U209PN

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P44

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Re: U209PN
« Responder #1650 em: Abril 02, 2010, 09:00:36 pm »
Acredito que devido á pressão alemã nomeadamente com relação á AUTOEUROPA, Portugal será obrigado a receber os subs.

Não me admiro nada é que logo a seguir sejam postos á venda!

o mais "engraçado" é que quem iniciou o processo de aquisição dos subs foi o PS de guterres!!!!!
mas como quem parece lá mandar são experts em defesa como o cravinho, a ana gomes , secundados pelo sousa tavares, já nada me admira.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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antoninho

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Re: U209PN
« Responder #1651 em: Abril 02, 2010, 09:08:05 pm »
Acredito que isto não passa de uma granada de fumo, apenas para dar cobertura/esconder outras mais graves...se  eles entrassem por essa via, adeus auto europa e restantes grupos alemães em Portugal, isto apenas se trata de pressionar o governo alemão para este dar um puxão à firma alemã e renegociar ambos os  contractos tanto o da compra como o das contrapartidas, aliás o pessoal que está na Alemanha ainda contínua a ""bordo""....basta ver o caso grego em que ficou com eles, quanto a despachar os ditos, está tudo teso e convém lembrar que os ditos submarinos pertencem ao consorcio bancário
que entrou com os euros a pronto aos alemães, ou seja o dono dos ditos não é só o governo português....
 

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AC

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Re: U209PN
« Responder #1652 em: Abril 02, 2010, 09:53:05 pm »
Há um par de ditados que ilustram bem esta situação: «Os cães ladram a e caravana passa.» e «Vozes de burro não chegam ao céu.»

O que se passa é simples q.b.: 99% dos portugueses não compreende a necessidade dos submarinos. Nunca ninguém lhes soube/conseguiu explicar devidamente a necessidade dos submarinos e, honestamente, grande parte está de tal forma convencida que são supérfluos que não querem ouvir explicações.
Como tal, é consideravelmente bom para a imagem ser visto a criticar os submarinos e mau ser conotado com eles, especialmente nesta altura.
Há uma infinidade de pessoas que criticam os submarinos fruto do seu próprio desconhecimento: uns são ilustres anónimos nos cafés e na internet, outros são personagens com voz pública como o MST e outros jornalistas/colunistas.
E além dos ignorantes, há políticos que hipocritamente se tentam aproveitar desse desconhecimento para se promoverem.

Até o PSD já se está a tentar distanciar dos submarinos e o Paulo Portas se veio mostrar "arrependido".

Mas, apesar das criticas que lhes fazem, os submarinos são necessários, não podem ser adiados e quem está no poder acaba por compreender isso.
Foi por isso que o Governo do Guterres iniciou o processo de aquisição.
Foi por isso que o Governo do Barroso assinou o contrato, apesar de o país já estar numa crise económica.
E é por isso que o Governo do Sócrates vai levar o assunto até ao fim.

É claro que no fim, vamos continuar com 99% dos portugueses convencidos que gastámos 1200M€ em dois elefantes brancos. Essa é que é a parte triste.
 

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Get_It

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Re: U209PN
« Responder #1653 em: Abril 02, 2010, 10:17:25 pm »
Não é por nada - e atenção que estou a comentar esta feira política e do Zé Povinho toda e não as vossas opiniões ou comentários aqui no fórum - mas eu pensava que era português e não grego. É que só sendo a minha nacionalidade grega é que eu compreenderia comentários como o seguinte:
«Eu sinto que o Governo está debaixo de uma enorme pressão política, na Assembleia fala-se dos submarinos, todos querem esclarecer isto, todos dizem que foi uma asneira brutal»
Como seria dito numa certa série britânica: Hello? Hello?! Que eu saiba o primeiro submarino está a navegar em condições. Ninguém se queixou do equipamento e que me lembre não houveram atrasos na entrega - ou se houveram são por parte do Estado português.

