São os políticos que fazem os negócios, quando muito chamam adidos militares, mas o poder executivo é sempre dos políticos em governo. Portanto é natural que se chamem políticos a comentar os casos, na sic noticias deu algo mais interesse no programa "negócios da semana" e também abordaram estas brincadeiras da defesa.
A defesa não é nenhuma brincadeira. É um assunto extremamente sério.
Quando num programa de televisão se pretende esclarecer as pessoas, é lógico que se devem convidar indivíduos que dominem minimamente os temas abordados. No caso de ontem, e para falar sobre os submarinos, forças armadas e respectivos equipamentos e aquisições, podiam ter convidado qualquer pessoa, civil o militar, político ou não, mas que estivesse minimamente dentro do assunto, e não um parolo qualquer, que não sabe distinguir entre uma marmota e um submarino, que pura e simplesmente só vem confundir e intoxicar uma opinião pública cada vez mais formatada e manipulada para servir interesses inconfessáveis, todos eles alheios ao superior interesse nacional.
A verdade é que submarinos não produzem riqueza e essas compras com valores do outro mundo com um país em crise, não são propriamente do agrado do povo, ainda me lembro da frase "comprem os submarinos que é para virem apagar os incêndios" lol.
Por outro lado seria já altura de lançarem publicamente o relatório de segurança externa, assim seria visível se compensa ou não a aquisição desses meios face ao nível da ameaça.
Se os submarinos vierem com defeito é que vai ser bonito, nem no Papa vão falar..
Os submarinos garantem um bem essencial que se chama soberania e segurança. Sem este bem, nada feito. Se ainda não percebeu a importância que os submarinos têm para um país como Portugal, que entretanto quer ampliar os seus direitos territoriais sobre a plataforma continental, passando a ter mais de 3 milhões de quilómetros quadrados, se não percebe isto, não sei o que anda a fazer neste fórum.
Entretanto, parece que muita gente já não se lembra da ajuda que recentemente a Alemanha deu à Grécia depois de esta ter aceite o Papanikolis. Eles, os gregos, chicos- espertos, como muitos por cá, também queriam denunciar o contrato. Foi o que se viu. Se Portugal fizer esse disparate, as consequenciais para a economia vão ser desastrosas, ainda mais estando na situação em que estamos, e precisando como nunca do apoio alemão.
Ou já não se lembram também disto:
03 Outubro 2009 - 22h00
Submarinos: Consórcio vai pedir intervenção da chanceler Merkel
Alemães ameaçam com Autoeuropa (ACTUALIZADA)
O investidores alemães estão preocupados com o processo dos submarinos e ameaçam retaliar com a Autoeuropa. O vice-presidente da MAN Ferrostaal (representante do consórcio alemão que ganhou o concurso), Horst Weretecki, que foi constituído arguido, afirmou ao CM que já recebeu vários telefonemas com manifestações de inquietação sobre o que se passa em Portugal. "A Volkswagen (que detém 30% da MAN Ferrostaal e é dona da Autoeuropa) manifestou a sua profunda preocupação, bem como outro dos nossos principais accionistas, um fundo do Abu Dhabi, que também tem 2,5% do capital da EDP."
'Um país, para atrair investimento, tem que ter estabilidade governativa e honrar os seus compromissos. Este processo está a causar uma grande perturbação nos nossos accionistas. É preciso fazer alguma coisa', acrescentou.
Os responsáveis da MAN Ferrostaal poderão mesmo pedir a intervenção da chanceler Angela Merkel para a resolução rápida deste problema.
'Todas estas acusações são infundadas, disparatadas e não têm qualquer substância. Negamos todas essas imputações e faremos tudo para salvaguardar o bom nome e a reputação da empresa', referiu, inclusive, Horst Weretecki. O mesmo responsável da MAN Ferrostaal afirmou ter tido conhecimento de que era um dos dez acusados através da Comunicação Social, salientando que 'até agora não foi notificado pelo MP'.
Weretecki mencionou que, no ano passado, soube que 'as empresas portuguesas parceiras estavam a ser investigadas em Portugal', pelo que decidiu deslocar-se, 'de livre vontade', a Lisboa para reunir com as autoridades judiciárias, encontro que ocorreu a 1 de Agosto de 2008.
'Fizemos tudo o que está no contrato e posso garantir que não há fraudes ou falsificações', referiu Weretecki, acrescentando que foi definida com o Governo português uma lista das áreas prioritárias de investimento ao abrigo das contrapartidas: o sector automóvel, o naval e as novas tecnologias.
CONTRAPARTIDAS EXECUTADAS SÃO SÓ 32 POR CENTO
A Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) revelou ontem que, cinco anos após a entrada em vigor dos contratos, o German Submarine Consortium (GSC) só cumpriu 32 por cento dos 1,21 milhões de euros previstos no contrato de contrapartidas da compra dos dois submarinos.
O GSC apresentou, segundo a CPC, pedidos de creditação de contrapartidas no valor de 712 milhões de euros mas só cerca de 382 foram aprovados. Os pedidos referidos na acusação não foram aceites pela CPC.
SAIBA MAIS
BUSCAS NA ALEMANHA
Os procuradores alemães apreenderam dez dossiês nos escritórios da MAN Ferrostaal.
100 000 euros foi quanto os alemães dizem ter pago aos portugueses da ACECIA em cinco anos.
NEGÓCIOS COM A ESCOM
A germânica MAN Ferrostaaltem negócios com a ESCOM (Grupo Espírito Santo) há já 15 anos.
O caminho é negociar com os alemães para ambas as partes saírem bem deste filme. Nós com os submarinos e as contrapartidas e os alemães com a sua industria submarina imaculada.
Juízo!
Excelente análise. É exactamente esse o meu ponto de vista.