As pessoas podem sonhar, conceber hipóteses e fazer conjunturas: tudo bem.
Mas não irá haver nenhum substituto para o Bérrio por duas razões lógicas e fundamentais. Isto se quisermos olhar para o problema de forma realista e objectiva:
a primeira é que não há qualquer vontade política para o fazer e a segunda pura e simplesmente não existe no mercado uma possibilidade em segunda-mão que esteja em condições de ser adquirida e durar mais 20 ou 25 anos. Ainda por cima gastando só 20 milhões. Ora os nossos amadores decisores politicos e militares sabem perfeitamente disso.
A única credível foi o navio holandês Amsterdam que foi seguramente "oferecido" a Portugal. Só que provavelmente queriam-no de "borla" ou simplesmente o recusaram, antes de ser vendido ao Peru que se chegou à frente por ter a consciência que além de ser um excelente investimento, era uma oportunidade única e irrepetível.
Quanto a LPDs ainda pior. Se não conseguimos ter um reabastecedor quanto mais um navio anfíbio? Com tanto desinvestimento, a marinha perdeu de forma dolosa muita capacidade e "massa critica" ao nivel de pessoal para poder gerir e operar um LPD.
O caso do Siroco foi um exemplo notável. Apesar de nos ser oferecido por um preço baixíssimo e o navio estar em condições muito aceitáveis, chegada à hora da verdade e das decisões, as "perninhas" dos responsáveis da marinha começaram a tremer de medo por começarem a ter consciência de já não possuírem capacidade estrutural e de logistica (ou em bom português corrente: "pedalada") para operar um navio com aquelas caracteristicas. Daí sairem cá para fora aquelas desculpas esfarrapadas do EH101 e dos Leopard.
A actual capacidade da nossa marinha em absorver "novos" meios e capacidades, está limitada à compra de cascos de navios já abatidos e consequente reboque para Portugal para serem cá pintados e limpos por dentro.