Tragédia no Japão

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Jorge Pereira

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Tragédia no Japão
« em: Março 15, 2011, 01:00:00 am »
Para além do brutal terramoto e maremoto que sacudiu o Japão, este país enfrenta agora uma gravíssima ameaça nuclear. Que Deus os ajude a controlar a situação!

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Já na noite desta segunda-feira

Nova explosão na central de Fukushima

Uma nova explosão, a terceira, foi ouvida já na noite desta segunda-feira na central nuclear de Fukushima, no Japão, segundo relatam várias agências noticiosas.

A explosão terá ocorrido no reactor número dois e, minutos antes de se ouvir esta nova explosão, as autoridades japonesas reconheceram que podia haver danos no edifício de contenção do reactor dois.

O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, disse que esses “possíveis danos” seriam na estrutura que serve para refrigerar o reactor e que controla a pressão no interior do mesmo reactor.

Hoje, o director-geral da AIEA, Yukiya Amano, confirmou o pedido de ajuda do Japão, que apelou ao envio de uma equipa de especialistas. “Estamos a definir os detalhes”, adiantou o responsável da agência da ONU à AFP. A ajuda já tinha sido oferecida pouco após o sismo de sexta-feira que esteve na origem de duas explosões na central de Fukushima, a cerca de 250 quilómetros de Tóquio.

Amano adiantou que não é provável que este desastre venha a ter as dimensões do maior desastre nuclear de sempre, que ocorreu em Tchernobil, na Ucrânia, em 1986. Também a agência de segurança nuclear japonesa excluiu a hipótese de um acidente semelhante ao de Tchernobil na central de Fukushima, mas a Autoridade para a Segurança Nuclear Francesa (ASN) classificou o acidente na central japonesa no nível “5 ou 6” numa escala internacional cujo máximo é 7, a partir de informações fornecidas pelas autoridades japonesas. O presidente da agência francesa, André-Claude Lacoste, adiantou à Reuters que o nível 4 “é um nível grave” e sublinhou: “Creio que estaremos perante o nível 5, ou mesmo o nível 6”.

Já esta manhã tinha ocorrido uma nova explosão no reactor 3 da central de Fukushima, dois dias após outra explosão no reactor 1. Um terceiro reactor apresenta problemas de refrigeração, ainda que as autoridades japonesas tenham considerado “improvável” uma explosão nesse reactor 2, o terceiro em perigo na central.

A agência de segurança nuclear japonesa indicou que o rebentamento se ficou a dever a uma concentração de hidrogénio e as autoridades indicaram que o núcleo do reactor continua intacto e que os níveis de radiação permanecem abaixo dos limites legais.

A empresa responsável pela central, a Tokyo Electric Power (TEPCO), adiantou ser possível a fusão do núcleo de um dos reactores da central por ter descido o nível da água que cobre o combustível nuclear e permite controlar a temperatura. Se isso acontecer, haverá uma nova explosão e será libertado material radioactivo para a atmosfera. Para evitar o sobreaquecimento do núcleo, tem sido injectada água marinha no reactor 2, adiantaram as autoridades japonesas aos responsáveis da AIEA. Para além de apoio à agência da ONU, o Japão pediu aos EUA equipamento para fornecimento de água e outros recursos que ajudem a arrefecer o reactor.

O porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano, indicou que as possibilidades de fuga radioactiva após a explosão desta sexta-feira são “baixas”. Apesar disso, dezenas de milhares de pessoas já foram retiradas, nos últimos dias, da zona em volta da central nuclear. Pelo menos 22 pessoas estão a ser tratadas após exposição a radiações.

Após a explosão estavam desaparecidas sete pessoas, que entretanto já foram encontradas, relata a agência Jiji. Seis delas sofreram ferimentos.