Alguém me quer explicar qual foi a asneira brutal? Que eu saiba a única asneira brutal nisto tudo é ninguém combater a corrupção.
O pessoal (povo) simplesmente só se queixa e manda vir e põe-se à janela a ver a «caravana a passar» e depois só se queixam quando passa a próxima.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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cromwell

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Re: U209PN
« Responder #1654 em: Abril 02, 2010, 10:29:13 pm »
Citação de: "AC"
Há um par de ditados que ilustram bem esta situação: «Os cães ladram a e caravana passa.» e «Vozes de burro não chegam ao céu.»

O que se passa é simples q.b.: 99% dos portugueses não compreende a necessidade dos submarinos. Nunca ninguém lhes soube/conseguiu explicar devidamente a necessidade dos submarinos e, honestamente, grande parte está de tal forma convencida que são supérfluos que não querem ouvir explicações.
Como tal, é consideravelmente bom para a imagem ser visto a criticar os submarinos e mau ser conotado com eles, especialmente nesta altura.
Há uma infinidade de pessoas que criticam os submarinos fruto do seu próprio desconhecimento: uns são ilustres anónimos nos cafés e na internet, outros são personagens com voz pública como o MST e outros jornalistas/colunistas.
E além dos ignorantes, há políticos que hipocritamente se tentam aproveitar desse desconhecimento para se promoverem.

Até o PSD já se está a tentar distanciar dos submarinos e o Paulo Portas se veio mostrar "arrependido".

Mas, apesar das criticas que lhes fazem, os submarinos são necessários, não podem ser adiados e quem está no poder acaba por compreender isso.
Foi por isso que o Governo do Guterres iniciou o processo de aquisição.
Foi por isso que o Governo do Barroso assinou o contrato, apesar de o país já estar numa crise económica.
E é por isso que o Governo do Sócrates vai levar o assunto até ao fim.

É claro que no fim, vamos continuar com 99% dos portugueses convencidos que gastámos 1200M€ em dois elefantes brancos. Essa é que é a parte triste.

E mais nada!

E se não houver submarinos, preparem-se caro foristas do ForumDefesa: ÀS ARMAS e avançemos para o Parlamento, pela glória e por uma ZEE não espanhola!
 :N-icon-Gun:  :G-bigun:
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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Sertorio

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Re: U209PN
« Responder #1655 em: Abril 02, 2010, 10:57:38 pm »
No blogue oficioso do governo de Socrates, o Camara Corporativa, feito, ao que dizem, por assessores do governo, um post sobre esta questão:
http://corporacoes.blogspot.com/2010/04/do-primeiro-ministro-quem-ninguem.html
 

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PedroM

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Re: U209PN
« Responder #1656 em: Abril 02, 2010, 11:31:50 pm »
Para os adoradores do impoluto patriota Paulo Portas, e há por aqui muitos, a notícia abaixo deve doer um bocadinho. A mim só me merece um comentário AH!AH!AH!AH!!!!!!!!!!!!!!!!

Quanto ao que é importante, acho que não há qualquer hipótese de denunciar o contrato dos submarinos. Os gregos já o tentaram, oh se tentataram, mas a Merkel encostou-os à parede. O mesmo acontecerá connosco, aos alemães não faltam razões nem capacidade para fazer vingar este negócio.
Há de facto muitos ignorantes em todos os partidos que gostariam de fazer abortar este negócio, mas felizmente que isso está para lá do poder que têm.

Creio que o bom senso vai pervalecer até porque o pagamento dos submarinos, nos moldes em que a operação está montada é uma questão contabilistica, dado que a totalidade da aquisição tem de ser contabilizada  no ano da entrega do equipamento (o que agrava o déficit), e não financeira, uma vez que as tranches a pagar anualmente não são de todo elevadas, mesmo para o nosso país. Este é um argumento que ainda não foi esgrimido e será certamente utilizado quando, passada esta tempestade, for preciso explicar às pessoas porque ficamos com os submarinos. Concluindo, parece-me que contra a vontade de muita gente vamos "ter" mesmo de ficar com os bichos!
Pessoalmente é-me reconfortante ver por aqui alguns foristas criticar o "bota abaixismo" e a comunicação social, especialmente depois do que se tem passado neste país no último ano e pico, em que Medina Carreira, o rei do bota abaixismo, e outras nulidades têm sido elevados à categoria de semi-deuses. Pois é, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...
Cumprimentos.

