F-35A Lightning II na FAP

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papatango

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1890 em: Fevereiro 19, 2025, 12:38:08 pm »

Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?
Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

Mandava mais depressa STs.

Isso é fazer futurologia ...
Se a FAP tivesse F-35 provavelmente estariam nos Estados Bálticos, em vez dos F-16A
Os Super Tucano nunca teriam qualquer papel nesse tipo de cenário, a não ser que fosse para os russos fazerem tiro ao alvo.

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1891 em: Fevereiro 19, 2025, 12:44:33 pm »

Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?
Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

Mandava mais depressa STs.

 :D :D :D :D :D

Proponho a criaçáo da distinção "Momento Cómico do Dia no FD". Para mim o enGripado já ganhou!!!!  :D :D :D
Cumprimentos,
 
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papatango

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1892 em: Fevereiro 19, 2025, 12:46:32 pm »
Citação de: Mentat
Não diria obsoletas.
Diria antes que, tal como mencionas, há que repensar o papel de certas plataformas em determinados cenários.
Há que aceitar que a realidade do combate contemporâneo é muito diferente do que era há uns 25/30 anos e, no caso em concreto desta guerra na Ucrânia, perceber que tem especificidades muito próprias. E lições generalistas que até um cego consegue ver.

Pois ... O problema é que neste momento tudo está em causa. E de todas as possíveis compras, aquela que aparenta ter mais buracos na argumentação em sua defesa é exatamente o F-35.

Eu vejo o F-35 como uma espécie de cereja no topo do bolo, depois de termos uma capacidade de defesa clara, que será complementada pelos F-35.
A realidade é que não vejo nada de nada quanto a sistemas de defesa antiaérea e defesa antimíssil.

As nossas cidades não possuem qualquer defesa por mínima que seja. Nada de nada.
Mesmo em termos psicológicos para a população isso seria importante, mas parece que querem comprar a cereja e se esqueceram do bolo.

Todas as análises sobre operar dois tipos de avião de caça ao mesmo tempo, são curiosidades, porquanto quanto menor for o numero de aeronaves, menor será o periodo de tempo em que dois caças estarão operacionais ao mesmo tempo.
E seja qual for o avião que vier substituir o F-16AM, essa adaptação terá sempre que ser implementada.

O problema nem sequer é a aeronave em si. São todos os fatores à sua volta que transformam a aquisição em qualquer coisa de muito pouco vantajosa para a defesa nacional.

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« Última modificação: Fevereiro 19, 2025, 12:48:26 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Mentat

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1893 em: Fevereiro 19, 2025, 12:53:21 pm »
A realidade é que não vejo nada de nada quanto a sistemas de defesa antiaérea e defesa antimíssil.

As nossas cidades não possuem qualquer defesa por mínima que seja. Nada de nada.
Mesmo em termos psicológicos para a população isso seria importante, mas parece que querem comprar a cereja e se esqueceram do bolo.

Começar a construir casa pelo telhado é especialidade aqui do burgo. Um conjunto de medidas avulsas, com pouco mais que zero intercessão e complementaridade. Só para ficar bem no papel e dar a bela da parangona de jornal.
Uma das maiores lições deste conflito na Ucrânia. Os sistemas não tripulados (nos 3 domínios) são uma realidade incontornável no presente e serão cada vez mais ubíquos no curto/médio prazo, tanto para state players como para grupos organizados que querem semear o caos ...  Meh, quem se importa com isso?
4 Starstreak resolvem o assunto!

Relativamente ao F-35, repito o que já digo há algum tempo.
Por um preço similar, prefiro os nossos F-16 com upgrade para block 70/72 E com misseis/munição moderna e em quantidade suficiente. Se é para comprar só o airframe do F-35 mais vale estar quieto.
« Última modificação: Fevereiro 19, 2025, 12:58:14 pm por Mentat »
 

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os_pero

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1894 em: Fevereiro 19, 2025, 03:34:08 pm »

Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?

Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

(...)