Fonte

 








Entretanto, o Pentágono mandou retirar todos os navios militares que se encontravam perto de esta zona após detectarem radioactividade em militares. Entre estes estava o USS Ronald Reagan.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Jorge Pereira

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #1 em: Março 15, 2011, 06:16:48 pm »
Santo Deus!

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Novos problemas na central nuclear de Fukushima


União Europeia fala de “apocalipse” no Japão


O comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, qualificou o acidente nuclear no Japão como um “apocalipse” e adiantou que as autoridades locais terão perdido o controlo da situação na central nuclear de Fukushima I, onde já houve três explosões. O espaço aéreo em redor da central foi encerrado.

“Estamos a falar de apocalipse e creio que a palavra é particularmente bem escolhida”, disse Günther Oettinger esta terça-feira perante uma comissão do Parlamento Europeu em Bruxelas. “Tudo está praticamente fora de controlo”, adiantou, citado pela AFP. “Não excluo o pior nas horas mais próximas”.

Uma terceira explosão no reactor 2 da central nuclear de Fukushima I, e um incêndio no reactor 4 fizeram esta terça-feira subir de tom a crise nuclear no Japão. As autoridades admitem agora que os níveis de radioactividade poderão afectar a saúde humana. E a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) também já reconheceu que poderá haver danos no núcleo do reactor 2.

Yukiya Amano, director-geral da AIEA, disse em conferência de imprensa que há “possivelmente danos” no núcleo do reactor 2. “Deverão ser inferiores a cinco por cento”, adiantou, para depois salientar que a situação é “preocupante” mas será diferente da catástrofe nuclear que ocorreu em Tchernobil, na Ucrânia, em 1986. O responsável da AIEA disse que precisa de informação mais actualizada e detalhada sobre o que está a acontecer no Japão.

A agência da ONU para a energia atómica já tinha emitido um comunicado a referir que as explosões nos reactores 1 e 3 não danificaram os vasos de pressão primários (primeira camada de protecção do núcleo dos reactores). “Estão ambos intactos”. No entanto, a explosão de ontem no reactor 2 “pode ter afectado a integridade do seu vaso de pressão primário”, acrescenta.

A Autoridade de Segurança Nuclear francesa já tinha alertado para a possibilidade de danos neste sistema de contenção que é o mais importante para evitar uma fuga radioactiva. Adiantou ainda que o acidente nuclear em Fukushima I atingiu um nível de gravidade 6, numa escala de um a sete. "O fenómeno assumiu uma dimensão totalmente diferente da de ontem. É claro que chegámos ao nível 6", disse André-Claude Lacoste, citado pela AFP. Mas a Agência de Segurança Nuclear japonesa não confirma o nível de gravidade 6, fala antes de nível 4.

No perímetro de 30 quilómetros em torno da central as pessoas não podem sair de casa e foi estabelecida uma zona de exclusão aérea, mas apesar disso as autoridades japonesas informaram a ONU de que os níveis de radioactividade junto à central estão a baixar.

Problemas em quatro reactores

Uns após dos outros, os reactores da central Fukushima I, 250 quilómetros a Norte de Tóquio, enfrentam uma infernal série de avarias e acidentes desde o sismo e tsunami da passada sexta-feira. Dos seis reactores da central, quatro registam problemas graves.

Ontem à noite, o reactor 2 da central de Fukushima Daiichi foi o terceiro a registar uma explosão, aumentando os receios de uma fuga radioactiva descontrolada de larga escala. As barras de combustível, no núcleo do reactor, deixaram de estar totalmente cobertas por água durante pelo menos duas horas, o que levou a que aquecessem e que ocorresse uma explosão. A empresa proprietária da central, a Tepco, ordenou a evacuação do reactor 2, com excepção dos funcionários que estão a injectar água para tentar arrefecer o reactor.

Paralelamente, deflagrou um incêndio no reactor 4, o que faz "aumentar consideravelmente" os níveis de radiação, declarou o primeiro-ministro, Naoto Kan, numa mensagem televisiva. O incêndio manteve-se activo durante duas horas.