Portas não voltava a comprar submarinos
Se Paulo Portas fosse hoje ministro da Defesa, adiava a decisão da compra de submarinos. Em entrevista à RTP, o líder do CDS-PP manifestou o seu apoio a Cavaco Silva caso este se recandidate à Presidência.
O líder do CDS-PP reconhece que no actual momento o negócio não seria uma prioridade.
Portas não tomava a decisão da compra dos submarinos na actual conjuntura
Paulo Portas realça, no entanto, que, na altura, não podia deixar “enxovalhar as Forças Armadas portuguesas” e lembra que quem abriu o concurso de submarinos foi o governo socialista


http://www.rr.pt/informacao_detalhe.asp ... &did=97118
« Última modificação: Abril 02, 2010, 11:33:59 pm por PedroM »
 

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AC

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Re: U209PN
« Responder #1657 em: Abril 02, 2010, 11:32:27 pm »
Aquilo é suposto ser um blog feito por acessores do PS?

...

Os sucessivos ministros da defesa do Sócrates nunca foram muito pro-activos a defender a aquisição dos submarinos mas sempre que abriam a boca a mensagem foi clara: os submarinos estão encomendados, os compromissos são para respeitar e os submarinos são para vir.

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t= ... 30268&tm=8
http://noticias.pt.msn.com/Sociedade/ar ... =152858158
 

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Jorge Pereira

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Re: U209PN
« Responder #1658 em: Abril 02, 2010, 11:37:30 pm »
Citação de: "P44"
ah, uma adenda, se puderem não percam a crónica do plagiador de livros miguel sousa tavares hoje no Expresso, a explicar por A+B porque não precisamos de submarinos!
Afinal a criatura é especialista em tudo e mais alguma coisa...

Um mimo o artigo, caro P44. Agora não estou em casa e não o posso digitalizar, mas amanhã vou pô-lo aqui para o vosso deleite.

A patética argumentação resume-se a isto: Portugal não precisa praticamente de Forças Armadas nem de equipamentos modernos de defesa. Só precisa de “meios de fiscalização”. Chega mesmo a afirmar que se fizemos a guerra colonial com os meios de então e nos saímos bem, não precisamos nem de F-16, Pandur, submarinos, nem nada. Bastam meios de fiscalização e um soldado português com a sua G-3. Não sei se na sua linha de pensamento também estará um cinto com explosivos e uma versão portuguesa do grito Allahu Akbar.

Custa-me a perceber como alguém com o destaque que tem no expresso, suponho que pago a peso de ouro, não faça um mínimo de investigação antes de escrever as suas crónicas. Patético!

Felizmente, começam a aparecer vozes esclarecedoras:

Citar
Denúncia do contrato dos submarinos pode provocar encerramento "de grandes empresas"
10h29m

O almirante Vieira Matias considerou hoje, sexta-feira, que Portugal deve "comportar-se como um país adulto" no processo dos submarinos, alertando que uma denúncia do contrato pode eventualmente provocar o encerramento "de grandes empresas de capital alemão", como a Autoeuropa.

Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe de Estado Maior da Armada (CEMA), cujo mandato (entre 1997 e 2002) coincidiu com o lançamento do processo de renovação da capacidade submarina, antevê consequências económicas para o país caso se verifique uma "não concretização de um contrato assumido pelo Estado português", devido à participação de 30 por cento da Volkswagen na Man Ferrostaal, uma das empresas do consórcio alemão vencedor do concurso, o German Submarine Consortium (GSC).

