U209PN

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Daniel

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Re: U209PN
« Responder #1605 em: Março 31, 2010, 07:09:06 am »
Empresa alemã dos submarinos envolvida em escândalo de corrupção


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Klaus Lesker, o administrador da empresa alemã Man Ferrostaal - que esteve, no mês passado em Portugal, a renegociar com o Governo português o contrato das contrapartidas pela aquisição dos submarinos – foi detido na semana passada pelas autoridades germânicas, que investigam alegações de que a empresa pagou milhões em subornos para obter grandes contratos internacionais, revelou terça-feira o Der Spiegel. Em causa estão os crimes de corrupção e fraude fiscal. O Ministério Público alemão está a investigar, desde o ano passado, cinco grandes contratos de venda de submarinos feitos pela empresa, que no total somam um bilião de euros. As autoridades suspeitam mesmo que, além da Ferrostaal pagar subornos para obter esses contratos, também terá intermediado outras empresas alemães em esquemas semelhantes, no relacionamento entre a Alemanha e os governos de outros países, a troco de comissões.

É o caso de contratos obtidos por empresas alemãs na Colombia, na Indonesia e na Argentina.

Além de Lesker, o MP alemão suspeita do envolvimento de mais dois administradores da Ferrostaal e vários executivos seniores da empresa, num total de 12 suspeitos.

Segundo o jornal Der Spiegel, duas testemunhas prestaram já extensos depoimentos. Um dos dossiês que está na mãos das autoridades germânicas diz respeito ao negócio dos submarinos feitos com Portugal, em 2004. O Der Spiegel diz mesmo que um cônsul honorário português na Alemanha se terá oferecido à Ferrostaal para desbloquear o contrato dos submarinos junto do Governo português. O cônsul terá demonstrado a sua influência ao ter conseguido marcar um encontro, no Verão de 2002, com o então primeiro-ministro português Durão Barroso.

Os responsáveis da Ferrostaal ficaram tão impressionados, que assinaram um contrato de consultadoria com este cônsul – que acabou por receber 1,6 milhões de euros, após a adjudicação feita pelo Governo português à empresa alemã. A Ferrostaal terá feito também um acordo com um almirante português, para o pagamento de um milhão de euros. Os investigadores alemães têm também, segundo o Der Spiegel, fortes indícios de que «uma sociedades de advogados portuguesa desempenhou um papel muito importante, assegurando que o contrato seria entregue à Ferrostaal e que avultadas luvas seriam pagas em troca».

Todos estes acordos, diz o jornal, foram feitos para «limpar o caminho do dinheiro», defendem os investigadores – «de forma a fazer chegar os pagamentos aos decisores políticos no Governo português e na Marinha».

Em Portugal, três administradores da Ferrostaal já foram acusados de burla ao Estado pelo Ministério Público. Recentemente, a empresa substituiu o seu interlocutor junto das autoridades portuguesas – no decurso da renegociação do contrato das contrapartidas, que teve início há cerca de um mês –, tendo enviado a Lisboa Klaus Lesker, em vez de Horst Werecteki que está acusado pelo MP.

Poucos dias depois de ter reunido em Portugal com a Comissão Permanente das Contrapartidas, Lesker foi preso na Alemanha.


Agora é que ficamos sem os submarinos de vez.
 

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P44

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Re: U209PN
« Responder #1606 em: Março 31, 2010, 08:23:31 am »
saiu a taluda ao sócrates!

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31-03-2010 07:58 - Governo suspende cônsul em Munique por suspeitas de corrupção na compra de submarinos


O Governo português suspendeu hoje o cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff, de "todas as funções relacionadas com o exercício do cargo", na sequência da investigação na Alemanha de suspeitas de corrupção na venda de submarinos.

"Em resultado de informação proveniente das autoridades alemães sobre a ação judicial em curso naquele país, o Governo suspendeu de todas as funções relacionadas com o exercício do cargo o cônsul honorário de Portugal em Munique, Alemanha, o senhor Jurgen Adolff, a partir de hoje", lê-se num comunicado do gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

A suspensão das funções de Jurgen Adolff do cargo de cônsul honorário de Portugal em Munique manter-se-á "até cabal esclarecimento das investigações que o envolvem pessoalmente", acrescenta o gabinete de António Braga no comunicado enviado à Lusa.