“Agora estamos a falar de níveis que poderão ter impacto na saúde humana”, indicou hoje em conferência de imprensa o vice-chefe de gabinete do primeiro-ministro, Yukio Edano, segundo o qual o reactor "não está, necessariamente, em condições estáveis".

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Re: Tragédia no Japão
« Responder #2 em: Março 15, 2011, 06:21:25 pm »
Os alemães andam um bocadinho às aranhas com isto. Deve ser a proximidade das eleições que lhes afecta o juízo. Parece que descobriram agora que o nuclear tem riscos. Ou se calhar estão à espera de tsunamis no Baltico...  :(
 

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Lusitano89

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #3 em: Março 15, 2011, 07:19:45 pm »
Indonésio sobrevive a dois tsunamis


O indonésio Zahrul Fuadi sobreviveu a dois tsunamis, um na sua terra natal, em Aceh, e outro na sexta-feira em Sendai, no Japão. O homem, de 39 anos, encontra-se entre os indonésios evacuados de Sendai, uma das zonas mais afectadas pelo gigantesco tsunami de sexta-feira.
«Sinto como se a minha família e eu tenhamos sido perseguidos por tsunamis de Aceh ao Japão», disse Zahrul, citado pelo site noticioso Kompas.com.

Quanto o tsunami atingiu Aceh a 26 de Dezembro de 2004, Zahrul e a sua família tiveram as sua vidas poupadas. «Depois do tremor de terra fugimos de mota o mais depressa possível e conseguimos», contou, acrescentando que a sua casa na aldeia de Simpang Mesr, em Banda Aceh, ficou completamente destruída.

Zahrul, um professor de engenharia na universidade de Syah Kuala University, e a sua família mudaram-se para Sendai no ano seguinte, depois de ter recebido uma bolsa para concluir um doutoramento ma Universidade de Tóquio.

«Vivi aqui durante seis anos e tinha planeado regressar a Aceh, mas como o destino quis, tive que enfrentar mais um gigantesco tremor de terra antes de regressar a casa», disse.

Quando o sismo de magnitude 9 abalou a costa nordeste do Japão, Zahrul estava a meio de uma apresentação no campus de Sendai.

«O abalo foi tão forte que toda a gente se escondeu debaixo das secretárias. Como continuou por mais de dois minutos, tive a certeza que o pior estava ainda para vir», contou.

«O tremor foi tão forte e parecido com o de Aceh que pensei eu um tsunami estava a caminho», continuou.

Zahrul e a sua família foram poupados proque o campus se situa a 15 quilómetros da costa, numa zona alta.

Apesar do que aconteceu, «eu e a minha família temos tanto a agradecer a Deus! Sobrevivemos a dois dos maiores desastres naturais da História», disse.

Lusa
 

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #4 em: Março 16, 2011, 10:12:49 am »
O tsunami no Japão varreu o cargueiro "Asia Symphony"  para cima do cais de Kamaishi City-Iwate.
Dimensões 97 x 17m
Peso bruto GT 6175 toneladas





Fonte :http://farinha-ferry.blogspot.com/

Um Abraço
God and the soldier all men adore
in time of trouble and no more
for when war is over and all things righted
God is neglected and the old soldiers slighted
 

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Lusitano89

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #5 em: Março 16, 2011, 06:42:44 pm »
Impacto económico pode ascender a 134,4 Mil Milhões de €€€


O devastador terramoto que abalou o Japão e a intensificação da consequente crise nuclear no país podem resultar numa perda até 200 mil milhões (cerca de 143,4 mil milhões de euros) para a terceira maior economia do mundo, mas o impacto global continua incerto cinco dias após o enorme tsunami que atingiu a costa nordeste japonesa.

Enquanto as autoridades locais procuram evitar uma catástrofe numa central nuclear a 240 quilómetros de Tóquio, os economistas contabilizam os danos do terramoto na construção, na produção económica e no consumo.

