Foi isso que voçe leu?
Eu que não sou militar e não percebo como cobardes chegam a almirantes, li o seguinte...
A renovação em curso (17 navios) foi planeada num contexto de paz. Agora em contexto de possibilidade de guerra, deve ser equacionado o facto de estarmos desfasados em termos de capacidades (atual marinha) e riscos.
Se isto não é um apelo, na medida do que lhe é permitido, ao reforço de capacidades de guerra, não sei o que é.
"Ora, esta é uma renovação de uma Marinha que foi planeada num determinado contexto. Estamos num contexto muito mais gravoso neste momento e em democracia é o poder político que decide essas coisas. Isso tem de ser equacionado em termos do risco de estarmos desfasados em termos de capacidades e perigos."
https://www.dn.pt/7223405403/gouveia-e-melo-se-a-europa-for-atacada-e-a-nato-nos-exigir-vamos-morrer-onde-tivermos-de-morrer-para-a-defender/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter
E depois isto é um processo contínuo de renovação e felizmente os governos perceberam a necessidade e na LPM estão vertidas as verbas necessárias. Ora, esta é uma renovação de uma Marinha que foi planeada num determinado contexto. Estamos num contexto muito mais gravoso neste momento e em democracia é o poder político que decide essas coisas. Isso tem de ser equacionado em termos do risco de estarmos desfasados em termos de capacidades e perigos.
Então, mas estão vertidas as verbas necessárias ou não?
Sendo que a Marinha tem o duplo uso...
Este é o modelo que defendemos, é a tal Marinha duplo uso. Faz tudo o que é militar e não militar com os mesmos meios e com as mesmas capacidades. O que é muito racional em termos económicos e é essa vantagem que andamos sempre a defender há muito tempo. Aliás, há um escritor inglês que diz que este tipo de Marinha, como a nossa, são as pós-modernas, porque as outras são as modernas à antiga, que têm cegueira seletiva. Quando vão para o mar, só veem cinzento. Só que no mar há todo o tipo de atores e todo o tipo de atividades. O mar não tem fronteiras, elas estavam muito separadas, agora estão muito unidas. A Federação Russa e outros países diferentes dizem o seguinte: para quem só vê cinzento, baralhamos as cores. Usamos a droga, a poluição, tudo o que puder afetar o outro Estado faz parte dos instrumentos de poder. Isso chama-se guerra híbrida. E quem tem Marinhas muito cinzentas não consegue perceber as ligações de todos estes fenómenos. E nós não. Nisso somos uns privilegiados. O nosso modelo é mesmo muito bom e mostramos na NATO e noutras operações que quando fazemos essas operações, porque temos esse modelo e porque estamos treinados a ver as outras coisas, conseguimos ver mais coisas que os outros não conseguem ver.
A conversa do duplo uso continua. Com especial destaque para a forma como considera as outras marinhas de incompetentes, por não terem sido feitas de raiz para serem Marinhas de Guerra Civis como a nossa... ou por terem muitas destas valências que incorporadas noutras entidades, como Guardas Costeiras, frotas auxiliares, etc. A isto acresce que em muitos outros países, de burros, com estas funções alocadas à autoridade mais adequada, têm mais capacidade logística, de combate à poluição, combate ao tráfico, fiscalização, vigilância, combate, etc, que a fantástica MGP.
Só por curiosidade, vamos comparar a Marinha de duplo uso Portuguesa, com a Marinha Holandesa que não é considerada como tal, que até tem uma GC:
-capacidade de combate? holandesa
-patrulha? holandesa
-logística? holandesa
-anfíbia? holandesa
-guerra de minas? holandesa
-combate à poluição? ela por ela
-apoio a submarinos? holandesa
-apoio a mergulhadores? holandesa
Ou seja, a nossa Marinha de duplo uso, não tem capacidade de duplo uso como outras marinhas que não são de duplo uso!
A modernização da Marinha de Guerra está a acompanhar as necessidades?
É claro que está a acompanhar.
Então, mas está a acompanhar ou não está?