Caro sivispacem,
já está a começar a racionalizar um bocado a sua conclusão e a usar argumentos com falhas.
Primeira falha: insinuar que a capacidade anfíbia dos Pandur II não existe. Já houve inclusive testes de mar com uma viatura destinada aos Fuzos.
Segunda falha: os Pandur, em configuração anfibia, podem ser mais pesados que um Piranha IIIC.
Os Pandur II, tal como os Patria AMV, são anfibios até um peso de combate de 22t. São umas boas 3t a mais do que o Piranha IIIC.
O Piranha IIIC um bom veículo e, obviamente que os espanhóis já têm, vão encomendar mais do mesmo. Mas quem está a comprar novo, está a optar por um veículo um pouco mais pesado.
Isto para não falar de quem está a esquecer a capacidade anfibia e optar por substancialmente mais pesado: AMV pode ir às 26t, o Boxer são 33t. Não sei qual o peso máximo dos Pandur do Exército, mas suspeito que pelo menos 24t.
O que leva à segunda falha do seu argumento: o Pandur II é o produto em mais avançado estado de desenvolvimento que a GDLS tem na classe 22-25t.
Os verdadeiros concorrentes da Mowag são o Piranha IV e V que nunca sairam da fase de protótipo.
E com o Patria AMV a limpar os concursos quase todos...
Caro AC,
Há um certo tom ligeiramente paternalista da sua parte que dispenso bem... penso eu que isto é um fórum, logo serve para trocar ideias, muitas vezes num tom de 'pensar alto', como foi o caso... Não vamos entrar pelo caminho de outros argumentos, isso poderia ser uma sublimação....
Mas falando de argumentos com falhas:
Primo: a suposta capacidade anfíbia do Pandur II ficou longe de ficar provada, como se viu nos testes conduzidos em Tróia, não obstante um mar chão no dia do fracassado ensaio. Quem viu as imagens recolhidas não pode deixar de pensar como seria a sua utilização num mar com vagas de 0,5m. A não ser que por capacidade anfíbia se entenda a possibilidade de transposição de rios, mas presumo que os Fuzileiros necessitem de algo mais do que isso... É, por isso, mais uma capacidade 'no papel', ainda por concretizar.
Secundo: eu não sou defensou nem representante do Piranha ou quaisquer outros equipamentos... mencionei-os apenas para referir alternativas, que as há. Essas que referiu e outras
Tertio: o Pandur pode até bem ser o produto mais avançado nessa classe... pena é que a casa que o fabrica não o consiga pôr a funcionar de forma correcta! Escusado será dizer que para um euqipamento que apenas foi adquirido por 2 países, tanto quanto sei, essa situação revela uma enorme inépcia e, IMHO, falta de vontade de desenvolvimento do produto. Porquê? Apenas posso especular, mas para mim não são apenas problemas de juventude. Há da parte da Steyr e/ou da GD uma óbvia falta de vontade de responder a um contrato. para além de incompetência (veja-se o episódio da recusa do técnico em ocupar a sua posição na viatura equipada com o lançador TOW, veja-se o incumprimento dos prazos, veja-se a falta de resposta em colocar e entregar as viaturas em condições, vejam-se os problemas de estanqueidade.. ).
E isso, meu caro, é algo que se paga bem caro no mercado
A Pandur prova-se como sendo uma aposta fracassada. E pior que um erro cometido é persistir nele!
E face aos novos cenários operacionais, não sei até que ponto não seria melhor equacionar a aquisição de um misto de viaturas tipo MRAP (para não andarmos aos empréstimos) e Puma, por exemplo (ok, fiz confusão com a Boxer). Apesar de ter consciencia do impacto que isso teria na actual organização do nosso Exército.
Há, caso não saiba, uma tendência crescente para re-equacionar as viaturas de rodas, onde as lagartas estão a ressurgir...
Mas mesmo que a opção seja por rodas, porque será que o Patria AMv está a limpar os concursos todos, como diz?