O desastre deve causar um grande prejuízo à produção japonesa nos próximos meses, mas os economistas alertam que pode haver uma desaceleração mais profunda se a escassez de energia for prolongada, atrasando ou até interrompendo a recuperação em forma de «V» que se seguiu ao terramoto de Kobe, em 1995.

A maioria acredita que o impacto económico directo será de 10 a 16 biliões de ienes (125 a 200 mil milhões), resultando numa contracção do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, mas o investimento na reconstrução do país deve gerar uma forte retoma no segundo semestre de 2011.

«O custo económico do desastre será grande», disseram economistas do JP Morgan. «Houve perdas substanciais de recursos económicos, e a actividade económica será impedida por danos em infraestruturas (como escassez de energia) nas próximas semanas ou nos próximos meses».

A Bolsa de Valores do Japão teve a pior série de dois dias desde a crise de 1987 na segunda e na terça-feira, perdendo 626 mil milhões, antes de recuperarem 5,7% nesta quarta-feira, com fundos de hedge cobrindo posições vendidas.

No entanto, os operadores continuaram nervosos, influenciados por cada novo acontecimento na central nuclear de Fukushima e alertas a sinais de empresas e seguradoras japonesas que podem vender grandes quantias de activos estrangeiros e repatriar fundos para cobrir os custos da crise nuclear, do tsunami e do terramoto.

Lusa
 

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #6 em: Março 16, 2011, 08:24:28 pm »
Europa aconselhada a controlar alimentos importados do Japão


As autoridades europeias recomendaram o controlo da radioatividade nos alimentos importados do Japão, onde a situação na central nuclear de Fukushima foi qualificada de «verdadeira catástrofe».

Um porta-voz da comissão europeia informou hoje que os Estados europeus foram aconselhados na terça-feira a procederem a controlos de radioatividade nos produtos alimentares provenientes do Japão.

A União Europeia deve ser de imediato informada caso sejam detetados níveis de contaminação radioativa superiores ao normal, precisou ainda o porta-voz, que revelou terem sido importadas em 2010 nove mil toneladas de frutas e legumes, e se referiu a uma «importação muito fraca» de produtos de pesca.

Em paralelo, o comissário europeu para a Energia, Gunther Oettinger, criticou o que definiu como uma atitude "pouco profissional" dos japoneses.
A forma como a crise está a ser gerida "e os meios improvisados com que trabalham os japoneses implicaram que corrigisse a grande opinião que tinha até ao momento sobre a competência dos engenheiros, da competência da técnica, da competência industrial, da perfeição e precisão" dos nipónicos.

Perante uma comissão do Parlamento Europeu, Oettinger também se referiu a "divergências" entre a companhia de eletricidade japonesa Tokyo Electric Power, que explora os reatores danificados pelo terramoto de sexta-feira, e o governo de Tóquio sobre a resposta que deve ser fornecida à crise.

Lusa
 

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #7 em: Março 17, 2011, 03:12:42 pm »
A Europa está absolutamente histérica com isto. Até tenho vergonha, sinceramente.
 

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #8 em: Março 17, 2011, 07:21:02 pm »
Portugal vai controlar entrada de alimentos vindos do Japão


A Direcção-geral da Saúde (DGS) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estão a trabalhar em conjunto a forma de controlar os alimentos provenientes do Japão, devido aos riscos de exposição à radioactividade.

A informação foi avançada pelo director-geral da Saúde, Francisco George, que se escusou, contudo, a adiantar mais pormenores, explicando que o assunto está a ser estudado e trabalhado com outras entidades nacionais, entre as quais a APA.

Numa nota informativa disponível no site da DGS relacionada com o acidente nuclear de Fukushima, no Japão, são especificadas as medidas de saúde pública que devem ser tomadas para reduzir a exposição da população à radiação ionizante.

