uma sondagem segundo a qual 45,7 por cento dos espanhóis defendem - ou pelo menos não rejeitam - unir-se com Portugal, formando um único estado.
Não será abusivo depreender que se trata, de certa forma, da "resposta" espanhola a uma sondagem divulgada há quase um mês, em vésperas da visita presidencial de Cavaco Silva a Madrid, pelo semanário Sol. Esta última, em que 27,7 por cento dos portugueses consideram que Espanha e Portugal deveriam formar um único país, foi recebida in loco com discrição e, sobretudo, sem tumulto (do qual uma mesma sondagem não estaria isenta em 1983 - ver texto nestas páginas), mas provocou algumas reacções na imprensa espanhola.
Numa e noutra, o peso maior é o do "não". Mas não foi para aí que se olhou. Comparando as duas, o que se nota é que a vontade, ou pelo menos a predisposição, espanhola de uma união é significativamente maior do que a dos portugueses. À altura da publicação da sondagem do Sol, o director do semanário, José António Saraiva, avançava ao El País os motivos da atracção portuguesa pelo país vizinho: "Sentimos inveja do êxito económico espanhol. A velocidade espanhola contrasta com a lentidão da nossa recuperação económica e as pessoas sentem vontade de apanhar o comboio de Madrid".
Não é o único a pensar assim. "Sinceramente, se a economia [portuguesa] estivesse muito melhor não havia nenhum português que quisesse ser espanhol", garante o espanhol Roberto Abarca, director-geral da Seur Portugal, empresa de transporte urgente de mercadorias.
Do mesmo modo, para o filósofo José Gil, autor do best-seller Portugal: O Medo de Existir, isso "decorre da situação portuguesa e de termos ao lado uma Espanha em crescimento". "Portanto, pensa-se: "Porque não? Se nos uníssemos com os espanhóis seria muito mais fácil." Fariam eles o trabalho que nós não sabemos fazer."
Resumindo: 27,7 por cento dos portugueses terão uma desculpa económica para defender a união com Espanha.
Mas qual pode ser a desculpa espanhola?
Ainda para mais quando "não há uma preocupação em Espanha por esse tema como há em Portugal", constata Luis Gutierrez, crítico de vinhos do jornal El Mundo. Ele saberá: há uns 15 anos que conhece e visita frequentemente Portugal.


ESPUGAL OU PORTUPANHA

Vicente Verdu fez futurologia nas páginas de opinião do El País - e acertou. Escrevia ele, a 29 de Setembro, a propósito da sondagem do Sol: "Sem dúvida alguma, se a consulta se dirigisse aos espanhóis, a anuência seria maciçamente superior (...)". Segundo Verdu, uma eventual união com Portugal seria um projecto colectivo sedutor para uma Espanha a braços com reivindicações regionais independentistas.
Esta é uma visão demasiado cândida para o ex-subdirector e actual colunista do mesmo diário espanhol, Miguel Ángel Bastenier. "Isso são fantasias", diz ao telefone. Enquanto Verdu descrevia a união com Portugal "como um romance por consumar", também no El País, uns dias depois, Bastenier avisava - num artigo intitulado Esp-ugal o Portu-paña, hipóteses não muito sérias de nomenclatura da nova nação - que ela "não traria mais que problemas".
"Espanha não quer uma união com Portugal, de maneira nenhuma. Também li que 28 por cento dos portugueses querem isso e não acredito. Portugal existe, precisamente, por não ser Espanha", diz ao PÚBLICO. "Algumas vezes em França e noutros países da Europa disse, a brincar, que a única parte de Espanha que continua a parecer Espanha é Portugal. Quer dizer, não me sinto no estrangeiro quando estou em Portugal - é como se estivesse em casa. Mas isso não quer dizer que se tenha de fazer uma união política, por Deus. Seria uma confusão terrível, onde fazer a capital, admitir ou não uma segunda capital... E, depois, Portugal não haveria de querer deixar de ter a sua selecção nacional de futebol... Seria impossível. Não há dois países que se pareçam mais e que, ao mesmo tempo, seja cada um quem é."