Para Vieira Matias, Portugal pagaria "amargamente uma negação do contrato, com certeza até com o fechamento de grandes empresas de capital alemão", apontando a fábrica da Autoeuropa, em Palmela, como exemplo.  

O ex-CEMA defendeu que a renovação da capacidade submarina faz parte do "interesse nacional" e que "qualquer intenção, velada ou não, de prejudicar a capacidade submarina da Marinha, ou seja, de Portugal, é um crime de lesa pátria".  

"Arranjem-lhe agora os subterfúgios que quiserem, mas se isso acontecer, eu temo bem que seja gravíssimo para o nosso país, não estou a ver uma Alemanha a admitir uma afronta dessa natureza, do incumprimento de um contrato dessa dimensão e que demorou tantos anos a ser preparado, estudado e a ter todas as aprovações", considerou.  

"Temos de nos portar como um país adulto no relacionamento internacional, nem me passa pela cabeça que isso possa acontecer", acrescentou.  

O militar defendeu que eventuais ilegalidades ou favorecimentos no concurso devem ser averiguados "e se houver alguma culpa punidos", mas sublinhou que "Portugal e os seus interesses é que não podem ser punidos".  

"Portugal tem neste momento uma Zona Económica Exclusiva que é já vinte vezes superior ao território emerso, a extensão da plataforma continental dar-nos-á o acrescento de mais do dobro dessa área, além de que nós temos pelo mundo inteiro interesses relacionados com a diáspora portuguesa e não vejo outra forma de Portugal ter capacidade marítima sem ter submarinos", frisou.  

Confrontado com as baixas taxas de incumprimento do contrato de contrapartidas dos submarinos, Vieira Matias disse achar "muito bem que o Estado português faça pressão para que seja cumprido na íntegra", mas lembrou que "há necessidade de incentivar o tecido empresarial português a aproveitar as oportunidades que as contrapartidas oferecem".  

"Sei do passado que muitas vezes eram os próprios fornecedores que tinham grandes dificuldades em encontrar onde investir, onde comprar, portanto, temos de ver se temos tido a capacidade para oferecer as condições para que as contrapartidas sejam cumpridas", salientou.  

Matias fez também questão de assinalar que a Marinha "não tem nada a ver com o contrato das contrapartidas", que estas são tuteladas em parte pelo ministério da Economia, e que estes investimentos de retorno podem ser aplicados em diversos sectores de actividade fora do âmbito militar.  

"Lembro-me que na altura das contrapartidas das fragatas da classe Vasco da Gama até as indústrias de artefactos de pedra e de pedra para calçadas beneficiaram com esse aspecto", referiu.


Fonte






Citar
Anulação de contrato seria "desastrosa", diz almirante
Por Lurdes Ferreira

Almirante Reis Rodrigues defende que seria "muito incoerente" o país alargar a sua plataforma continental e não ter submarinos para a fiscalizar

Os submarinos são fundamentais para a segurança da costa portuguesa, sobretudo com o projecto de alargamento da sua plataforma continental, defende o almirante Reis Rodrigues, da Comissão Portuguesa do Atlântico, em declarações ao PÚBLICO.

Este militar, que participou no comando da força naval permanente da NATO no bloqueio do mar Adriático, em 1995, sublinha que "seria muito incoerente" o país conseguir alargar a sua plataforma continental e "depois não se esforçar para ter os meios de controlo da área". Esclarece que Portugal "não a controlará na sua totalidade" com dois submarinos, mas "saber-se que os tem é muito importante" para eventuais intenções de intrusão.

Para Reis Rodrigues, as suspeitas de corrupção que envolvem tanto o contrato de aquisição dos submarinos como o das contrapartidas são "uma cereja em cima do bolo" para quem está contra a operação.

Questionado sobre a hipótese de o país avançar para a anulação do contrato de compra, considera que "seria desastroso em termos de imagem e credibilidade" e não tem dúvidas de que o Governo alemão "vai pressionar, no sentido de proteger a sua indústria", diz o almirante, lembrando que os franceses da DCN, que perderam o concurso, recorreram aos tribunais até chegarem ao Supremo, que não lhes deu razão.

