Atenção:
A Operação FELIX não está relacionada com os planos de Franco.
A Operação FELIX, determina quais as posições das forças alemãs na peninsula, e ordena a disposição do 39º Corpo de Exército, com a 3ª Div. SS «Totenkopf» destinada a Gibraltar, com forças de apoio, e designa a 16ª Div. Panzer como a unidade principal destinada a invadir Portugal, com o apoio de uma divisão de infantaria mecanizada a norte.
O plano de Franco é algo completamente diferente. Trata-se de um plano espanhol para a invasão.
Os espanhóis não tinham a capacidade dos alemães para efectuar um ataque blindado/mecanizado e embora tivessem em consideração a necessidade de rapidez, previam um avanço mais lento.
Podemos comparar a potencial invasão, como uma espécie de invasão da Albânia ou da Grécia pelos italianos em 1940.
A invasão espanhola foi igualmente considerada em 1939, logo a seguir ao fim da guerra civil, mas aí, por elementos mais extremistas que alegadamente pretendiam utilizar também as forças italianas que se encontravam em Espanha, para acabar o trabalho de unificar "La Patria Hispana".
Creio que também há algures no fórum um tópico sobre este tema e sobre as intenções dos falangistas, que pretendiam fazer algo como o Anschluss na Austria, absorvendo Portugal e tomando conta do Império português.
O plano era absurdo e os espanhóis não tinham como o levar a cabo.
Aqui tem muita importância a acção dos serviços secretos ingleses, ao subornar os militares espanhois.
Infelizmente também já ouvi das boas quando disse isto no forum e alguém me pediu enlaces...
Agora existe uma obra publicada que explica como foi feita toda a operação e como foram feitos os pagamentos.
Os generais pintaram a Franco uma imagem negra das capacidades espanholas e explicaram a Franco que não podiam garantir a segurança do norte, da costa da Cantábria à Galiza e que era segura a perda das Canárias.
Franco, tinha claramente ideias de invadir Portugal, há cada vez menos dúvidas sobre isso. Aliás ele foi o autor de um plano pormenorizado para vencer os portugueses em 72 horas.
Já se o exército espanhol teria capacidades para o fazer é outra coisa.
Análises inglesas, citadas por investigadores portugueses afirmam que o exército espanhol conseguia ser mais ineficiente que o português. A fonte dos ingleses eram os próprios oficiais superiores espanhóis, que forneciam informação sobre as verdadeiras capacidades espanholas.
Mas a análise é de 1942, altura em que o exército português atinge um nível de motorização que em vários aspectos é superior ao espanhol, porque é fornecido pelos aliados.
Os camiões que a Alemanha fornecia, por exemplo, chegavam a Espanha (e a Portugal também) sem pneus, porque eles não tinham borracha suficiente.
Portugal tinha que pedir pneus aos ingleses para colocar nos camiões alemães. Os espanhóis não tinham as mesmas facilidades.