A LPM por si já contempla a construção nacional do AOR (além do LPD e NPOs). O problema é só estar planeada para começar em 2027. E é por esta razão que se fala aqui em adquirir algo em segunda-mão, porque seguindo estritamente a LPM, a Marinha fica sem reabastecedor por 8 anos, e isto se não houver atrasos na construção deste.
A ideia de investir na construção naval é boa, e faz todo o sentido não só pela crise mas também pela nossa vocação. O problema é que os projectos da Marinha vão todos com pelo menos 10 mãos de atraso, e se formos a ver a lentidão da construção de navios nacionais (estamos desde a segunda metade de 2019 a aguardar a assinatura da construção do terceiro par de NPO), nem em 2035 tinhas tudo construído. A única hipótese é haver um acelerar destes processos, de forma a ter uma construção naval sempre activa.
Ainda assim, dado que estes três projectos já estavam planeados pré-Covid, julgo que não façam diferença a nível de empregos, pois iriam manter os já existentes e não criar novos. O próximo passo seria juntar-nos a um consórcio europeu de construção de navios militares, como fragatas, construindo fragatas para consumo interno e depois começando a olhar para a exportação. Só assim criavam empregos no sector para além de 2030/35.