Identifica três razões que interessam ao país, mas que "podem não ser as mais interessantes para o público". Primeira, o submarino é a única arma que o país pode operar sem expor superioridade militar, por actuar de forma encoberta. Segunda, o país é uma "autoridade operacional submarina" no âmbito da NATO, por ter submarinos, o que lhe permite controlar a sua área de interesse directo e os movimentos submarinos. Sem estes aparelhos "deixa de saber o que se passa na sua área", o que passará a ser feito pelos vizinhos, Espanha e França. Na prática, a posse de submarinos dá ao país a possibilidade de se sentar à mesa das decisões.

Terceira, os submarinos permitem a recolha antecipada de informação para a operação de meios militares. "São o meio ideal, vão à frente."

Reis Rodrigues menciona ainda o ambicioso projecto de extensão da plataforma continental portuguesa, para o qual o país tem neste momento em curso um levantamento total do fundo do mar "para mostrar onde começa e acaba a plataforma".

"A segurança pressupõe um conhecimento detalhado do que se passa na nossa área e isso só é possível se houver meios de recolha de informação que não revelem a sua presença", o que não acontece com os navios e os aviões.

Se os contratos seguirem o seu rumo, o primeiro submarino vai contribuir para o défice orçamental do país, que se prevê na ordem dos 500 milhões de euros (incluindo juros e actualizações), num momento em que atravessa uma severa crise e vive sob medidas de austeridade. Reis Rodrigues responde que o planeamento dos meios navais demora 10 a 15 anos, sendo "um processo sempre extremamente complexo e de decisão estratégica". Neste caso tem quase 20 anos. "Há sempre uma imprevisibilidade que torna estas decisões difíceis", acrescenta.

Fonte




Destaco a posição lúcida e esclarecida de muitos comentários a essas notícias. Sinal de que há cada vez mais pessoas a perceber e interessar-se por estas questões da Defesa Nacional.

Citar
Independentemente da patifaria associada aos contratos, Portugal precisa de submarinos. Se queremos controlar as nossas próprias águas temos de gastar dinheiro. É tão simples quanto isto. Além disso, os submarinos podem ser usados para repatriar portugueses de países africanos ou sul americanos, para intervir nestes países em situações de crise e para defender o país em caso de ataque. Veja-se o caso das Falkland: com dois submarinos à solta, a marinha argentina viu-se forçada a permanecer nas docas durante a maior parte da guerra. E ninguém manda porta-aviões para atacar um país dotado de submarinos modernos. É a arma dos pobres.

Citar
O sr. Almirante como óbvio tem razão. Será necessário ser idiota ou mentecapto para não entender que os submarinos são imperativos para assegurar a soberania das nossas águas territoriais. Não conheço nenhum país com fronteiras marítimas que os não tenham et pour cause. Depois os "inteligentes" habituais bem informados ignoram o facto que sem submarinos a arma em referência seria extinta e com ela o know how que leva décadas a ser formado. Quando se fala em submarinos, fala-se de uma arma complexa que exige tripulações com elevadas qualificações e treino e custa milhões. Ora extinguir uma arma destas, seria tão lesa interesses do Estado como absolutamente irresponsável. Uma coisa são os negócios da compra dos submarinos, outra bem diferente é o imperativo para o país de continuar a ter a sua pequena, mas necessária frota de submarinos.

