Não. Capelinhas e interesses, que em Portugal são mais que muitos. Aparentemente só agora com o Kc e ST muitos acordaram, antes com as preferências da FAP pela Leonardo, apesar das confusões dos Merlin, que obviamente têm também a ver com o fabricante. O Exercito continua com a panca do Nh90, que até em maquetes da marinha aparece. Razão tinha o General Galba quando dizia "Na Lusitânia existe um povo que não se governa nem se deixa governar".
É preciso diferenciar as situações. Antes podiam dizer que havia "lobby" da LM em Portugal. Mas a questão que se faz é, que alternativa havia ao F-16, P-3 e C-130, dentro do dinheiro que tínhamos?
Com a Leonardo é semelhante, existindo dois principais fabricantes de helicópteros de várias gamas: Airbus e Leonardo. E já tendo helicópteros de um fabricante, poderia haver vantagens em adquirir mais modelos do mesmo. No entanto, não é por isso que deixam de haver preferências por UH-60, ou que se aceite plenamente uns EC-635 ou H160.
No caso dos produtos Embraer, o lobby é muito mais sério porque vai-se comprar produtos sem qualquer concurso, a preços exorbitantes (estamos a pagar por KC-390 quase o mesmo que pagaríamos por A-400M, custando os nossos KC ~110 milhões/unidade, comparativamente aos 130/140 do A-400), e o mesmo vai ser feito com os ST, mais caro que o concorrente directo, e para o qual se inventou uma pseudo-missão em África para tentar justificar a escolha do modelo em causa (sabendo desde logo que helicópteros serviriam perfeitamente para tal missão, e são muito mais versáteis).
À compra do KC, acrescenta-se que é feita com uma pressa dos diabos, na mesma altura em que se vão receber os C-130 modernizados. Efectivamente, poderíamos adquirir os KC mais tarde, na altura em que os C-130 fossem realmente tirados ao serviço, ou então adquirir um número mais reduzido de KCs (3), já que durante pelo menos 5 anos, irão operar em conjunto com os C's.
A agravar isto tudo, ainda se fala no 6º KC, em que ainda se vai é utilizar a pseudo-desculpa de "reabastecedor para a NATO", para o comprar, ignorando por completo a hipótese muito mais racional, e barata, de simplesmente adquirir mais sistemas de abastecimento para a restante frota.