Eu sei que você as vezes gosta de arreliar aqui o pessoal (até acho piada), e também sei que provavelmente sabe o que vou dizer, contudo só o digo para esclarecer algumas pessoas (como eu em certos temas) que tem menos conhecimentos e andam aqui a tentar apreender alguma coisa.

A utilização Beast Mode, nome a que se chama a um F-35 quando usa equipamentos fora dos compartimentos e que permite levar mais equipamentos em missão mas que reduz em muito a sua furtividade (stealth), vai depender da missão e não do destacamento, segundo a "doutrina" o F-35 pode ser usado de diferentes maneiras, tudo depende dos requisitos da missão, mas já li descrições de missões exclusivas de F-35 em stealth, já li sobre missões mistas com outros meios, onde os F-35 vão a abrir caminho e depois vão os meios (F-15, F-16,...), já li descrições onde vão diferentes grupos (para sitios diferentes) de F-35 em modo Stealth com equipamento EW (Electronic Warfare) para confundir defesas, enquanto outros F-35  vão em Beast Mode atacar outras zonas.

já li inclusive uma missão onde enviaram F-35 em stealth mode juntamente com outros meios (não me lembro se era F-16 ou outro) em que o meio de de 4/4.5 geração era usado para esconder a presença do F-35 que iria depois separar-se e fazer um ataque a outra zona.

Isto tudo para dizer que o F-35 como meio é extremamente eficaz e versátil e que o ter em campo de batalha abre muito o leque de opções disponíveis para as "tropas" no terreno.
 

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dc

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1895 em: Fevereiro 19, 2025, 05:37:50 pm »
Eu não defendo a não existência de aeronaves de combate, apenas que para a nossa realidade, gastar 5.5 mil milhões num avião que pode estar obsoleto quando chegar e que nem sequer sabemos se podemos utilizar e onde, é suicidio.

Eu estou a pensar em termos de defesa integrada da Europa e não em termos de defesa das nossa ZEE, que é demasiado grande para a nossa capacidade financeira.

Nós não temos nenhum tipo de sistemas de mísseis para defesa anti-aérea. Não temos baterias moveis de misseis anti-navio com base em terra, não temos nada disso e tudo isso reduziria a possibilidade de sucesso de uma força inimiga.
Sem apoio adicional de outros países, nunca teremos capacidade para defender sozinhos essa área do Atlantico. Não há volta a dar à questão.

Portugal tem duas hipóteses:

Ou o país tem relevância em alguma coisa e cria alguma capacidade militar de relevância minima para poder servir a defesa colectiva da Europa, aceitando que tem que ter setores em que vai depender de outros.

Ou então cria nucleozinhos pequeninos com um pouquinho de tudo, dando a impressão de que pode fazer tudo sozinho  e será irrelevante em absolutamente tudo o que disser respeito à Europa e não vai contar para nada em lado nenhum.

A opção é simples ...

Existem países mais pequenos e/ou mais pobres que nós, capazes de edificar uma capacidade defensiva interessante. Esta retórica de que é impossível para nós fazermos, é completamente descabida. Basta atingir os 2% do PIB anualmente em Defesa, e é possível ter muito boas capacidades, principalmente se reedificarmos uma indústria de defesa minimamente credível.

Existem meios que permitem atingir um patamar militar interessante, com relativamente pouco investimento. O F-35 é um desses meios, pois apresenta custos unitários idênticos a qualquer caça de geração 4.5 novo, com vantagens claras em termos tecnológicos e enquanto multiplicador de força.

Umas FA com 5/6 fragatas, 4 SSK, 24 F-35, UCAVs/Loyal Wingman e 4/5 P-8, juntamente com baterias AA decentes, não tinham relevância? Estamos a enganar quem? O investimento parece muito, mas só é muito porque nós empurrámos a maioria destes programas para a década de 30, ao invés de os espalhar no tempo.