Citar
Para que precisamos de submarinos

Em traços muito gerais, porque: 1º nenhum País da Europa e nenhum dos nossos próximos deixou de os ter; se acabarmos com os submarinos seremos a única Nação Europeia dita atlântica que os não tem; 2º as nossas águas já não são nossas, pois pelo Tratado de Lisboa alienamos a nossa soberania, o que significa que mais adiante a UE questionará quem ficará encarregue das águas Portuguesas. Se não não tivermos meios também submarinos além da perda de influencias veremos outros a tomar posse dos recursos que deviam ser nossos e não são porque os políticos e um povo adormecido pouco a pouco perdeu tudo sem protestar; 3º temos ao pé da porta além duma Nação com quem combatemos durante séculos, temos também fundamentalismo islâmico no Norte de Africa, sabe-se lá se dentro de 10 anos não necessitaremos mesmo desses submarinos? Claro que há muitas necessidades. claro que houve trafulhices que teem de ser averiguadas. Claro que parece que numa altura de defice é má opção gastar dinheiro em meios militares. Mas como não trataram disso a devido tempo, se acabarem com os submarinos agora, nunca mais voltam: é que depois de se perderem as infraestruturas, recomeçar do zero custa muito mais.

Também vos deixo esse apelo. Sempre que possam, escrevam e deixem clara a vossa opinião nas diversas notícias que são publicadas. Há muita, mas muita gente que forma opinião através desses comentários.


Citação de: "AC"
Há um par de ditados que ilustram bem esta situação: «Os cães ladram a e caravana passa.» e «Vozes de burro não chegam ao céu.»

O que se passa é simples q.b.: 99% dos portugueses não compreende a necessidade dos submarinos. Nunca ninguém lhes soube/conseguiu explicar devidamente a necessidade dos submarinos e, honestamente, grande parte está de tal forma convencida que são supérfluos que não querem ouvir explicações.
Como tal, é consideravelmente bom para a imagem ser visto a criticar os submarinos e mau ser conotado com eles, especialmente nesta altura.
Há uma infinidade de pessoas que criticam os submarinos fruto do seu próprio desconhecimento: uns são ilustres anónimos nos cafés e na internet, outros são personagens com voz pública como o MST e outros jornalistas/colunistas.
E além dos ignorantes, há políticos que hipocritamente se tentam aproveitar desse desconhecimento para se promoverem.


Nem mais caro AC.


Uma Santa Páscoa para todos os amantes e defensores deste belo país à beira-mar plantado. ys7x9
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Jorge Pereira

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Re: U209PN
« Responder #1659 em: Abril 02, 2010, 11:55:35 pm »
Citação de: "PedroM"
Para os adoradores do impoluto patriota Paulo Portas, e há por aqui muitos, a notícia abaixo deve doer um bocadinho. A mim só me merece um comentário AH!AH!AH!AH!!!!!!!!!!!!!!!!

Quanto ao que é importante, acho que não há qualquer hipótese de denunciar o contrato dos submarinos. Os gregos já o tentaram, oh se tentataram, mas a Merkel encostou-os à parede. O mesmo acontecerá connosco, aos alemães não faltam razões nem capacidade para fazer vingar este negócio.
Há de facto muitos ignorantes em todos os partidos que gostariam de fazer abortar este negócio, mas felizmente que isso está para lá do poder que têm.

Creio que o bom senso vai pervalecer até porque o pagamento dos submarinos, nos moldes em que a operação está montada é uma questão contabilistica, dado que a totalidade da aquisição tem de ser contabilizada  no ano da entrega do equipamento (o que agrava o déficit), e não financeira, uma vez que as tranches a pagar anualmente não são de todo elevadas, mesmo para o nosso país. Este é um argumento que ainda não foi esgrimido e será certamente utilizado quando, passada esta tempestade, for preciso explicar às pessoas porque ficamos com os submarinos. Concluindo, parece-me que contra a vontade de muita gente vamos "ter" mesmo de ficar com os bichos!
Pessoalmente é-me reconfortante ver por aqui alguns foristas criticar o "bota abaixismo" e a comunicação social, especialmente depois do que se tem passado neste país no último ano e pico, em que Medina Carreira, o rei do bota abaixismo, e outras nulidades têm sido elevados à categoria de semi-deuses. Pois é, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...
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Portas não voltava a comprar submarinos
Se Paulo Portas fosse hoje ministro da Defesa, adiava a decisão da compra de submarinos. Em entrevista à RTP, o líder do CDS-PP manifestou o seu apoio a Cavaco Silva caso este se recandidate à Presidência.
O líder do CDS-PP reconhece que no actual momento o negócio não seria uma prioridade.
Portas não tomava a decisão da compra dos submarinos na actual conjuntura
Paulo Portas realça, no entanto, que, na altura, não podia deixar “enxovalhar as Forças Armadas portuguesas” e lembra que quem abriu o concurso de submarinos foi o governo socialista