A UNIÃO TEM UM NOME: EUROPA

Dependendo da perspectiva, 45,6 por cento de espanhóis a favor de um único país pode ser surpreendentemente mais do que o esperado ou surpreendentemente menos. António Hespanha pertence à última categoria - e, nesse aspecto, é o único. "Completar a Península sempre foi um desejo que está no subconsciente dos espanhóis desde há séculos. É evidente que a união, no contexto actual, significaria uma absorção de Portugal pela Espanha. Parece-me que essa resposta é cautelosa: metade dos espanhóis estão possivelmente conscientes da complicação que é absorver mais uma região que não é homogénea."
A perspectiva de Bastenier é a do copo meio cheio - ou cheio de mais. Mas não anda longe de Hespanha. Segundo ele, "os tontos dos espanhóis que dizem que sim" nas sondagens, "o que pensam não é na união, mas na absorção de Portugal". "Como Portugal tem só 10 milhões de habitantes e Espanha tem 42, pensam em adquirir Portugal."
Para o colunista do El País, "há um processo de unificação que se chama Europa, que já é suficiente". Ramon Font, ex-correspondente da TVE de Espanha e 30 anos vividos em Portugal (hoje está de volta à Catalunha), concorda. "É na Europa que encontramos agora uma nova oportunidade; não é na dinâmica bilateral, isso acabou." E nota que existem novas dinâmicas, mais regionais, à vista. "Neste momento, olhar para a Península como se houvesse um único eixo Lisboa-Madrid é um erro. Há outros eixos: Galiza-Norte de Portugal ou o mais recente Alentejo-Extremadura. E há a riqueza das relações entre Portugal e a Catalunha: um terço das relações entre Espanha e Portugal passa por Barcelona."
Bastenier está convencido de que, "quando chegasse a hora da verdade" - ou seja, se o teste fosse a sério - ninguém haveria de querer união nenhuma. "Espanha não aceitaria que Portugal se unisse continuando a ser Portugal. Teria de se "castelhanizar". E desde Aljubarrota que Portugal não se quer "castelhanizar" para nada."

Citar

A FAVOR Saramago: "Não creio que Madrid quisesse reduzir-nos a uma colónia"

Ajangada de pedra de José Saramago, à deriva pelo Atlântico fora, não é Portugal nem Espanha, é toda a Península Ibérica. Pura alegoria, sim, mas é na península e não nas suas partes que o Nobel da Literatura vê um corpo inteiro.
"Repare que quando o mapa de Espanha se nos apresenta sem Portugal, a forma de Espanha é um pouco estranha", diz ao telefone, a partir de Lanzarote. "Eu costumava dizer que os espanhóis sofrem de um complexo de amputação. Quer dizer, falta-lhes Portugal."
O escritor mantém o que defendeu há mais de duas décadas no ensaio Sobre o meu Iberismo, publicado apenas em castelhano. Se a unificação de Portugal e Espanha se produzisse, "não desapareceríamos, da mesma maneira que os catalães são catalães, os bascos são bascos e os galegos são galegos". Esse cenário pode até ser vantajoso para Portugal, já que passaria a ser "a maior comunidade da Ibéria - quer dizer, conviria que nessa altura Espanha deixasse de se chamar Espanha e passasse a chamar-se Ibéria."
E tudo isto sem ressentimentos? "Evidentemente, os nossos patriotas que têm todo o direito a serem o que são - eu também sou patriota - olhariam para o passado e diriam: "Ah, quase nove séculos de História e agora vamos entregar-nos ao nosso inimigo histórico...""
É possível ser patriota e, ao mesmo tempo, defender o iberismo, o ideal de uma desejada comunhão com Espanha?
"Acho que sim. Vamos lá ver: eu tenho uma língua que não se dissolveria pelo facto de chegar a essa fusão ou integração. Pelo contrário, o que acontece, e estão aí a Catalunha e o País Basco para demonstrá-lo, é exactamente a afirmação nacionalista que se faz com a língua. Actualmente, toda a gente fala euskera no País Basco e catalão na Catalunha. Não creio que Madrid quisesse reduzir-nos a uma colónia."
Portugal só teria a ganhar?
"O que se passa neste momento em Portugal é que não sabemos para onde vamos. Não há uma ideia de futuro. Somos um país pequeno, economicamente débil e animicamente cansado. Agora, deixaríamos de ter as fronteiras mais velhas da Europa, que é um título de glória de que a gente sempre fala. Não significa muito, mas enfim... Seríamos aquilo que provavelmente deveríamos ter sido sempre: a Ibéria."


