As absurdas teorias conspirativas, são naturalmente concebidas de forma a poderem ser aceites por um grande número de pessoas, especialmente aquelas que querem ser convencidas ou que já estão convencidas e apenas procuram desesperadamente alguma fonte que confirme as suas crenças religiosas.
Qualquer coisa serve, ainda que, as principais razões técnicas que tornam a sua tese impossível de provar sejam convenientemente esquecidas.
É evidente que não é possível convencer estes pacientes.
É a mesma coisa que convencer aquele americano imbecil chamado Alex Jones vendedor de fransquinhos de iodo, de que o Obama não é árabe, ou de que as companhias aéreas de todo o mundo, não estão envolvidas numa conspiração espantosa para envenenar o mundo.
Os negadores da chegada do homem à lua, têm no entanto argumentos um pouco mais convicentes que o camarada mafarrico...
Mas isto não é uma delegação do Julio de Matos...
Não temos solução para o problema por estes lados.
Afirmar que a imprensa dos malvados cães ocidentais é toda mentirosa e que a Sagrada Russia Gloriosa, tem uma imprensa isenta e de grande qualidade e referência, já não é uma afirmação vazia de qualquer sentido, é já resultado de um problema de saúde grave, quando os próprios jornalistas das emissoras se demitem por já não aguentarem tante pouca vergonha, ou quando o Kremlin ordena a censura a uma entrevista da BBC em lingua russa.
Não podemos ser santinhos ao ponto de achar que os americanos, britânicos franceses e ucranianos só dizem verdades. É sempre uma questão de probabilidade.
A probabilidade de a BBC dizer uma mentira, é diretamente proporcional à possibilidade de a Russia Today dizer uma verdade sobre o conflito ucraniano.
E é possível que nos últimos meses a Russia Today, no meio das centenas de materias que produziu tenha alguma que não seja uma mentira entretanto demonstrada.
É importante lembrar no entanto, algo que algumas pessoas parecem esquecer ou desconhecer.
Mesmo um observador no terreno que não tenha conhecimento de como é que está construida a ogiva explosiva de um míssil anti-aéreo, pode concluir que uma placa de metal foi perfurada por balas.
Isto já sem contar com o fato de as leis da física já terem provado que é impossível a um avião de asa curta e velocidade reduzida, manter-se no ar a 10km de altitude, e que a 5km de altura teria que disparar com os seus canhões contra um avião a pelo menos 6km, o que levaria a ter que assumir uma posição que levaria o avião a entrar em perda (stall) em segundos, caindo depois como uma pedra.
Uma ogiva de alto explosivo não rebenta com o avião por causa da força da explosão. O que destroi o alvo não é a explosão, mas sim os milhares de estilhaços que podem fazer parte de uma ogiva metálica pre-fragmentada (há outros sistemas) que se estilhaça, enviando expelindo projeteis em todas as direções a uma velocidade superior à de balas.