http://www.rr.pt/informacao_detalhe.asp ... &did=97118


Não sou adorador do Paulo Portas nem coisa que o valha, mas que foi o melhor Ministro da Defesa desde o 25 de Abril, isso lá foi. Não tenho dúvidas.

O que o Paulo Portas disse é algo mais do que óbvio!  :roll:

A imprensa igual a sí própria. Só um determinado grupo de jornais, de um determinado grupo económico, que tem uma determinada agenda política, que umas determinadas escutas demonstraram, é que tem dado as manchetes mais intoxicadas em relação ao negócio e utilidade dos submarinos. Enfim...

Também aproveito para relembrar que este tópico é sobre os U209PN, e não sobre questões laterais, agradecendo-se toda a seriedade que este assunto merece!
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

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Re: U209PN
« Responder #1660 em: Abril 03, 2010, 12:17:08 am »
Caro Jorge,
o processo de adquirir os submarinos demorou duas décadas e quando o contrato foi assinado, o país já estava com problemas de crescimento -- entre o surto no preço do petróleo e a crise financeira, parece que as pessoas se esqueceram um bocado disto.
Além do mais, como sabe, cada ano que adiássemos os submarinos aumenta o risco de perdermos totalmente o conhecimento e experiência necessários para os operar.

Na minha opinião e em retrospectiva, mesmo dados os constragimentos financeiros que vivemos, ter assinado o contrato para a aquisição dos submarinos naquele momento foi e continua a ser ser a melhor decisão.
A única coisa que, em retrospectiva, gostaria der alterada é o modelo de financiamento. Optou-se por um modelo de financiamento complicado e, a prazo, mais caro para contornar a questão do défice. Com as alterações das regras, esse subterfúgio foi anulado e já não faz sentido.

Isto tudo para lhe dizer que, na minha opinião, quando o Paulo Portas diz que se fosse agora, adiaria a compra dos submarinos, não me parece que esteja em boa consciência a reconhecer que não tomou uma boa decisão. A mim, parece-me que é apenas uma afirmação com o objectivo de minimizar o impacto negativo que o tema tem sobre ele.
Na minha opinião, não faz dele pior nem melhor que muitos outros politicos que criticam a compra dos submarinos.
 

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PedroM

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Re: U209PN
« Responder #1661 em: Abril 03, 2010, 12:21:02 am »
Caro Jorge Pereira,

O barrete serviu-lhe até aos pés, não me admira e para ser franco até acho que lhe fica muito bem.
Passar bem!
 

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Re: U209PN
« Responder #1662 em: Abril 03, 2010, 12:42:15 am »
Citação de: "PedroM"
Caro Jorge Pereira,

O barrete serviu-lhe até aos pés, não me admira e para ser franco até acho que lhe fica muito bem.
Passar bem!


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Não se pode impedir as aves da tristeza de voarem sobre as nossas cabeças, mas pode-se impedi-las de fazerem o ninho nos nossos cabelos.

Provérbio chinês.
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SSK

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Re: U209PN
« Responder #1663 em: Abril 03, 2010, 11:12:04 am »
Com tanta baralhada, arrogância, horizontes curtos, dá neste tipo de situações...