Citar

PINGUE-PONGUE


PORTUGAL VISTO DE ESPANHA
"Há muitos contrastes em Portugal. Nalgumas coisas está muito avançado. Por exemplo, a Via Verde já existe há uns 15 anos em Portugal, ao passo que em Espanha é recente. Mas noutras coisas parece ter ficado para trás, não? Creio que, com a transição democrática, avançou tudo mais ou menos ao mesmo ritmo em Espanha. Estivemos parados bastante tempo, não foi uma coisa muito rápida, mas foi mais uniforme."
Luis Gutierrez, crítico de vinhos no El Mundo
 
ESPANHA VISTA DE PORTUGAL

"[Para os espanhóis] Portugal é o país onde não é preciso fazer nenhum esforço para falar português. Realmente, a gente entende. E eles não nos entendem... Há um inglês que vem a Espanha e Portugal no século XVIII, o William Beckford creio, que diz que os espanhóis em Portugal falam espanhol na secreta esperança de que os portugueses acabem por falar espanhol. O que realmente acontece... [risos]"
António Hespanha, historiador


Citar

MENOS MAL QUE NOS QUEDA PORTUGAL
crónica de Miguel Mora


Não construiu Portugal a sua identidade como um não a Espanha? Não é verdade que a Espanha trata Portugal com ar de grandeza, má educação e superioridade? Então a que se deve esta súbita paixão pelo esquecido vizinho que come bacalhau, quase não abre a boca para falar e utiliza as vogais com pelo menos 23 sons diferentes para evitar que os espanhóis entendam o que diz? E a que retorcidos desígnios responde esse desejo masoquista de repartir um país com os ricaços e arrogantes espanhóis que gritam em vez de falar, atiram ao chão as cascas das gambas e só de vez em quando dizem bom-dia?

