Todos os investimentos na defesa têm hoje uma perspetiva, sempre que possível, de duplo uso.
Continua a treta do duplo uso. Neste momento a preocupação devia ser investir para dar às FA maior capacidade de combater, em vez de empatar aquisições por um critério inventado que não se vai aplicar a muitos dos sistemas que precisamos.
Os dez Super Tucanos que adquirimos por 200 milhões de euros, desse montante 70 milhões vão ser investidos em empresas portuguesas que vão fazer a conversão tecnológica do Tucano para o Super Tucano, que é a versão da NATO.
Deve haver lapso aqui, de Tucano para Super Tucano. Comprámos é Super Tucanos capados, que depois terão que ver instalados equipamentos NATO em Portugal.
Outro lapso... ou fuga para a verdade, é que originalmente eram 12 e agora fala em 10.
navio porta-drones Dom João...
, já há 14 países que o pretendem adquirir, e países de primeira linha da NATO.
Cheira-me a BS. 14 países é muita gente para estar interessada num projecto tão específico. Quanto muito existirão 14 paises à procura de porta-drones em geral, não do MPSS da Damen.
cada modernização de cada equipamento tem de assegurar retorno para a economia portuguesa.
Isto vai dar asneira. Vai haver casos em que compramos o meio que é pior tecnicamente, ou menos adequado às nossas necessidades, à pala de pseudo-contrapartidas. Vai haver casos em que um programa não avança porque não é realista haver reais retornos com determinados produtos.
Até que ponto iremos ver mais programas tipo ST, que assentam numa falácia de que vamos ter retorno através da exportação de um produto que não tem mercado.
Em relação à Força Aérea, há aeronaves que estão também já em fim de ciclo e que têm de ser substituídas. Um exemplo paradigmático são os F-16, mas há várias outras que têm que ser substituídas.
Vamos ver se não vai sair o tiro pela culatra à FAP, ao passar a ideia de que o F-16 está no fim de ciclo na esperança de conseguir financiamento para o salto geracional, e depois sai presenteada com um 4.5G que não quer e que nem faz sentido para médio/longo prazo.
Vamos querer reproduzir o modelo OGMA nos investimentos em indústrias, desde que as áreas sejam críticas e estratégicas. No que tem a ver com o Arsenal do Alfeite, o que tem que ser feito neste momento é assegurar que nós conseguimos os investimentos infraestruturais que permitam, para já na dimensão pública, o relançamento do arsenal para aquilo que são obrigações do século XXI.
Numa outra fase, porventura, pensar-se no que será o futuro do Arsenal do Alfeite, mas é uma fase que eu neste momento não considero.
Se havia um caso em que o "modelo OGMA" fazia sentido, era precisamente no Alfeite. O foco principal do AA é manutenção, tal como acontecia na OGMA, e fazia todo o sentido uma privatização parcial, para gerir melhor aquilo e ganhar capacidade de produção, e não apenas manutenção.
Estas afirmações do MDN, provavelmente indicam que futuras fragatas não serão construídas em Portugal, devido à lentidão de qualquer decisão referente ao AA, e ao facto da necessidade delas ser demasiado urgente para ficar à espera do estaleiro.
A oportunidade era agora, pegar num concurso de fragatas, e incluir modernização/privatização do AA no negócio, e construir os navios no estaleiro.