O avião planeado a ficar em serviço até 2088 vai ficar obsoleto quando chegar a Portugal

E só em Portugal é sabemos isto, os 20 que o compraram coitados, não têm noção

Obviamente que não vai ficar obsoleto. Antes do F-35 ficar obsoleto "por causa dos drones" e outras coisas todas, N outros sistemas ficarão obsoletos. Pensar num pseudo-risco de obsolescência do F-35, mas ignorar o risco, bem mais realista, que diversos tipos de meios terrestres enfrentam (nomeadamente artilharia), é no mínimo cómico.

O risco de se gastar muito dinheiro num sistema, é adjacente a qualquer meio militar. Compete-nos a nós tentar depois usá-lo da melhor maneira. Basta ver os nossos F-16. Israel usou F-16 com mísseis balísticos (duas tecnologias velhas e "obsoletas" para alguns) para atacar alvos no Irão, com um bom grau de sucesso. O Irão usou centenas de drones (a tecnologia de ponta e disruptiva) e a sua taxa de sucesso foi patética, tendo que recorrer aos velhos mísseis balísticos para ter alguma coisa parecida com sucesso.

O tema "obsolescência" tem que ser sempre tratado com cuidado, pois não há armas milagrosas.

Não diria obsoletas.
Diria antes que, tal como mencionas, há que repensar o papel de certas plataformas em determinados cenários.
Há que aceitar que a realidade do combate contemporâneo é muito diferente do que era há uns 25/30 anos e, no caso em concreto desta guerra na Ucrânia, perceber que tem especificidades muito próprias. E lições generalistas que até um cego consegue ver.

Há que... evoluir, algo que já se sabia que ia ter que acontecer mais tarde ou mais cedo. Uma das ilações da guerra, é que sem verdadeira capacidade de supressão de defesas AA adversárias, tudo fica mais complicado. Milhões de drones empregues, e mesmo assim não há meio de nenhum dos lados conseguir anular a capacidade AA adversária. É muita fruta, e estamos a falar de uma fase em que nenhum país está verdadeiramente preparado para enfrentar a dita ameaça. Quando cada vez mais países estiverem preparados para ela, como será?

Em contraste, os F-35 "obsoletos", juntamente com F-16 "obsoletos", com armamento "obsoleto" tipo mísseis de cruzeiro, balísticos e anti-radiação, mais bombas planadoras, teriam um impacto muito maior na supressão de defesas AA do adversário.

Citar
No conflito da Ucrania, estamos a ver o desaparecimento dos tanques ou de formações compactas de tanques, estamos a ver novas realidades no campo de batalha.

Normal. O mesmo aconteceria num conflito em que um país atingisse superioridade aérea, o outro deixaria de poder usar divisões blindadas com total liberdade. A diferença, é que os drones oferecem uma alternativa para ameaçar tanques, num contexto em que nenhum dos lados consegue a dita superioridade aérea.

A solução não é acabar com os blindados, e malta que vá a pé, a solução é reforçar a componente AA/C-UAS, para aumentar a sobrevivabilidade das forças em terra.

Citar
Estamos a ver um país sem navios a colocar fora de acção uma marinha de guerra de primeiro nível.

Num contexto muito particular, não esquecer. Fazê-lo num mar fechado é muito diferente de o fazer num oceano. E a Marinha russa, como sabemos, não é propriamente a melhor preparada para enfrentar ameaças modernas. As defesas aéreas ucranianas tiveram um papel crucial nisto, pois impedem que a aviação russa consiga localizar e retaliar contra os lançadores de mísseis e locais de lançamento de drones aquáticos.

Citar
Estamos a ver a guerra no ar a ser disputada por mísseis, misseis anti-míssil, drones e misseis e sistemas anti-drone.

E por aviões que lançam mísseis, que interceptam mísseis, que interceptam drones... Agora imaginem um país com acesso a um caça furtivo, e sem restrições no armamento a que tem acesso.


Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?
Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

Mandava mais depressa STs.

Isso é fazer futurologia ...
Se a FAP tivesse F-35 provavelmente estariam nos Estados Bálticos, em vez dos F-16A
Os Super Tucano nunca teriam qualquer papel nesse tipo de cenário, a não ser que fosse para os russos fazerem tiro ao alvo.

