O dc quer ver a FAP dar um "salto geracional".
Eu como contribuinte posso não estar disposto para pagar o salto geracional da FAP.
No caso do F-35, o salto geracional da FAP custa pouco mais que a compra de Gripen sem o dito salto. Portanto para o contribuintes pouca diferença faz.
A opção do FCAS ou GCAP, seria previsivelmente mais cara, mas pelo menos havia uma chance de envolver de certa forma a indústria nacional, e seria europeu.
Neste comparativo, comprar o Gripen era desperdiçar dinheiro do contribuinte.
As FAs aliadas que estarão na linha da frente contra a Rússia são as que ganharam experiência de combate nas ultimas décadas.
E a França não tem F-35...
Considero que a FAP estará na retaguarda, mesmo que possua F-35.
E, por isso, não pago para dotar a FAP de F-35 só para satisfazer o ego do dc e da FAP e de outros Foristas que legitimamente desejam o melhor para a FAP.
As FAs que estarão na linha da frente, de um hipotético conflito que até pode ter múltiplas frentes, uma delas bem perto daqui, serão todas. Como tal, se já vais ter poucos aviões de combate, e pouco pessoal para os operar, então faz sentido pelo menos ter a decência de investir na melhor plataforma que pudermos adquirir, e que nos oferece maiores chances de sucesso num eventual conflito.
A França não tem F-35 porque o ego francês nunca lhes permitiria adquirir um caça estrangeiro. Não é uma opção com base em critérios operacionais.
A safa dos franceses é neste momento não terem um adversário realista com tecnologia 5G a sério, sendo todos os países portadores desta tecnologia aliados, tirando a China que "está lá longe".
Num conflito com a Russia, os franceses vão deixar que os operadores de F-35 lidem com os SAM russos primeiro, e com o ocasional Su-57.
Com aquilo que a FAP fez, ou melhor - com aquilo que o poder político incumbiu a FAP de fazer, até hoje com os F-16 - como é que se justifica o salto para a ultima geração? Qual é o plano de atividades?
O período de serviço dos F-16 coincidiu com a ausência de conflitos a sério na Europa. Se porventura se iniciasse um conflito a sério na Europa, a utilização dos nossos caças seria completamente diferente.
As FA não adquirem caças com base num "plano de actividades", adquirem com base numa estratégia de defesa, pensada primeiro para dissuadir qualquer adversário, e segundo para responder a qualquer ameaça que um adversário possa impor.
Comprar caças que estarão obsoletos daqui a 15 anos, é só estúpido. É o mesmo que comprares submarinos barulhentos, só porque nos últimos 30 anos não os usaste para afundar frotas navais adversárias, e para combate ao narcotráfico não precisas de um submarino moderno.
Com Gripens armados com o melhor armamento e pilotos com 200 horas de voo por ano e participação em mais exercícios internacionais, fazemos melhor figura num conflito que com F-35.
Isso implica que a compra do F-35 viria sem qualquer armamento. Tendo em conta que os custos apresentados para F-35 e Gripen são equivalentes, se não tens dinheiro para armamento no pacote F-35, também não terás no pacote Gripen.
E eu já disse antes, neste momento, devíamos preocupar-nos em comprar armamento moderno e em quantidade decente para os F-16, num prazo muito curto. Não podemos ficar 10 anos à espera de um hipotético novo caça, para comprar esse armamento.
Se queremos arranjar uma forma de sermos relevantes, e já que falei aqui de Rafale M e ninguém percebeu porquê - vou dizer isto:
Se quiséssemos arranjar uma forma de ser relevantes, era adquirir F-35 B ou C ou Rafale M e negociar (formação e integração) com os aliados a colocação de esquadras de caças nossos como forças nacionais destacadas em porta-aviões deles.
Com a falta de pilotos e material e considerando que o "Make Europe Great Again" pode incluir a construção de porta-aviões, os aliados até agradeciam.
E estavamos na linha da frente.
Nesse caso, os novos caças deveriam ir para a Marinha.
Nós para termos relevância na aviação de caça, não precisamos de inventar tanto. Em tempo de guerra, quantos mais caças melhor, preferencialmente se forem aviões capazes.
No caso português, continuaríamos a precisar de caças baseados em terra.
Uma frota de porta-aviões da UE, das duas uma:
-seria composta por PAs "leves" com rampa para aeronaves STOVL (F-35B) e UCAVs STOL, com aviões financiados/comprados por vários membros;
-ou por PAs com catapultas e maiores (mais aviões).
Nesta última opção, as opções mais racionais seriam F-35C adquiridos por países operadores de F-35A (facilidades logísticas) e uma variante naval do FCAS adquiridos pelos membros actuais e futuros deste programa, e UCAVs.
Numa hipotética contribuição portuguesa em termos de caças para 2 ou 3 PAs europeus, esta seria no máximo com umas 8 aeronaves tripuladas, e o mais certo era que fossem da mesma família do caça escolhido para a FAP.
Sendo os franceses como são, o mais provável era sabotarem logo este programa, por quererem que toda a gente comprasse o Rafale M.