A revista alemã Der Spiegel noticiou que um cônsul honorário de Portugal, que não identifica, terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Man Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.

De acordo com a Der Spiegel, o cônsul honorário terá também organizado, no verão de 2002, uma "reunião entre a administração da Ferrostaal e o antigo primeiro ministro português José Manuel Durão Barroso", actual presidente da Comissão Europeia.

As autoridades judiciais de Munique, que efectuaram várias buscas na passada quarta feira na Ferrostaal, encontraram "mais de uma dúzia de contratos de consultoria suspeitos", que visavam "dissimular os canais de pagamento" para que "subornos pudessem ser enviados a responsáveis do Governo [português], dos Ministérios e da Marinha", refere a revista.


 
Jornal de Negócios - Lusa
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Cabecinhas

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Re: U209PN
« Responder #1607 em: Março 31, 2010, 09:31:49 am »
E suspender o 1º ministro?
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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Francisco Ferreira

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Re: U209PN
« Responder #1608 em: Março 31, 2010, 09:44:46 am »
Com a justiça alemã não se brinca!  :roll:  :D
Cumprimentos
 

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Nortada

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Re: U209PN
« Responder #1609 em: Março 31, 2010, 10:29:13 am »
Só para se perceber os contornos Internacionais do nível de corrupção exercida pelos nossos amigos alemães, e o ranking de portugal em termos de luvas, eis a notícia de jornal grego pertencente ao International Herald Tribune (que é propriedade do New York Times):

Quote:
 KATHIMERINI – Monday, March 29, 2010
Exclusively available inside The International Herald Tribune in Greece and Cyprus

Money trail in contract for subs
Between 10 and 12 million euros in bribes were paid to officials in Greece to secure the sale of German submarines to the Greek navy, according to evidence gathered by prosecutors in Munich, Sunday’s Kathimerini has learned.
German prosecutors are investigating claims that the MAN Group, manufacturers of engineering equipment and commercial vehicles, paid bribes to foreign officials to secure contracts. As part of the probe, German authorities discovered a series of illegal payments to recipients in Portugal, Pakistan and Greece in connection to the construction and sale of submarines.
Sources told Kathimerini that the initial evidence gathered from witnesses suggests that the money paid in bribes to Portuguese mediators and officials was “child’s play” compared to the backhanders paid to Greeks.
It has also been claimed that Ferrostaal, a subsidiary of MAN until last year, which was part of the consortium that won the contract in 2000 to supply the Greek navy with four submarines, paid 10 to 12 million euros to secure the deal for the first of these vessels. The agreement for the four submarines was worth 1.26 billion euros.
According to testimony, the money was paid through a Zurich-based lawyers’ office and a network of offshore bank accounts.
The Defense Ministry has so far refused to comment on the allegations but sources close to Defense Minister Evangelos Venizelos said the matter would be investigated once information is made available by the German authorities. Venizelos said last week that Greece would accept delivery of the first Class 214 submarine – ordered in 2000 and known as the Papanikolis – after technical problems had been ironed out but that the government would look to immediately resell the vessel."
UNQUOTE

O caso vai ficar complicado internacionalmente para uma data de pessoal político, militar e financeiro
 

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Lightning

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Re: U209PN
« Responder #1610 em: Março 31, 2010, 11:56:23 am »
Não sei porque lembrei-me disto  :mrgreen:
http://en.wikipedia.org/wiki/Lockheed_bribery_scandals
 

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Jorge Pereira

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Re: U209PN
« Responder #1611 em: Março 31, 2010, 12:32:01 pm »
Calma meus amigos, não vai haver cancelamento nenhum. Poderá isto tudo é ser muito útil para pressionar em determinado sentido a nosso favor.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Nortada

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Re: U209PN
« Responder #1612 em: Março 31, 2010, 01:09:14 pm »
Bem observado o caso Lockheed

Relembremos a África do Sul:

QUOTE
South Africa Sunday Times

THE BIG CON
Aug 10, 2008 12:00 AM | By MEGAN POWER and JOCELYN MAKER

THE government has allowed the German industrial giant accused of paying a R30-million bribe to President Thabo Mbeki to break a raft of promises attached to the arms deal.
MAN Ferrostaal won the R6-billion submarine contract in the arms deal partly on the strength of a R20-billion investment pledged to the economy. But an investigation into Ferrostaal's offsets has uncovered a trail of abandoned and collapsed projects, dubious benefactors and missed deadlines.
Of a list of Ferrostaal offset projects provided by the Department of Trade and Industry, only four are considered complete. And of these, three no longer exist.
But the most damning finding is that despite stringent breach-of-contract clauses and claims of tight government monitoring, Ferrostaal has never been penalised.
Mbeki, through senior ministers, has threatened to sue the Sunday Times for the allegation it reported last week that he took R30-million from Ferrostaal, gave R2-million to Jacob Zuma and the rest to the ANC.
Late on Thursday the Office of the Presidency sent a letter to the Sunday Times asking for a copy of the international report which contained the allegation. The newspaper declined.
On Friday, the Mail & Guardian named former spy Mhleli "Paul" Madaka as a source of the bribery allegation claimed in the report.
The former NIA senior manager was killed in a car accident in August last year. Ironically, he crashed into the premises of the German group he had accused of bribery.
Today we reveal that the Department of Trade and Industry's Industrial Participation Secretariat had, in the past, written to Ferrostaal to address its shortcomings, but had never imposed any penalties.
The secretariat's Teresa de Risi, said review meetings between Ferrostaal and the department were held every six months and site visits were an "ongoing activity".
But she did not provide details on how many Ferrostaal projects since 1999 had failed or been withdrawn, or how often projects were substituted. She also could not say how Ferrostaal's offset record compared with other arms suppliers and why so few of its projects were completed.
Offsets are investments that arms dealers typically commit to when they win contracts, and it was the benefit of these offsets - billed as creating thousands of jobs, boosting exports, providing new technology and reshaping the economy - that government touted as justification for spending billions of rands on weapons.
But the list of Ferrostaal's projects sent by the company to the Sunday Times and that sent by the department differs.
After investigating, the newspaper found that:
Former chief of arms acquisitions Chippy Shaik, former defence minister the late Joe Modise, former SA ambassador to France Barbara Masekela, Jacob Zuma's former lawyer Julekha Mahomed, and wealthy Zuma funder Jurgen Kogl all have links to Ferrostaal offset projects;
A London-based call centre turned out to be a company consisting of former defence experts who help companies manage offsets;
A call centre on the Department of Trade and Industry list, called Trimica and based in Randburg, folded within a year;
A training school set up in the Western Cape to bring skills to the poverty-stricken town of Atlantis shut its doors and pupils lost their fees after it became bogged down in allegations of corruption and mismanagement.
Trade and industry awarded Ferrostaal points for an engineering company that was liquidated, a project declared bankrupt, and a condom factory that was never built; and
Ferrostaal's R1.7-billion investment in an oil and gas fabrication yard at Saldanha Bay on the Cape West Coast was launched soon after it was accused of failing to deliver offsets. Despite claims in 2006 that customers would pour in, it stands empty and is now seen as a white elephant.
In the Department of Trade and Industry's 2005/06 review, it boasted that most companies involved in offsets in SA had "exceeded expectations", but when asked which particular arms deal companies had done so, De Risi answered, "none to date".
Information on offsets has long been a closely guarded secret, with annual reviews vague. Ferrostaal claims to have created and saved more than 20000 jobs, but the department is unable to confirm this.
It could not explain why, eight months after the seven-year offset deadline of 2007, many of the projects are not finalised.
At the Union Buildings in Pretoria on Wednesday, public enterprises minister Alec Erwin - who was trade and industry minister at the time of the arms deal - and minister in the presidency Essop Pahad repeated Mbeki's denial that he received money from Ferrostaal.
They again rejected a call for an independent commission into the arms deal, and Erwin claimed that the offset promises were "very much on track".
Ferrostaal's failure to meet its obligations was first raised in 2004. In the Department of Trade and Industry's 2004 review of offsets, it said it was "concerned that Ferrostaal is running out of time" to meet its first milestone.
In February 2005, Ferrostaal admitted it had been "a little slow out of the starting blocks" and announced a R1.2-billion precision strip-mill for Coega, which never happened.
Ferrostaal managing director Christian-Max Pietsch explained that with the high quantity of projects undertaken, Ferrostaal had to accept "setbacks".
When Ferrostaal was approached again with the Sunday Times investigation findings, Pietsch refused to comment.
UNQUOTE

Um verdadeiro romance, e o homem que denunciou o caso morreu num acidente de automóvel dentro das instalações do consórcio na ZA.