No BAP, deveriam estar nos Estados Bálticos em tempo de paz. Em tempo de guerra, não faz sentido ter caças de 5ª geração tão perto da linha da frente, ficando ao alcance de tudo o que é artilharia, bombas planadoras, mísseis de cruzeiro, balísticos e drones.
O mais provável era serem colocados na Polónia, Alemanha, Roménia, etc, usando a distância para sua protecção.

Os ST são, claro, uma absurdidade para um TO daqueles. Mais depressa utilizariam helicópteros armados/de ataque, que podem operar a partir de um qualquer descampado, ou UCAVs pequenos, tipo Bayraktar, que só precisam de uma pequena estrada para aterrar e descolar, e são mais fáceis de esconder numa garagem qualquer.

Citar
Pois ... O problema é que neste momento tudo está em causa. E de todas as possíveis compras, aquela que aparenta ter mais buracos na argumentação em sua defesa é exatamente o F-35.

De todas as possíveis compras, é de longe a que tem argumentação mais favorável, face aos ganhos estratégicos que oferece. A única questão é somente o custo.

Consigo pensar em N sistemas que estão planeados/foram adquiridos que têm muito menos relevância: ST, AORs (para uma Marinha sem escoltas), possível LPD, PNM, bolas de golfe, etc.

Relativamente ao F-35, repito o que já digo há algum tempo.
Por um preço similar, prefiro os nossos F-16 com upgrade para block 70/72 E com misseis/munição moderna e em quantidade suficiente. Se é para comprar só o airframe do F-35 mais vale estar quieto.

Pelos aclamados 5500M, para o número de aeronaves tipicamente apontado, a compra já incluiria algum armamento.

De qualquer das formas, nós precisamos de adquirir armamento rapidamente, não esperar 10 anos até que viesse o primeiro F-35 para o fazer. Ao comprar armamento com antecedência (que já devia estar a ser feito), que seja compatível tanto para F-16 como F-35, deixa de haver a questão de "F-35 desarmados".

Neste momento, o que temos que fazer, independentemente do debate do F-35, é modernizar os F-16 PA I, e adquirir o armamento necessário para os manter relevantes e eficazes enquanto os utilizarmos. Isto devia começar já este ano, com o reforço dos stocks de armamento já existente, mas também a compra de armamento novo, incluindo tipos de armamento que seriam novidade para nós.

O resto do debate, serve para encher chouriços e desviar as atenções daquilo que importa a nível da operacionalidade a curto prazo.
 

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Pescador

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1896 em: Fevereiro 19, 2025, 05:44:06 pm »

Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?
Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

Mandava mais depressa STs.

 :D :D :D :D :D

Proponho a criaçáo da distinção "Momento Cómico do Dia no FD". Para mim o enGripado já ganhou!!!!  :D :D :D

Este cómico diz cada me..da. Então os tucanitos iam para a Ucrânia fazer?
Tanto como uma vez um artista dizer que eram bons para luta anti navio ou abater traficantes por cá 
 

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papatango

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1897 em: Fevereiro 19, 2025, 06:55:31 pm »
Citação de: dc
Existem países mais pequenos e/ou mais pobres que nós, capazes de edificar uma capacidade defensiva interessante. Esta retórica de que é impossível para nós fazermos, é completamente descabida. Basta atingir os 2% do PIB anualmente em Defesa, e é possível ter muito boas capacidades, principalmente se reedificarmos uma indústria de defesa minimamente credível.

Países da nossa dimensão, lembro-me de dois.  A Grécia, em termos europeus, as forças gregas servem para pouco.
As suas forças armadas são feitas para uma luta contra outro país da NATO e para defender o país de uma invasão.

A Finlandia, que tem a nossa dimensão económica (ainda que seja mais pequena em termos demográficos) a sua marinha, só para dar um exemplo tem oito navios patrulha, que todos somados, deslocam pouco mais que um (UM) NPO da classe Viana do Castelo. E é um país que mantém o SMO.