É óbvio, mas às vezes parece necessário recordar: os espanhóis do século XXI nada têm a ver com os Filipes. Essa ideia de Espanha faleceu de morte natural há muito tempo. Mesmo que esta verdade doa ao senhor Aznar, o imperialismo espanhol está definitivamente liquidado. A Espanha eterna é um cadáver habitado por vermes. Descanse em paz.
Talvez por isso, muitos espanhóis de hoje não se identificam com o conceito que, fora do país, se entende genericamente como "espanhol". As duas Espanhas da Guerra Civil são hoje dezenas de Espanhas. Catalãs, extremenhas, bascas, andaluzas, canárias, madrilenas, asturianas, ceutas... Cada um tem a sua forma de sentir-se espanhol. E antiespanhol, também. Porque não? Não é proibido.
Por haver estranhas variantes de espanhóis, até há um milhão que se declara adepto até à morte do Atlético de Madrid. E, esse sim, é um irreversível destino não nacionalista. Pátria ou Futre, perdemos! A raça hispânica (basta ver a nossa pobre selecção de futebol) não chega à sombra do que foi. E não exportamos raça, apenas vendemos Zara. Os nossos soldados ajudam em missões de paz e os nossos conquistadores mais eficazes são os executivos de olhar vivo que, sem pudor e em voz alta, falam de euros enquanto esperam o voo para Lisboa ou Porto ou o avião de Madrid ou Barcelona.
Como disse o genial guionista Rafael Azcona, os espanhóis de hoje são facilmente reconhecíveis porque, nas tardes de sábado, passeiam com o saco do El Corte Inglés na mão. Os sagazes guionistas do Contra Informação sabem que o espanhol se detecta facilmente: porque é empresário e em cada quatro palavras que solta diz coño por duas vezes. Pelo que a liberdade, a União Europeia, a UEFA, a globalização, as reivindicações autonómicas, El Corte Inglés, os construtores selvagens e o que o escritor peruano Alfredo Bryce Echenique chamou "a suja modernidade do dinheiro" converteram a Espanha num local irreconhecível. Coño.
Também é verdade que algumas destas coisas transformaram-na numa paragem diferente de Portugal. Como diz o meu amigo Nuno, o meu país em escassos 20 anos passou do burro num caminho rural ao suicídio num carro de topo da gama numa auto-estrada com portagem. As coisas mudaram tanto que, de acordo com as sondagens, 45,7 por cento dos espanhóis gostariam de integrar uma nação única com Portugal, e mais de um quarto dos portugueses estariam felizes em Espanha. E com um dado surpreendente: metade dos jovens espanhóis entre 18 e 24 anos são partidários da união com Portugal.
As sondagens de ficção política não são científicas. Mas têm graça e permitem moldar a realidade aos lugares-comuns da vontade. Estes inquéritos provocaram alarme social. Acaso não tínhamos decidido, há muitos séculos, que os espanhóis odiavam os portugueses? E vice-versa? Não construiu Portugal a sua identidade como um não a Espanha? Não é verdade que a Espanha trata Portugal com ar de grandeza, má educação e superioridade? Então a que se deve esta súbita paixão pelo esquecido vizinho que come bacalhau, quase não abre a boca para falar e utiliza as vogais pelo menos com 23 sons diferentes para evitar que os espanhóis entendam o que diz?
E a que retorcidos desígnios responde esse desejo masoquista de repartir um país com os ricaços e arrogantes espanhóis que gritam em vez de falar, atiram ao chão as cascas das gambas e só de vez em quando dizem bom-dia? Um órgão de comunicação (quase 100 por cento português mas nada romântico) esclareceu a dúvida: a sondagem espanhola não revela paixão, mas um mal dissimulado ressurgimento do ancestral imperialismo espanhol. Serão neo-imperialistas os jovens do Inter-rail, dos copos e do haxixe? São-no os universitários? Com o caraças! Por essa mesma lógica, será alguma inconfessável nostalgia imperialista lusitana a que leva 28 por cento dos portugueses a querer formar com Espanha um só estado republicano com capital em Madrid?
O que mais surpreende é que as sondagens não perguntaram pela língua. Talvez a única criação bilateral que os ibéricos pariram num milénio (à parte Aljubarrota, Olivença, o suíno e o Centro de Nanotecnologia de Braga) é o horroroso "portuñol". Adoptar essa porcaria de dialecto como idioma oficial da Jangada de Pedra é levar ao afundamento certo os dois países. Provavelmente, esta polémica sem transcendência apenas revela uma coisa: que começa a frutificar a amizade entre os dois países, após séculos de ignorância, receio e esquecimento. Como diz Agustina Bessa Luís, falar da família é uma chatice. Mas não há outra conversa. A história de Portugal e Espanha é a de dois irmãos que vivem sob o mesmo tecto. Em comum temos solos e rios, o que é ainda pior. Questão tão antiga e tensa como os glaciares. Quando os irmãos crescem e são autónomos tudo melhora. Aí estamos.
Os fadistas são muito parecidos aos do flamengo. Gente sábia e profunda. Por aí deveria começar a mistura luso-espanhola. Há pouco conheci Celeste Rodrigues, irmã de Amália. Adora o flamengo, tal como a irmã. Tem 83 anos e fala de Amália com admiração tranquila, sem paixão. Quando se lhe pergunta como era a sua relação com a irmã, acende um cigarro e responde: "Que tal se dá com os seus irmãos?"
Se damos muitas voltas, o tema da relação Espanha-Portugal é tão ameno como inútil. E paralisante. Não seria melhor acabar com essa velha história de fantasmas (o fantasma da invasão) que nos contam sempre os mesmos comentadores e políticos com denominação de origem 100 por cento populista e patrioteira? Sobretudo em época eleitoral ou quando há à vista um nicho de mercado? A realidade é a que é. No mundo não há sítio para os idealistas. Os empresários espanhóis adoram vender produtos aos dez milhões de clientes portugueses. Os empresários portugueses adoram colocar os seus produtos aos 44 milhões que vivem em Espanha. O dinheiro sempre corre mais depressa que a política. E que os sentimentos.
E, depois, aí estão os cidadãos comuns, que vivem a sua vida à margem dos políticos. Os bebés que deveriam nascer em Elvas nascem há algum tempo em Badajoz. Com naturalidade. Quando forem grandes poderão ser espanhóis ou portugueses. Sem problemas. Os médicos espanhóis formam-se em Portugal porque há mais procura e lhes pagam melhor. Os doentes cardíacos de Elvas fazem as ecografias em Badajoz. Porque é mais perto que Lisboa. Nos próximos meses, a clínica de abortos de Badajoz, que atende anualmente quatro mil portuguesas, abre uma sucursal na zona dos Restauradores. Isto é Ibéria. Já arrancou e é imparável.
Em vez de se levantarem pensando como vão lixar Portugal, muitos espanhóis acordam a pensar como e quando vão trabalhar ou divertir-se em Portugal. Basta ver os milhares de turistas que passeiam como tontos pelo Chiado, devoram bacalhau e cantarolam os fados na Tasca do Chico no Bairro Alto para sabermos qual é a realidade. Os outros provavelmente nem se lembram de que Portugal está ao lado. Já se sabe que, em todo o lado há ignorantes que não vêem mais que os seus pés.
Foi esta a frase que mais ouvi em Madrid quando, há um ano, vim para Portugal: "Vais para Lisboa? Que inveja!". Quando cheguei à Portela, o taxista Carlos (hoje meu amigo) perguntou-me: "Ah, mandaram-no para cá. É presente ou castigo?". Seria ingénuo negar que existe choque cultural e efeito Lost in Translation. Alguns espanhóis chegam a Portugal à bruta. Talvez esperem encontrar dez milhões de primos da província, que falam meio galego. Quando vêem que não apenas falam espanhol mas também inglês sem sotaque, que são guapos, que não gritam nem dizem palavrões, que dão os bons-dias, pensam que encontraram os três ou quatro educados em Oxford ou Harvard.
A ignorância é tão má como a prepotência. Os espanhóis prepotentes irritam-se com a calma portuguesa. Pensam que dissimulam se não os compreendem. Espantam-se que as estações de serviço estejam mais limpas que em Espanha. Alguns estranham que as portuguesas não tenham bigode. "As portuguesas têm bigode" foi a frase sedimentada na ditadura franquista e que define muito bem aquela longa e escura época da relação ibérica. É a versão, brutal mas literal, do ditado "De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento".
São duas frases estúpidas. Condenadas à morte. Hoje, quase 70 mil portugueses vivem em Espanha e 20 mil espanhóis sentem-se aqui como em casa. Embora não possamos evitar algum complexo de inferioridade. Porque somos menos refinados, bastante foleiros, se nos compararmos. Gozamos, como quase todos, da qualidade de vida de Lisboa, do mar, das praias ainda virgens de betão, das viagens ao Alentejo (se não se cola ao nosso carro um louco ao volante de um topo de gama), ao Porto e a Bragança. Enlouquecemos nos centros comerciais, fumamos como feras, admiramos o bom gosto geral, detectamos facilmente o ridículo que assemelha os marialvas aos senhoritos, e todas as tardes de sábado vamos às compras. E quando pegamos no saco de plástico e vemos que o que está ao lado é português e não espanhol, pensamos com alívio: menos mal que nos queda Portugal!
Correspondente do "El País" em Portugal


