Olha, as vezes que eu já falei nas Mogami... mas como agora fui promovido a advogado do CEMA, já não posso concordar consigo.
Ganhavamos no custo, o Japão planeia construir duas da nova versão das Mogami por menos de 1MM€. O Japão, terceiro maior construtor naval do mundo, está aberto à exportação inclusive de tecnologia, seria um incremento gigantesco para a nossa metalurgia. Navios de 140m especializados em ASW, com as novas a serem bem melhor equipadas para luta AA, que operam com 90 militares.
O problema é que eu acho que a Ucrânia está a fazer verdadeiros milagres com drones, inclusivé navais, logo não posso defender fragatas para Portugal...
As Mogami já foram defendidas várias vezes aqui, e representam uma solução interessantíssima. O facto do Bubas necessitar de se fazer de vítima, ao invés de dar a sua opinião, demonstra bem que que no fundo, é uma questão de ego, de se fazer de "coitadinho de mim, que estou a ser responsabilizado pelo que digo".
O problema, é que o Bubas é arrogante até dizer chega, em vez de ter uma ponta de humildade de confessar que de facto não estão a decorrer milagres na Ucrânia, e sim que a Ucrânia está a desenrascar-se com o que tem (e que a Rússia tem demonstrado muita incompetência a vários níveis), prefere reforçar e forçar a narrativa dos "milagres".
Volto a dizer, utilizar uma munição X, para atingir alvo Y, não é nenhum milagre. Milagre, é se um gajo com uma pistola de 9mm, desse um tiro de sorte e abatesse um Su-25, isso sim era um milagre.
Agora usar vários USV e alguns eventualmente atingirem um alvo, não é milagre nenhum.
Quanto à fragata grega, muito provavelmente é uma consequência de vários factores. Desde falta de preparação da guarnição, ao desfasamento tecnológico do navio, à multitude de ameaças (UAVs, foguetes, mísseis anti-navio, de cruzeiro e balísticos), a outros factores específicos associados ao ambiente em que se combate (como a questão das temperaturas).
A conclusão a que se chega, é que são necessários mais navios para as diversas Marinhas, tanto em termos de combatentes de primeira linha, como combatentes de segunda linha, e também é necessário elevar o grau tecnológico dos mesmos. É preciso também enviar mais do que um navio para esta missão, para ter capacidade de rotação, que permita a guarnição (e o próprio navio) descansar e reparar o que for necessário, ao mesmo tempo que o segundo navio cumpre a missão.
Também me parece que os navios actuais, pelas suas dimensões e capacidades reduzidas, deveriam idealmente ser empregues aos pares, com um navio maior (fragata) e um mais pequeno (corveta/OPV musculado), havendo uma divisão de tarefas entre os dois (anti-míssil/BMD por um, C-UAS do outro).
O que fica à vista, é que não vai dar para inventar com futuras fragatas, com navios mais pequenos, baratos e desarmados (como as chefias falam), e vai ser preciso aumentar capacidades, e que os navios mais pequenos comecem a "carregar o seu próprio peso", porque quem tem poucas fragatas, não pode ter 70% da Marinha desarmada.