Quem disse isso foi o dc, não foram outros. Que pais NATO é que quer invadir Portugal? A Espanha?
Vai lá ler atrás, se não foi o Lampuka que insinuou isso.
Uma coisa é verdade, ninguém pode ter a certeza sobre algo que ainda não aconteceu, e mesmo numa situação de artigo 5, não podemos adivinhar como é que cada um dos paises da NATO se vai querer envolver.
Pois não, e dada essa imprevisibilidade do mundo, é que convém termos umas FA minimamente decentes, "para o caso de". O outro membro na discussão, é que começa a desconversar com "quais aliados" e por aí fora.
Então o cenário é uma guerra em larga escala Portugal - Marrocos em que eles ocupam a Madeira e a NATO a única coisa que faz é defender os Açores? É mais ou menos esse o cenário?...
Assim teriamos um conflito mais com meios aereos e navais, não estou a dizer que vinha logo a correr as marinhas de todos os paises NATO e os US Marines recuperar a Madeira, mas sim teriamos uma situação de artigo 5, e penso que varios paises aliados podiam ajudar.
Ou é um desembarque anfíbio no Algarve?
São dois cenários diferentes. O dos Açores, estava a dizer numa óptica de uma guerra à larga escala/mundial (China vs EUA e tudo o que daí viesse), onde a prioridade dos aliados, seria manter sob controlo da NATO, as Lajes, para que não caíssem na mão dos russos ou qualquer outro aliado deles.
No caso da Madeira (cenário dois), é um daqueles casos em que não sabemos o nível de ambiguidade que a NATO pudesse ter. Podemos falar de Marrocos, de Espanha, do Pai Natal, a realidade é que, nós próprios (Governo e não só) não queremos saber de defender aquilo, e é arrogante achar que, caso alguém cobice o arquipélago, vem a malta toda (NATO) a correr para salvar aqui o tuga que se desleixou para a Defesa.
É uma suposição? É, até porque não sabemos o dia de amanhã, nem como estarão os países à nossa volta. O que se sabe, é que um conflito à larga escala, e com consequências imprevisíveis, poderá acontecer nos próximos anos, que pode ser ou não nuclear, que pode ser ou não limitado ao Pacífico. Com isto, a prioridade dos estados membros, não será vir defender uma parcela de território de valor estratégico relativamente reduzido (no grande esquema das coisas), se estiverem preocupados a aguentar a Rússia no lado Leste.
Podemos também, perante a ameaça russa, e não olhar para uma perspectiva de invasão do nosso território, mas do nosso papel num conflito. E aqui, é só ver que nós não investimos nada na Defesa, temos lacunas gritantes, e a NATO não vai conseguir (por não ter meios para tudo), compensar o nosso desleixo (exemplo, assegurar, com baterias AA, a defesa de pontos estratégicos nacionais, que poderiam ser alvos de ataques russos). Mais uma vez, neste cenário, a prioridade seria dada à defesa dos Açores, ficando Portugal continental entregue àquilo que os espanhóis pudessem desenrascar.
O que é que outros contribuem assim de tão incomparável? Só estou a ver os battlegroups da NATO.
A qualidade, quantidade e capacidade dos meios. Enviam forças completas, e não dependentes de "boleias". Financiam programas conjuntos. Participam em exercícios de grandes dimensões.
Podemos resumir que, nós contribuímos, para "mostrar presença" tendo muitas vezes forças em destacamentos, que mais parecem carne para canhão, do que propriamente uma força com real potencial de combate.
E a economia não é soberania? Ou comprar tudo a empresas americanas, alemãs, francesas, é que é?
Economia é soberania. O que não é soberania, é comprar meios militares que não servem os interesses nacionais, para justificar um falso/minúsculo retorno. Não vejo esse argumento, quando se pede para abrir fábricas de munições em Portugal, ou para se investir no fabrico de drones nacionais, e preferencialmente mais militarizados do que os actuais. Ou que tal a história do Alfeite? É que todo ou quase todo o investimento no Alfeite, teria retorno. Agora imagina ter um orçamento anual para manutenção dos navios da Marinha, contratada ao Alfeite, de 100 milhões/ano (exemplo, mas penso que o valor considerado necessário era próximo disto), a maioria deste valor continuava em Portugal. Agora imagina, ao mesmo tempo, mandar construir as cerca de 15 lanchas de fiscalização costeira/rápidas que a Marinha pretende, também no Alfeite. Agora compara o retorno disto tudo, vs o retorno do programazinho do ST, onde poderás gastar 200 milhões, para ter um retorno de, quem sabe, 10%, sendo que aqueles planos megalómanos da Embraer, até ao momento, não passam de sonhos molhados.
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A modernização dos F-16 não é também realizada em Portugal? Aí não falam em retorno, tal como não falam em aumentar o número destes, apesar de tal ideia criar postos de trabalho, retorno, e ainda uma considerável melhoria das capacidades de combate das FA. Agora imaginem ter capacidade, não só disto, mas de converter para V, e imaginem esta capacidade, aplicada a possíveis clientes internacionais, do Leste da Europa, África, MO, América do Sul...
Como vemos, a questão da economia, só vale quando convém.
Snacks é por exemplo podem vir a Beja ou Monte Real fazer uns exercicios.
Isso fazem todos os países. A realidade é que numa missão ou destacamento, nós não levamos mais do que é o mínimo necessário. Como tal, não levamos "snacks" para as missões. Nas Cimeiras então, aparecemos, mentimos, acenamos com a cabeça a fingir que sim, e no fim pedimos financiamento.