É só lembrar que o Sr Mbeki não cumpriu o seu mandato até ao fim, e feriu a credibilidade do ANC.

Aguardemos os próximos capítulos na Europa
 

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Duarte

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Re: U209PN
« Responder #1613 em: Março 31, 2010, 03:23:16 pm »
Citação de: "P44"
saiu a taluda ao sócrates!

Este episódio vai servir de distracção muito conveniente para os problemas do Sô Inginheiro Socas. Muito conveniente..  :twisted:
« Última modificação: Abril 01, 2010, 12:07:25 am por Duarte »
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
Trump é o novo Neville Chamberlain, mas com o intelecto de quem não conseguiu completar a 4a classe.
 

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luis filipe silva

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Re: U209PN
« Responder #1614 em: Março 31, 2010, 03:32:56 pm »
Citar
Um verdadeiro romance, e o homem que denunciou o caso morreu num acidente de automóvel dentro das instalações do consórcio na ZA.

Citar
Este episódio vai servir de distracção muito conveniente para os proeblemas do Sô Inginheiro Socas. Muito conveniente..
Só temo que tenha algum acidente dentro da Universidade que o formou.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Lightning

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Re: U209PN
« Responder #1615 em: Março 31, 2010, 04:02:37 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
Citar
Um verdadeiro romance, e o homem que denunciou o caso morreu num acidente de automóvel dentro das instalações do consórcio na ZA.

Citar
Este episódio vai servir de distracção muito conveniente para os proeblemas do Sô Inginheiro Socas. Muito conveniente..
Só temo que tenha algum acidente dentro da Universidade que o formou.

Ainda vai dar um filme do James Bond, ele até é da Marinha :mrgreen: .
 

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Daniel

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Re: U209PN
« Responder #1616 em: Março 31, 2010, 04:58:10 pm »
Portas: fornecedor dos submarinos foi escolhido pelo preço


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O ex-ministro da Defesa, Paulo Portas, explicou esta quarta-feira que a escolha do fornecedor de submarinos, na altura em que estava no Governo, foi feita com base no preço e nos pareceres técnicos da Marinha Portuguesa.

A justificação do líder do CDS-PP surge depois de um jornal alemão, o «Der Spiegel», ter avançado que um cônsul honorário português teria recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Man Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.

Paulo Portas falou aos jornalistas no Parlamento e explicou que o concurso para renovar a capacidade submarina portuguesa remontava a 1998, quando António Guterres era ainda primeiro-ministro de Portugal.

«Quando cheguei à Defesa Nacional, o concurso estava já na sua fase final. Pareceu-nos que os valores eram demasiado elevados, embora a dívida pública da época fosse consideravelmente inferior à de hoje», disse o ex-ministro, acrescentando que a opção inicial consistia na compra de três submarinos, existindo mesmo a possibilidade de se elevar para quatro. Foi o Governo de Durão Barroso, em que Portas era ministro da Defesa, a optar por reduzir o número de submarinos a adquirir, para apenas dois, «de modo a baixar sensivelmente o preço e a margem de intermediação financeira que estava prevista».

«A decisão foi tomada com base em seis critérios, que estavam definidos muito antes de eu tomar posse como ministro da Defesa, e nesses seis o consórcio alemão venceu em quatro e o francês venceu em dois», disse.

De acordo com Paulo Portas, o preço proposto pelo consórcio alemão representava, face à proposta do concorrente francês, «uma economia de cerca de 180 milhões de euros».

«Basta comparar os preços apresentados em 2001, quando o consórcio francês tinha um preço melhor, face aos que foram apresentados depois da chamada best and final offer, que o Estado português solicitou aos concorrentes», acrescentou.

Foi no critério da «qualidade operacional do bem» que entraram os pareceres técnicos na Marinha Portuguesa que, segundo o líder dos populares, eram «absolutamente inequívocos».

