A questão de Portugal ser o país com maior numero de meios aereos por km2 não deve ser bem verdade, basta ver o numero máximo de aeronaves que estavam a atuar nos dias de maiores incêndios este verão. Outro facto importante é saber se os meios aereos contratados que compõem o DECIF são os mais adequados ao tipo de incêndios que assolam o nosso país, grande parte das aeronaves são helicopteros ligeiros que operam com bambi buckets de 800 a 900l o que para fogos de grandes dimensões a sua eficacia é manifestamente reduzida. Portugal deve ser um dos países que mais arde anualmente e que dispõe somente de um pequeno numero de aeronaves pesadas para combate a incendios, a titulo de exemplo em França chegam a actuar 3 parelhas de canadairs em simultâneo num unico incendio evitando assim que os incêndios tomem grandes proporções, aqui em é o deixa arder e depois admiram se que hajam incendios a durar mais de uma semana como aconteceu este verão. Enfim tapa se os olhos do povo.
A maior parte dos números são públicos, é fazer uma pesquisa e os cálculos.
Tivemos praticamente 80 meios aéreos a operar na altura de maior risco, num país relativamente pequeno, é uma enormidade.
Há obviamente um ponto a partir do qual certos meios se tornam inúteis, porque não conseguem operar. A maioria dos incêndios ocorreu numa parte concentrada do território, com grande produção de fumo e condições de voo difícil, obviamente que não se iria ver dezenas de aeronaves a voar erraticamente na mesma zona.
Por isso, é que há duas semanas tivemos um helicóptero francês, um ou dois FB suecos e mais uns Canadair Gregos a "operar" e os dois FB do Algarve estiveram sempre parqueados no sua base de Alvor.
Os meios aéreos não extinguem incêndios, principalmente de grande dimensão e tem muitas limitações de operação. São úteis, mas com conta, peso e medida.
Não há uma correlação direita entre o número de aeronaves e a eficácia de combate. Às vezes, meios a mais só atrapalham.