No que respeita à exposição interna (ingestão e inalação), as recomendações são no sentido da «proibição do consumo de vegetais, leite e derivados produzidos em zonas onde tenha ocorrido deposição. Estes devem ser substituídos por produtos importados de locais não contaminados».

Esta medida segue as recomendações deixadas na quarta-feira por Bruxelas aos Estados europeus para controlarem a radioactividade nos alimentos importados do Japão, depois de a situação na central nuclear ter sido qualificada de «verdadeira catástrofe».

A União Europeia (UE) deve ser de imediato informada caso sejam detectados níveis de contaminação radioactiva superiores ao normal, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia, revelando que em 2010 foram importadas nove mil toneladas de frutas e legumes.

Para as populações que venham a ser expostas à pluma radioactiva, a DGS recomenda a administração de iodo estável (não radioactivo) sob a forma de comprimidos de iodeto de potássio, uma medida que tem sido largamente aplicada no Japão, até porque a existência destes comprimidos faz parte do planeamento de emergência de uma central nuclear.

A explicação é dada pela DGS: o corpo humano utiliza iodo nas suas funções fisiológicas e este elemento é absorvido pela tiroide, que o utiliza para produzir hormonas.

O objectivo da administração de comprimidos de iodeto de potássio é saturar a tiróide para que ela deixe temporariamente de absorver iodo, impedindo desta forma a acumulação de iodo radioactivo no organismo, durante a exposição à pluma radioactiva.

Os dados recolhidos durante o acidente de Chernobyl demonstraram que o iodo radioactivo representou o maior impacto na população, tendo sido diagnosticados mais de cinco mil casos de cancro da tiróide só na população com menos de 18 anos.

Lusa
 

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #9 em: Março 18, 2011, 12:45:45 pm »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #10 em: Março 18, 2011, 12:46:27 pm »
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Danger of Spent Fuel Outweighs Reactor Threat

By KEITH BRADSHER and HIROKO TABUCHI
Published: March 17, 2011

Years of procrastination in deciding on long-term disposal of highly radioactive fuel rods from nuclear reactors are now coming back to haunt Japanese authorities as they try to control fires and explosions at the stricken Fukushima Daiichi Nuclear Power Station.

Some countries have tried to limit the number of spent fuel rods that accumulate at nuclear power plants — Germany stores them in costly casks, for example, while Chinese nuclear reactors send them to a desert storage compound in western China’s Gansu province. But Japan, like the United States, has kept ever larger numbers of spent fuel rods in temporary storage pools at the power plants, where they can be guarded with the same security provided for the power plant.

Figures provided by Tokyo Electric Power on Thursday show that most of the dangerous uranium at the power plant is actually in the spent fuel rods, not the reactor cores themselves. The electric utility said that a total of 11,195 spent fuel rod assemblies were stored at the site.

That is in addition to 400 to 600 fuel rod assemblies that had been in active service in each of the three troubled reactors. In other words, the vast majority of the fuel assemblies at the troubled reactors are in the storage pools, not the reactors.

Now those temporary pools are proving the power plant’s Achilles heel, as the water in the pools either boils away or leaks out of their containments, and efforts to add more water have gone awry. While spent fuel rods generate significantly less heat than newer ones, there are strong indications that the fuel rods have begun to melt and release extremely high levels of radiation. Japanese authorities struggled Thursday to add more water to the storage pool at reactor No. 3.

Four helicopters dropped water, only to have it scattered by strong breezes. Water cannons mounted on police trucks — equipment designed to disperse rioters — were deployed in an effort to spray water on the pools. It is unclear if they managed to achieve that.

Nuclear engineers around the world have been expressing surprise this week that the storage pools have become such a problem. “I’m amazed that they couldn’t keep the water in the pools,” said Robert Albrecht, a longtime nuclear engineer who worked as a consultant to the Japanese nuclear reactor manufacturing industry in the 1980s and visited the Fukushima Daiichi reactor then.