Como o AC fala e muito bem, ninguém explica... Pois também podiam dizer porque não o fazem, e é simples o porquê da não explicação. Todas as explicações e acções de divulgação estão a ser bloqueadas.
 :censurado:  :censurado:  :censurado:  :censurado:  :censurado:

A minha situação não me permite muitos mais comentários...
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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Tiger22

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Re: U209PN
« Responder #1664 em: Abril 03, 2010, 11:40:09 am »
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Opinião

Submarinos, afinal para quê?

por ALEXANDRE REIS RODRIGUES, Vice-almirante (reforma) Hoje

Os submarinos voltam a estar na ordem do dia, agora pelas piores razões, envoltos no reacendimento de suspeitas de corrupção. No final do ano, a controvérsia era sobre as dúvidas levantadas sobre o seu papel e emprego operacional e, em especial, pelo insólito de virem de onde menos se esperaria (um ex- -presidente da Assembleia da República [Almeida Santos] e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas [general Valença Pinto]).

Sobre o primeiro ponto apenas tenho a expressar votos de que tudo se clarifique a curto prazo, para bem da dignidade e da imagem do País. Sobre o segundo, gostaria de ajudar a dissipar o "banco de nevoeiro" para que o assunto foi levado recentemente, mal-grado as sucessivas revalidações políticas por que o processo passou ao longo de seis legislaturas que sempre aprovaram as leis de programação militar em que a aquisição foi prevista, de sete governos que nunca puseram em causa a necessidade desta capacidade e de 11 ministros da Defesa que sempre o fizeram avançar.

É verdade que o contexto resultante do fim da Guerra Fria alterou radicalmente a forma de encarar os desafios à segurança e defesa. Como deverá esta nova situação reflectir-se na Marinha, particularmente na existência de submarinos? Estes, para terem lugar na estrutura de uma força naval, têm de estar ligados a uma estratégia, a uma finalidade específica. Alguns só a imaginam ao nível táctico, no combate a ameaças navais, como parte de um dispositivo territorial anti-invasão. É uma visão redutora e enganadora. Redutora porque concebe as forças armadas apenas para defender o território quando na realidade existem para defender interesses nacionais, sendo que o primeiro está incluído nos segundos. Enganadora porque assume a justificação da sua posse como decorrente da lógica de que o seguro morreu de velho, como alguns insinuam.

É por isso necessário relembrar que a necessidade de submarinos está principalmente ligada ao controlo da área marítima de interesse estratégico, o que sempre fez parte da grande estratégia nacional. Só os termos em que tem de ser considerada é que mudaram: durante a Guerra Fria, punha-se como contributo para a eventualidade de deflagração de um conflito e era do controlo do Atlântico que dependia o reabastecimento e reforço da Europa.

Hoje, o controlo do mar é um objectivo permanente de tempo de paz, porque a natureza difusa e imprevisível das ameaças exige um esquema de vigilância que detecte oportunamente desvios de comportamento que possam indiciar a tentativa de acções ilegais ou práticas criminosas. Põe-se sob uma perspectiva abrangente, centrada sobretudo nos espaços e não nas forças de eventuais oponentes, como acontecia no passado.

Não se trata de uma estratégia militar-naval; é mais abrangente do que isso porque se relaciona com factores diversos, principalmente económicos, sendo os militares apenas os que viabilizam as condições de segurança para a sua concretização.

Os submarinos são parte indispensável dessa estratégia porque só existe controlo dessa área: 1.º, se se exercer nas suas três dimensões, a de superfície e acima superfície e a de subsuperfície sendo que esta última só os submarinos conseguem garantir de forma eficaz; 2.º, se houver capacidade de efectuar operações encobertas (sem revelar a presença), o que só os submarinos garantem.

Sem submarinos, Portugal perderia por duas vias: permitiria um vazio de controlo numa área que lhe respeita directamente, e que outros necessariamente se veriam obrigados a ocupar, e perderia a possibilidade, de que usufrui, de participar nos órgãos de controlo e gestão da actividade submarina ficando "nas mãos" de terceiros para saber o que se passa na nossa área de interesse. Situação dificilmente aceitável.


http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1534971
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-George W. Bush-