Para quem gosta de falar mal do Ps aqui fica. c34x
 

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Luso

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Re: U209PN
« Responder #1617 em: Abril 01, 2010, 12:38:34 am »
Não sei onde colocar este postal. Se aqui ou na área livre. Caramba, vai ser mesmo aqui:

http://portadaloja.blogspot.com/

"Corrupção empresarial"

Der Spiegel, revista alemã que se atreve a publicar coisas em "segredo de justiça", vindas dos "investigadores" que se ocupam com os casos de corrupção empresarial, da Ferrostaal. Veja-se lá o desaforo:

Insiders suspect that even more cases in which the Essen company did the dirty work for other companies could turn up soon. "The case could have repercussions for the whole of German industry," says a former MAN executive.
The current internal corruption scandal at Ferrostaal revolves around the delivery of two Type 209 submarines to Portugal. Ferrostaal, which had bid against submarine builder HDW and shipbuilder Thyssen Nordseewerke, won the €880 million contract in November 2003 -- with the help of bribes and a number of phony consulting contracts.

According to the investigators' files, a Portuguese honorary consul approached one of the Ferrostaal board members in 1999. The man allegedly said that he could be helpful in the initiation of the submarine deal. According to the files, the honorary diplomat demonstrated his influence by setting up a direct meeting in the summer of 2002 with then Prime Minister José Manuel Barroso.

The Ferrostaal executives in Essen were apparently so impressed that they signed a consulting agreement with the honorary consul in January 2003, in return for his "constructive assistance." Under the agreement, the Portuguese diplomat was to be paid 0.3 percent of the total contract volume if the deal went through.

The consul ended up collecting roughly €1.6 million, which the investigators see as a clear violation of his duties as a diplomat.

But it appears that Ferrostaal did not rely solely on its advisor's good connections to bring about the submarine deal. It is believed that a consulting agreement was concluded between Ferrostaal and a partner, on the one hand, and a rear admiral in the Portuguese navy, on the other. The deal, most recently, was worth €1 million.

A Portuguese law firm is also believed to have played a role in ensuring that that the contract was awarded to Ferrostaal, and that plenty of bribe money was paid in return.
Prosecutors have already identified more than a dozen suspicious brokerage and consulting agreements related to the submarine deal. According to the investigation files, all of these agreements were designed "to obfuscate the money trails," so as to pass on payments "to decision-makers in the Portuguese government, ministries or navy."

It appears that, in the end, Ferrostaal paid so many consulting fees that not much was left in the form of profits from the submarine deal.


Quais os advogados portugueses envolvidos em mais este escândalo?
Sempre os mesmos: o escritório de Sérvulo Correia em primeira lugar. Sérvulo Correia & Associados é uma espécie de poder legislativo sombra em Portugal, porque foi de lá que saíram algumas leis que temos. Neste caso concreto representava o Estado português. Lindo Estado!

Depois, a inefável sociedade de advogados encabeçada por José Miguel Júdice, o tal que agora acha que o MP tem poder a mais e é preciso um PGR com poderes directivos tipo tropa...percebe-se muito bem porquê e para quê. A PLMJ representava uma sociedade francesa concorrente e perdeu. José Miguel Júdice protestou como o caraças, na altura...mas teve depois um rebuçado, ( ou seria uma chupeta prometida aos PGR caídos em desgraça?), com uma espécie de avença por causa da privatização dos 33,34% da Galp. Na altura falou-se em milhão de dólares quinzenais. O Público denunciou, o deputado António Galamba pediu explicações ao Governo PSD, no Parlamento. O Governo não as deu. António Galamba é hoje governante. Se calhar já está satisfeito com a falta de explicações...

Júdice dizia na altura que as sociedades de advogados, como as indicadas, são "centros de decisão nacional". Olá se são ! E de que maneira!

Ainda há referência à sociedade de Vasco Vieira de Almeida e Associados, um dos sustentáculos do regime da consultadoria legal. Tanto que uma neta, Patrocínio, e que declarou que é a empregada quem lhe descasca a fruta, já anda na política activa. Vieira de Almeida está igualmente envolvida no Freeport, para que se saiba e é público.

Neste caso, a firma Vieira de Almeida tratava do negócio por conta...dos alemães! Dos vencedores.

É este o poder eleito? É . Pelos governos que os escolhem para isso...

Será isto ilegal? Qual quê! Nada de nada e se os ouvirem até se reviram todos de indignação e vituperando as más-línguas dos invejosos e caluniadores que difamam a honra impoluta de tão grandes benemérios da pátria. Apenas lidam com negócios e "projecto finance" de consultadoria legalíssima e virtualidades legais de topo e mérito de estado. E mandam como carreteiros.