Very high levels of radiation above the storage pools suggest that the water has drained in the 39-foot-deep pools to the point that the 13-foot-high fuel rod assemblies have been exposed to air for hours and are starting to melt, he said. Spent fuel rod assemblies emit less heat than fresh fuel rod assemblies inside reactor cores, but the spent assemblies still emit enough heat and radioactivity that they must still be kept covered with 26 feet of water that is circulated to prevent it from growing too warm.

Gregory Jaczko, the chairman of the United States Nuclear Regulatory Commission, made the startling assertion on Wednesday that there was little or no water left in the storage pool located on top of reactor No. 4, and expressed grave concern about the radioactivity that would be released as a result. The spent fuel rod assemblies there include 548 assemblies that were only removed from the reactor in November and December to prepare the reactor for maintenance, and may be emitting more heat than the older assemblies in other storage pools.

Even without recirculating water, it should take many days for the water in a storage pool to evaporate, nuclear engineers said. So the rapid evaporation and even boiling of water in the storage pools now is a mystery, raising the question of whether the pools may also be leaking.

Michael Friedlander, a former senior nuclear power plant operator who worked 13 years at three American reactors, said that storage pools typically have a liner of stainless steel that is three-eighths of an inch thick, and they rest on reinforced concrete bases. So even if the liner ruptures, “unless the concrete was torn apart, there’s no place for the water to go,” he said.

At each end of a pool are 16-foot-tall steel gates with rubber seals, used to swing fresh fuel rod assemblies into a reactor and to swing out and store the spent assemblies. The gates are designed to withstand earthquakes, Mr. Friedlander said, but could have sprung leaks given the power of last Friday’s quake, now estimated to have had a magnitude of 9.0.

Even if water gushed out of the gates, there would still be about 10 feet of water left on top of the fuel rod assemblies.

When the water in a storage pool disappears, residual heat in the fuel rods’ uranium left over from their time in a nuclear reactor continues to heat the rods’ zirconium cladding. This causes the zirconium to oxidize, or rust, and even catch fire. This breaks the seal of the rods, and pressurized radioactive gases like iodine, which accumulated in the rods while they were in the reactor, suddenly spurt out, Mr. Albrecht said.

Each rod inside the assembly holds a vertical stack of cylindrical uranium oxide pellets. These pellets sometimes become fused together while in the reactor, in which case they may stay standing up even as the cladding burns off. If the pellets stay standing up, then even with the water and zirconium gone, nuclear fission will not take place, Mr. Albrecht said.

But Tokyo Electric said this week that there was a chance of “recriticality” in the storage ponds — that is to say, the uranium in the fuel rods could become critical in nuclear terms and resume the fission that previously took place inside the reactor, spewing out radioactive byproducts.

Mr. Albrecht said this was very unlikely, but could happen if the stacks of pellets slumped over and became jumbled together on the floor of the storage pool. Tokyo Electric has reconfigured the storage racks in its pools in recent years so as to pack more fuel rod assemblies together in limited space.

If recriticality occurs, pouring on pure water could actually cause fission to take place even faster. The authorities would need to add water with lots of boron, as they have been trying to do, because the boron absorbs neutrons and interrupts nuclear chain reactions.

If recriticality takes place, the uranium starts to warm. If a lot of fission occurs, which may only happen in an extreme case, the uranium would melt through anything underneath it. If it encounters water as it descends, a steam explosion may then scatter the molten uranium.

At Daiichi, each assembly has either 64 large fuel rods or 81 slightly smaller fuel rods, depending on the vendor who supplied it. A typical fuel rod assembly has a total of roughly 380 pounds of uranium.

One big worry for Japanese officials is that reactor No. 3, the main target of the helicopters and water cannons on Thursday, uses a new and different fuel. It uses mixed oxides, or mox, which contains a mixture of uranium and plutonium, and can produce a more dangerous radioactive plume if scattered by fire or explosions.

