Não resolve o problema a não ser que os VLS estejam separados fisicamente. Se nãoestiverem vão ter sempre limitações físicas ao seu disparo. Se tivers 30 segs de aviso tanto faz ter 128 ESSMs ou 20. Só vais conseguir disparar aproximadamente um por segundo. Vais ter 20 ESSM disparados e se isso não for suficiente. vais ter 108 lindos misseis a decorar o leito oceânico.
As fragatas francesas não têm nem de perto esse número de mísseis, e se aguentaram 15 minutos contra mísseis hipersónicos, claramente a fragilidade não foi o tempo de resposta, mas sim a falta de mísseis para aguentarem mais tempo. Facilmente conseguem-se arranjar cenários catastróficos para provar que o meio X não aguenta tempo Y no cenário Z. Se em todos os exercícios se considerasse obsoleto um sistema, porque não conseguiu aguentar porrada intensiva num contexto específico, então estávamos tramados. Por exemplo, um submarino nuclear não presta para nada, porque basta uma mina marítima para o dito ser destruído. Conclusão: submarino nuclear é obsoleto?
É por isso que a forma de emprego dos meios é tão importante.
Ainda ninguém pensou que a Damen conseguiu um desenho tão rápido porque partiu dos desenhos dos crossovers. Aquela área de missão do PNM não vos lembra nada? Talvez o X-Deck dos crossovers?
Então mas desde quando é que, lá porque um estaleiro usou
um atributo de um design anterior, num design novo, que o design novo e o anterior são a mesma coisa? As fragatas Vasco da Gama usam o lançador Mk-29, os Nimitz também, logo, as VdG e os Nimitz são o mesmo tipo de navio.

Então, vejamos lá quão parecidos são os dois projectos da Damen:


Conclusão, o MPSS e o Crossover são conceitos distintos, tanto em termos da sua concepção, como de uso, que utilizam algumas soluções similares entre si, e outras tantas bastante diferentes.
O que ele disse foi isto.
“No futuro, não muito longínquo, serão navios mistos, com alguma capacidade anfíbia, com uma robusta defesa próxima, portadores/transportadores de armas de longo alcance e de um núcleo variado de drones”.
Agora é comparar isso com o que dizem que ele disse por aqui.
Calma, que ele não disse apenas isso.
"É o primeiro navio que vai ser desenhado de raiz com um conceito totalmente revolucionário, em que pretendemos envolver a indústria portuguesa, a academia portuguesa e a ciência que se faz em Portugal para podermos desenvolver no futuro navios do mesmo tipo, mais evoluídos, que possam vir a substituir as fragatas e outras necessidades que temos", explicou.
https://www.tsf.pt/portugal/politica/um-navio-que-pode-ser-o-futuro-da-marinha-portuguesa-14874739.html/Agora é comparar o que ele disse, com o que ele disse, com o que ele disse, e com o que ele... deixou subentendido quando disse o que disse.
O que quer ele dizer com "robusta defesa próxima" e com "portadores/transportadores de armas de longo alcance" não sei. Até porque da mesma forma que a "complexidade" em Portugal é um conceito bem diferente do que se faz lá fora, o mesmo poderá ser relativamente à ideia de "robusta", aos "portadores/transportadores" e ao "longo alcance". Para nós, um Harpoon se calhar é de longo alcance, para outros um Harpoon é, no máximo, de médio alcance. Tanto quanto sabemos segue um pouco a lógica do KC ser uma aeronave de transporte estratégico.
Os drones aéreos conseguem ser detetados a uma distância muitissimo superior que os de superfície e são mais fáceis de eliminar.
Depende do tipo de drone, dimensão, distância relativamente ao navio, design minimamente furtivo ou não, altitude de voo, etc, e também depende do navio. Uma fragata VdG tem, neste momento, mais capacidade de abater um drone de superfície a 20km de distância, do que abater um drone aéreo a essa mesma distância*. Como? A VdG pode sempre enviar um Lynx com a metralhadora, e tentar abater a ameaça de superfície, já para um drone aéreo, os Sea Sparrow não chegam lá, e o navio não possui mais nada para esse fim. Para detectar os drones de superfície, podem usar soluções já disponíveis e de baixo custo, como drones nacionais VTOL (AR3, OGS42V ou VTOne) mais o helicóptero embarcado. Um navio "munido" dos meios aéreos necessários para detectar e destruir drones de superfície, é uma plataforma minimamente eficaz para enfrentar esta ameaça, e claro, o navio deve ter sempre um "plano B" caso algum drone passe por esta primeira camada.
*o drone aéreo a esta distância, pode fazer mais estragos a "olhar" do que se tiver uma carga explosiva e se atirar ao navio adversário. Isto de conseguir detectar a posição do navio/frota, e passar as coordenadas para outros meios (navios, submarinos, artilharia de foguetes, artilharia costeira, unidades mísseis de cruzeiro e balísticos, aeronaves tripuladas e não tripuladas), é que terá muito mais influência na guerra naval.
Não só isso mas têm limites à sua autonomia e carga explosiva enquanto que um drone de superfície poderá ser colocado em standby à espera dos navios com uma ogiva muito maior.
Obviamente que ambas as opções têm vantagens e desvantagens.
E se os drones de superfície não são bons em alto mar a questão que foi levantada de drones serem spotters para artilharia costeira também não servem para ser aplicadas em alto mar.
Hãn? O drone aéreo pode operar relativamente longe da sua base em terra, percorre a distância mais depressa, e não está dependente do estado do mar. A isto acresce a vantagem de que o drone aéreo consegue detectar visualmente (nem estamos a contabilizar com possíveis radares) os navios a uma distância maior, e consequentemente consegue "controlar" uma área muito maior.
Além disso um drone de superfície com um laser designator fazia o mesmo trabalho.
Pois, vamos só ignorar o facto de que uma lancha não tripulada tem um horizonte visual muito limitado, enquanto que um drone aéreo consegue, pela sua altitude de voo, detectar navios a distâncias consideravelmente maiores. Nem sequer foi mencionado laser, mas mesmo que fosse, certamente não será fácil usar uma pequena embarcação de perfil reduzido, para apontar o laser (mesmo que estabilizado) com constantes vagas a interromper o processo.