Você esquece, que as contas que eu faço, partem do principio de que termos muito mais dinheiro disponível que agora.
Eu já fiz contas e conclui que dificilmente teriamos recursos para pagar e manter dois contra-torpedeiro modernos. Manutenção a 10% do custo, serviço da dívida contraida para comprar os navios modernizações de meia-vida e planos para a sua subsituição, tornam a ideia extraordiariamente complicada de implementar.

Reedificar uma industria ?

O máximo que podemos fazer, é concentrar esforços num ou dois campos. Não adianta tentar reconstruir uma industria militar do nada.
Este é neste momento o principal problema europeu. Todos sabem que a especialização é a unica saida se a Europa quiser sair desta trapalhada com cabeça.

Mas a mentalidade que aqui nos trás, é um fator que torna a cooperação europeia extraordinariamente difícil.

Depois, a sua solução passa por produtos americanos...
Temos que nos habituar a outro tipo de projetos.
Depois de Trump, não vai vir ninguém para por a casa em ordem.

O Bush, o Obama e o Biden, todos disseram que a mamata ía acabar. O Trump-2 apenas o disse de forma mais brutal.

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1898 em: Fevereiro 19, 2025, 10:53:36 pm »
Países da nossa dimensão, lembro-me de dois.  A Grécia, em termos europeus, as forças gregas servem para pouco.
As suas forças armadas são feitas para uma luta contra outro país da NATO e para defender o país de uma invasão.

A Finlandia, que tem a nossa dimensão económica (ainda que seja mais pequena em termos demográficos) a sua marinha, só para dar um exemplo tem oito navios patrulha, que todos somados, deslocam pouco mais que um (UM) NPO da classe Viana do Castelo. E é um país que mantém o SMO.

Em termos Europeus, as forças gregas valem bem mais que as nossas, apesar da prioridade deles ser o equilíbrio de forças com o país vizinho. Em qualquer caso, nós teríamos hoje dificuldade para enviar uma dúzia de F-16 para participar numa missão NATO, sem colocar em causa as missões do dia-a-dia desempenhadas por estas aeronaves. Os gregos destacam o dobro das aeronaves, e ainda lhes sobra uma grande quantidade de aeronaves de combate.

A Finlândia pode não ter uma grandiosa marinha como a nossa, mas mesmo assim, quando entrarem ao serviço as 4 corvetas de 4300 toneladas, estarão muito melhor em termos de combatentes de superfície do que nós.
O que eles não gastam na Marinha, gastam nos outros ramos que para eles são prioritários.
No exército têm cerca de 8 vezes mais CCs do que nós, 200 IFVs, centenas de blindados de vários tipos, 8 baterias NASAMS, dezenas de MLRS, e tantas outras coisas que nós nem sonhamos.
Na força aérea possuem quase o triplo de caças.

Se queremos comparar com a Finlândia, comparemos tudo, não apenas a Marinha porque convém. A realidade, mais uma vez, é que é possível ter FA minimamente equilibradas e coesas.

Essa conversa das "fragatas custarem 10% do seu valor em manutenção" não cola, as contas estão certamente mal feitas. Uma fragata de 1000 milhões custar 100 milhões em manutenção, é completamente descabido.

Citar
Today, a littoral combat ship costs about $70 million annually to operate, according to a calculation of budget data obtained by Defense News. The Navy disputed this number, saying it is closer to $50 million. In comparison, the cost of operating an Arleigh Burke-class destroyer — a much more mature and established design program — runs around $81 million.

Portanto essa narrativa que Portugal não aguenta com 4 ou 5 fragatas modernas, não cola. Além disso, se a manutenção continuar a ser feita em casa, acaba por ser despesa com retorno.

A minha solução passa por fazer o que for necessário para ter uma capacidade defensiva/ofensiva decente, tanto na perspectiva da defesa nacional, como no apoio à NATO.
Em alguns casos será invariavelmente material americano, pois no caso específico justifica-se, noutros será material europeu, noutros poderá ser doutras origens.