Citar

De 1983 a 2006 pouco mudou

Foi há muito, muito tempo. Para se ter uma ideia da distância: faltavam ainda dois anos para Portugal e Espanha integrarem a comunidade europeia. Em Julho de 1983, uma sondagem no semanário Expresso revelava que 26 por cento dos portugueses eram favoráveis a uma união política com Espanha.
Ou seja, os resultados são praticamente iguais, 26 anos depois: a 23 de Setembro último, o semanário Sol revelava que 27,7 por cento dos portugueses "preferiam ser espanhóis", considerando o "número surpreendentemente elevado". Depende, obviamente, da perspectiva: se um quarto (a favor da união) é muito, três quartos (contra) são muito mais.
O que parece surpreendente é que, nos anos decorridos desde 1983, a integração europeia, o investimento económico e a reconhecida proximidade entre os dois países vizinhos não tenham contribuído para mudar os números. São os velhos e repetidos fantasmas históricos que perduram? Deixem que um historiador responda. "Essa história dos Filipes já lá vai tão longe que já ninguém se lembra disso", diz António Hespanha. A resposta depende mais do presente do que do passado.
É possível que novas resistências tenham despontado: Ramon Font chama a atenção para "esta vaga enorme de presença espanhola em Portugal que por vezes introduz na atmosfera uma carga que torna a respiração difícil". Portugal é o cliente número um das exportações espanholas. A par disso, não deve ser fácil um mau aluno conviver com o melhor dos alunos. "Espanha fez um percurso espectacular nos últimos 25 anos e foi recompensada por isso", diz o ex-correspondente da TVE. "Podíamos estar no G8, temos níveis acima de outros dois países que estão no G8. É natural que se projecte sobre Portugal uma sombra desse sucesso espanhol. É inevitável."
É certo que a sondagem de 2006 foi acolhida sem grande desassossego. Ao contrário de 1983. O editorial do Expresso na semana seguinte à publicação da sua sondagem, intitulado O complexo antiespanhol, nota que ela "agitou singularmente determinada imprensa lusa".
A sondagem do Sol foi realizada pela Intercampus, com base numa amostra de 741 entrevistas. K.G.