According to Tokyo Electric, 32 of the 514 fuel rod assemblies in the storage pond at reactor No. 3 contain mox.

Tokyo Electric has said very little about the biggest repository of spent fuel assemblies at the site: 6,291 assemblies located in a common storage pool immediately inland from reactor No. 4.

Japan had hoped to solve the spent fuel buildup with a large-scale plan to recycle the rods into fuel that would go back into its nuclear program. But even before Friday’s quake, that plan had been hit with massive setbacks.

Central to Japan’s plans is a $28 billion reprocessing facility in Rokkasho village, north of the quake zone, which would extract uranium and plutonium from the rods for use in making MOX fuel. After countless construction delays, test runs began in 2006, and the plant’s operator, Japan Nuclear Fuel, said operations would begin in 2010. However, in late 2010, its opening was delayed by another two years. A facility for making MOX fuel is also under construction.

To close the nuclear fuel recycle process, Japan also built the Monju, a fast breeder reactor, which started running in full in 1994. But a year later, a fire caused by a sodium leak shut down the plant.

Despite revelations that the operator, the quasi-governmental Japan Atomic Energy Agency, had covered up the seriousness of the accident, Monju again started operating at a reduced capacity, reaching criticality, or sustained nuclear chain reactions within the reactor, in May.

Another nuclear reprocessing facility in Tokaimura has been shut down since 1999, when an accident at an experimental fast breeder showered hundreds in the vicinity with radiation, and two workers were killed.

Many of these facilities were hit by Friday’s massive quake. A spent fuel pool at Rokkasho spilled over, and power at the plant was knocked out, triggering back-up generators, Japan Nuclear Fuel said. According to the Citizens Nuclear Information Center, an anti-nuclear NGO, about 3,000 tons of fuel are stored at Rokkasho. But the plant, built 55 meters (180 feet) above sea level, was spared from the destructive tsunami that followed the quake. Grid power was restored on Monday, the company said.

http://www.nytimes.com/2011/03/18/world ... 1&src=tptw
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Re: Tragédia no Japão
« Responder #11 em: Março 18, 2011, 07:11:47 pm »
Ameaça nuclear: Risco ou paranóia??


Um académico britânico relativiza os riscos da radioactividade para a saúde humana e descreve o pânico em torno da crise nuclear japonesa como um fenómeno de psicologia de massas.

Num artigo para a BBC, David Spiegelhalter, especialista da Universidade de Cambridge nas áreas da percepção pública de riscos e da estatística na saúde, afirma que a verdadeira tragédia em curso no Japão é a do tsunami.

«Mesmo no pior cenário, as consequências directas do acidente nuclear para a saúde seriam muito pequenas quando comparadas com os milhares de pessoas que morreram devido ao sismo e ao tsunami e com o sofrimento daquelas que sobreviveram», afirma o académico.

Spiegelhalter afirma que na raiz do pânico global em torno da crise em Fukushima 1 residem memórias distorcidas e relatos incorrectos dos desastres de Chernobil e Three Mile Island.

«Estimou-se que 17 milhões de pessoas tivessem sido expostas a uma dose significativa de radiação após o desastre de Chernobil. Destas, perto de 2.000 desenvolveram cancro da tiróide devido ao consumo de comida e leite contaminado durante a infância. São consequências graves, mas ficam muito aquém do que se temia, e um relatório das Nações Unidas identifica os problemas psicológicos como a principal consequência do desastre em termos de saúde pública», argumenta.

«Qualquer efeito do acidente de Three Mile Island é meramente psicológico, e não foi certamente causado por uma exposição mínima à radiação», reforça.