Quanto à indústria, ter uma indústria de Defesa, nunca seria para dar cartas em todos os sectores, mas sim encontrar os nichos onde temos potencial. Na construção naval, no fabrico de drones, produção de munições, etc. Ninguém está a falar de começar a desenvolver carros de combate, nem nada do género. Passa sim por colocar Portugal no mapa como parte das indústrias de Defesa europeias, e como uma opção para abrir fábricas de empresas de defesa europeias (e não só) no país.
 

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Fil53

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1899 em: Fevereiro 20, 2025, 11:06:21 am »
Citação de: Mentat
Não diria obsoletas.
Diria antes que, tal como mencionas, há que repensar o papel de certas plataformas em determinados cenários.
Há que aceitar que a realidade do combate contemporâneo é muito diferente do que era há uns 25/30 anos e, no caso em concreto desta guerra na Ucrânia, perceber que tem especificidades muito próprias. E lições generalistas que até um cego consegue ver.

Pois ... O problema é que neste momento tudo está em causa. E de todas as possíveis compras, aquela que aparenta ter mais buracos na argumentação em sua defesa é exatamente o F-35.

Eu vejo o F-35 como uma espécie de cereja no topo do bolo, depois de termos uma capacidade de defesa clara, que será complementada pelos F-35.
A realidade é que não vejo nada de nada quanto a sistemas de defesa antiaérea e defesa antimíssil.

As nossas cidades não possuem qualquer defesa por mínima que seja. Nada de nada.
Mesmo em termos psicológicos para a população isso seria importante, mas parece que querem comprar a cereja e se esqueceram do bolo.


Todas as análises sobre operar dois tipos de avião de caça ao mesmo tempo, são curiosidades, porquanto quanto menor for o numero de aeronaves, menor será o periodo de tempo em que dois caças estarão operacionais ao mesmo tempo.
E seja qual for o avião que vier substituir o F-16AM, essa adaptação terá sempre que ser implementada.

O problema nem sequer é a aeronave em si. São todos os fatores à sua volta que transformam a aquisição em qualquer coisa de muito pouco vantajosa para a defesa nacional.

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Parece que já há novidades relativamente á defesa aérea!
https://eco.sapo.pt/2025/02/19/portugal-adere-a-iniciativa-para-o-escudo-antimissil-europeu/
 

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saabGripen

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1900 em: Fevereiro 20, 2025, 12:12:42 pm »

Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?
Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

Mandava mais depressa STs.

Isso é fazer futurologia ...
Se a FAP tivesse F-35 provavelmente estariam nos Estados Bálticos, em vez dos F-16A
Os Super Tucano nunca teriam qualquer papel nesse tipo de cenário, a não ser que fosse para os russos fazerem tiro ao alvo.

Convido-te a re-pensares.

Num cenário de manutenção de paz não se faz tiro ao alvo.
Faz-se vigilancia.

E um ST faz isso mais barato que um F-35.

A tua intervenção teve a agravante de levar o sivispacem a fazer uma piada.

Isso é como desencaminhar um menor.
 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1901 em: Fevereiro 20, 2025, 12:17:46 pm »
Citar
Convido-te a re-pensares.

Num cenário de manutenção de paz não se faz tiro ao alvo.
Faz-se vigilancia.

E um ST faz isso mais barato que um F-35.
A tua intervenção teve a agravante de levar o sivispacem a fazer uma piada.
Isso é como desencaminhar um menor.

Eu costumo pensar e repensar antes de responder a um comentário, o que evidentemente não parece ser norma ...  ::)
Ler o que está escrito também é uma vantagem.
O que eu disse, utilizando uma figura de estilo chamada sarcasmo, foi afirmar que o Super Tucano não serve para mais nada que não seja ser alvo, num cenário onde existe a possibilidade de recontros.

