Vou dar como exemplo a sua resposta. O Tikuna, colocou uma informação sobre o KC-390 que vai contra um ponto seu. Não me parece que o tenha feito de forma ofensiva.
Bem, primeiro, o Tikuna é um vendedor de banha da cobra que vai defender os interesses da Embraer e do Brasil com unhas e dentes.
Apresentou um ponto de vista baseado num facto para o qual colocou um link com informação que você não rebateu, o que me leva a pensar que será verdadeiro.
Qual é o ponto que é suposto rebater? O do preço do C-130J, ou o "retorno" do programa KC que ninguém sabe quais foram as contas feitas para se chegar àquele valor?
O ponto é, um valor de aquisição de uma aeronave concorrente semelhante à que já temos por um valor 50M superior ao nosso contrato.
Isto sem contar com a mais valia para a engenharia e produção nacional no ramo da aeronáutica.
Benefícios para a engenharia e produção nacional, também teriam acontecido com o A-400M. Mas neste caso, o aumento dos custos foi argumento para saltar fora do programa.
O ponto que eu apresentei, é que o KC foi caro. Comparar o preço do KC com o preço do C-130J, não prova que o KC é barato, prova que ambos são caros.
Um Ferrari tem como concorrente um Lamborghini. Os dois têm preço idêntico, logo o Ferrari é barato. Lógica da batata? Deve ser da hora.
É um ponto diferente do seu, mas válido, se optássemos por repor a frota de c-130, poderíamos pagar, de acordo com o link colocado, mais 50M€ por cada avião, e por um avião mais lento, com menos alcance e com menos capacidade de carga, tudo dados objetivos e de fácil acesso.
Não é válido porque não rebate o que eu disse. Nem rebate o facto de que o preço prometido pela Embraer era nuito mais baixo do que o que nós pagámos. E alegadamente, o Brasil terá pago muito menos pelos seus.
E eu não disse que se devia comprar C-130J. A se comprar um modelo alternativo, fazia sentido optar pelo A-400, ou em alternativa pelo Kawasaki C-2, ambos muito mais capazes que o KC, e com uma diferença de preço muito mais reduzida do que originalmente se pensava.
O que digo, é que quando a Embraer quis aumentar o preço dos KCs e do simulador sem transparência alguma, nós devíamos ter reduzido a encomenda para 3 ou 4 unidades, ou pelo menos ameaçar fazê-lo como parte das renegociações. Colocar-nos de 4 não era a opção mais adequada.
Não digo que o seu ponto não tenha valor, mas do ponto de vista objetivo fica difícil perceber a sua reação quando podemos ver que as razões que apresenta tem algo de subjetivo e vão muito em ter algo contra a Embraer. Pode ter toda a razão mas não chega, os 100M€ extra aparecem justificado por coisas como requisitos adicionais de equipamentos específicos solicitados por Portugal e mudanças nas especificações técnicas, juntamente com o aumento dos custos de produção na fase pós Covid-19.
O custo dos KC-390 foi revelado em 2019, portanto antes do Covid.
https://www.publico.pt/2019/01/16/politica/noticia/estado-admite-abandonar-projecto-kc390-caso-embraer-nao-baixe-preco-1858088Do ponto de vista objectivo, gastar mais de 800M em cargueiros tácticos, é demasiado para um país que investe tão pouco em Defesa, tendo sido um programa que bloqueou outros na LPM.
Até os simuladores, parecem ter preços semelhantes para capacidades semelhantes.
A se confirmarem os valores recentemente apontados, dependendo da versão, cada similador poderia custar entre os 70M e os 200+M. Estamos a falar de um preço equivalente ao de um C-17 novinho em folha no caso do simulador mais caro. Quem acha que isto são preços normais, só pode ser doente. O simulador mais básico ser mais caro que um NPO é ridículo.
A sua animosidade para com a Embraer não ajuda à discussão, só torna subjetiva uma discussão que se devia querer objetiva.
Uma empresa que não é capaz de manter a transparência para com um parceiro num programa, e que ainda (alegadamente) faz chantagem para que as FA portuguesas comprem os seus produtos, não merece animosidade?
Se fosse outra empresa a fazer isto, iam ver a choradeira que era.
Quanto aos Super Tucanos, não faço a mínima de que discussão se refere, mas quando diz "Super Tucanos para o Báltico, não é uma opinião, é burrice" sem mais nada fica um vácuo.
É burrice por causa da elevada ameaças por mísseis antiaéreos, pelo clima? Não poderia ajudar em missões de apoio em terra no interior de países invadidos? Na luta contra drones? Não seria um bom equipamento de treino avançado?
Ou pode até ser burrice, mas não podia lá por qualquer coisa a justificar?
Os ST já foram debatidos vezes e vezes sem conta.
O ST é para todos os efeitos uma avioneta para operar em TOs permissivos, não é um meio para combater em TOs a sério.
Os estados Bálticos não têm profundidade territorial para se operar este tipo de aeronave em segurança, estando um ST ao alcance de baterias de longo alcance e de mísseis BVR lançados de caças.
Não, não podia dar apoio a forças em terra de um país invadido, porque estaria sujeito a baterias AA e aeronaves adversárias. Tudo isto são missões suicidas.
Contra drones, no Báltico, compensa mais usar sistemas terrestres como o Vampire da L3 Harris, que podem ser adquiridos em muito maior quantidade, e não estão tão sujeitos a ataques adversários.
C-UAS de uma forma generalizada em Portugal, F-16 com APKWS-II são prioritários, sendo que esta tarefa devia mais tarde ser desempenhada também por um futuro UCAV. No Exército faz sentido usar os meios aéreos previstos para esse fim, nomeadamente UH-60 tambem com APKWS, e na Marinha o substituto do Lynx (onde a capacidade VTOL é crucial para meios embarcados.
Os ST só usarias em última instância, e se antes disso houvesse dinheiro para certificar os pilotos desta frota para desempenhar a missão.
Para treino, isto não tem nada a ver com os estados Bálticos. O ST é demasiado caro como substituto dos TB-30, e se a FAP quiser fazer o salto para F-35, o ST também não serve como aeronave de treino avançado, obrigando sempre à compra de um modelo a jacto. Daí a compra do ST não fazer qualquer sentido.
Para COIN/ISR, UCAVs são a melhor opção num futuro próximo, enquanto que uma modernização dos C-295 VIMAR para um padrão MPA/ISR, cumpriam perfeitamente a missão a curto prazo. Portugal não precisa de uma aeronave COIN dedicada.