Spiegelhalter recua até ao bombardeamento nuclear do Japão em 1945 para relativizar a ameaça atómica. «A percepção de um risco extremo relacionado com a exposição à radioactividade é contrariada pela experiência de 87.000 sobreviventes de Hiroxima e Nagasaqui, que foram examinados durante o resto das suas vidas. Em 1992, cerca de 40.000 tinham falecido, mas era estimado que apenas 690 dessas mortes eram atribuídas à radiação. Mais uma vez, foram maiores os efeitos psicológicos», afirma.

O cientista oferece ainda alguns termos de comparação. Submeter um indivíduo a uma tomografia axial computadorizada equivale a colocá-lo a cerca de dois quilómetros do local da explosão da bomba de Hiroxima. E a radioactividade natural de algumas regiões do oeste de Inglaterra é responsável por mil mortes por ano.

O que faz então de uma fuga de radioactividade algo tão assustador? «Os psicólogos passaram anos a identificar os factores que aumentam a percepção de risco e o sentimento de vulnerabilidade. E a fuga de radiação de uma central nuclear reúne todos os elementos assinalados. É uma ameaça invisível, misteriosa e pouco compreendida, associada a efeitos graves como o cancro e defeitos de nascimento». E no entanto, argumenta Spiegelhalter, é maior o receio do que a própria ameaça.

SOL
 

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Lusitano89

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #12 em: Março 21, 2011, 09:27:39 pm »
OMS alerta sobre «séria» radiação nos alimentos no Japão


A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse esta segunda-feira que a radiação nos alimentos após o terramoto que danificou uma central nuclear no Japão é mais séria do que anteriormente se pensava, eclipsando sinais de avanço na batalha para evitar um aquecimento catastrófico nos reactores.
Engenheiros conseguiram ligar cabos de energia a todos os seis reactores do complexo de Fukushima, 240 quilómetros a norte de Tóquio, e ligaram uma bomba de água a um deles para inverter o sobreaquecimento que desencadeou a pior crise nuclear mundial em 25 anos.

Mais tarde alguns trabalhadores foram retirados de um dos reactores mais seriamente danificados quando fumo emergiu brevemente do local. Não houve nenhuma explicação de imediato para o fumo, mas as autoridades haviam dito anteriormente que a pressão no reactor 3 estava a aumentar. Também foi visto fumo no reactor 2.

O sismo e o tsunami de 11 de Março deixaram mais de 21 mil mortos ou desaparecidos e custará 250 milhões de dólares a uma economia já combalida, o que representa o desastre natural mais caro do mundo.

O chefe da agência atómica da ONU disse que a situação nuclear continua muito séria, mas que será resolvida.

«Não tenho dúvida de que esta crise será superada eficientemente», declarou Yukiya Amano, director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) numa reunião do comité de emergência.

«Vemos uma luz para sair desta crise», disse uma autoridade do governo japonês citando o primeiro-ministro Naoto Kan.

Mas as notícias de progresso na central nuclear foram eclipsadas pela preocupação crescente de que partículas radioactivas já libertadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água.

«Está claro que a situação é séria», disse Peter Cordingley, porta-voz do gabinete regional do Pacífico Oriental da OMS sediado em Manila.

«É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema podia estar limitado a 20 ou 30 quilómetros... é seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação.»

Disse, entretanto, não haver evidência de que alimentos contaminados oriundos de Fukushima tenham chegado a outros países.

Fukushima é o pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl, mas há sinais de que seja bem menos grave do que a tragédia ucraniana.

«As poucas medidas de radiação relatadas nos alimentos até agora são muito mais baixas do que em redor de Chernobyl em 1986, mas o quadro total ainda está a emergir», disse Malcolm Crick, secretário do Comité Científico dos Efeitos da Radiação Atómica da ONU.

Lusa
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #13 em: Março 23, 2011, 11:23:12 am »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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TOMSK

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Re: Tragédia no Japão
« Responder #14 em: Março 23, 2011, 06:18:24 pm »
O que é isto? O "arrefecimento" do reactor?