Também aconselho a ver o que fazem os F-16. Não deixa de ser engraçado ver um Super Tucano a interceptar um MiG-29 ou um Su-35...  ::)
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1902 em: Fevereiro 20, 2025, 12:38:39 pm »
Citar
Convido-te a re-pensares.

Num cenário de manutenção de paz não se faz tiro ao alvo.
Faz-se vigilancia.

E um ST faz isso mais barato que um F-35.
A tua intervenção teve a agravante de levar o sivispacem a fazer uma piada.
Isso é como desencaminhar um menor.

Eu costumo pensar e repensar antes de responder a um comentário, o que evidentemente não parece ser norma ...  ::)
Ler o que está escrito também é uma vantagem.
O que eu disse, utilizando uma figura de estilo chamada sarcasmo, foi afirmar que o Super Tucano não serve para mais nada que não seja ser alvo, num cenário onde existe a possibilidade de recontros.

Também aconselho a ver o que fazem os F-16. Não deixa de ser engraçado ver um Super Tucano a interceptar um MiG-29 ou um Su-35...  ::)

Novamente convido-te a re-pensares.

Num cenario de manutenção de paz não há alvos nem intercepções.

Em princípio, se um aparelho é alvejado, a guerra começa novamente.

Mantenho o que disse.

Coitado do sivispacem a olhar para ti como inspiração.
 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1903 em: Fevereiro 20, 2025, 12:56:02 pm »

Se a FAP tivesse hoje F35, plenamente operacionais, mandava-os para participar numa força de manutenção de paz na Ukrânia?
Quantos?
Seria para operarem em Beast Mode como aqui se diz?

Mandava mais depressa STs.

Isso é fazer futurologia ...
Se a FAP tivesse F-35 provavelmente estariam nos Estados Bálticos, em vez dos F-16A
Os Super Tucano nunca teriam qualquer papel nesse tipo de cenário, a não ser que fosse para os russos fazerem tiro ao alvo.

Convido-te a re-pensares.

Num cenário de manutenção de paz não se faz tiro ao alvo.
Faz-se vigilancia.

E um ST faz isso mais barato que um F-35.

A tua intervenção teve a agravante de levar o sivispacem a fazer uma piada.

Isso é como desencaminhar um menor.


Fiz uma piada, pois foi. Mas não é preciso nenhum mérito especial, quando a qualidade e quantidade dos dislates que sem cessar profere a isso se proporcionam.

E por falar em repensar: o ST faz vigilància a custos muito inferiores ao F-35, La Palisse não o diria melhor. E eu acrescento, no mesmo espírito, que um drone também faz isso a custos e riscos muito menores que um ST.
De nada!
« Última modificação: Fevereiro 20, 2025, 12:57:23 pm por sivispacem »
Cumprimentos,
 

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sivispacem

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #1904 em: Fevereiro 20, 2025, 12:59:31 pm »
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Convido-te a re-pensares.

Num cenário de manutenção de paz não se faz tiro ao alvo.
Faz-se vigilancia.

E um ST faz isso mais barato que um F-35.
A tua intervenção teve a agravante de levar o sivispacem a fazer uma piada.
Isso é como desencaminhar um menor.

Eu costumo pensar e repensar antes de responder a um comentário, o que evidentemente não parece ser norma ...  ::)
Ler o que está escrito também é uma vantagem.
O que eu disse, utilizando uma figura de estilo chamada sarcasmo, foi afirmar que o Super Tucano não serve para mais nada que não seja ser alvo, num cenário onde existe a possibilidade de recontros.

Também aconselho a ver o que fazem os F-16. Não deixa de ser engraçado ver um Super Tucano a interceptar um MiG-29 ou um Su-35...  ::)

Novamente convido-te a re-pensares.

Num cenario de manutenção de paz não há alvos nem intercepções.

Em princípio, se um aparelho é alvejado, a guerra começa novamente.

Mantenho o que disse.

Coitado do sivispacem a olhar para ti como inspiração.

Mais um equívoco seu. A inspiração foi sua, é só ler.....
Cumprimentos,