 

*

sierra002

  • Perito
  • **
  • 434
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #353 em: Outubro 22, 2006, 12:05:05 pm »
Citar
Portugal é um país homogéneo, toda a gente fala português


Con esto ya me ha demostrado lo poco que conoce a Portugal. Portugal es un país con dos lenguas y si bien todo los mirandeses también hablan portugués, también todos los catalanes hablan castellano.
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8827
  • Recebeu: 1858 vez(es)
  • Enviou: 816 vez(es)
  • +1078/-10446
(sem assunto)
« Responder #354 em: Outubro 22, 2006, 12:17:26 pm »
JoseMFernandes, os meu agradecimentos pelos textos excelentes que nos trouxe.

Citar
Con esto ya me ha demostrado lo poco que conoce a Portugal. Portugal es un país con dos lenguas y si bien todo los mirandeses también hablan portugués, también todos los catalanes hablan castellano.


Os mirandeses, essa etnia feroz e irredutivel que resiste ainda e sempre ao invasor lusitano. :roll:
E depois também há os "miras" (quais judeus de outros tempos), outra etnia terrível cujo discurso tende(ia) a começar por "mira" e temperado por inúmeras "bainas". São verdadeiras ameaças à unidade e coesão nacional.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

sierra002

  • Perito
  • **
  • 434
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #355 em: Outubro 22, 2006, 12:33:27 pm »
Luso, yo no he hablado de otra etnia. ¿Se puede distinguir por la calle a un mirandés de un portugués? o ¿Se puede distinguir a simple vista un  mirandes de un lisboeta? Yo creo que no. ¿Puedes distinguir tu a un catalán de un manchego?  La diferencia para los nacionalistas es linguistica, no racial. Ahora bien, si tu consideras que por el hecho de tener una lengua propia eso no es un obstaculo para pertenecer al mismo país, entonces ya vas comprendiendo a muchos españoles.
 

*

Jose M.

  • Perito
  • **
  • 598
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #356 em: Outubro 22, 2006, 12:46:34 pm »
Citação de: "sierra002"
Citar
Portugal é um país homogéneo, toda a gente fala português

Con esto ya me ha demostrado lo poco que conoce a Portugal. Portugal es un país con dos lenguas y si bien todo los mirandeses también hablan portugués, también todos los catalanes hablan castellano.


   Señor Sierra, sé que usted es una persona hábil y no tendrá problemas en contestarme a la siguiente pregunta:

    ¿En qué población Alentejana se habla una lengua distinta a la portuguesa y a la española, no acatan algunas leyes portuguesas y dicen:
Não somos portugueses, nem espanhóis, mas ******nhos?

    Como premio le daré un cromo de los Pokemon

    Saludos  :P

    (Lo malo de la historia es que todos tenemos algo que callar)
 

*

sierra002

  • Perito
  • **
  • 434
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #357 em: Outubro 22, 2006, 12:51:38 pm »
Barranquenhos.
Venga el cromo.

Bandera de Barrancos.
« Última modificação: Outubro 22, 2006, 01:00:45 pm por sierra002 »
 

*

Tiger22

  • Perito
  • **
  • 566
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #358 em: Outubro 22, 2006, 12:56:22 pm »
Citação de: "sierra002"
Citar
Portugal é um país homogéneo, toda a gente fala português

Con esto ya me ha demostrado lo poco que conoce a Portugal. Portugal es un país con dos lenguas y si bien todo los mirandeses también hablan portugués, también todos los catalanes hablan castellano.


Dizer isto de uma lingua falada por 10000 pessoas é obra! :lol:

Pequena diferença......... :lol:
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

*

Tiger22

  • Perito
  • **
  • 566
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #359 em: Outubro 22, 2006, 12:59:13 pm »
Citação de: "Jose M."
Citação de: "sierra002"
Citar
Portugal é um país homogéneo, toda a gente fala português

Con esto ya me ha demostrado lo poco que conoce a Portugal. Portugal es un país con dos lenguas y si bien todo los mirandeses también hablan portugués, también todos los catalanes hablan castellano.

   Señor Sierra, sé que usted es una persona hábil y no tendrá problemas en contestarme a la siguiente pregunta:

    ¿En qué población Alentejana se habla una lengua distinta a la portuguesa y a la española, no acatan algunas leyes portuguesas y dicen:
Não somos portugueses, nem espanhóis, mas ******nhos?

    Como premio le daré un cromo de los Pokemon

    Saludos  :rir:  :rir:

Se o ridículo pagasse imposto...

É o problema de certa espanholada que pensam que conhecem Portugal :lol:  :lol:
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-