Falta-nos actualmente, um Zé-povinho instruído para entender esta gente. No tempo de Bordalo Pinheiro o gesto era tudo. Actualmente, estes indivíduos não se demovem com gestos.
Vai ser mesmo preciso outra coisa. Grades.
Os alemães, de quem copiamos as leis penais, doutrina e jurisprudência dominantes já prenderam gente, neste caso. E atrevem-se- vejam o desaforo!- a fazer buscas a escritórios de advogados..
Marinho e Pinto, esse, denunciou as buscas aos escritórios de advogados como um atentado ao estado de direito...melhor, um acto de "terrorismo judicial".
Marinho e Pinto, obviamente será o provedor do nosso estado de direito. Deste estado de direito.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Camuflage

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Re: U209PN
« Responder #1618 em: Abril 01, 2010, 01:03:45 am »
Citar
Documentação ficou na Alemanha
Procuradoras aguardam há um ano material apreendido na empresa
00h30m
NELSON MORAIS

As magistradas que investigam o negócio dos submarinos participaram em buscas na sede alemã da Man Ferrostaal, realizadas a seu pedido, mas não trouxeram para Portugal os documentos apreendidos. Um ano depois, a documentação permanece na Alemanha.

"A empresa alemã interpôs recurso da decisão de entrega à autoridade portuguesa dos documentos apreendidos, não tendo até hoje sido remetida qualquer documentação", esclareceu ontem o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), onde trabalham as titulares do inquérito, Auristela Gomes Pereira e Carla Dias.

O esclarecimento omite as razões invocadas às autoridades alemãs pela Man Ferrostaal, uma das empresas do consórcio a que o Governo de Durão Barroso e Paulo Portas adjudicou dois submarinos, por 880 milhões de euros. Mas deixa claro que as buscas foram feitas, na cidade de Essen, por investigadores alemães e acompanhadas pelas magistradas portuguesas, porque estas as pediram, por carta rogatória.

Não é possível clarificar se os documentos apreendidos foram utilizados pela Justiça alemã, que também investiga as supostas condutas corruptas da Ferrostaal. Segundo a revista "Der Spiegel", a empresa voltou a ser alvo de buscas, a semana passada, pela Procuradoria de Munique. Esta, que também averigua negócios da Ferrostaal com a Colômbia e a Argentina, só começou a investigar os submarinos após a publicação de notícias pela Imprensa portuguesa, em 2007. Mas já identificou suspeitos e deteve dois quadros da empresa.

Um dos suspeitos é um cônsul honorário de Portugal na Alemanha, Jürgen Adolff, que terá conseguido marcar uma reunião, em 2002, entre a Ferrostaal e o então primeiro-ministro, Durão Barroso, e terá recebido 1,6 milhões de euros. Também está identificado um contra-almirante da Marinha portuguesa, que terá sido subornado com um milhão de euros. A qualidade técnica dos submarinos foi um dos seis critérios do concurso aberto pelo Governo.

Ainda segundo a "Der Spiegel", a Procuradoria de Munique concluiu que a Ferrostaal garantiu a vitória no concurso subornando "decisores no Governo português, ministérios ou Marinha". Muitos dos subornos terão passado por uma sociedade de advogados de Lisboa, acrescentou.

Em Portugal, foi concluída a investigação sobre o contrato das contrapartidas, mas pouco se sabe do inquérito que visa o contrato de financiamento e compra dos submarinos e as suspeitas de corrupção. Em 2009, o DCIAP fez buscas e escutas telefónicas (com apoio da GNR, já que retirou o processo à PJ), mas ainda sem arguidos.

Segundo notícia recente da revista "Sábado", o DCIAP tem apenas um grupo de "alvos", de que se destaca o ex-ministro da Defesa, Paulo Portas. Serão ainda suspeitos ex-responsáveis públicos com responsabilidades em aquisições de equipamento militar feitas ao tempo do Governo PSD/PP.

in: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Naciona ... id=1533428
 

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Crypter

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Re: U209PN
« Responder #1619 em: Abril 01, 2010, 01:04:54 am »
Basta ver a constituição da assembleia onde grande parte dos assentos são preenchidos por advogados..

E mais não digo.